sábado, 6 de abril de 2024

Mas reformas

 

É do que o país mais precisa – a começar pela do Ensino que teria repercussão em tudo o resto. Duvido, todavia. É nosso fado, não irmos longe no Ensino. Só o fomos mesmo nos mares, mas já passou.

Quanto aos comentários, muita descrença parece existir por cá, a respeito das competências e intenções de Luís Montenegro e seu governo. Eu quero acreditar nas gentes que o compõem, todavia, apesar dos requintes de insignificância a ele atribuível, traduzindo tanto de vileza, nessa certeza malévola sobre o novo governo, que só aponta para a nossa própria vileza desestabilizadora. Felizmente não genérica.

Que se lixem as reformas

As “linhas vermelhas” reduziram o que poderia ter sido um grande mandato reformista, a um jogo pré-eleitoral em que ninguém tem interesse em se entender.

RUI RAMOS, Colunista do Observador

OBSERVADOR, 05 abr. 2024, 00:20141

O Partido Socialista perdeu as eleições, mas o Partido Socialista não perdeu as eleições. Sim, é uma contradição. Deixem-me explicar. O Partido Socialista perdeu as eleições porque desceu de 41% para 28% da votação. Ao fim de oito anos no governo, caiu do cimo de uma maioria absoluta após meses de governação instável e no meio do colapso dos serviços públicos, que em 2015 dissera ter vindo salvar. A esquerda, em nome da qual o PS governou, foi rejeitada pelo país, e passou a ter no parlamento a expressão mais reduzida desde 1991. A derrota, deste ponto de vista, não podia ser maior: o país mudou, e o PS e a esquerda ficaram para trás.

Mas o Partido Socialista não perdeu as eleições porque, desde que a direita se tornou plural em 2019, o PS conseguiu levar o PSD a cercar-se de “linhas vermelhas”, de modo que em vez de enfrentar uma grande maioria reformista, o PS e a demais esquerda formam afinal um dos “três blocos” em que está dividido o parlamento, e são até o maior. Deste ponto de vista, a derrota não podia ser mais relativa: o país não mudou, apenas se complicou, e o PS e a esquerda continuam em jogo.

Eis a diferença que faz a esquerda ter o poder político e cultural necessário para determinar o que, à direita, é ou não é aceitável. Sem as “linhas vermelhas”, talvez pudesse ter havido uma organização das direitas para exercer um mandato reformista durante a legislatura. Neste momento, estaríamos a discutir por onde iriam começar as reformas, e o PS andaria a preparar-se para pelo menos quatro anos de oposição. Mas com as “linhas vermelhas”, temos “três blocos”, todos convencidos de que podem melhorar os seus resultados em novas eleições, e sem qualquer interesse em se entenderem. Ouçam os comentadores e leiam os colunistas: ninguém fala de reformas, e todos falam do que cada partido pode ou deve fazer para ganhar o campeonato. Toda a gente, do governo à oposição, está em modo de “combate”. Entrámos num tempo que será sempre pré-eleitoral, mesmo no período em que o presidente não puder dissolver o parlamento.

É, portanto, inútil esperar qualquer governação reformista. O PSD teve um resultado medíocre, mas é a primeira vez desde 1991 que chega ao governo sem precisar de congelar carreiras e cortar pensões. Tem perante si, devido às “linhas vermelhas”, um Chega convicto de que pode crescer se colar o PSD ao PS, e um PS persuadido de que pode recuperar o poder se colar o PSD ao Chega. Bem podem os patriotas recomendar ao PSD que se gaste a tentar passar, em minoria, reformas controversas, como todas as reformas. Os habilidosos dir-lhe-ão que faça como o PS fazia: use o orçamento para saciar funcionários e pensionistas, e depois leve a oposição a derrubar o governo. Reformar significa devolver recursos à sociedade civil, não só porque os indivíduos os usarão mais produtivamente do que o Estado, mas porque famílias e comunidades autónomas são essenciais à democracia. Nenhum “governo de combate” pode, porém, prescindir de recursos, perder influência, diminuir o seu poder. Em guerra, ninguém abdica de armamento.

Um dia, por causa das reformas, um primeiro-ministro disse “que se lixem as eleições”. Aos actuais governantes, por causa de eleições que podem chegar a qualquer momento, talvez só lhes reste dizerque se lixem as reformas”. A divisão do que poderia ter sido uma maioria reformista, através das “linhas vermelhas”, deixou tudo no ar, e matou por isso o reformismo. Todos os partidos vão ser tentados a jogar duramente, como se viu na eleição da mesa da Assembleia da República ou na tomada de posse do governo, boicotada pela esquerda. Não lhes devemos desejar boa sorte a eles, mas ao país.

NOVO GOVERNO      POLÍTICA

COMENTÁRIOS (de 141)

Alexandra Ferraz: Com o passar dos anos o «complexo de esquerda» ir-se-á esbatendo e a onda política que vem virando a Europa à direita levará a que as linhas vermelhas percam sentido. Wishful thinking? Não! O Rui Ramos, como excelente historiador que é, sabe bem que o mundo e a sua história são compostos de mudança... Só temos de ser pacientes. Mais um belíssimo artigo com que nos brindou. Muitíssimo obrigada!!!          Tim do A: Ninguém entende o PSD de Montenegro. Não se entende isto. É uma desilusão. Uma irresponsabilidade. Uma infantilidade o PSD ter caído na armadilha de Costa. O PS manda, o PSD obedece.              Paulo J Silva: O poder que a esquerda tem através das pessoas que colocou em áreas-chave, que são muitas e não substituíveis com a mudança do poder, permitem-lhe controlar grande parte do aparelho do Estado. Mesmo que a AD tivesse feito uma coligação de governo com o Chega seria muito duro avançar com reformas. Com as linhas vermelhas, em que LM se deixou enredar, o PS mantém o controlo do Estado. Estamos assim num período de transição para uma nova era de governo do PS. A oportunidade perdida vai sair muito caro ao PSD              Vítor Araújo: Exactamente. Estamos todos reféns do trambolhão dado por um político inábil, numa linha vermelha que lhe foi atirada para os pés pela velha e experiente raposa de esquerda.              Jorge Carvalho: Não esquecer a entrevista dada por António Costa à Rádio Renascença em 4 de Abril de 2017 : António Costa em entrevista: “A expressão 'reformas estruturais' arrepia-me". O que arrepia é como há gente a votar num vendedor de banha da cobra.               Fernando CE: De acordo. Já chega de socialismo. O PSD não tem amor-próprio, não se lembra da humilhação constante a que foi sujeito durante os governos do Costa.    Alfaiate Tuga: Caro Rui Ramos, o senhor ainda não percebeu que das duas uma, ou o Chega aldrabou quem votou nele, ou então não é um partido de direita, pelo menos na economia. Durante a campanha eleitoral o Chega defendeu distribuição generalizada de dinheiro por todas as corporações relevantes dependentes do estado, aos pensionistas chegou a prometer pensão igual ao salário mínimo até ao fim da legislatura. O chega diz que quer manter a TAP na esfera publica, nunca ouvi o chega a falar em privatizar transportes públicos, na saúde só fala em dar mais dinheiro aos profissionais de saúde, etc,etc. Aliás, uma parte dos votantes do chega são pessoas que até ao seu aparecimento votavam à esquerda , sim sim, o PS , PCP, perderam muitos votos para o Chega. O Chega é um partido populista, só faria acordos com o PSD naquilo que sabe não o prejudicar eleitoralmente, logo nunca faria um acordo com o PSD para reformar o Estado, pois está farto de saber que isso ia contra o interesse de uma boa parte dos que votaram nele. Não é a toa que o Ventura está sempre a dizer que aprova um orçamento rectificativo, pudera, é para distribuir dinheiro e ficar bem na fotografia…Depois quando chegasse a parte da reforma do Estado, o Chega saltava fora, fazia cair o governo, e ia para eleições prometer tudo a todos outra vez, mas com o argumento de que tinha sido ele a obrigar o governo a distribuir dinheiro, pois tinha negociado o rectificativo com essa condição. Os eleitores vão ter agora hipótese de ver em que reformas o chega está interessado, basta esperar para ver que propostas apresentam na assembleia da república e como votam as propostas dos outros….Se estão à espera do Chega para reformar o estado, podem esperar deitados… Eduardo Cunha: Excelente crónica.                João Ramos: Como eu sempre disse o tal “não é não” ou as tais “linhas vermelhas”, ou como quiserem chamar-lhes foi o maior erro praticado pela “direita” (Montenegro) desde que há democracia, pois colocou o país numa situação incomportável quando tinha tudo para ser exactamente o contrário, aqui a habilidade foi da esquerda que assim tem a esperança de rapidamente voltar ao poder e isto por pura inabilidade e ingenuidade de Montenegro e do actual PSD que foram completamente manobrados, o que torna o Chega a única esperança para a direita…          João Floriano: Não vai haver um tempo de reformas. O que vai haver é um tempo de oposições no parlamento. Montenegro não vai conseguir dialogar nem reformar. Se dialogar com o PS e com a extrema-esquerda que por sinal parece não querer conversas com ele, o CHEGA vai acusá-lo de se colar ao PS e à esquerda, e não andará longe da verdade porque Montenegro já por duas vezes sinaliza a esquerda como parceiro de diálogo. quando entrou em acordo com PNS para eleger Aguiar Branco e quando se dirigiu a PNS como líder da oposição no discurso de posse. No dia seguinte PNS encarregou-se de meter os pingos nos iis, de uma modo que me pareceu aviltante (finalmente tive tempo de ir ao dicionário) para Montenegro. Se por outro lado, este se voltar para a direita para estabelecer pontes, vai ser acusado de faltar à palavra dada. Montenegro vai andar de um lado para o outro, de lá para cá, acordando todos os dias a pensar no que lhe irá acontecer. Foi anunciado que a primeira visita ao estrangeiro será aqui a Espanha, o que me parece muito acertado e oportuno. Montenegro vai sossegar Pedro Sanchez e os seus amigos esquerdistas, explicando-lhe que está apenas a ocupar o lugar de PNS enquanto este foi á casa de banho, como acontecia nos bailes de antigamente. Logo que o PS quiser voltar, Montenegro cede-lhe o lugar. Que se lixem as reformas, que se lixem os eleitores, que se lixe o país! Sugiro a leitura da crónica bem intencionada de Mafalda Pratas como complemento da de Rui Ramos.                  Rosa Silvestre > Paulo J Silva: A oportunidade perdida vai sair cara ao país.               Pedro: Excelente artigo, as estúpidas "linhas vermelhas" acabarão por dinamitar o PSD e, eventualmente, o país.                observador censurado: Excelente artigo. Recentemente, Francisco Balsemão disse que “há lugar para dois grandes partidos”: https://observador.pt/2023/06/23/balsemao-deixa-aviso-a-montenegro-sobre-chega-psd-nao-se-pode-encostar-a-extrema-direita/ Assim, os últimos 30 anos, em geral, foram de grande acalmia. Porquê o Partido Socialista (PS) e o Partido Socialista Dois (PSD) haviam de andar a “guerrear” se há lugar para dois’ Enquanto um estava a distribuir cargos no governo, o outro colocava o avental e distribuía tachos: um observatório, um instituto público, uma empresa pública, uma empresa municipal. E se fosse preciso mais algum tacho, havia o verbo “criar”. Agora, apareceu a “nova” terminologia: “fascista”, “xenófobo”, “racista”, “deplorável”. O bolo só chega para dois. É indiferente se o terceiro quer tirar parte do bolo aos outros dois para comer ou para devolvê-lo aos contribuintes.                      mj martins: Montenegro ao hostilizar o Chega julgou tornar-se para a esquerda como "um dos nossos" governando com a sua simpatia e tolerância. De tão inábil conseguiu apenas que tanto a esquerda como a restante direita lhe façam negaças.                Sérgio: Excelente, como sempre! Só mesmo um politiqueiro idiota frouxo e fraquinho e sem um mínimo de personalidade para aceitar que lhe tenham imposto e cair no EMBUSTE das "linhas vermelhas e cercas sanitárias"....              Maria Cordes: Quem ficou lixado foi o país. Que ascendente tem a esquerda sobre um país, para se ter dado ao luxo de dar ordens e fazer linhas vermelhas sobre um partido, e ser diligentemente obedecida. Lembra a ordem da mãezinha para o filhinho, com aquele menino não brincas, é mau aluno e não é da nossa condição social. Parem de dizer disparates sobre o Chega, tem gente estupenda e também terá gente dispensável, AV saberá escolher o trigo do joio.              Rui Carvalho: Uma boa anaálise com um erro, um partido tentou um entendimento à direita, o PSD não quis, não queiram culpar o Chega por não existir um governo para 4 anos ou pelo que se vai seguir, as pessoas não são burras e sabem bem quem não quis estabilidade para esta legislatura.              Joaquim Almeida: É o maravilhoso triunfo de um tolo "não é não". Montenegro não enxergou onde estavam e ainda estão os vencedores todos, todos, todos - como papagueou ele, talvez sem saber aquilo que estava a dizer...          Carlos Medeiros: Meu Caro historiador e jornalista Rui Ramos, sabe bem que na AR, exceptuando cinquenta deputados, todo o restante é assumidamente de esquerda sem nenhum tipo de dúvida. O PC é estalinista convicto, o PS é trotskista tardio e o PSD é um marxista mal compreendido e branqueado pela lixívia do 25A. Claro que as linhas vermelhas fazem todo, mas todo o sentido até mesmo pela cor. Linhas Vermelhas!              João Floriano > Carlos Quartel: Agora a culpa de não haver reformas é do CHEGA? E qual o motivo de as conversações com o CHEGA terem de ser mantidas em segredo? Se o CHEGA pretende crescer á custa do PSD e do CDS, o facto é que esses partidos pretendem reforçar-se ( o PSD) e ressuscitar ( o CDS) à custa de repescar eleitorado que se passou para o CHEGA desiludido com a direita envergonhada e a direita fofinha e inócua representada por esses partidos e que são usados pela extrema esquerda como razão da sua existência. Contra quem iriam os extremistas de esquerda vociferar se não houvesse esta direita dócil que se deixa conduzir pela arreata e que fica nos estábulos delimitados pela linhas vermelhas? Como iriam afirmar a sua bacoca e ridícula autoridade moral?       Hugo Silva > joao ferreira: O CH e o PS aliados? que idiotice             Rodrigo Carvalho > Pedro Ferreira: Qual acordo, Pedro Ferreira? Então não ouviu dizer que "não é não"? Não houve qualquer acordo...          Carminda Damiao: É lamentável que o PSD se deixasse enrolar pelas linhas vermelhas da esquerda e agora, apesar da maioria de direita, está completamente manietado.                 Por 8175: Dois pontos de que discordo (por uma vez) de Rui Ramos: 1 - O PSD não é de direita - basta ler o programa do partido, e ver como pouco ou nada o distingue do programa do PS.  2 - Não poderemos nunca esperar que o PSD implemente qualquer reforma que reduza o peso do estado               Rui Carvalho > Pedro Ferreira: Fez? Rangel desmentiu, Hugo Soares desmentiu, Nuno Melo desmentiu? Se não existia acordo como não cumpriu?                     João Amorim: Está tudo dito aqui, em meia dúzia de linhas               Hugo SilvaGraciete Madeira: Só confunde quem não está esclarecido ou tem palas...               maria santos: É verdade que o PS se posiciona abertamente para continuar a ter o poder político e cultural de determinar o que é ou não aceitável à direita, impondo os seus interesses e mantendo o comando. As "linhas vermelhas" foram uma arma eficaz até hoje: a calúnia, o menosprezo, denegrir, denegrir sempre é a palavra de ordem socialista. Não basta subir os ordenados e pensões para credibilizar os serviços do Estado, são necessárias novas políticas públicas e dar espaço à iniciativa privada para o desenvolvimento económico, sem o garrote fiscal sobre os rendimentos do trabalho e a propriedade em favor do Estado socialista. A médio prazo, inviabilizando a concretização da mudança à direita, as "linhas vermelhas" serão a corda da forca promovida pelo PS.                    José Rego: Excelente (mais uma vez). Era para isto que queriam governar?! Só para ter o poder sem fazer nada de significativo? Se se vão amarrar ao PS nada mudará, qualquer ímpeto reformista que pudessem ter será cortado pelo PS, o partido mais anti reformista, imobilista, defensor acérrimo do status quo( porque dele tem sido o maior beneficiado), além de podre e corrupto. Existe uma maioria histórica de direita, um chega com vontade de reformar radicalmente o país, só precisa de um sinal mínimo do psd/ad. O psd em vez de usar inteligentemente o chega e iniciar de imediato as reformas de que o país precisa vai desperdiçar esta maioria histórica. Em vez de pensar em Políticas só pensa em politiquice. Uma tristeza e ( mais ) uma oportunidade perdida.              Ana Luís da SilvaCarlos Quartel:  “Canais discretos de negociação”? A que propósito? A AD estabelece as “linhas vermelhas” ofensivas e o CHEGA é que tem que ser “discreto” a bem do país? Se a AD quer fazer acordos com o CHEGA, que assuma a responsabilidade pelas próprias escolhas. Faça um acto de arrependimento, retrate-se e trate com respeito o CHEGA e o seu eleitorado.                  bento guerra: 50 deputados em 230 é como se não contassem ,para os "guardiães" do sistema, Quando precisarem de contar assentos, vão ter de se arranjar entre eles             Rosa Silvestre > Carlos Quartel: Porque é que as negociações com o Chega têm que ser por canais discretos e com o PS podem ser claras e feitas à luz d o dia? Não será isso enganar as pessoas?              Pombo Tostado: O problema está no facto de, dos três blocos referidos, dois, o PS e o Chega serem do mais conservador que existe na defesa do peso do Estado na vida do país. Nunca esses dois partidos vão querer afrontar a sua base eleitoral muito assente nas reformas e subsídios. Isto para nem falar de falta de garantias que qualquer um dos respectivos líderes dá em termos de palavra dada...                 Carlos Dias > maria santos: Eu percebo o que diz e também não aceito linhas vermelhas e não considero o chega um bicho papão O problema é a falta de ideias e a manifesta incapacidade de fazer ou respeitar compromissos e palavra dada que o chega e o seu líder evidenciam com provas dadas.             Carlos Dias: Rui Ramos tem razão mas Será que uma maioria de direita apoiada pelo chega poderia ser reformista? Será que um partido populista liderado por um cata-vento sem palavra apoiaria reformas necessárias mas bastante impopulares? Tenho as maiores dúvidas que durasse 4 anos Talvez seja melhor assim?            Vitor Dias: Ao contrário de PPC, Montenegro não compreende os portugueses. Se eles dizem, à direita, ele teima, ao centro. A esquerda esfrega as mãos, uma vez mais, a retórica martelada ao limite conseguiu penetrar o espírito social democrático, levando ao suicídio colectivo uma massa de 1,8. Milhões de portugueses. Lamentável.               Raul Silva: Vou abordar um assunto que nunca foi comentado nos "Mídia". As tvs têm "comentadeiros" que deviam ser imediatamente despedidos, isto por que não são capazes de fazer um único comentário sem terem o telemóvel ou a tablete na sua frente. São poucos que o fazem sem estes instrumentes. Qual a razão da sua utilização?... Unicamente isto: fazerem o alinhamento das suas mensagens que na maioria são pressupostos ou desinformação. E não digo mais...                  João Ramos: Esta atitude de Montenegro é uma enorme oportunidade perdida para pôr o país no rumo certo e fazer a esquerda baixar a “cabeça”, agora é exactamente o contrário…               Hugo Silva > Jorge Pereira: Pensava eu que as eleições tinham sido para eleger deputados afinal eram um referendo à popularidade do André Ventura. Já se percebeu que o Lúcio Monteiro sacou mais um alter ego, o sr. Javardo                    Alexandre Barreira: Pois. Caro RR, E resumindo......só mudam as moscas....!!!                joao lemos: tem toda a razão. governem e entendam-se com o Chega como o PS se entendeu com toda a esquerda revolucionária anti-Europa, anti-Nato etc a esquerda está desesperada porque tem um enxame de gente sem emprego a bater-lhe à porta. governem e ponto. mesmo no equilibrismo tenham presente que o Governo para cair será preciso uma coligação negativa de votos conjuntos do PS e Chega . nem o PS se atreve a votar junto com o Chega , nem o Chega se atreve a votar junto com o PS. se o fizerem , tranquilizem-se, porque a acontecer o Povo não lhes perdoará.              Rodrigo Carvalho > Pedro Ferreira: E além disso o PSD não é de direita. É um partido constituído por católicos ditos sociais-democratas (v.g. Cavaco Silva) que, para se armar em diferente, na Europa alinha com os democratas cristãos e integra o PPE... Sempre foi um partido algo bipolar que, apesar de tudo e porque precisava, não enjeitava a direita e tinha algum respeito por ela e dela recolhia a grande maioria dos votos. Com o sr. Rio, que foi um bom Presidente da CMP na minha opinião e um ainda melhor "Vice PM" de Costa, e com o "seboso" dono do "Espesso" no "backstage" a mandar bitaites, o partido perdeu o respeito pelos seus eleitores mais direitistas (como eu) e, por mim falo e já o afirmei publicamente, mandei-o "à mãe" nessa altura e ainda não me arrependi... O que faz pena é o pessoal ainda não ter percebido (sobretudo o mais à destra) que a grande e fundamental reforma estrutural que Portugal precisa é colocar a esquerda na oposição por muitos e bons anos e enquanto isso não for assumido/assimilado/compreendido não iremos lá...                Vitor Batista > Pedra Nussapato: Who knows? será que a AD não poderia ter maioria absoluta sem linhas vermelhas? uns vêem o copo meio vazio, eu vejo o copo meio cheio, estamos num impasse.               Carlos Chaves: O Rui Ramos está absolutamente correcto nesta sua opinião, o PS e a esquerda não perderam as eleições, basta ver a pouca vergonha que se passa na comunicação social! Até o Vieira da Silva (com ajuda do Ângelo Correia) e o Ferro Rodrigues foram buscar ao baú dos populistas! Estes sim verdadeiros populistas apaparicados pela comunicação social! A esperança é que mesmo com estes incompreensíveis comportamentos o povo Português mandou-os passear, assim a continuar numas próximas eleições o povo Português vai mandá-los bugiar! Sem grandes reformas estruturais, impossíveis de fazer devido à estratégia errada do PSD, o país continuará a definhar e os Portugueses não sentirão a diferença entre PS e PSD (AD). Será mais do que óbvio quem sairá vencedor, mesmo com a comunicação social em peso contra a única alternativa possível – o CHEGA! E isto apesar de ser muito discutível se o CHEGA é realmente um partido de direita, pois o seu lado estatista não difere muito do que o PS e a esquerda defendem. Ou seja, também não será por aqui que as necessárias reformas verão a luz do dia!              Joao Cadete: Pode até acontecer o que aqui está escrito mas... o governo só agora é que está a começar e já estão a cortar os pulsos??                Sérgio > maria santos: Não descarte uma vitória do Chega....                Carlos Dias > Carlos Dias: Eu estou farto do PS e apoio todas as forças políticas que promovam a emancipação da sociedade e dos cidadãos face ao estado paternalista e sectário que temos Não encontro no chega qualquer proposta de relevo que nos leve nesse sentido Em termos de economia parece ainda pior que o PS pronouncer * Se não fosse aquilo a que chama 'linhas vermelhas', mas que se trata apenas de apego ao caráter da social democracia, era Pedro Santos e o PS que estariam agora a formar governo e, com alguma corte, com uma maioria de esquerda no parlamento. Ora bem, eu não tenho saudades nenhumas desse tempo.              Carlos Real: Perante os resultados eleitorais sempre disse que o PS é que tem a chave do cofre. Só quando o PS quiser é que teremos novas eleições. O problema é que uma hipotética aliança PSD Chega não iria nunca reformar nada de nada. Qual destes partidos quer diminuir o peso do Estado? Quem quer acabar com as progressões automáticas? Quem quer admitir a possibilidade de despedir um mau funcionário? Quem quer impor chefias a sério? Ninguém quer. Este é o drama lusitano. Reformas são apenas palavras. Ninguém tem coragem de mexer nos interesses instalados. Até a IL tem medo de falar claro. Todos estão apenas interessados no votinho. Portugal vai continuar com os privilegiados do costume. Os funcionários públicos acreditam tanto no público, que criaram a ADSE, ou seja vão ao privado sempre que querem. Eu não me importava de descontar 3% e ter saúde privada sem as limitações de plafonds das seguradoras. Em Portugal os políticos são uns papagaios que nada fazem. Limitam-se a gastar o dinheiro europeu. Não é por acaso que vemos tantas obrinhas com o PRR. As câmaras não têm um tostão furado para investimentos. Gastam 80% em salários com gente em triplicado. Até para substituir as tubagens da água precisam de recorrer aos fundos europeus. Quando a Alemanha deixar de derreter os fundos com os latinos, nem um euro temos para tapar os buracos. De mão estendida não nos safamos. Nem vergonha temos, de sermos uns eternos pedintes.                 Ana Luís da Silva: Vivemos numa “partidocracia” a que corresponde o eufemismo “democracia representativa ”. São os partidos que mandam. Ora, todas as coisas têm uma finalidade, e todas as instituições políticas uma função bem precisa. Há muito que os partidos políticos perderam de vista que se existem é para servirem a comunidade nacional e desempenharem as funções legislativa e executiva com esse objectivo. Ao invés, obedecem aos próprios interesses e agendas e emperram o desenvolvimento do país com a sua falta de visão (não vê a AD que só está a marcar passo e a dar azo a que os socialistas se reorganizem?), os seus calculismos mesquinhos (preferindo a instabilidade a fazer acordos com a direita do CHEGA) e a total ineptidão para remarem juntos para o mesmo lado (governos de combate em vez de governos de reforma). Para que servem afinal, se não trabalham pelo desenvolvimento de Portugal e nem se unem para derrubar o socialismo que destrói tudo em que toca? São inúteis. O CHEGA continuará a crescer. É uma questão de sobrevivência.                   João FlorianoRaul Silva: Nem é preciso. Basta olhar. Está-lhes a ser comunicado o que devem dizer. Já era mau antes de 10 de março. Agora está bem pior porque temos a esquerda ressabiada e numa fúria mais ou menos contida. A esta esquerda juntam-se os comentadores da AD cujo único objectivo é atacar o CHEGA. Com raras excepções onde incluo Helena Matos e J. Marques de Almeida, o comentário televisivo é puro lixo.              João Queiroz e Lima: Sem as “linhas vermelhas”, talvez pudesse ter havido uma organização das direitas para exercer um mandato reformista durante a legislatura. É aqui que está a questão: Talvez... Como o Ventura provou na eleição do PAR, estabilidade não seria possível numa coligação em que Ventura, como fez antes e durante a campanha, fez de tudo para manchar, denegrir, rebaixar se sobrepor e até tentar mandar no seu potencial maior aliado. Quem achasse que o Chega, liderado por Ventura, permitiria uma coligação estável, sonha. Não há linhas vermelhas. Há um governo como o povo pediu. Minoritário que tem de se esforçar para encontrar as convergências necessárias para governar. A estratégia de Montenegro para a corrupção é a única que pode dar reformas estáveis. Um governo estável que faça reformas sem consenso não permite estabilidade de longo prazo nenhuma. Outro governo que discorde das reformas, com maioria absoluta, reverte-as. Nós não precisamos de estabilidade governativa, precisamos de governos que tenham de prestar contas à todos os partidos para que as reformas saiam bem feitas.          maria santos > Carlos Dias: Meu caro Carlos Dias, boas tardes. Mas nem sequer tentar a estruturação de uma liderança parlamentar das direitas? Nem sequer tentar a concordância prática das direitas no domínio das políticas públicas face ao descalabro dos serviços públicos socialistas? Montenegro não tentou a liderança das direitas porquê? Porque não tem competência para o efeito? Falta-lhe autoridade e convicção no seu campo social democrata face à direita conservadora? Anda na política a fazer o quê? Antes de receber uma maioria já estava a dizer que "não é não" Salvo o devido respeito pelo seu entendimento contrário, creio que este senhor é um derrotado à partida. Pela minha parte, é lastimável que o PSD não lidere a mudança expressa pelos votos.             Sérgio > pedro dragone: O dragone deve ter ficado pela 4a classe pois não sabe fazer contas!!             Joaquim Rodrigues: Oh Senhor Rui Ramos. Vai ter que nos explicar, a mim e à generalidade dos indígenas, qual é o Programa Reformista do Chega. Eu, até à data, ainda só consegui ver "estatismo e centralismo" no Chega. Isto no País menos "liberal" e mais “centralizado” da União Europeia! Explique lá isso Sr. Rui Ramos.

Quais são as “Grandes Reformas “que o Chega propõe? Quais são? Eu não as conheço. Diga lá o Sr. Rui Ramos quais são. Eu tenho a certeza que, no dia em que o Chega apresente as “Reformas” que considere prioritárias, a AD, estará disponível para as discutir e concretizar. Ou o Chega só revela as Reformas que pretende se tiver Ministros no Governo? Como sabe, Sr. Rui Ramos, em matéria de Governação, o essencial são as “Políticas” não é o nome dos Ministros. O que se exige do próximo Governo da AD, Sr. Rui Ramos, é muito diálogo e negociação com o Chega para concretização das Reformas que o País necessita.                    António Soares: Infelizmente o Chega (Ventura) não quer reformas nenhumas no plano económico. Quer alcançar o poder a todo o custo. Caso a AD e o Chega, fizessem um qualquer acordo, o Ventura ia exigir o impossível e na primeira oportunidade tiraria o tapete a Montenegro e fazia cair o governo, culpando a AD por todos os males. Já na última campanha se viu o carácter de Ventura, quando culpou PPC pelo congelamento de carreiras na FP e pelos cortes nos salários e pensões. Não teve o menor pejo em morder a mão que lhe deu de comer.              João Floriano > Pedra Nussapato: Bom dia Pedra. Creio estar a referir-se ao tal logotipo que ontem Daniel Oliveira elevava aos píncaros de obra-prima. Não consigo perceber como um quadrado verde seguido por um círculo amarelo e um rectângulo vermelho pode ser considerado assim uma peça de genialidade pelo qual tivemos de pagar 75.000 euros. Mas posso descansá-lo sobre o facto de o eleitorado do CHEGA não se deixar enganar com tão pouco.                    Maria Cordes > Alfaiate Tuga: Não digo que o senhor não tenha razão, mas acho que o país tem de consultar o Zandinga para realmente saber o que iria o Chega fazer, porque com tanto ataque e epítetos, até agora ninguém deixou o Chega falar. Quanto a promessas, todos prometeram tudo, especialmente o PS que deixa o país num imbróglio, de que não há memória.      Maria Soares: Na mouche!               Rui Carvalho > Américo Silva: Tranquilo, o Ventura será 1 ministro mais depressa do que pensa. :)     José Carvalho: É de facto como afirma Rui Ramos: "Que se lixem as reformas" dizem os partidos que as podem fazer e não fazem, como o PSD. O que é o mesmo que dizer "Que se lixe o País":                  Carlos Quartel: Pessimismo injustificado, penso. Montenegro sente necessidade de esclarecer hierarquias, enquanto mais votado, e Ventura precisa de se acalmar, abandonar o discurso da chantagem e do afrontamento e arranjar canais discretos de negociação. Isto se puser os interesses nacionais acima das suas tácticas de crescimento. Fazendo do PSD o seu inimigo e pretendendo crescer à sua custa, então a instabilidade está servida. Nem reformas, nem governação....

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