Em sentido próprio mas figurativo também,
se o quisermos tomar como tal. É o que eu faço, aproveitando-me de uma crónica
de José Pacheco Pereira, saída no
Público de 16 de Março, sobre as eleições por cá, e o seu sentir, provavelmente
esquentado dos calores eleitorais, que arrastam também bastante poeirada em
comentários ou atitudes de uns e de outros, como se verificaria aquando da
apresentação do novo governo, texto que me limito a citar: “Porque é que eu não consigo deixar de ser arrogante” é o título
dessa crónica de PP, e o que
pensei logo foi que, em paralelo com a tempestade Olívia a manchar os ares europeus com as areias do deserto, também
tal texto “arenoso”, pretende uma vez mais manchar uma AD fracamente vitoriosa, é certo, sem que
se compreenda muito bem o porquê da contundência, contra um partido ao qual
aparentemente pertence, a lembrar aos socialistas e demais partidos da esquerda
os factores da sua negatividade em relação a esse partido medianamente (ou
antes, “negativamente”) ganhador, o que parece indigná-lo, seguidor aparente
ainda das suas ideologias primárias em partidos de esquerda (segundo relato
mediático), pese embora o conforto do actual posicionamento de estabilidade no
PPD. Sim, há muito que não compreendo a duplicidade dos seus discursos
inteligentes, mas de diversão na zanga, como as tais areias que hoje toldam os
ares europeus.
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alertas
Além de calor de 30ºC esta sexta, a Olívia traz uma
enorme massa de poeira que pode chegar até à Suécia
A tempestade Olívia, que vai assolar
os Açores esta quarta e quinta, arrasta não só uma massa de ar muito quente,
como também uma enorme nuvem de poeira.
OBSERVADPOR, 03 abr. 2024, 19:11 4
▲A nuvem de
poeira que chega a partir desta quinta
Está confirmado: esta sexta-feira as
temperaturas podem chegar quase aos 30ºC em algumas zonas do continente. Mas
também está confirmado: o calor vem acompanhado de uma enorme nuvem de poeira
do Saara, tão grande que pode chegar quase até à Suécia. Quer a massa
de ar quente subtropical que vai fazer subir as temperaturas, quer o pó do
deserto serão culpa da Olívia.
A Olivia é uma tempestade
profunda que se formou no meio do Atlântico e entretanto ganhou força ao ponto
de ter direito a nome: a depressão, baptizada pelo IPMA, vai mesmo fustigar os
Açores com chuva e vento, tendo sido emitidos alertas laranja e amarelos para
esta quarta e quinta-feira para algumas ilhas açorianas. Mas, depois, no seu
percurso em direção às ilhas britânicas, “puxará” não só por uma massa de ar
quente, como também pela de poeira do deserto. Muito semelhante ao que
aconteceu com a Nelson.
A nuvem de poeira, contudo, será
bastante mais longa em comprimento, e terá uma outra direcção. Na semana
passada, associada à tempestade Nelson havia uma DANA, ou gota fria, junto às
Canárias, o pó do deserto subiu pela zona da Catalunha, enrolou e desceu do
norte da Península através de Portugal. Desta
vez, vinda do interior do deserto, subirá junto à costa de Marrocos, depois
pelo interior de Portugal e Espanha e depois pelo centro da Europa, à medida
que a Olívia se desloca também para dentro do continente europeu, empurrada
pelos ventos que serão, sobretudo, de sul, sudoeste. Olhando para os actuais
mapas de meteorologia — o europeu, ECMWF, é o de maior referência —, pode
ver-se a nuvem de poeira a chegar quase até à Suécia. O pó deve começar a chegar ao sul do país esta quinta e
intensificar-se até domingo.
Quanto às temperaturas,a massa de ar extremamente quente —
estamos a falar de 12 a 14ºC acima do normal para esta época do ano, o que nos
coloca com tempo mais próximo de julho do que de início de abril —,
começa a chegar ao continente já esta quinta-feira, mas será sexta e sábado que os
termómetros registarão o vermelho mais vivo. As previsões apontam para
máximas muito próximas dos 30ºC em alguns locais do interior, com 28ºC em
Santarém e Aveiro, 27ºC em Évora, 26ºC em Braga, Leiria, Porto, Coimbra,
Castelo Branco ou Beja e 25ºC em Lisboa ou Setúbal. Sendo que o resto do país
estará acima dos 20ºC. Já as mínimas andarão entre os 7ºC e os 12ºC.
Será,
contudo, um episódio de calor passageiro. A chuva voltará ainda no fim de
semana. O sistema de altas pressões, anticiclónico, não é forte o suficiente
para impedir a entrada de mais uma frente. Esta frente deixará aguaceiros na
zona norte no sábado, alguma precipitação também no domingo já em todo o país —
e como este poderá ser o dia com mais poeiras, onde chover, será chuva de lama,
onde não chover, ficará com o dia alaranjado —, e também é possível que ainda
possam continuar a cair umas pingas de água na segunda.
Depois,
para o resto da semana não se espera nenhuma nova frente e parece mesmo vir a
caminho um novo episódio de calor extremo (para esta época do ano) novamente
para a sexta-feira, dia 12. Uma montanha russa meteorológica.
COMENTÁRIOS:
Jota Mamba: Grande bronka! Paul C.
Rosado: Dantes, o fenómeno
das poeiras tinha um período de retorno para aí de 5 anos. Agora é de meses...
ou semanas. Pertinaz: Xi… é o fim do mundo… Paulo Valente > pertinaz: Hahahahaha.
Está de volta O Drama das Poeiras. Acho que os camelos andam a fazer sapateado
nos desertos de África.
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