sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

Churchill

 

Foi uma figura necessária contra o ditador sem escrúpulos, Hitler, provido este de ideias perfeitamente monstruosas, que uma designação como “holocausto” definitivamente arruma na prateleira dos mais hediondos monstros imagináveis no mundo inteiro. Como não consigo compreender a tese do P. JOÃO BASTO, apoiado em Darryl Cooper sobre a tal maior culpabilidade de Churchill, em confronto com a de Hitler, limito-me a copiar, da Internet, dados biográficos de ambos. O desejo de notoriedade na defesa de um ponto de vista que se pretende original, mesmo por conta de outrem, deveria, em todo o caso, passar pelo cadinho do bom senso. Do respeito também.

 

Claro. A culpa é do Churchill

Há figuras que são odiadas pela esquerda. Outras que o são pela direita. Churchill consegue a proeza de fazer o pleno.

P. JOÃO BASTO Sacerdote, membro da equipa formadora do Seminário Diocesano de Viana do Castelo

OBSERVADOR, 24 jan. 2025, 00:1815

Tucker Carlson entrevistou Darryl Cooper Introduziu-o como “o melhor e mais honesto historiador popular nos Estados Unidos”. Darryl nunca estudou história para além do ensino secundário e o seu único livro publicado chama-se Twitter – Um guia de dicas e truques de como fazer. Trata-se de um currículo invejável. Ou seja, ao nível de formação em história, eu e Darryl Cooper estamos no mesmo patamar: não temos nenhuma. O que me torna perfeitamente qualificado para analisar a sua entrevista.

Nela, Cooper defendeu que a II Guerra Mundial não foi culpa de Hitler, mas de Churchill. Chegou mesmo a dizer que o primeiro-ministro britânico era “o maior vilão da II Guerra”. O episódio chama-se, inclusivamente, “como Churchill arruinou a Europa. E no Twitter, que, como vimos, Cooper conhece como ninguém, afirmou que embora a sua “intenção não seja dizer que o Terceiro Reich foi pacífico (…) a guerra não era inevitável e quase ninguém, excepto a facção de Churchill, a desejava”.

Ora, a II Guerra começou quando Hitler invadiu a Polónia, em Setembro de 1939. Na altura, Churchill não fazia parte do governo. Aliás, quando sobe ao poder, em Maio de 1940, Hitler já tinha invadido a Holanda e a Bélgica, e a França era o próximo alvo. Ou seja, conclusão inevitável para Darryl: o Winston veio mesmo estragar tudo. Como argumenta Cooper, Hitler até ofereceu a paz à Grã-Bretanha, em julho de 1940, e Churchill recusou, acusando-o de mentira patológica e de ter uma força militar extremamente relativa. Como sabemos, tratou-se só de casmurrice e falta de descaramento do primeiro-ministro inglês. Churchill pode enganar a historiografia de academia, mas ao juízo crítico de Darryl Cooper não escapa. Até quero ver como é que o Andrew Roberts vai sair desta.

Apesar das insistências de Churchill, os Estados Unidos só entraram na guerra depois do Pearl Harbor. Cooper afirma que os EUA foram arrastados para a guerra por “operações de propaganda”. Algo que os 2403 mortos no ataque à base do Pacífico deviam ter preferido. A Marinha Real Britânica era, à época, a maior do mundo e participou decisivamente em inúmeras batalhas. Segundo Cooper, a Grã-Bretanha deixou outros países a lutarem por ela. Por várias vezes, Churchill alertou os seus contemporâneos que o desarmamento não significava directamente a paz. Fê-lo em 1934, e pediu, em 1936, uma “união de poder e de justiça” para evitar a guerra. Para Darryl Cooper isso não mostra qualquer boa intenção. No entanto, segundo ele, as mortes que os alemães causaram a leste trataram-se de acidentes e acasos, fruto de impreparação militar, embora a “Hungerpolitik” planeasse deliberadamente a fome e a morte de milhões de civis e prisioneiros de guerra soviéticos. Na verdade, os alemães só queriam ir brincar com as matrioskas. Os russos é que não souberam partilhar.

Há figuras que são odiadas pela esquerda. Outras que o são pela direita. Churchill consegue a proeza de fazer o pleno. No fundo, é o familiar de que ninguém gosta, mas que sustenta a família. Como sabemos, ao fim da noite, a história acaba com alguém a esvair sangue.

Da mesma maneira que o wokismo não é simplesmente a tentativa de mostrar que a história não é só feita de reis e princesas, isto também não é só a velha exaltação acrítica do passado. É algo bem diferente.

Antes era fácil perceber quem legendava as estátuas do bulldog inglês com epítetos de vilão e desprezível. Por estes dias isso é um exercício arriscado. Tanto pode ser alguém que o considera um perigoso colonialista, como alguém que o vê como um belicista que destruiu a ordem ocidental. Ambos concordam. Se ele tivesse estado quieto era melhor. Os opostos atraem-se. Nisto o povo e a físico-química concordam. Não temos sabido tirar as devidas consequências disso. Um conselho: em vez da hermenêutica dos gestos, é melhor fazer hermenêutica das palavras.

NOTAS DA INTERNET

«I -Sir Winston Leonard Spencer Churchill (Woodstock, Oxfordshire, Inglaterra; 30 de novembro de 1874Londres, 24 de janeiro de 1965) foi um militar, estadista e escritor britânico que serviu como primeiro-ministro do Reino Unido, de 1940 a 1945, durante a Segunda Guerra Mundial, e novamente de 1951 a 1955. Além de dois anos entre 1922 e 1924, foi membro do Parlamento (MP) de 1900 a 1964 e representou um total de cinco círculos eleitorais. Ideologicamente liberal económico e imperialista, foi durante a maior parte de sua carreira um membro do Partido Conservador, que liderou de 1940 a 1955. Também foi membro do Partido Liberal de 1904 a 1924………

…………Fora do governo durante seus chamados "anos selvagens" na década de 1930, Churchill assumiu a liderança ao pedir o rearmamento britânico para combater a crescente ameaça do militarismo na Alemanha Nazista. Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, ele foi renomeado Primeiro Lorde do Almirantado. Em maio de 1940, tornou-se primeiro-ministro, substituindo Neville Chamberlain. Churchill formou um governo nacional e supervisionou o envolvimento britânico no esforço de guerra dos Aliados contra as Potências do Eixo, resultando na vitória de 1945. Após a derrota dos conservadores nas eleições gerais de 1945, tornou-se líder da oposição. Em meio ao desenvolvimento da Guerra Fria com a União Soviética, alertou publicamente sobre uma "Cortina de Ferro" da influência soviética na Europa e promoveu a unidade europeia. Entre os seus mandatos como primeiro-ministro, ele escreveu vários livros contando a sua experiência durante a guerra pela qual foi premiado com o Prémio Nobel de Literatura em 1953. Perdeu a eleição de 1950, mas voltou ao cargo em 1951. No seu segundo mandato preocupou-se com as relações exteriores, especialmente as relações anglo-americanas e a preservação do Império Britânico. Internamente, seu governo enfatizou a construção de casas e completou o desenvolvimento de uma arma nuclear iniciada por seu antecessor. Com a saúde em declínio, Churchill renunciou ao cargo de primeiro-ministro em 1955, embora permanecesse como deputado até 1964. Após sua morte em 1965, recebeu um funeral de estado.

Amplamente considerado uma das figuras mais significativas do século XX, Churchill continua popular na anglosfera, onde é visto como um líder vitorioso em tempos de guerra que desempenhou um papel importante na defesa da democracia liberal da Europa contra a disseminação do fascismo. Por outro lado, foi criticado por alguns eventos de guerra e também por suas visões imperialistas, comentários racistas e a sua alegada aprovação de violações de direitos humanos, nomeadamente na Índia.. »

 

2 - Adolf Hitler (20 de abril de 1889Berlim, 30 de abril de 1945) foi um político alemão que serviu como líder do Partido Nazista (Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei; NSDAP), Chanceler do Reich (de 1933 a 1945) e Führer ("líder") da Alemanha Nazista de 1934 até 1945. Como ditador do Reich Alemão, ele foi o principal instigador da Segunda Guerra Mundial na Europa e figura central do Holocausto…..

 

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