É do que o país mais precisa – a começar
pela do Ensino que teria repercussão em tudo o resto. Duvido, todavia. É
nosso fado, não irmos longe no Ensino. Só o fomos mesmo nos mares, mas já
passou.
Quanto aos comentários, muita descrença
parece existir por cá, a respeito das competências e intenções de Luís Montenegro e seu governo. Eu quero acreditar nas gentes que o compõem, todavia,
apesar dos requintes de insignificância a ele atribuível, traduzindo tanto de
vileza, nessa certeza malévola sobre o novo governo, que só aponta para a nossa
própria vileza desestabilizadora. Felizmente não genérica.
Que se lixem as reformas
As “linhas vermelhas” reduziram o que poderia ter sido um grande
mandato reformista, a um jogo pré-eleitoral em que ninguém tem interesse em se
entender.
RUI RAMOS, Colunista do Observador
OBSERVADOR, 05
abr. 2024, 00:20141
O
Partido Socialista perdeu as eleições, mas o Partido Socialista não perdeu as
eleições. Sim, é uma contradição. Deixem-me explicar. O Partido Socialista
perdeu as eleições porque desceu de 41% para 28% da votação. Ao fim de oito
anos no governo, caiu do cimo de uma maioria absoluta após meses de governação
instável e no meio do colapso dos serviços públicos, que em 2015 dissera ter
vindo salvar. A esquerda, em nome da qual o PS governou, foi
rejeitada pelo país, e passou a ter no parlamento a expressão mais reduzida
desde 1991. A derrota, deste ponto de vista, não podia ser maior: o país mudou, e o PS e a esquerda ficaram
para trás.
Mas o Partido Socialista não perdeu as eleições porque, desde que a
direita se tornou plural em 2019, o PS conseguiu levar o PSD a cercar-se de “linhas
vermelhas”, de modo que em vez de enfrentar uma grande maioria reformista, o PS
e a demais esquerda formam afinal um dos “três blocos” em que está dividido o
parlamento, e são até o maior. Deste
ponto de vista, a derrota não podia ser mais relativa: o país não mudou, apenas
se complicou, e o PS e a esquerda continuam em jogo.
Eis a diferença que faz a esquerda ter o
poder político e cultural necessário para determinar o que, à direita, é ou não
é aceitável. Sem as “linhas vermelhas”, talvez pudesse ter havido uma
organização das direitas para exercer um mandato reformista durante a
legislatura. Neste momento, estaríamos a discutir por onde iriam
começar as reformas, e o PS andaria a preparar-se para pelo menos quatro anos
de oposição. Mas com as “linhas
vermelhas”, temos “três blocos”, todos convencidos de que podem melhorar os
seus resultados em novas eleições, e sem qualquer interesse em se entenderem.
Ouçam os comentadores e leiam os colunistas: ninguém fala de reformas, e todos falam do que cada partido pode ou
deve fazer para ganhar o campeonato. Toda a gente, do governo à oposição, está
em modo de “combate”. Entrámos num tempo que será sempre pré-eleitoral, mesmo
no período em que o presidente não puder dissolver o parlamento.
É, portanto, inútil esperar qualquer
governação reformista. O PSD teve
um resultado medíocre, mas é a primeira vez desde 1991 que chega ao governo sem
precisar de congelar carreiras e cortar pensões. Tem perante
si, devido às “linhas vermelhas”, um Chega convicto de que pode crescer se
colar o PSD ao PS, e um PS persuadido de que pode recuperar o poder se colar o
PSD ao Chega. Bem podem os patriotas recomendar ao PSD que se
gaste a tentar passar, em minoria, reformas controversas, como todas as
reformas. Os habilidosos dir-lhe-ão
que faça como o PS fazia: use o orçamento para saciar funcionários e
pensionistas, e depois leve a oposição a derrubar o governo. Reformar
significa devolver recursos à sociedade civil, não só porque os indivíduos os
usarão mais produtivamente do que o Estado, mas porque famílias e comunidades
autónomas são essenciais à democracia. Nenhum “governo de combate” pode, porém,
prescindir de recursos, perder influência, diminuir o seu poder. Em guerra,
ninguém abdica de armamento.
Um dia, por causa das reformas, um
primeiro-ministro disse “que se lixem as eleições”. Aos actuais governantes, por causa de
eleições que podem chegar a qualquer momento, talvez só lhes reste dizer
“que se lixem as reformas”. A divisão do que poderia ter sido uma
maioria reformista, através das “linhas vermelhas”, deixou tudo no ar, e matou
por isso o reformismo. Todos os partidos vão ser tentados a jogar duramente,
como se viu na eleição da mesa da Assembleia da República ou na tomada de posse
do governo, boicotada pela esquerda. Não lhes devemos desejar boa sorte a eles,
mas ao país.
COMENTÁRIOS (de 141)
Alexandra Ferraz: Com o passar dos anos o «complexo de esquerda» ir-se-á
esbatendo e a onda política que vem virando a Europa à direita levará a que as
linhas vermelhas percam sentido. Wishful thinking? Não! O Rui Ramos, como
excelente historiador que é, sabe bem que o mundo e a sua história são
compostos de mudança... Só temos de ser pacientes. Mais um belíssimo artigo com
que nos brindou. Muitíssimo obrigada!!!
Tim do A: Ninguém
entende o PSD de Montenegro. Não se entende isto. É uma desilusão. Uma
irresponsabilidade. Uma infantilidade o PSD ter caído na armadilha de Costa. O
PS manda, o PSD obedece. Paulo
J Silva: O poder que a
esquerda tem através das pessoas que colocou em áreas-chave, que são muitas e
não substituíveis com a mudança do poder, permitem-lhe controlar grande parte
do aparelho do Estado. Mesmo que a AD
tivesse feito uma coligação de governo com o Chega seria muito duro avançar com
reformas. Com as linhas vermelhas, em que LM se deixou enredar, o PS mantém
o controlo do Estado. Estamos assim num período de transição para uma nova
era de governo do PS. A oportunidade perdida vai sair muito caro ao PSD Vítor
Araújo: Exactamente.
Estamos todos reféns do trambolhão dado por um político inábil, numa linha
vermelha que lhe foi atirada para os pés pela velha e experiente raposa de
esquerda. Jorge Carvalho: Não esquecer a entrevista dada por António Costa à
Rádio Renascença em 4 de Abril de 2017 : António Costa em entrevista: “A
expressão 'reformas estruturais' arrepia-me". O que arrepia é como há
gente a votar num vendedor de banha da cobra. Fernando CE: De acordo. Já chega de socialismo. O PSD não tem
amor-próprio, não se lembra da humilhação constante a que foi sujeito durante
os governos do Costa. Alfaiate Tuga: Caro Rui Ramos, o senhor ainda não percebeu que das
duas uma, ou o Chega aldrabou quem votou nele, ou então não é um partido de
direita, pelo menos na economia. Durante a campanha eleitoral o Chega
defendeu distribuição generalizada de dinheiro por todas as corporações
relevantes dependentes do estado, aos pensionistas chegou a prometer pensão
igual ao salário mínimo até ao fim da legislatura. O chega diz que quer manter
a TAP na esfera publica, nunca ouvi o chega a falar em privatizar transportes
públicos, na saúde só fala em dar mais dinheiro aos profissionais de saúde,
etc,etc. Aliás, uma parte dos votantes do chega são pessoas que até ao seu
aparecimento votavam à esquerda , sim sim, o PS , PCP, perderam muitos votos
para o Chega. O Chega é um partido populista, só faria acordos com o PSD
naquilo que sabe não o prejudicar eleitoralmente, logo nunca faria um acordo
com o PSD para reformar o Estado, pois está farto de saber que isso ia contra o
interesse de uma boa parte dos que votaram nele. Não é a toa que o Ventura está
sempre a dizer que aprova um orçamento rectificativo, pudera, é para distribuir
dinheiro e ficar bem na fotografia…Depois quando chegasse a parte da reforma do
Estado, o Chega saltava fora, fazia cair o governo, e ia para eleições prometer
tudo a todos outra vez, mas com o argumento de que tinha sido ele a obrigar o
governo a distribuir dinheiro, pois tinha negociado o rectificativo com essa
condição. Os eleitores vão ter agora hipótese de ver em que reformas o chega
está interessado, basta esperar para ver que propostas apresentam na assembleia
da república e como votam as propostas dos outros….Se estão à espera do Chega
para reformar o estado, podem esperar deitados… Eduardo
Cunha: Excelente crónica. João Ramos: Como eu sempre disse o tal “não é não” ou as tais
“linhas vermelhas”, ou como quiserem chamar-lhes foi o maior erro praticado
pela “direita” (Montenegro) desde que há democracia, pois colocou o país numa
situação incomportável quando tinha tudo para ser exactamente o contrário, aqui
a habilidade foi da esquerda que assim tem a esperança de rapidamente voltar ao
poder e isto por pura inabilidade e ingenuidade de Montenegro e do actual PSD
que foram completamente manobrados, o que torna o Chega a única esperança para
a direita… João Floriano:
Não vai haver um tempo de reformas. O que
vai haver é um tempo de oposições no parlamento. Montenegro não vai conseguir
dialogar nem reformar. Se dialogar com o PS e com a extrema-esquerda que por
sinal parece não querer conversas com ele, o CHEGA vai acusá-lo de se colar ao
PS e à esquerda, e não andará longe da verdade porque Montenegro já por duas
vezes sinaliza a esquerda como parceiro de diálogo. quando entrou em acordo com
PNS para eleger Aguiar Branco e quando se dirigiu a PNS como líder da oposição
no discurso de posse. No dia seguinte PNS encarregou-se de meter os pingos nos
iis, de uma modo que me pareceu aviltante (finalmente tive tempo de ir ao
dicionário) para Montenegro. Se por outro lado, este se voltar para a direita
para estabelecer pontes, vai ser acusado de faltar à palavra dada. Montenegro
vai andar de um lado para o outro, de lá para cá, acordando todos os dias a
pensar no que lhe irá acontecer. Foi anunciado que a primeira visita ao
estrangeiro será aqui a Espanha, o que me parece muito acertado e oportuno.
Montenegro vai sossegar Pedro Sanchez e os seus amigos esquerdistas,
explicando-lhe que está apenas a ocupar o lugar de PNS enquanto este foi á casa
de banho, como acontecia nos bailes de antigamente. Logo que o PS quiser
voltar, Montenegro cede-lhe o lugar. Que se lixem as reformas, que se lixem
os eleitores, que se lixe o país! Sugiro a leitura da crónica bem intencionada
de Mafalda Pratas como complemento da de Rui Ramos. Rosa
Silvestre > Paulo
J Silva: A oportunidade perdida vai sair cara ao país. Pedro: Excelente artigo, as estúpidas
"linhas vermelhas" acabarão por dinamitar o PSD e, eventualmente, o
país. observador censurado: Excelente artigo. Recentemente, Francisco
Balsemão disse que “há lugar para dois
grandes partidos”: https://observador.pt/2023/06/23/balsemao-deixa-aviso-a-montenegro-sobre-chega-psd-nao-se-pode-encostar-a-extrema-direita/ Assim, os últimos 30 anos, em
geral, foram de grande acalmia. Porquê o Partido Socialista (PS) e o Partido
Socialista Dois (PSD) haviam de andar a “guerrear” se há lugar para dois’ Enquanto
um estava a distribuir cargos no governo, o outro colocava o avental e
distribuía tachos: um observatório, um instituto público, uma empresa pública,
uma empresa municipal. E se fosse preciso mais algum tacho, havia o verbo
“criar”. Agora, apareceu a “nova” terminologia: “fascista”, “xenófobo”,
“racista”, “deplorável”. O bolo só chega para dois. É indiferente se o terceiro
quer tirar parte do bolo aos outros dois para comer ou para devolvê-lo aos
contribuintes. mj martins: Montenegro ao hostilizar o Chega julgou tornar-se para
a esquerda como "um dos nossos" governando com a
sua simpatia e tolerância. De tão inábil conseguiu apenas que tanto a esquerda
como a restante direita lhe façam negaças. Sérgio: Excelente, como sempre! Só
mesmo um politiqueiro idiota frouxo e fraquinho e sem um mínimo de
personalidade para aceitar que lhe tenham imposto e cair no EMBUSTE das
"linhas vermelhas e cercas sanitárias".... Maria Cordes: Quem ficou lixado foi o país.
Que ascendente tem a esquerda sobre um país, para se ter dado ao luxo de dar
ordens e fazer linhas vermelhas sobre um partido, e ser diligentemente
obedecida. Lembra a ordem da mãezinha para o filhinho, com aquele menino não
brincas, é mau aluno e não é da nossa condição social. Parem de dizer
disparates sobre o Chega, tem gente estupenda e também terá gente dispensável,
AV saberá escolher o trigo do joio.
Rui Carvalho: Uma boa anaálise com um erro, um partido tentou um
entendimento à direita, o PSD não quis, não queiram culpar o Chega por não
existir um governo para 4 anos ou pelo que se vai seguir, as pessoas não são
burras e sabem bem quem não quis estabilidade para esta legislatura. Joaquim Almeida: É o maravilhoso triunfo de um
tolo "não é não". Montenegro não enxergou onde estavam e ainda estão
os vencedores todos, todos, todos - como papagueou ele, talvez sem saber aquilo
que estava a dizer... Carlos
Medeiros: Meu Caro historiador e jornalista Rui Ramos, sabe bem que na AR,
exceptuando cinquenta deputados, todo o restante é assumidamente de esquerda
sem nenhum tipo de dúvida. O PC é estalinista convicto, o PS é trotskista
tardio e o PSD é um marxista mal compreendido e branqueado pela lixívia do 25A.
Claro que as linhas vermelhas fazem todo, mas todo o sentido até mesmo pela
cor. Linhas Vermelhas! João
Floriano > Carlos
Quartel: Agora a culpa de não haver reformas é do CHEGA? E qual o motivo de as
conversações com o CHEGA terem de ser mantidas em segredo? Se o CHEGA pretende
crescer á custa do PSD e do CDS, o facto é que esses partidos pretendem
reforçar-se ( o PSD) e ressuscitar ( o CDS) à custa de repescar eleitorado que se
passou para o CHEGA desiludido com a direita envergonhada e a direita fofinha e
inócua representada por esses partidos e que são usados pela extrema esquerda
como razão da sua existência. Contra quem iriam os extremistas de esquerda
vociferar se não houvesse esta direita dócil que se deixa conduzir pela arreata
e que fica nos estábulos delimitados pela linhas vermelhas? Como iriam afirmar
a sua bacoca e ridícula autoridade moral? Hugo
Silva > joao
ferreira: O CH e o PS aliados? que
idiotice Rodrigo
Carvalho > Pedro
Ferreira: Qual acordo,
Pedro Ferreira? Então não ouviu dizer que "não é não"? Não houve
qualquer acordo... Carminda
Damiao: É lamentável
que o PSD se deixasse enrolar pelas linhas vermelhas da esquerda e agora,
apesar da maioria de direita, está completamente manietado. Por 8175: Dois pontos de que discordo (por uma vez) de Rui Ramos: 1 - O PSD não é de direita - basta ler o programa do
partido, e ver como pouco ou nada o distingue do programa do PS. 2 -
Não poderemos nunca esperar que o PSD implemente qualquer reforma que reduza o
peso do estado Rui
Carvalho > Pedro
Ferreira: Fez? Rangel
desmentiu, Hugo Soares desmentiu, Nuno Melo desmentiu? Se não existia acordo
como não cumpriu? João
Amorim: Está tudo dito aqui, em meia dúzia de
linhas Hugo
SilvaGraciete
Madeira: Só confunde
quem não está esclarecido ou tem palas... maria
santos: É verdade
que o PS se posiciona abertamente para continuar a ter o poder político e
cultural de determinar o que é ou não aceitável à direita, impondo os seus
interesses e mantendo o comando. As
"linhas vermelhas" foram uma arma eficaz até hoje: a calúnia, o
menosprezo, denegrir, denegrir sempre é a
palavra de ordem socialista. Não basta subir os ordenados e pensões para
credibilizar os serviços do Estado, são necessárias novas políticas públicas e
dar espaço à iniciativa privada para o desenvolvimento económico, sem o garrote
fiscal sobre os rendimentos do trabalho e a propriedade em favor do Estado
socialista. A médio prazo, inviabilizando a concretização da mudança à direita,
as "linhas vermelhas" serão a corda da forca promovida pelo PS. José Rego: Excelente (mais uma vez). Era para isto que queriam
governar?! Só para ter o poder sem fazer nada de significativo? Se se vão
amarrar ao PS nada mudará, qualquer ímpeto reformista que pudessem ter será
cortado pelo PS, o partido mais anti reformista, imobilista, defensor acérrimo
do status quo( porque dele tem sido o maior beneficiado), além de podre e
corrupto. Existe uma maioria histórica de direita, um chega com vontade de
reformar radicalmente o país, só precisa de um sinal mínimo do psd/ad. O psd em
vez de usar inteligentemente o chega e iniciar de imediato as reformas de que o
país precisa vai desperdiçar esta maioria histórica. Em vez de pensar em
Políticas só pensa em politiquice. Uma tristeza e ( mais ) uma oportunidade
perdida. Ana Luís
da SilvaCarlos
Quartel: “Canais discretos de negociação”? A que
propósito? A AD estabelece as “linhas vermelhas” ofensivas e o CHEGA é que tem
que ser “discreto” a bem do país? Se a AD quer fazer acordos com o CHEGA, que
assuma a responsabilidade pelas próprias escolhas. Faça um acto de
arrependimento, retrate-se e trate com respeito o CHEGA e o seu
eleitorado. bento
guerra: 50 deputados
em 230 é como se não contassem ,para os "guardiães" do sistema, Quando
precisarem de contar assentos, vão ter de se arranjar entre eles Rosa
Silvestre > Carlos
Quartel: Porque é que
as negociações com o Chega têm que ser por canais discretos e com o PS podem
ser claras e feitas à luz d o dia? Não será isso enganar as pessoas? Pombo Tostado: O problema está no facto de, dos três blocos referidos,
dois, o PS e o Chega serem do mais conservador que existe na defesa do peso do Estado
na vida do país. Nunca esses dois partidos vão querer afrontar a sua base
eleitoral muito assente nas reformas e subsídios. Isto para nem falar de falta
de garantias que qualquer um dos respectivos líderes dá em termos de palavra
dada... Carlos
Dias > maria
santos: Eu percebo o
que diz e também não aceito linhas vermelhas e não considero o chega um bicho
papão O problema é a falta de ideias e a manifesta incapacidade de fazer ou
respeitar compromissos e palavra dada que o chega e o seu líder evidenciam com
provas dadas. Carlos
Dias: Rui Ramos tem
razão mas Será que uma maioria de direita apoiada pelo chega poderia ser
reformista? Será que um partido populista liderado por um cata-vento sem
palavra apoiaria reformas necessárias mas bastante impopulares? Tenho as
maiores dúvidas que durasse 4 anos Talvez seja melhor assim? Vitor Dias: Ao contrário de PPC, Montenegro não compreende os
portugueses. Se eles dizem, à direita, ele teima, ao centro. A esquerda esfrega
as mãos, uma vez mais, a retórica martelada ao limite conseguiu penetrar o
espírito social democrático, levando ao suicídio colectivo uma massa de 1,8.
Milhões de portugueses. Lamentável. Raul
Silva: Vou abordar um
assunto que nunca foi comentado nos "Mídia". As tvs têm "comentadeiros"
que deviam ser imediatamente despedidos, isto por que não são capazes de fazer
um único comentário sem terem o telemóvel ou a tablete na sua frente. São
poucos que o fazem sem estes instrumentes. Qual a razão da sua utilização?...
Unicamente isto: fazerem o alinhamento das suas mensagens que na maioria são
pressupostos ou desinformação. E não digo mais... João
Ramos: Esta atitude
de Montenegro é uma enorme oportunidade perdida para pôr o país no rumo certo e
fazer a esquerda baixar a “cabeça”, agora é exactamente o contrário… Hugo
Silva > Jorge
Pereira: Pensava eu que
as eleições tinham sido para eleger deputados afinal eram um referendo à
popularidade do André Ventura. Já se percebeu que o Lúcio Monteiro sacou mais
um alter ego, o sr. Javardo
Alexandre Barreira: Pois.
Caro RR, E resumindo......só mudam as
moscas....!!! joao
lemos: tem toda a
razão. governem e entendam-se com o Chega como o PS se entendeu com toda a esquerda
revolucionária anti-Europa, anti-Nato etc a esquerda está desesperada porque
tem um enxame de gente sem emprego a bater-lhe à porta. governem e ponto. mesmo
no equilibrismo tenham presente que o Governo para cair será preciso uma
coligação negativa de votos conjuntos do PS e Chega . nem o PS se atreve a
votar junto com o Chega , nem o Chega se atreve a votar junto com o PS. se o
fizerem , tranquilizem-se, porque a acontecer o Povo não lhes perdoará. Rodrigo
Carvalho > Pedro
Ferreira: E além disso
o PSD não é de direita. É um partido constituído por católicos ditos sociais-democratas
(v.g. Cavaco Silva) que, para se armar em diferente, na Europa alinha com os
democratas cristãos e integra o PPE... Sempre foi um partido algo bipolar que,
apesar de tudo e porque precisava, não enjeitava a direita e tinha algum
respeito por ela e dela recolhia a grande maioria dos votos. Com o sr. Rio, que
foi um bom Presidente da CMP na minha opinião e um ainda melhor "Vice
PM" de Costa, e com o "seboso" dono do "Espesso" no
"backstage" a mandar bitaites, o partido perdeu o respeito pelos seus
eleitores mais direitistas (como eu) e, por mim falo e já o afirmei
publicamente, mandei-o "à mãe" nessa altura e ainda não me
arrependi... O que faz pena é o pessoal ainda não ter percebido (sobretudo o
mais à destra) que a grande e fundamental reforma estrutural que Portugal
precisa é colocar a esquerda na oposição por muitos e bons anos e enquanto isso
não for assumido/assimilado/compreendido não iremos lá... Vitor
Batista > Pedra
Nussapato: Who knows? será
que a AD não poderia ter maioria absoluta sem linhas vermelhas? uns vêem o copo
meio vazio, eu vejo o copo meio cheio, estamos num impasse. Carlos Chaves: O Rui Ramos está absolutamente correcto nesta sua
opinião, o PS e a esquerda não perderam as eleições, basta ver a pouca vergonha
que se passa na comunicação social! Até o Vieira da Silva (com ajuda do Ângelo
Correia) e o Ferro Rodrigues foram buscar ao baú dos populistas! Estes sim
verdadeiros populistas apaparicados pela comunicação social! A esperança é que
mesmo com estes incompreensíveis comportamentos o povo Português mandou-os
passear, assim a continuar numas próximas eleições o povo Português vai
mandá-los bugiar! Sem grandes reformas estruturais, impossíveis de fazer devido
à estratégia errada do PSD, o país continuará a definhar e os Portugueses não
sentirão a diferença entre PS e PSD (AD). Será mais do que óbvio quem sairá
vencedor, mesmo com a comunicação social em peso contra a única alternativa
possível – o CHEGA! E isto apesar de ser muito discutível se o CHEGA é
realmente um partido de direita, pois o seu lado estatista não difere muito do
que o PS e a esquerda defendem. Ou seja, também não será por aqui que as
necessárias reformas verão a luz do dia! Joao Cadete: Pode até acontecer o que aqui está escrito mas... o
governo só agora é que está a começar e já estão a cortar os pulsos?? Sérgio
> maria
santos: Não descarte
uma vitória do Chega.... Carlos
Dias > Carlos
Dias: Eu estou farto do PS e apoio todas as
forças políticas que promovam a emancipação da sociedade e dos cidadãos face ao
estado paternalista e sectário que temos Não encontro no chega qualquer
proposta de relevo que nos leve nesse sentido Em termos de economia parece
ainda pior que o PS pronouncer * Se não fosse aquilo a que chama 'linhas
vermelhas', mas que se trata apenas de apego ao caráter da social democracia,
era Pedro Santos e o PS que estariam agora a formar governo e, com alguma
corte, com uma maioria de esquerda no parlamento. Ora bem, eu não tenho
saudades nenhumas desse tempo.
Carlos Real: Perante
os resultados eleitorais sempre disse que o PS é que tem a chave do cofre. Só
quando o PS quiser é que teremos novas eleições. O problema é que uma hipotética
aliança PSD Chega não iria nunca reformar nada de nada. Qual destes partidos
quer diminuir o peso do Estado? Quem quer acabar com as progressões automáticas?
Quem quer admitir a possibilidade de despedir um mau funcionário? Quem quer
impor chefias a sério? Ninguém quer. Este é o drama lusitano. Reformas são
apenas palavras. Ninguém tem coragem de mexer nos interesses instalados. Até a
IL tem medo de falar claro. Todos estão apenas interessados no votinho. Portugal
vai continuar com os privilegiados do costume. Os funcionários públicos
acreditam tanto no público, que criaram a ADSE, ou seja vão ao privado sempre
que querem. Eu não me importava de descontar 3% e ter saúde privada sem as
limitações de plafonds das seguradoras. Em Portugal os políticos são uns
papagaios que nada fazem. Limitam-se a gastar o dinheiro europeu. Não é por
acaso que vemos tantas obrinhas com o PRR. As câmaras não têm um tostão furado
para investimentos. Gastam 80% em salários com gente em triplicado. Até para
substituir as tubagens da água precisam de recorrer aos fundos europeus. Quando
a Alemanha deixar de derreter os fundos com os latinos, nem um euro temos para
tapar os buracos. De mão estendida não nos safamos. Nem vergonha temos, de
sermos uns eternos pedintes.
Ana Luís da Silva: Vivemos
numa “partidocracia” a que corresponde o eufemismo “democracia representativa
”. São os partidos que mandam. Ora, todas as coisas têm uma finalidade, e todas
as instituições políticas uma função bem precisa. Há muito que os partidos
políticos perderam de vista que se existem é para servirem a comunidade nacional e
desempenharem as funções legislativa e executiva com esse objectivo. Ao invés,
obedecem aos próprios interesses e agendas e emperram o desenvolvimento do país
com a sua falta de visão (não vê a AD que só está a marcar passo e a dar azo a
que os socialistas se reorganizem?), os seus calculismos mesquinhos (preferindo
a instabilidade a fazer acordos com a direita do CHEGA) e a total ineptidão
para remarem juntos para o mesmo lado (governos de combate em vez de
governos de reforma). Para que servem afinal, se não trabalham pelo
desenvolvimento de Portugal e nem se unem para derrubar o socialismo que
destrói tudo em que toca? São inúteis. O CHEGA continuará a crescer. É uma
questão de sobrevivência.
João FlorianoRaul Silva: Nem é preciso. Basta olhar. Está-lhes a ser comunicado o que devem dizer.
Já era mau antes de 10 de março. Agora está bem pior porque temos a esquerda
ressabiada e numa fúria mais ou menos contida. A esta esquerda juntam-se os
comentadores da AD cujo único objectivo é atacar o CHEGA. Com raras excepções
onde incluo Helena Matos e J. Marques de Almeida, o comentário televisivo é
puro lixo. João
Queiroz e Lima: Sem as “linhas vermelhas”, talvez pudesse ter havido uma organização das
direitas para exercer um mandato reformista durante a legislatura. É aqui que
está a questão: Talvez... Como o Ventura provou na eleição do PAR, estabilidade
não seria possível numa coligação em que Ventura, como fez antes e durante a
campanha, fez de tudo para manchar, denegrir, rebaixar se sobrepor e até tentar
mandar no seu potencial maior aliado. Quem achasse que o Chega, liderado por
Ventura, permitiria uma coligação estável, sonha. Não há linhas vermelhas. Há
um governo como o povo pediu. Minoritário que tem de se esforçar para encontrar
as convergências necessárias para governar. A estratégia de Montenegro
para a corrupção é a única que pode dar reformas estáveis. Um governo estável
que faça reformas sem consenso não permite estabilidade de longo prazo nenhuma.
Outro governo que discorde das reformas, com maioria absoluta, reverte-as. Nós
não precisamos de estabilidade governativa, precisamos de governos que tenham
de prestar contas à todos os partidos para que as reformas saiam bem feitas. maria santos > Carlos
Dias: Meu caro
Carlos Dias, boas tardes. Mas nem sequer tentar a estruturação de uma liderança parlamentar das direitas? Nem sequer tentar a concordância prática das direitas no domínio das políticas
públicas face ao descalabro dos serviços públicos socialistas? Montenegro
não tentou a liderança das direitas porquê? Porque não tem competência para o
efeito? Falta-lhe autoridade e convicção no seu campo social democrata face à
direita conservadora? Anda na política a fazer o quê? Antes de receber uma
maioria já estava a dizer que "não é não" Salvo o devido respeito
pelo seu entendimento contrário, creio que este senhor é um derrotado à
partida. Pela minha parte, é lastimável que o PSD não lidere a mudança expressa
pelos votos. Sérgio
> pedro
dragone: O dragone
deve ter ficado pela 4a classe pois não sabe fazer contas!! Joaquim
Rodrigues: Oh Senhor Rui Ramos. Vai ter que nos explicar, a mim e à generalidade dos
indígenas, qual é o Programa Reformista do Chega. Eu, até à data, ainda só consegui ver "estatismo e
centralismo" no Chega. Isto no País
menos "liberal" e mais “centralizado” da União Europeia! Explique lá isso Sr. Rui Ramos.
Quais
são as “Grandes Reformas “que o Chega propõe? Quais são? Eu não as conheço. Diga
lá o Sr. Rui Ramos quais são. Eu tenho a certeza que, no dia em que o Chega
apresente as “Reformas” que considere prioritárias, a AD, estará disponível
para as discutir e concretizar. Ou o Chega só revela as Reformas que pretende
se tiver Ministros no Governo? Como sabe, Sr. Rui Ramos, em matéria de
Governação, o essencial são as “Políticas” não é o nome dos Ministros. O que se
exige do próximo Governo da AD, Sr. Rui Ramos, é muito diálogo e negociação com
o Chega para concretização das Reformas que o País necessita. António
Soares: Infelizmente o Chega (Ventura) não quer reformas nenhumas no plano económico. Quer alcançar o poder a todo o custo. Caso a AD e o
Chega, fizessem um qualquer acordo, o Ventura ia exigir o impossível e na
primeira oportunidade tiraria o tapete a Montenegro e fazia cair o governo,
culpando a AD por todos os males. Já na última campanha se viu o carácter de Ventura,
quando culpou PPC pelo congelamento de carreiras na FP e pelos cortes nos
salários e pensões. Não teve o menor pejo em morder a mão que lhe deu de comer. João
Floriano > Pedra
Nussapato: Bom dia Pedra. Creio estar a referir-se ao tal logotipo que ontem Daniel Oliveira
elevava aos píncaros de obra-prima. Não consigo perceber como um quadrado verde
seguido por um círculo amarelo e um rectângulo vermelho pode ser considerado
assim uma peça de genialidade pelo qual tivemos de pagar 75.000 euros. Mas
posso descansá-lo sobre o facto de o eleitorado do CHEGA não se deixar enganar
com tão pouco. Maria
Cordes > Alfaiate
Tuga: Não digo que o senhor não tenha
razão, mas acho que o país tem de consultar o Zandinga para realmente saber o
que iria o Chega fazer, porque com tanto ataque e epítetos, até agora ninguém
deixou o Chega falar. Quanto a promessas, todos prometeram tudo, especialmente
o PS que deixa o país num imbróglio, de que não há memória. Maria Soares: Na mouche! Rui Carvalho > Américo
Silva: Tranquilo, o Ventura será 1 ministro mais depressa do
que pensa. :) José
Carvalho: É de facto
como afirma Rui Ramos: "Que se lixem as reformas" dizem os partidos
que as podem fazer e não fazem, como o PSD. O que é o mesmo que dizer "Que
se lixe o País": Carlos
Quartel: Pessimismo
injustificado, penso. Montenegro sente necessidade de esclarecer hierarquias,
enquanto mais votado, e Ventura precisa de se acalmar, abandonar o discurso da
chantagem e do afrontamento e arranjar canais discretos de negociação. Isto se puser os interesses nacionais acima das suas
tácticas de crescimento. Fazendo
do PSD o seu inimigo e pretendendo crescer à sua custa, então a instabilidade
está servida. Nem reformas, nem governação....
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