Que deseja ouvir a verdade. Porque o
país inteiro continua a apoiar a Comunicação Social que se revolve nos temas de
sempre – as mentiras dos que governam. Quem governa, mente. Forçosamente - e os
de agora já estão sendo acusados disso, pela oposição da verdade trovejante. Exactamente
o mesmo que acontecera antes - e não diremos que sem razão disso, na altura, a começar
pelo governo em si, que, tendo perdido as eleições, achou meio, morosamente
embora - para fingir que matutava sobre se haveria de se propor – de formar a
sua geringonça com o apoio da sua esquerda - sinistra, se poderia afirmar com pertinência
etimológica. Estes de hoje, em singular desafio apalermado, singram pelo mesmo
caminho de medidas atacáveis – porque lhes falta o quorum contra a gritaria imediata dos que amam gritar, também para
destaque da virtude própria, exaustivamente captada pela CS, que se desunha a afirmar-se
do mesmo modo… Política de fofoca sempre, comentários e comentadores
fofoqueiros, é nosso fado.
Um governo preso e um homem livre
Passos Coelho é, entre os políticos
portugueses, o mais livre de todos: é o único, com o professor Cavaco Silva,
que não dá para o peditório da política de simulacro.
RUI RAMOS, Colunista do Observador
OBSERVADOR, 19 abr. 2024, 00:2087
Nos últimos dias, assistimos a um curioso contraste: as oposições e a
imprensa perguntaram ao governo a quanto montava, exactamente, o alívio do IRS,
e o governo nada disse, ou foi vago; uma jornalista, Maria João Avillez, aqui no
Observador, perguntou ao ex-primeiro ministro Pedro Passos Coelho o que se passou no governo durante o
ajustamento de 2011-2014, e Passos Coelho respondeu sem rodeios, com os nomes e
tudo. Vale a pena comparar estas duas atitudes: a opacidade do governo e a
transparência de Passos Coelho. Dizem muito sobre a política portuguesa.
O
governo foi acusado de mentir. Na era da vitimização, não faltou mesmo quem
sentisse o direito de se declarar lesado. O governo, porém, não
mentiu, até porque quase não falou. O governo deixou apenas crescer um
equívoco. Porquê? Porque este é um governo prisioneiro da sua fraqueza. Uma
fraqueza que foi opção dos líderes do PSD, quando, perante a maior maioria de
direita de sempre, decidiram inventar um governo minoritário, entalado
entre um PS que não está conformado com a sua derrota, e um Chega que não está
satisfeito com a sua vitória. Nada
pode, por isso, fazer sobre a estrutura desequilibrada do Estado, verdadeira
causa do extremismo fiscal: sem reconfigurar o Estado, não pode cortar despesa,
e sem cortar despesa, não pode renunciar a receita. Por isso, resta-lhe colaborar na ilusão
fomentada por António Costa em 2015 de que a “página da austeridade” tinha sido
“virada”, deixando crer que pequenos retoques são maiores do que realmente são.
Daqui a uns tempos, teremos, na mesma linha, os “aumentos” de funcionários e
pensionistas. A página que não foi nem poderá ser virada, por opção de Luís
Montenegro, foi a “página de António Costa”: governos fracos à frente de um
Estado disfuncional, para quem a política está fatalmente reduzida à
“comunicação”, à “imagem”, e à “agenda mediática” – isto é, ao
simulacro, a que depois o Dr. Marques Mendes dá notas altas no domingo.
Passos Coelho pôs logo os estúdios do
regime a especular sobre as suas intenções, e houve mesmo quem conseguisse ver,
no microscópio das intrigas, uma candidatura a qualquer coisa. Não há
razão para tanto alarme social. Passos Coelho não fala o tempo todo,
como alguns figurantes da vida pública. Mas quando fala, teve sempre esta
inclinação: diz a verdade, por menos conveniente que seja, para ele ou para os
outros. Disse a verdade agora, sobre o que
se passou no seu governo. Mas disse também, quando no governo, a verdade sobre
o que se passava no país. Deve ser a isso que a sabedoria do regime chama “erros
de comunicação”. Mas é, se pensarem bem, uma grande liberdade. Passos
Coelho é, entre os actuais políticos, o mais livre de todos: é o único que
nunca perfilhou a política de simulacro. Pode, por isso, dizer o que pensa e o
que sabe. Mais: pode pensar e saber, porque uma das condições para não enganar
os outros é não se enganar a si próprio.
Dir-me-ão: pois sim, mas porque falou
Passos Coelho agora? Provavelmente, porque foi agora que Maria João Avillez lhe
fez a pergunta. O ponto não é esse. O ponto é este: porque é que, de
repente, todos decidiram ouvi-lo? E a razão não é muito misteriosa: a 10 de Março, os
portugueses começaram a libertar-se da ilusão que a oligarquia política criou
em 2015. A divergência em relação às economias mais dinâmicas da Europa, as
migrações descontroladas, a degradação dos serviços públicos, a captura
partidária do Estado e o irregular funcionamento das instituições teriam, um
dia, de pôr os cidadãos a duvidar. Após
anos de simulacro, o país volta a querer ouvir a verdade. Naturalmente, presta
atenção a quem, contra a corrente, sempre lhe foi fiel.
PEDRO PASSOS
COELHO POLÍTICA GOVERNO PSD IRS IMPOSTOS ECONOMIA
COMENTÁRIOS (de 87):
João Amorim > Maria Paula Silva: É mesmo isso: é rara esta qualidade de RR de dizer
tanto, em textos tão curtos.
Maria Paula Silva: Mas
nem todos ouviram da mesma maneira (deve ser do Mercúrio Retrógrado). E a
histeria colectiva desencadeou todo o tipo de críticas e de adivinhações.
Também me parece que PPC não tem intenção nenhuma em especial, e se tiver está
no seu direito, limitou-se a aceitar o convite para uma entrevista, respondeu
às perguntas com factos e provavelmente omitiu muita coisa por respeito ao
cargo que ocupou e ao governo que liderou. Penso que vivemos em democracia mas
todos podem falar menos PPC. Assistimos (eu não) todos os dias a uma profusão
de comentadeiros, políticos e não políticos em funções, a falarem de tudo e
mais alguma coisa, num blablabla constante totalmente inútil. Em tricas e
destricas demagógicas, insultos, etc - a política de hoje é isso, está abaixo
do nível do futebol porque no futebol ainda trabalham e metem golos, os actuais
políticos não trabalham. Vivem à nossa custa e fazem blablabla constante de
muito má qualidade. Medíocres. Invejosos. Ver televisão hoje em dia é quase um
exercício de masoquismo. Eu, que detesto o Marques Mendes, adorei esta frase: "isto
é, ao simulacro, a que depois o Dr. Marques Mendes dá notas altas no
domingo." até que enfim há alguém que diz as coisas como são. PPC não foi
ouvido por todos da mesma maneira, e a maioria das reacções (vergonhosa a
intervenção de MFLeite) revelam apenas uma coisa: a inveja-medo da quadrilha à
qual PPC não pertence: a quadrilha maçónica. É só isto. Informo que nunca votei
em PPC e também não sou do Chega, mas há três coisas que não suporto: mentiras,
mediocridade e injustiças. Vi e ouvi atentamente toda a entrevista de que
gostei bastante e fez aumentar o respeito por um Estadista honesto.
Provavelmente o único ou dos poucos que ainda restam (peço desculpa mas não
consigo meter Cavaco Silva na mesma equação). E também gostei bastante deste
seu texto, bem escrito, sintético mas extremamente rico e sobretudo lúcido. Nem
todos têm capacidade para dizer tanto em poucas palavras. Maria
Carreira > Alexandra Ferraz: Se me permite, faço minhas as suas palavras, tanto
quanto ao PPC como quanto ao " E o resto é História". José B
Dias > Carlos Chaves: Totalmente de acordo! Mas agora reveja a estratégia
concertada de comentários, insinuações e insultos, que por estas e outras
caixas de comentários foi sendo colocada em campo ... e não foi pelo PS. Existem
os néscios e os outros ... os idi o tas úteis! José B Dias
> Carlos Chaves: Não tenho nada a alterar em relação à realidade do
que afirma ... são factos e merecem a minha total repulsa. Mas também é um
facto indiscutível que nem Luís Montenegro, nem ninguém no Governo ou na AD,
veio afirmar, mesmo que remotamente, algo parecido com o que sugeriu ... antes
pelo contrário! E isso não é culpa da CS ou de estratégias concertadas ... é
mesmo culpa dos próprios e de uma miserável "estratégia" de
comunicação. José B
Dias > Carlos Chaves: Mas o facto é que não o disse, antes pelo contrário. E
isso não foi culpa da CS .. Alexandra
Ferraz: Uma TAC perfeita ao sistema político actual
... como sempre, aliás. Passos Coelho é um verdadeiro estadista que, como
outros, noutras épocas e geografias, nem sempre foi bem entendido. Pena, porque
há poucos, cada vez menos. Tenho fé de ainda o voltar a ver Governar. É um
activo que não podemos desperdiçar. Obrigada Rui Ramos pelas belíssimas lições
de História no ' E o resto é História ' e pelas lúcidas e 'arrojadas' crónicas
semanais que não perco!!! Pobre
Portugal: O Costa
aliou-se a comunistas e todos aprovaram, por que raio o PSD não se pode aliar a
um partido democrático como o Chega? JP: Eu subscrevo a tese de que se Pedro Passos Coelho
tiver alguma intenção, além de dizer a sua verdade, é mostrar que reúne
condições para voltar a liderar o PSD se os militantes assim o desejarem. E
está a mostrar, desde já, ao que vem e o que faria, sem medos, cobardias,
vergonhas ou hesitações. E o facto de muita gente estar a prestar atenção ao
que ele diz já é, por si, revelador. Carlos
Chaves: Caríssimo
Rui Ramos, permita-me adicionar a esta sua leitura certeira da política actual,
o seguinte comentário: No canal YouTube cor do dinheiro do Camilo Lourenço,
programa Think Tank, o Carlos Albuquerque explicou como o governo tinha posto
no bolso esta máfia da maioria da CS, em relação à baixa do IRS. Foi o PSD que
propôs na anterior legislatura (na festa do Pontal) a baixa do IRS e foi o PS
que “roubou” a ideia ao PSD (isto é factual)! Pois bem, agora questionado sobre
o verdadeiro valor da baixa de IRS que o governo pretende fazer, era muito
simples dizer que ao valor que já tinham proposto na legislatura anterior (1300
milhões de Euros) adicionavam ainda mais duzentos ou trezentos milhões de
Euros! E calava-se esta corja toda com estratégia concertada na CS, a favor do
PS! Carlos
Chaves > José B Dias: Caro José B Dias, se não quer ver que existe uma
estratégia concertada da maioria da CS e de quem “ela” convida para opinar
sempre do lado da esquerda está no seu direito, mas factualmente a “direita”
nunca teve boa “imprensa”! E já agora, a vergonhosa atitude e posicionamento do
director do Expresso (agravada por não o fazer com as enormes mentiras e
aldrabices passadas no consulado Costa), e o “esquecimento” do Observador em
publicar a notícia sobre a falsificação da descida do valor da dívida pública
que o Sr. Medina fez (com certeza com aprovação do Costa), usando fundos de
pensões dos futuros pensionistas, são bons exemplos do que acabei de escrever!
Paulo
Silva: O título do artigo resume bem a
situação. É mesmo o que temos. PPC, um dos poucos no PSD com uma linha de
pensamento autónomo, livre dos espartilhos e das palas ideológicas do
politicamente correto. Impunha-se a sua libertação das mentiras socialistas que
penderam sobre ele estes 10 anos, com a reposição da verdade e alguma justiça
histórica. Na sua essência só disse o que já sabiam todos os que não estavam
tolhidos pela propaganda socialista: os culpados da troika estão antes dele… A
única coisa em que quis ir além da troika foi nas privatizações. Uma promessa
prometida sufragada em Junho de 2011, daquelas que as oposições de esquerda não
querem nem ouvir falar... Se quer regressar à Política?… Acho que sim, e espero
que sim… O Dr. Soares geriu dois ajustamentos e foi PM sensivelmente pelo
mesmo tempo de PPC. Depois obteve duas presidências da República. Não esteve
foi tanto tempo arredado… mas isso não obsta. Cavaco esteve fora 9 anos. bento
guerra: Passos
coelho foi o único a chamar a esta política "teatralização". Coisas
do prime-time da CNN e da Sic
Fernando Cascais: Passos Coelho é um homem livre e com
um enorme peso eleitoral, mais, no meu
achismo, do que Montenegro e a AD. José
Carvalho: Brilhante
Rui Ramos! Pelos resultados eleitorais, é verdade que "a 10 de Março, os
portugueses começaram a libertar-se da ilusão que a oligarquia política criou
em 2015". Contra os resultados eleitorais, Montenegro optou por continuar
a ilusão. João
Ramos: Que belo
artigo mais uma vez, está exactamente aqui o «nó górdio» da política
portuguesa, nó esse que Montenegro não soube ou não quis desatar, resta saber
porquê, a mim cheira me a mão da obediência maçónica, pois como é possível
com a oportunidade de uma maioria mais que necessária à direita e ao país e que
seria perfeitamente possível com pequenos retoques, essa possibilidade tenha
sido atirada para o lixo e com isso pôr o país numa situação tão ou mais
dramática que a anterior e isto tudo para gáudio do PS, do seu incompetente
secretário geral e de uma comunicação social dominada por esse mesmo partido e
muito pouco séria. O futuro afigura-se me negro… Rui Lima: PPC é um homem atento e informado por isso alertou
para o que aí vem e por isso foi insultado , basta ver o que se passa em vários
países - não ter cuidado com quem entra é o caminho para o desastre’ Hoje ao
ler no DN que 2 refugiados menores ficaram na rua amanhã é de quem não sabe o
que ai vem, serão centenas depois milhares chegarão às dezenas de milhares como
acontece em outros países: como não podem ficar fechados segundo a lei, têm
direito a tudo , o custo de cada varia entre os 4 000 e os 5 000 euros são números
dos países como a França, e depois perguntem à polícia. Como sabem que a lei os protege criminalmente por
serem jovens, aproveitam. Notícia de ontem: «Dezenas de mulheres foram violadas
no meio da rua em Paris em 2023, 77% dos acusados são estrangeiros», disse
Pascal Praud na quinta-feira no CNEWS no editorial de seu programa «L'heure des
Pros». https://www.cnews.fr/les-replays/l-heure-des-pro
Francisco Ramos: Pobre
Portugal E Montenegro tinha este alibi para se poder coligar com o
CHEGA e estupidamente desperdiçou-o. Agora que
governe.........se for capaz.
JP > Carlos Quartel: Caro Carlos, se me permite dar uma resposta ao seu
comentário, a arte da política é a arte da negociação e não da alienação. Para
aqueles que querem ver o Chega esvaziado, ignorá-lo só o fará crescer mais.
Neste momento, os ventos sopram a favor do Chega. E Pedro Passos Coelho já
percebeu isso. Tudo se resume a isto: para haver mudança, é preciso passar legislação.
E para passar legislação é preciso haver votos suficientes. E o Chega reúne,
neste momento, 18% dos votos à direita. Não se pode ignorar isto. Neste
momento, os partidos de esquerda desejam manter o rumo actual. Os partidos de
direita não. (Vou incluir aqui o PSD, CDS, IL e Chega). Na minha opinião, a
única forma de desatar este nó é incluir o Chega em negociações. É um risco?
Claro que sim, tal como foi a geringonça. Mas foi possível negociar com
comunistas e trotskistas. E não é possível negociar com o Chega? E digo isto
não tendo votado naquele partido. E não tenho confiança nele. De todo. Incluindo
o Chega, dando-lhe algumas benesses e negociando duro, e aqui sim, o PSD teria
de fazer prova de vida e mostrar quem manda, que está por cima e impor regras
claras (afinal, teve mais votos que o Chega), a partir daí, era deixar o Chega
mostrar o que realmente vale. Imagine que, neste cenário hipotético, há
condições para passar legislação que mudaria o rumo do país e o Chega fazia
exigências irrealistas, comprometendo assim, a mudança? Então, aí sim, o Chega
começava a esvaziar-se. Foi o que aconteceu ao Bloco e ao PCP quando caiu a
geringonça. Aconteceria o mesmo ao Chega se este sabotasse um governo
reformista e de mudança. O eleitorado não perdoaria um partido que deitou
tudo a perder por ganância. Mas para tudo isto acontecer, é preciso primeiro
parar de ignorar o Chega, chamá-lo à mesa e, por fim, ser firme nas
negociações. E Pedro Passos Coelho está a mostrar que faria isso mesmo, caso
liderasse o PSD. Se o PSD e IL tivessem actualmente maioria, a conversa seria
outra e o cenário muito diferente. Mas a realidade é o que é. Neste momento, o
ímpeto de crescimento está no Chega. E não podemos ignorar isso. Fernando
Prata: É preciso
perceber que Passos Coelho continua ser o segundo melhor primeiro-ministro que
Portugal teve (não conseguiu destronar Cavaco Silva, porque não teve tempo para
isso). Mesmo depois de todas as "malvadezas" que a esquerda diz que
ele fez, ainda conseguiu ganhar na pista as eleições de 2015, que Costa, com a maior trafulhice de
sempre, ganhou na secretaria. Foi isso que Costa nunca conseguiu digerir, pois
ao fim de quase dez anos ainda vinha falar de Passos Coelho. Claro que o povo,
apesar de pouco entendedor destas coisas, lá chegou à conclusão de que já basta
de ouvir falar o vendedor de banha da cobra e talvez seja melhor ouvir quem não
tem medo de falar a verdade. Era bom que Montenegro seguisse os passos de
Passos! Carlos
Chaves Carlos Chaves: É caso para dizer que o PSD não está em boas mãos, até
pelas reacções de destacados dirigentes e ex-dirigentes (no top Cavaco Silva) a
colaborarem com a farsa e a mentira socialista!
José Miranda: Passos Coelho é um caso raro: não foge das
perguntas e diz a verdade. É um perigo para este regime hipócrita, corrupto e
sem valores. João
Floriano > Maria Paula Silva: Excelente comentário com o qual concordo totalmente.
Destaco a frase: «Uma fraqueza que foi opção dos líderes do
PSD, quando, perante a maior maioria de direita de sempre, decidiram inventar
um governo minoritário, entalado entre um PS que não está conformado com a sua
derrota, e um Chega que não está satisfeito com a sua vitória» À semelhança da Maria Paula Silva não incluo Cavaco Silva no mesmo grupo de
Passos Coelho. O PSD de 2024 quer à viva força inspirar-se no governo de 1985
em que Cavaco governou igualmente em minoria. Mas basta comparar os resultados
de 1985 com os de quase 40 anos depois,
2024, para notar diferenças de peso. Cavaco Silva em 1985 conseguiu 29,87% e o
PS 20,77%. Em 2024 os dois partidos estão separados por menos de um ponto
percentual. Em 1985 o CDS obteve 9, 96%. Em 2024 sabemos como o CDS chegou ao
governo. Em 1985 o PS era moderado e não se misturava com PCP e UDP (uma das
bases do Bloco de esquerda). Hoje são unha com carne e a extrema- esquerda está
pronta a ajudar o PS que por sua vez também já deixou de ser de esquerda
moderada. E existe um pujante partido de direita em crescimento e cada vez
mais, apesar das linhas vermelhas. A grande questão colocada sobre o governo de
Montenegro não é a qualidade da governação que irá fazer, mas sim quanto tempo
se vai aguentar em equilibrismo precário . S N > Carlos Quartel: Pior é o Chega ter mostrado todos os dias desde a
tomada de posse dos deputados que não é minimamente confiável. Não há lugar a
verdadeira política sem confiança, acho eu. Ou tudo muda, radicalmente, e a
sobranceria intolerável do chega é substituída pela humildade e pelo respeito,
como bem aconselhou Passos Coelho a Ventura no dia da apresentação do livro, ou
o caldo entornado desaparece de vez pelo cano do esgoto.
Fernando CE: 100% verdade.
Na mouche.
L Faria: Nem
mais! O problema é que foi o único PM a tratar os portugueses como adultos.
Infelizmente vivemos numa sociedade infantilizada. Incluindo os mais idosos.
Talvez por isso se diga que em velho se torna a menino. Não temos emenda. Carlos
Chaves > José B Dias: Exactamente, era tão fácil matar o assunto ainda-por
cima dizendo a verdade, o que pode revelar incapacidade ou baixa qualidade
política! Era tão fácil matar o assunto dizendo a verdade. O PS (e a extrema
esquerda, incluída a que já está no PS) tudo fará para derrubar o governo,
usando mentiras, meias verdades, verdades assim-assim … se do lado do governo
tivermos néscios políticos, não vão aquecer as cadeiras!
Francisco
Ramos > JP: Há
dias dei precisamente esta explicação para o CHEGA ser chamado ao governo. Recebi
um comentário bastante deselegante. O maior cego não é o que não vê, mas sim o
que não quer ver!!!!!!!!!!!
José Carvalho > Carlos Quartel: Respeito a sua posição de não votar AD caso se unisse
ao CH. Mas dir-lhe-ei que o que está em causa é a possibilidade de o PSD
governar à direita, fazendo as reformas necessárias, usando a via verde que o
CH lhe abre, a baixo custo. Claro que dependeria de governar bem, mas é difícil
de vislumbrar como é que o PS conseguiria manter o poder. Carlos Quartel: RR é um
defensor acérrimo duma coligação Chega/PSD. É um direito seu, eventualmente
compartilhado por Passos. Duvido que isso suscitasse muito entusiasmo em
Cavaco. Vivemos num país livre, a cada um sua opinião. Só é de considerar a
forte possibilidade do PS conseguir manter o poder, caso Montenegro e Ventura
anunciassem essa intenção. Como eu, muitos optariam pela abstenção, pela IL, ou
pelo CDS e, nalguns casos, haveria quem optasse pelo PS, como mal menor. O
Chega é um partido de extremos, sem programa definido de governação fora do
músculo securitário e da desconfiança com minorias. Tiveram um milhão de votos,
mas há largos milhares que nunca votariam em semelhante grupo-
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