sábado, 20 de abril de 2024

Mas não é o país inteiro


Que deseja ouvir a verdade. Porque o país inteiro continua a apoiar a Comunicação Social que se revolve nos temas de sempre – as mentiras dos que governam. Quem governa, mente. Forçosamente - e os de agora já estão sendo acusados disso, pela oposição da verdade trovejante. Exactamente o mesmo que acontecera antes - e não diremos que sem razão disso, na altura, a começar pelo governo em si, que, tendo perdido as eleições, achou meio, morosamente embora - para fingir que matutava sobre se haveria de se propor – de formar a sua geringonça com o apoio da sua esquerda - sinistra, se poderia afirmar com pertinência etimológica. Estes de hoje, em singular desafio apalermado, singram pelo mesmo caminho de medidas atacáveis – porque lhes falta o quorum contra a gritaria imediata dos que amam gritar, também para destaque da virtude própria, exaustivamente captada pela CS, que se desunha a afirmar-se do mesmo modo… Política de fofoca sempre, comentários e comentadores fofoqueiros, é nosso fado.

Um governo preso e um homem livre

Passos Coelho é, entre os políticos portugueses, o mais livre de todos: é o único, com o professor Cavaco Silva, que não dá para o peditório da política de simulacro.

RUI RAMOS, Colunista do Observador

OBSERVADOR, 19 abr. 2024, 00:2087

Nos últimos dias, assistimos a um curioso contraste: as oposições e a imprensa perguntaram ao governo a quanto montava, exactamente, o alívio do IRS, e o governo nada disse, ou foi vago; uma jornalista, Maria João Avillez, aqui no Observador, perguntou ao ex-primeiro ministro Pedro Passos Coelho o que se passou no governo durante o ajustamento de 2011-2014, e Passos Coelho respondeu sem rodeios, com os nomes e tudo. Vale a pena comparar estas duas atitudes: a opacidade do governo e a transparência de Passos Coelho. Dizem muito sobre a política portuguesa.

O governo foi acusado de mentir. Na era da vitimização, não faltou mesmo quem sentisse o direito de se declarar lesado. O governo, porém, não mentiu, até porque quase não falou. O governo deixou apenas crescer um equívoco. Porquê? Porque este é um governo prisioneiro da sua fraqueza. Uma fraqueza que foi opção dos líderes do PSD, quando, perante a maior maioria de direita de sempre, decidiram inventar um governo minoritário, entalado entre um PS que não está conformado com a sua derrota, e um Chega que não está satisfeito com a sua vitória. Nada pode, por isso, fazer sobre a estrutura desequilibrada do Estado, verdadeira causa do extremismo fiscal: sem reconfigurar o Estado, não pode cortar despesa, e sem cortar despesa, não pode renunciar a receita. Por isso, resta-lhe colaborar na ilusão fomentada por António Costa em 2015 de que a “página da austeridade” tinha sido “virada”, deixando crer que pequenos retoques são maiores do que realmente são. Daqui a uns tempos, teremos, na mesma linha, os “aumentos” de funcionários e pensionistas. A página que não foi nem poderá ser virada, por opção de Luís Montenegro, foi a “página de António Costa”: governos fracos à frente de um Estado disfuncional, para quem a política está fatalmente reduzida à “comunicação”, à “imagem”, e à “agenda mediática”isto é, ao simulacro, a que depois o Dr. Marques Mendes dá notas altas no domingo.

Passos Coelho pôs logo os estúdios do regime a especular sobre as suas intenções, e houve mesmo quem conseguisse ver, no microscópio das intrigas, uma candidatura a qualquer coisa. Não há razão para tanto alarme social. Passos Coelho não fala o tempo todo, como alguns figurantes da vida pública. Mas quando fala, teve sempre esta inclinação: diz a verdade, por menos conveniente que seja, para ele ou para os outros. Disse a verdade agora, sobre o que se passou no seu governo. Mas disse também, quando no governo, a verdade sobre o que se passava no país. Deve ser a isso que a sabedoria do regime chama “erros de comunicação”. Mas é, se pensarem bem, uma grande liberdade. Passos Coelho é, entre os actuais políticos, o mais livre de todos: é o único que nunca perfilhou a política de simulacro. Pode, por isso, dizer o que pensa e o que sabe. Mais: pode pensar e saber, porque uma das condições para não enganar os outros é não se enganar a si próprio.

Dir-me-ão: pois sim, mas porque falou Passos Coelho agora? Provavelmente, porque foi agora que Maria João Avillez lhe fez a pergunta. O ponto não é esse. O ponto é este: porque é que, de repente, todos decidiram ouvi-lo? E a razão não é muito misteriosa: a 10 de Março, os portugueses começaram a libertar-se da ilusão que a oligarquia política criou em 2015. A divergência em relação às economias mais dinâmicas da Europa, as migrações descontroladas, a degradação dos serviços públicos, a captura partidária do Estado e o irregular funcionamento das instituições teriam, um dia, de pôr os cidadãos a duvidar. Após anos de simulacro, o país volta a querer ouvir a verdade. Naturalmente, presta atenção a quem, contra a corrente, sempre lhe foi fiel.

PEDRO PASSOS COELHO    POLÍTICA    GOVERNO    PSD    IRS    IMPOSTOS    ECONOMIA

COMENTÁRIOS (de 87):

João Amorim  > Maria Paula Silva: É mesmo isso: é rara esta qualidade de RR de dizer tanto, em textos tão curtos.              Maria Paula Silva: Mas nem todos ouviram da mesma maneira (deve ser do Mercúrio Retrógrado). E a histeria colectiva desencadeou todo o tipo de críticas e de adivinhações. Também me parece que PPC não tem intenção nenhuma em especial, e se tiver está no seu direito, limitou-se a aceitar o convite para uma entrevista, respondeu às perguntas com factos e provavelmente omitiu muita coisa por respeito ao cargo que ocupou e ao governo que liderou. Penso que vivemos em democracia mas todos podem falar menos PPC. Assistimos (eu não) todos os dias a uma profusão de comentadeiros, políticos e não políticos em funções, a falarem de tudo e mais alguma coisa, num blablabla constante totalmente inútil. Em tricas e destricas demagógicas, insultos, etc - a política de hoje é isso, está abaixo do nível do futebol porque no futebol ainda trabalham e metem golos, os actuais políticos não trabalham. Vivem à nossa custa e fazem blablabla constante de muito má qualidade. Medíocres. Invejosos. Ver televisão hoje em dia é quase um exercício de masoquismo. Eu, que detesto o Marques Mendes, adorei esta frase: "isto é, ao simulacro, a que depois o Dr. Marques Mendes dá notas altas no domingo." até que enfim há alguém que diz as coisas como são. PPC não foi ouvido por todos da mesma maneira, e a maioria das reacções (vergonhosa a intervenção de MFLeite) revelam apenas uma coisa: a inveja-medo da quadrilha à qual PPC não pertence: a quadrilha maçónica. É só isto. Informo que nunca votei em PPC e também não sou do Chega, mas há três coisas que não suporto: mentiras, mediocridade e injustiças. Vi e ouvi atentamente toda a entrevista de que gostei bastante e fez aumentar o respeito por um Estadista honesto. Provavelmente o único ou dos poucos que ainda restam (peço desculpa mas não consigo meter Cavaco Silva na mesma equação). E também gostei bastante deste seu texto, bem escrito, sintético mas extremamente rico e sobretudo lúcido. Nem todos têm capacidade para dizer tanto em poucas palavras.               Maria Carreira > Alexandra Ferraz: Se me permite, faço minhas as suas palavras, tanto quanto ao PPC como quanto ao " E o resto é História".             José B Dias > Carlos Chaves: Totalmente de acordo! Mas agora reveja a estratégia concertada de comentários, insinuações e insultos, que por estas e outras caixas de comentários foi sendo colocada em campo ... e não foi pelo PS. Existem os néscios e os outros ... os idi o tas úteis!              José B Dias > Carlos Chaves: Não tenho nada a alterar em relação à realidade do que afirma ... são factos e merecem a minha total repulsa. Mas também é um facto indiscutível que nem Luís Montenegro, nem ninguém no Governo ou na AD, veio afirmar, mesmo que remotamente, algo parecido com o que sugeriu ... antes pelo contrário! E isso não é culpa da CS ou de estratégias concertadas ... é mesmo culpa dos próprios e de uma miserável "estratégia" de comunicação.          José B Dias > Carlos Chaves: Mas o facto é que não o disse, antes pelo contrário. E isso não foi culpa da CS ..              Alexandra Ferraz: Uma TAC perfeita ao sistema político actual ... como sempre, aliás. Passos Coelho é um verdadeiro estadista que, como outros, noutras épocas e geografias, nem sempre foi bem entendido. Pena, porque há poucos, cada vez menos. Tenho fé de ainda o voltar a ver Governar. É um activo que não podemos desperdiçar. Obrigada Rui Ramos pelas belíssimas lições de História no ' E o resto é História ' e pelas lúcidas e 'arrojadas' crónicas semanais que não perco!!!                    Pobre Portugal: O Costa aliou-se a comunistas e todos aprovaram, por que raio o PSD não se pode aliar a um partido democrático como o Chega?                 JP: Eu subscrevo a tese de que se Pedro Passos Coelho tiver alguma intenção, além de dizer a sua verdade, é mostrar que reúne condições para voltar a liderar o PSD se os militantes assim o desejarem. E está a mostrar, desde já, ao que vem e o que faria, sem medos, cobardias, vergonhas ou hesitações. E o facto de muita gente estar a prestar atenção ao que ele diz já é, por si, revelador.                    Carlos Chaves: Caríssimo Rui Ramos, permita-me adicionar a esta sua leitura certeira da política actual, o seguinte comentário: No canal YouTube cor do dinheiro do Camilo Lourenço, programa Think Tank, o Carlos Albuquerque explicou como o governo tinha posto no bolso esta máfia da maioria da CS, em relação à baixa do IRS. Foi o PSD que propôs na anterior legislatura (na festa do Pontal) a baixa do IRS e foi o PS que “roubou” a ideia ao PSD (isto é factual)! Pois bem, agora questionado sobre o verdadeiro valor da baixa de IRS que o governo pretende fazer, era muito simples dizer que ao valor que já tinham proposto na legislatura anterior (1300 milhões de Euros) adicionavam ainda mais duzentos ou trezentos milhões de Euros! E calava-se esta corja toda com estratégia concertada na CS, a favor do PS!                     Carlos Chaves > José B Dias: Caro José B Dias, se não quer ver que existe uma estratégia concertada da maioria da CS e de quem “ela” convida para opinar sempre do lado da esquerda está no seu direito, mas factualmente a “direita” nunca teve boa “imprensa”! E já agora, a vergonhosa atitude e posicionamento do director do Expresso (agravada por não o fazer com as enormes mentiras e aldrabices passadas no consulado Costa), e o “esquecimento” do Observador em publicar a notícia sobre a falsificação da descida do valor da dívida pública que o Sr. Medina fez (com certeza com aprovação do Costa), usando fundos de pensões dos futuros pensionistas, são bons exemplos do que acabei de escrever!                      Paulo Silva: O título do artigo resume bem a situação. É mesmo o que temos. PPC, um dos poucos no PSD com uma linha de pensamento autónomo, livre dos espartilhos e das palas ideológicas do politicamente correto. Impunha-se a sua libertação das mentiras socialistas que penderam sobre ele estes 10 anos, com a reposição da verdade e alguma justiça histórica. Na sua essência só disse o que já sabiam todos os que não estavam tolhidos pela propaganda socialista: os culpados da troika estão antes dele… A única coisa em que quis ir além da troika foi nas privatizações. Uma promessa prometida sufragada em Junho de 2011, daquelas que as oposições de esquerda não querem nem ouvir falar... Se quer regressar à Política?… Acho que sim, e espero que sim… O Dr. Soares geriu dois ajustamentos e foi PM sensivelmente pelo mesmo tempo de PPC. Depois obteve duas presidências da República. Não esteve foi tanto tempo arredado… mas isso não obsta. Cavaco esteve fora 9 anos.               bento guerra: Passos coelho foi o único a chamar a esta política "teatralização". Coisas do prime-time da CNN e da Sic                    Fernando Cascais: Passos Coelho é um homem livre e com um enorme peso eleitoral, mais, no meu achismo, do que Montenegro e a AD.               José Carvalho: Brilhante Rui Ramos! Pelos resultados eleitorais, é verdade que "a 10 de Março, os portugueses começaram a libertar-se da ilusão que a oligarquia política criou em 2015". Contra os resultados eleitorais, Montenegro optou por continuar a ilusão.                  João Ramos: Que belo artigo mais uma vez, está exactamente aqui o «nó górdio» da política portuguesa, nó esse que Montenegro não soube ou não quis desatar, resta saber porquê, a mim cheira me a mão da obediência maçónica, pois como é possível com a oportunidade de uma maioria mais que necessária à direita e ao país e que seria perfeitamente possível com pequenos retoques, essa possibilidade tenha sido atirada para o lixo e com isso pôr o país numa situação tão ou mais dramática que a anterior e isto tudo para gáudio do PS, do seu incompetente secretário geral e de uma comunicação social dominada por esse mesmo partido e muito pouco séria. O futuro afigura-se me negro…               Rui Lima: PPC é um homem atento e informado por isso alertou para o que aí vem e por isso foi insultado , basta ver o que se passa em vários países - não ter cuidado com quem entra é o caminho para o desastre’ Hoje ao ler no DN que 2 refugiados menores ficaram na rua amanhã é de quem não sabe o que ai vem, serão centenas depois milhares chegarão às dezenas de milhares como acontece em outros países: como não podem ficar fechados segundo a lei, têm direito a tudo , o custo de cada varia entre os 4 000 e os 5 000 euros são números dos países como a França, e depois perguntem à polícia. Como  sabem que a lei os protege criminalmente por serem jovens, aproveitam. Notícia de ontem: «Dezenas de mulheres foram violadas no meio da rua em Paris em 2023, 77% dos acusados são estrangeiros», disse Pascal Praud na quinta-feira no CNEWS no editorial de seu programa «L'heure des Pros». https://www.cnews.fr/les-replays/l-heure-des-pro Francisco Ramos: Pobre Portugal E Montenegro tinha este alibi para se poder coligar com o CHEGA e estupidamente desperdiçou-o. Agora que governe.........se for capaz.                  JP > Carlos Quartel: Caro Carlos, se me permite dar uma resposta ao seu comentário, a arte da política é a arte da negociação e não da alienação. Para aqueles que querem ver o Chega esvaziado, ignorá-lo só o fará crescer mais. Neste momento, os ventos sopram a favor do Chega. E Pedro Passos Coelho já percebeu isso. Tudo se resume a isto: para haver mudança, é preciso passar legislação. E para passar legislação é preciso haver votos suficientes. E o Chega reúne, neste momento, 18% dos votos à direita. Não se pode ignorar isto. Neste momento, os partidos de esquerda desejam manter o rumo actual. Os partidos de direita não. (Vou incluir aqui o PSD, CDS, IL e Chega). Na minha opinião, a única forma de desatar este nó é incluir o Chega em negociações. É um risco? Claro que sim, tal como foi a geringonça. Mas foi possível negociar com comunistas e trotskistas. E não é possível negociar com o Chega? E digo isto não tendo votado naquele partido. E não tenho confiança nele. De todo. Incluindo o Chega, dando-lhe algumas benesses e negociando duro, e aqui sim, o PSD teria de fazer prova de vida e mostrar quem manda, que está por cima e impor regras claras (afinal, teve mais votos que o Chega), a partir daí, era deixar o Chega mostrar o que realmente vale. Imagine que, neste cenário hipotético, há condições para passar legislação que mudaria o rumo do país e o Chega fazia exigências irrealistas, comprometendo assim, a mudança? Então, aí sim, o Chega começava a esvaziar-se. Foi o que aconteceu ao Bloco e ao PCP quando caiu a geringonça. Aconteceria o mesmo ao Chega se este sabotasse um governo reformista e de mudança. O eleitorado não perdoaria um partido que deitou tudo a perder por ganância. Mas para tudo isto acontecer, é preciso primeiro parar de ignorar o Chega, chamá-lo à mesa e, por fim, ser firme nas negociações. E Pedro Passos Coelho está a mostrar que faria isso mesmo, caso liderasse o PSD. Se o PSD e IL tivessem actualmente maioria, a conversa seria outra e o cenário muito diferente. Mas a realidade é o que é. Neste momento, o ímpeto de crescimento está no Chega. E não podemos ignorar isso.                Fernando Prata: É preciso perceber que Passos Coelho continua ser o segundo melhor primeiro-ministro que Portugal teve (não conseguiu destronar Cavaco Silva, porque não teve tempo para isso). Mesmo depois de todas as "malvadezas" que a esquerda diz que ele fez, ainda conseguiu ganhar na pista as eleições de 2015, que Costa, com a maior trafulhice de sempre, ganhou na secretaria. Foi isso que Costa nunca conseguiu digerir, pois ao fim de quase dez anos ainda vinha falar de Passos Coelho. Claro que o povo, apesar de pouco entendedor destas coisas, lá chegou à conclusão de que já basta de ouvir falar o vendedor de banha da cobra e talvez seja melhor ouvir quem não tem medo de falar a verdade. Era bom que Montenegro seguisse os passos de Passos!                   Carlos Chaves Carlos Chaves: É caso para dizer que o PSD não está em boas mãos, até pelas reacções de destacados dirigentes e ex-dirigentes (no top Cavaco Silva) a colaborarem com a farsa e a mentira socialista!         José Miranda: Passos Coelho é um caso raro: não foge das perguntas e diz a verdade. É um perigo para este regime hipócrita, corrupto e sem valores.                    João Floriano > Maria Paula Silva: Excelente comentário com o qual concordo totalmente. Destaco a frase: «Uma fraqueza que foi opção dos líderes do PSD, quando, perante a maior maioria de direita de sempre, decidiram inventar um governo minoritário, entalado entre um PS que não está conformado com a sua derrota, e um Chega que não está satisfeito com a sua vitória» À semelhança da Maria Paula Silva não incluo Cavaco Silva no mesmo grupo de Passos Coelho. O PSD de 2024 quer à viva força inspirar-se no governo de 1985 em que Cavaco governou igualmente em minoria. Mas basta comparar os resultados de 1985 com os de quase 40 anos depois, 2024, para notar diferenças de peso. Cavaco Silva em 1985 conseguiu 29,87% e o PS 20,77%. Em 2024 os dois partidos estão separados por menos de um ponto percentual. Em 1985 o CDS obteve 9, 96%. Em 2024 sabemos como o CDS chegou ao governo. Em 1985 o PS era moderado e não se misturava com PCP e UDP (uma das bases do Bloco de esquerda). Hoje são unha com carne e a extrema- esquerda está pronta a ajudar o PS que por sua vez também já deixou de ser de esquerda moderada. E existe um pujante partido de direita em crescimento e cada vez mais, apesar das linhas vermelhas. A grande questão colocada sobre o governo de Montenegro não é a qualidade da governação que irá fazer, mas sim quanto tempo se vai aguentar em equilibrismo precário .                   S N > Carlos Quartel: Pior é o Chega ter mostrado todos os dias desde a tomada de posse dos deputados que não é minimamente confiável. Não há lugar a verdadeira política sem confiança, acho eu. Ou tudo muda, radicalmente, e a sobranceria intolerável do chega é substituída pela humildade e pelo respeito, como bem aconselhou Passos Coelho a Ventura no dia da apresentação do livro, ou o caldo entornado desaparece de vez pelo cano do esgoto.                  Fernando CE: 100% verdade. Na mouche.                      L Faria: Nem mais! O problema é que foi o único PM a tratar os portugueses como adultos. Infelizmente vivemos numa sociedade infantilizada. Incluindo os mais idosos. Talvez por isso se diga que em velho se torna a menino. Não temos emenda.                   Carlos Chaves > José B Dias: Exactamente, era tão fácil matar o assunto ainda-por cima dizendo a verdade, o que pode revelar incapacidade ou baixa qualidade política! Era tão fácil matar o assunto dizendo a verdade. O PS (e a extrema esquerda, incluída a que já está no PS) tudo fará para derrubar o governo, usando mentiras, meias verdades, verdades assim-assim … se do lado do governo tivermos néscios políticos, não vão aquecer as cadeiras!           Francisco Ramos > JP: Há dias dei precisamente esta explicação para o CHEGA ser chamado ao governo. Recebi um comentário bastante deselegante. O maior cego não é o que não vê, mas sim o que não quer ver!!!!!!!!!!!                  José Carvalho > Carlos Quartel: Respeito a sua posição de não votar AD caso se unisse ao CH. Mas dir-lhe-ei que o que está em causa é a possibilidade de o PSD governar à direita, fazendo as reformas necessárias, usando a via verde que o CH lhe abre, a baixo custo. Claro que dependeria de governar bem, mas é difícil de vislumbrar como é que o PS conseguiria manter o poder.                Carlos Quartel: RR é um defensor acérrimo duma coligação Chega/PSD. É um direito seu, eventualmente compartilhado por Passos. Duvido que isso suscitasse muito entusiasmo em Cavaco. Vivemos num país livre, a cada um sua opinião. Só é de considerar a forte possibilidade do PS conseguir manter o poder, caso Montenegro e Ventura anunciassem essa intenção. Como eu, muitos optariam pela abstenção, pela IL, ou pelo CDS e, nalguns casos, haveria quem optasse pelo PS, como mal menor. O Chega é um partido de extremos, sem programa definido de governação fora do músculo securitário e da desconfiança com minorias. Tiveram um milhão de votos, mas há largos milhares que nunca votariam em semelhante grupo-

 

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