Primeiro por Passos Coelho, que condenamos por egoísmo, e falha ao dever pátrio, como não o fez nos tempos de Primeiro-Ministro - necessário, sine qua non. Se Portas não se sacrificar também, hoje, como principal figura representativa da Nação Portuguesa, sentimo-nos, de facto, arrumados, na torpeza do saguão. Condenamos o PSD pela falta de gosto e de respeito pela representatividade do seu país, Luís Montenegro, como sempre, fabricando o seu percurso governativo, sem jamais se justificar perante a Nação, que devia respeitar mais, em vez de impor o seu sorriso de eficiência, sem “água vai”. Paulo Portas tem o dever moral de nobremente se propor como Presidente desta pobre REPÚBLICA, que merece não ser joguete de mercenarismos toscos ou de vaidades ocas. Tenho a certeza de que nenhum desses factores pesará na decisão de Paulo Portas.
▲Portas
continua em ponderação TOMÁS SILVA/OBSERVADOR
Atentos a Mendes, apoiantes de Portas
ainda acreditam em janela de oportunidade para Belém
Portas
continua em ponderação. Apoiantes
admitem que apoios do PSD a Marques Mendes afunilam o cenário, mas
desaconselham pressa. E
acreditam que Portas ainda pode ter espaço para ser via alternativa.
MARIANA LIMA
CUNHA: TEXTO
OBSERVADOR, 22
jan. 2025, 19:4615
O tabuleiro presidencial parece começar a arrumar-se, mas há quem deixe
um aviso à navegação: é cedo para dar as contas aos candidatos a Belém por
encerradas. Entre portistas, e com Paulo Portas a
manter-se calado e em fase de ponderação, a convicção é essa: não só as
hipótese de o antigo líder do CDS vir a ser candidato presidencial não estão
esgotadas como existe uma possibilidade de que ainda possa vir a aparecer daqui
a uns meses como uma via alternativa para a direita, caso os primeiros
candidatos desiludam.
A dificuldade para que um nome alternativo no espaço à direita surja é
óbvia: nesta altura, as fileiras do
PSD cerram-se cada vez mais à volta de Luís Marques Mendes. Se há meses
já se calculava que o antigo líder social-democrata fosse o preferido da linha
oficial do PSD, nos últimos tempos os sinais têm sido claros e passam uma
mensagem evidente ao partido e ao país: em pouco mais de uma semana, Marques
Mendes foi aclamado num evento com autarcas onde apareceu ao lado de Luís Montenegro,
recebeu um apoio expresso do secretário-geral do partido, Hugo Soares, e somou outro do autarca de Lisboa, Carlos Moedas.
A primeira conclusão é fácil de tirar: o espaço à direita apertou e não
é favorável a que mais candidatos — e logo um do CDS, que faz parte da
coligação que governa com o PSD — entrem na corrida. Mas, com Portas a
ponderar, o portismo pede calma. E paciência. Nem tudo está perdido,
acredita-se entre os fiéis de Portas, e a precipitação dos primeiros possíveis
candidatos — Marques Mendes e Gouveia e Melo parecem mais adiantados — pode ser
má conselheira.
“De repente os partidos é que
escolhem os candidatos? Não é assim que se faz uma eleição presidencial”,
atira fonte próxima de Portas. Aliás, neste
círculo tem-se insistido sempre que as eleições presidenciais não são partidárias
e dependem muito mais do carisma e do élan da figura do que do peso do
partido que tem por trás — uma ideia particularmente importante para quem
apoia Portas, tendo em conta o diminuto peso eleitoral do CDS, conjugado com
a convicção de que o ex-líder do partido conseguiria chegar bem além das
fronteiras dos democratas-cristãos.
Foi, aliás, por isso que no CDS não demoraram a surgir críticas à
pressa do PSD em definir, na moção estratégica apresentada por Luís Montenegro,
que o partido deveria apoiar um militante, excluindo à partida opções fora das
fileiras sociais-democratas. E é aqui que se volta a insistir: um apoio apressado e
quase oficial de um partido a um candidato que ainda não está apresentado “é um
erro” — “torna-o o um candidato desse partido, e não desse espaço
político”, dificultando a tarefa de alargar o respectivo espaço eleitoral e
conquistar novos adeptos no eleitorado.
Por isso, a ideia é que Portas faz bem em resguardar-se. E esperar com
atenção, olhando para a performance dos primeiros rivais no terreno. “Podemos chegar a abril e ter eleitores que se sentem
órfãos…”, sugere um fã de Portas, frisando que será importante
avaliar primeiro como se portam figuras como Marques Mendes ou Gouveia e Melo
na corrida presidencial em que deverão entrar, antes de entrar em
precipitações. Ou seja, não é de aconselhar que Portas se auto-exclua sem ter
a certeza de que não pode fazer parte da corrida como uma espécie de
alternativa para eleitores de direita.
Além disso, as contas também são feitas tendo em conta o perfil dos
potenciais rivais. Por um lado, existe
o principal adversário neste espaço político, Marques Mendes, que já é bem
conhecido do público e já vive um pico de notoriedade há longos anos — ou seja,
deste lado acredita-se que terá mais dificuldades em crescer além dos números
apontados pelas sondagens. Na última, da CNN, os dois não apareciam em posições
muito distantes — Marques Mendes tinha 15% na categoria de respostas “votava de
certeza”, Paulo Portas chegava aos 12%; ainda assim, Portas tinha uma
percentagem de rejeição maior.
▲ Marques
Mendes soma cada vez mais apoios de figuras de relevo dentro do PSD - DIOGO
VENTURA/OBSERVADOR
Além disso, quem defende uma
candidatura de Portas também olha com algum cepticismo para os números bem
adiantados de Gouveia e Melo (que nesta sondagem, como nas anteriores, aparece
à frente e com 28% de intenções de voto “certas”), lembrando que o almirante
ainda não começou a ser seriamente escrutinado nem questionado sobre o seu
pensamento para o país — e que, assim sendo, partindo à frente ainda pode
enfrentar uma queda considerável nas intenções de voto. “Nunca vi um candidato
que ganhasse um ano antes das eleições…”, sugere uma fonte já citada.
No CDS já houve vozes que
defenderam em público, como foi o caso de Diogo Feio, que o partido não teria
hipótese se não apoiar o mesmo candidato que o PSD, sobretudo num momento em
que ambos formam a Aliança Democrática. Mas mesmo entre quem tem essa
opinião mantém-se o desejo de que Portas acabe
por avançar e portanto esse dilema
nem chegue a colocar-se. E as dúvidas sobre Mendes continuam a ouvir-se entre
democratas-cristãos e portistas, que garantem que o apoio evidente da direcção do PSD ao antigo líder pode mostrar
alguma “dessintonia” com o “PSD real”.
Além disso, será preciso que se definam outras variáveis à direita para
perceber qual é o cenário real para as próximas presidenciais, avisa-se. Serão
mesmo estes os nomes que avançarão para uma corrida a Belém? Que estragos poderá
fazer André Ventura? Uma candidatura dos liberais poderá ‘roubar’ voto jovem? A
exclusão de Mário Centeno da corrida, o nome que aparecia mais bem colocado nas
sondagens na área do PS (fora António Costa e António Guterres), deixará mais
espaço aos candidatos do centro para irem buscar votos (sendo que existem casos
de portistas que até teriam admitido votar Centeno)?
“Ainda falta muito tempo”,
vai ouvindo o Observador. “Queimar tempo
só vai dar mau resultado”. Gelo nos pulsos, confiança na ideia de que à direita as contas não estão fechadas. É
isso que aconselham os mais próximos de Portas, que garantem que quem avançar
já comete um “erro” — como se o primeiro milho fosse para os pardais e
importasse guardar trunfos que podem ser importantes mais tarde, evitando um desgaste
inicial desnecessário. Afinal, apesar de a bolha política e mediática se
agitar fervorosamente quando se fala em Belém, falta um ano para as eleições.
E quem quiser ser candidato tem de fazer contas à vida — sem precipitações.
ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS ELEIÇÕES POLÍTICA
PAULO PORTAS
COMENTÁRIOS (de 15)
Jorge Tavares: Intelectualmente,
Portas é muito, melhor que Marques Mendes.
Ana Dias: Sem dúvida nenhuma, seria a pessoa mais inteligente e
mais bem preparada para esse cargo. Estou convicta que o exerceria com muita
dignidade e sabedoria.
P Ferreiro > Jorge
Tavares: Portas
assim como Vitorino são no campo democrático os presidenciáveis mais
intelectualmente brilhantes e articulados. Portas tem carisma de sobra. Sabe
estar. Tem educação de berço. Tem gosto impecável no vestir e nas artes. Não me
envergonharia como Presidente. Apesar de alguns episódios que não são o melhor
atestado de carácter e que só conheço da comunicação social teria o meu voto.
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