Oxalá resultasse. Mas as opiniões não
são todas convergentes, que nós somos, acima do mais, uns laracheiros de
primeira apanha, de exibicionismo palavroso egocêntrico e rebarbativo, mais do
que de esforço operoso em prol da nação, os egrégios avós salientes por vezes
apenas como figuras de retórica, hoje imperando os
filhos da nação a impor o seu credo de pura melodia faceta e farsante,
por muito que as vozes mais comedidas dos “BRUNOS BOBONES” se esforcem por
reverter uma situação há muito desastrosa:
Aqui
estás tu, jovem atento
Acordado neste fim do século
À espera de um lugar
Difícil de encontrar
No canudo vive a esperança
Atrás das luzes em vertigem
Ao medo da noite recente
Que tens de conquistar
Que tens de conquistar
Ai,
estes são os filhos da nação
Adultos para sempre
Ansiosos por saber
Se a cruz é salvação
Depois
acenas, sem nada pra temer
Velho cúmplice da decisão
Preso a uma ordem
Que não podes quebrar
Ouves fascinado, o ofício da vitória
A fobia de um monólogo
Que insistes em partilhar
Mas não entendes porquê
Mas não entendes porquê
Ai,
estes são os filhos da nação
Adultos para sempre
Ansiosos por saber
Se a cruz é salvação
O Martim Moniz e a política
É fundamental deixarmos de ter
políticos que se sentem mais sabedores do que todos os seus concidadãos. É
tempo de servir, mais do que ser servido. É tempo de nos unirmos e não de nos
radicalizarmos.
BRUNO BOBONE Presidente do Grupo Pinto Basto
OBSERVADOR, 02
jan. 2025, 00:1517
O ano de 2024 caracterizou-se, em Portugal, por uma mudança política que, apesar de parecer que
seria pouco fracturante, se manifestou muito mais radical do que era esperado.
A transferência de poder de uma
governação socialista para uma coligação entre sociais democratas e democratas
cristãos foi muito menos uma transição
entre ideologias, que têm sido tradicionalmente moderadas e centralistas, e muito mais uma mudança
radical de comportamentos que alinha pela radicalização a que temos assistido
por esse Mundo fora.
Ainda que seja notória a abertura à integração de serviços privados no apoio aos sectores da saúde e da educação, que haja uma maior abertura à privatização de algumas
funções, é na forma como se enfrentam os problemas que assistimos a
uma clara mudança de comportamento e que, acredito eu, se vai focar o combate
político do ano de 2025.
Enquanto que a governação
socialista optava por disfarçar os problemas, tentando esconder os seus resultados, esta nova governação, e
na minha opinião, por uma influência importante da participação do CDS nesta
solução governativa, tem optado por uma frontalidade na resolução dos
problemas.
Esta frontalidade, que resolve,
está a assustar a esquerda em geral e o partido socialista, em especial, pois
isso poderá vir a ser aquilo que pode despoletar o crescimento da votação deste
governo junto dos eleitores.
A questão da saúde, que apesar
de ter tido um problema grande de comunicação, se começa a solucionar, a colocação de professores, também com
um problema de comunicação inicial, está consideravelmente
melhor do que na governação anterior, a questão da imigração, da
segurança, das questões salariais das forças de segurança e outras, têm
surgido junto do público com uma
imagem de que há uma vontade de fazer avançar este país e isso terá
inevitavelmente repercussões na aceitação desta solução governativa por parte
da população.
Ora, para a oposição, isto é claramente
uma ameaça que tem
tentado evitar, tanto a esquerda como a direita.
Se por um lado a direita do governo se vê ameaçada por atitudes que
resolvem os problemas que foram a sua bandeira nas últimas eleições, por outro
a esquerda sente-se ameaçada por ser cada vez mais evidente, que os
problemas que o seu governo afirmava não existirem estão cada vez mais
reconhecidos pela própria população.
Bom exemplo desta
esquizofrenia política foi a reacção da oposição ao que se passou no Martim
Moniz.
Uma operação policial de rotina, que nunca
foi alvo de comentário político nas vezes anteriores em que foi levada a cabo e
que não resulta de qualquer influência da governação, porque preocupa
excepcionalmente aquelas duas oposições, foi alvo de um debate político, que acredito ter resultado num
reforço da apreciação positiva do governo e da noção clara de fragilidade da
oposição.
Por um lado André Ventura, para reforçar a sua posição
de preocupação com a segurança dos portugueses veio afirmar que o seu partido,
se governasse, faria operações destas,
naquele local todos os dias.
Isto é, não só, uma impossibilidade, pois seria
impraticável ter capacidade para que isso fosse realizável, como é algo que poucos portugueses considerariam como adequado a uma vida
em democracia que tanto lhes custou a conseguir.
Por outro lado, a esquerda
tenta, através de uma insistente batalha pela manutenção do sistema da
avestruz, de esconder a cabeça para não reconhecer o desastre, continuar com a ideia de que esta decisão
mostra que o governo
está a forçar um aumento do controlo da segurança sobre zonas e pessoas que a
polícia considera serem de risco, e que a maioria da população concorda.
Toda esta luta, a que pretendem chamar de política, mas que é essencialmente de contrariação
de atitudes, acabará, na minha opinião, por nos levar a uma situação semelhante
à que se vive em França e que resulta do desaparecimento de um partido de
esquerda central e moderado como foi tradicionalmente o PS, tenderá a radicalizar ainda mais as
opções dos eleitores e haverá, durante algum tempo uma força central que manterá
o poder, sem que seja verdadeiramente uma solução para o futuro do país.
A única alternativa será um governo que se mantenha firme nas suas
convicções sobre a vida em democracia e sobre a forma de trazer desenvolvimento
a Portugal, assumindo o compromisso de que, em todas as restantes matérias
relacionadas com a vida da população, esta será sempre escutado e as medidas
serão tomadas no sentido de lhe dar o maior conforto na sua vida.
É fundamental deixarmos de ter
políticos que se sentem mais sabedores do que todos os seus concidadãos.
É
tempo de servir, mais do que ser servido.
É tempo de nos unirmos e não de nos
radicalizarmos.
COMENTÁRIOS
Tim do A: A partir do momento em que Montenegro traçou as suas
linhas vermelhas, não há mais entendimento nem união possível em Portugal.
Montenegro, com isso, desgraçou o futuro de Portugal. Tim do A
> Maria
Tavares: Pois então Montenegro está a negociar com o PS, o partido anti reformas. É
inútil. Vão ser mais 4 anos de socialismo, de estagnação e de empobrecimento.
Foi isso que tragicamente Montenegro escolheu. Os portugueses que façam então
bom proveito da continuação do socialismo. Realmente, Portugal e os portugueses
são, infelizmente, na sua essência e mentes, socialistas. Por isso são pobres e
gostam de subsídios. Jorge
Tavares: Não discordo da opinião do autor, de este governo está a esforçar-se mais
do que os governos de António Costa (também não era difícil!). Esses governos,
no início de mandato, só se preocuparam em reverter. Mesmo assim, pergunto-me
se este artigo não será mais um exercício de wishful
thinking do que uma análise da
realidade. Não sei a tal frontalidade é assim tão proeminente - e não sei se está a
assustar a esquerda. Para começar, a frontalidade não se observa em tudo. Por exemplo, não se
verificou na nomeação de Hélder Rosalinho. A esquerda parece estar um pouco mais fragilizada do
que quando estavam no poder, mas isso era de esperar. Elas devem achar que é só uma
má fase. Continuam a ter apoio descarado da comunicação social, o que lhes dá
uma vantagem tremenda. A CM está permanentemente em campanha contra o actual
governo - por pancada ideológica e por falta de profissionalismo. Por exemplo,
apesar da diferença de votos e deputados, Mariana Mortágua e outros extremistas
continuam a ter muito mais tempo nas TVs do que Rui Rocha e outros moderados.
Maria Tavares > Tim
do A: Ainda bem que que Luís Montenegro assim definiu pois não é possível
estabelecer estratégias e acordos com quem desconhece a própria índole. Só
pretendem protagonismo, vaidade oca, os interesses do País não são sequer uma
preocupação Maria
Tavares: Análise perfeita obrigada. Governo deve manter o rumo que traçou assim
como manter a serenidade, tentando responder aos histerismos da esquerda, e à
inconsciente demagogia do ch. Ambos estão em rota de colisão. Não entendo
como o ps permite que um partido fundador da democracia, venha nesta queda
vertiginosa de degradação, como acolhem os que percebendo que não conseguem
poleiro nos partidos extrema-esquerda 'aninham-se' no ps, ver leitoa, pns,
temido. É penoso ver e perigoso. França devia servir-nos de exemplo.
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