Todavia, triste e reservado, e que parece fazer boquinhas de enjoo, a cada passo do seu
protesto. Ou ataque, melhor dizendo, a quem governa, por agora.
Pedro Nuno tem um problema. Ou dois. Ou três
O glorioso balanço
da liderança de Pedro Nuno Santos resume-se desta forma: na segurança, cala;
no combate ao governo, tropeça; nas presidenciais, hesita; no
partido, isola-se.
MIGUEL PINHEIRO Director executivo do Observador
OBSERVADOR, 18 jan. 2025, 00:2262
Há exatamente um mês que o país
inteiro, no Norte e no Sul, no interior e no litoral, nas praias e nas
montanhas, nos supermercados e nos restaurantes, só fala de um tema quando
debate política: segurança. Peço desculpa, precipitei-me. O país inteiro, não.
Há uma garbosa excepção que assume a forma do Partido Socialista. O PS tem uma enormíssima dificuldade em
falar sobre segurança. Em certo sentido, percebe-se. Afinal, se os
socialistas entendem que não há um problema de segurança em Portugal, então não
há motivo para se darem ao trabalho de apresentar soluções. Mas existe aqui uma dificuldade: se Pedro
Nuno Santos não tem soluções, então o que
diz sobre o tema resume-se a retórica; e, sempre que um líder se resume à
retórica, fica a parecer um vazio.
Desde os tempos de José
Sócrates, os portugueses já mostraram que são capazes de votar em muitas
coisas. Mas fica difícil alguém votar
num vazio. Talvez por isso, as últimas sondagens deixam Pedro Nuno
Santos entre o desastre e o apocalipse. Para os socialistas, o barómetro da
TVI/CNN que tem sido divulgado por estes dias é um susto, um aviso e um alerta.
O susto: 38% dos eleitores do PS — não são eleitores genéricos, são eleitores
do PS — definem a actuação de Luís Montenegro como “boa” ou “muito boa”. O
aviso: 49% dos eleitores do PS aprovam a actuação do governo da AD. O
alerta: só 51% dos eleitores do PS descrevem a actuação de Pedro
Nuno Santos como sendo “boa” ou “muito boa”.
Olhando para estes resultados,
conclui-se que os eleitores
socialistas não parecem estar propriamente disponíveis para tomar a Bastilha de
São Bento, especialmente se tiverem a liderá-los, como um aspirante a
Robespierre, o actual secretário-geral do PS. Aliás, esses mesmos eleitores socialistas também
não parecem ter uma especial confiança na capacidade de Pedro Nuno Santos tomar
decisões iluminadas em relação às eleições presidenciais. Segundo o
barómetro, eles preferem entregar o
voto ao almirante Gouveia e Melo, enquanto
o PS se entretém em jogos florais com António José Seguro, António Vitorino,
Elisa Ferreira, Ana Gomes e, Deus tenha piedade de nós, Augusto Santos Silva.
Claro que não podemos ser
excessivamente duros com o secretário-geral do PS. Toda a gente sabe que o cargo mais solitário do mundo é o de líder
da oposição. Pedro Nuno Santos
não está totalmente sozinho, mas tudo indica que a sua companhia se resume a
uma única pessoa. Alexandra Leitão foi a coordenadora do programa
eleitoral do PS nas legislativas; Alexandra Leitão é
a representante do PS no programa “Princípio da Incerteza”; Alexandra
Leitão é a líder do grupo parlamentar do PS; Alexandra Leitão é
a porta-voz oficial e não oficial do PS; e, agora, Alexandra
Leitão é também a candidata do PS à Câmara de Lisboa. Há uns anos, sempre que havia umas eleições alguém no PS lembrava-se de
propor o nome de António Vitorino, até que ele desabafou que “Não há
festa nem festança a que não vá a Dona Constança”. Passados estes anos, a
Dona Constança encarnou em Alexandra Leitão, que, segundo parece, é tão
competente que consegue ocupar qualquer cargo. Aliás, a própria já
tinha avisado, numa entrevista: “Sou
uma das mulheres do PS com condições para ser primeira-ministra”. De facto, presumindo que, por agora,
podemos tirar da equação o papado, ser primeiro-ministro é um dos poucos cargos
que lhe falta ocupar a mando do PS. Como o próprio Pedro Nuno Santos
concluirá com melancólica angústia, sem ser Alexandra Leitão não se vê quem
mais no PS o apoia, aconselha ou defende.
O glorioso balanço da liderança
de Pedro Nuno Santos resume-se desta forma: na
segurança, cala; no combate ao governo, tropeça; nas presidenciais, hesita; no
partido, isola-se. Assim, de facto, como o PS já percebeu, vai
ser difícil chegar lá.
COMENTÁRIOS (DE 62)
André Ondine: Excelente crónica de Miguel Pinheiro que, no entanto,
se esqueceu de mencionar que Alexandra Leitão foi também a enviada especial do
PS à já lendária manifestação “Não nos encostem à parede”, que antecedeu a
percepção de uma rixa no Martim Moniz em que uns quantos pacifistas foram parar
ao hospital com uma percepção de ferimentos. Este PS Mortáguo
é um PS em que a habilidade cínica de Costa deu lugar ao radicalismo infantil
do “Pedro Nuno”, da Alexandra, da Isabel e dos amigos Tavares Mortáguas, que
estão desejosos para ser convidados para nova geringonça contra-ataca. Seria um
super partido de gente pouco esperta mas muito egocêntrica, com apenas a
vantagem de ser levada ao colo pela bolha comentadora que polui a nossa
comunicação social. O “Pedro Nuno” está a destruir a essência do PS, cedendo
a uma agenda populista radical, que ironicamente apenas alimenta os movimentos
que ele mais critica. Padece de um mal terrível. Vive obcecado em
agradar à bolha política e comentadora da moda. A Alexandra parece viver
num altar a olhar-nos de cima. E quanto mais de cima olha, mais de cima caírá.
As sondagens confirmam que o povo não é burro. Topa os Wokes. Não
se deixa enganar com a conversa dos encostanços à parede. Agradece o realismo
do governo. O governo já chegou a acordo
com médicos, professores, enfermeiros, polícias e outros. O PS esteve lá oito
anos e nada. As pessoas acreditam mais nisso do que nas rábulas da pandilha da
Leitão que diz umas coisas que nada têm a ver com aquilo que vive no dia a dia.
Diaboliza o privado, mas faz vida no privado. O povo é sereno mas não é burro… F. Mendes: Bom artigo. Mas, na questão da
segurança, PNS enterrou-se até às orelhas, ao colar-se à extrema-esquerda sobre
a rusga no Martim Moniz. Logo, não se trata aqui (apenas) de uma questão de
falta de conteúdo programático ou de discurso sobre este problema enorme;
trata-se, isso sim, de um erro grosseiro que será pago eleitoralmente. Para bem
da Nação. Acrescente-se que o peso (figurado e literal) da Leitão não surge por
acaso: trata-se de uma radical de esquerda, de uma fidelidade canina ao chefe,
capaz de mentir sem rebuço, de medíocre inteligência e vasta ignorância; numa
palavra, a dirigente ideal para este PS cada vez mais difícil de distinguir dos
anormais do BE.
Manuel Martins: Em minha opinião, a escolha da
Leitão para Lisboa, foi um erro que PNS vai pagar. Alguém que quer ser
eleito pelos lisboetas, que sentem a insegurança como um problema, surge a
encabeçar uma manifestação contra a polícia no Martim Moniz, e a defender os
imigrantes, inclusive aqueles que, naquele local, roubam, traficam, violam,
agridem? E alguém que quer ser PM, no dia a seguir a uma operação policial, coordenada
pelo ministério público, sem qualquer violência, coloca-se contra a polícia e
vai mostrar compaixão pelos imigrantes, só porque são imigrantes, mesmo que
muitos sejam criminosos e a razão da insegurança nessa zona? Também um erro. Maria Tavares: Pns nem se apercebeu onde se
estava a meter quando foi buscar este 'tractor' bloquista para parceira!!! A
única pessoa civilizada que ele tem nas listas é Francisco Assis, que só se
deve de ter deixado convencer por poder ir para UE, restantes são escroques
esquerdalha com perfil be mas querem tacho que só podem ter neste miserável ps Maria Gomes: O maior problema de PNS é...
Ele próprio Maria
Cordes: A sra. Leitão não tem nada a seu favor. Mas o que ela tem de pior é um ódio
no olhar, que assusta qq pessoa de bem. Quem a defende, está de mal com a vida,
não gosta de si mesmo, nem dos outros. Em vez de encabeçar manifs , como a do
M.Moniz, aconselho passeios na natureza.
Mário Silva: O problema do Cocas é a Miss
Piggy JOHN
MARTINS: Creio que a Nuno Santos, pouco mais resta do que disputar com Ventura quem
é o chefe da oposição... E que se mantenham nessa luta por muitas legislativas, já que para bem do
povo pouco têm para oferecer... Carlos Chaves: O Observador anda tão
preocupado com o partido socialista. Miguel Pinheiro, para o nosso bem comum,
peço-lhe, deixe-os estampar contra a parede, Portugal já sofreu demais com esta
gente! Chega, basta! Manuel Magalhaes: Alexandra Leitão é apenas a extrema
esquerda woke instalada no PS pela mão do influenciável indeciso PNS… a prazo
será o fim do PS, o que será bom para o país!!! João Floriano: Já houve tempos em que o alvo
preferencial de Miguel Pinheiro não era Pedro Nuno Santos. Já houve tempos em
um certo partido era e ainda continua ser apelidado de unipessoal porque o
mesmo candidato ia e vai a todas. Agora foi ultrapassado por Alexandra Leitão
que como Miguel Pinheiro escreve com fina ironia, ainda não ascendeu a
candidata ao trono do Vaticano mas é só darem-lhe tempo. De facto o PS de PNS e
Alexia é hoje um vazio. O radicalismo e o encosto à extrema-esquerda são os
responsáveis e os moderados estão em silêncio na expectativa de um milagre. Não
acredito em milagres. A continuar assim o PS vai ter a maior derrota desde
que concorre a eleições: nas autárquicas, nas presidenciais, nas legislativas.
Melhor não perguntarmos a Alexia quais as mulheres que poderiam candidatar-se e
exercer o cargo de PR. Certamente Isabel Moreira e Ana Gomes seriam
nomeadas. Por
aqui: Concordo com o artigo, mas devo referir que em vez do PS de PNS tivéssemos
o PS Medina a situação não seria melhor, e seria muito mais perigosa. Medina é
sibelino, perigoso e o justo delfim de Costa. O PS será ou dos radicais ou dos
amorais. Alberico
Lopes: Caro Miguel: após ter lido a sua crónica sobre o rei dos porsches,
permita-me acrescentar só isto: será que é por tudo isso que critica no
nuninho, que o Observador, através dos avençados que para aqui migraram, como
uma tal Rita Tavares mas não só, tanto o tenta promover, pois não há mesmo dia
nenhum que esse aventesma não seja aqui recordado e embezerrado? Pense nisso,
caro Miguel, e comece também a fazer a limpeza que se impõe nos aduladores de
tão sinistras personagens!
Maria Paula Silva: Alexandra Leitão é a única que apoia PNS enquanto...
não alcançar um cargo acima dele! A partir daí PNS será um tremoço para descartar. A. Leitão é um animal feroz,
perigosa. Era bom que não alcançasse nenhum cargo com mais poder. Américo Silva: Bom, não consigo publicar, vai
tudo para moderação, talvez amanhã.
Manuel Lisboa: Esperemos que o diagnóstico esteja correcto e dessa maneira o líder
socialista, assim como a respectiva multifacetada e polivalente conselheira,
ajudante e militante continuem par a par até ao desastre final socialista. Vitor Batista > André Ondine: "Este ps
Mortáguo"... Heheh a melhor forma de definir o actual ps, é mesmo Mortáguo. Caetano Ramalho: Deixem-no continuar assim que
a gente agradece! Pedro Nuno santos está a fazer uma óptima propaganda
eleitoral à direita. Não mexam no homem! José B Dias: Não creio ser de forma alguma
surpreendente que tantos eleitores do PS aprovem entusiasticamente a actuação
de Montenegro e do seu governo ... é que se fecharem os olhos nem dariam pela
diferença.
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