Os europeus, e não só os ledores da cartilha marxista, sofredores por conta de outrem, ignorantes e cobardes por conta própria, essencialmente amantes das doçuras existenciais, acomodaram-se bem aos novos ditames, com muitos cravos a definir-nos em explosão anualmente apregoada, pelo menos no nosso caso português, mas outros casos provando preocupações à Greta, acusatórias por pura pieguice exibicionista, na realidade esperando todos nós o desenrascanço ofertado pelos States, estes angariadores entusiásticos de poderes, e daí, por vezes, a participação nos espaços europeus, que estão mais à mão, sem tanta perda de tempo, pois, embora Trump prefira os espaços mais isolados groenlandeses, para começar a sua expansão menos trabalhosa, para já.
Não se queixem de Trump, a culpa é dos europeus
Silicon Valley está cheia de europeus. O problema é o
ambiente de investimento na Europa. Os europeus preferem regular a arriscar, e
preferem conservar a inovar.
JOÃO MARQUES DE ALMEIDA Colunista do Observador
OBSERVADOR, 23 jan. 2025, 00:2086
Quando olho para o mundo, o que
mais me custa ver não é a expansão do poder da China, nem as guerras no Médio
Oriente, nem sequer a guerra na Ucrânia. O que mais me custa ver é o declínio
da Europa. Sou de
um país europeu, trabalho noutro país europeu. Tenciono viver sempre na Europa.
Estou convencido que os meus filhos viverão na Europa. Por isso, o futuro da
Europa é o que mais me preocupa.
Neste momento, as lideranças políticas
europeias, em Bruxelas e nas capitais nacionais, estão perdidas. Percebem que as suas ilusões, os seus
erros, a maioria das suas políticas chocaram de frente contra um muro chamado
realidade, e não sabem o que fazer. O antigo PM do Luxemburgo e Presidente
da Comissão Europeia antecipou o fracasso europeu quando afirmou: “Nós sabemos o que havemos de fazer, só
não sabemos como ganhar as eleições depois.” Juncker disse isto há mais
de 15 anos. Continuamos exactamente na mesma. Os
partidos políticos europeus, da esquerda à direita, continuam a colocar a
vitória nas eleições à frente do que deve ser feito. Agora
andam todos aflitos sem saber o que Trump vai fazer. Os países europeus
dependem mais dos Estados Unidos, do que Musk depende de Trump, mas a maioria
dos europeus só se preocupa com o dono do X. É patético.
A Europa depende dos Estados Unidos
na defesa. Porquê? Porque os seus governos julgaram que os
Estados Unidos estariam sempre disponíveis para defender a Europa e nunca
investiram a sério na defesa.
Ainda hoje muitos países europeus não cumprem os seus compromissos assumidos com
a NATO, e investem menos de 2% do PIB na defesa (incluindo, infelizmente,
Portugal). Trump disse aos europeus para gastarem mais dinheiro na defesa e
cumprirem as suas obrigações. É lamentável que os governos europeus precisem
que Trump lhes diga o óbvio.
Agora a Europa também depende dos
Estados Unidos em relação à energia. Os Estados Unidos já são o segundo maior
exportador de gás e o maior exportador de LNG para a Europa. Com Trump as
exportações de gás dos Estados Unidos vão crescer, desde logo para tentar
travar o aumento de tarifas comerciais pela administração norte americana, e a
dependência energética também se vai agravar. Os
Estados Unidos tornaram-se num dos maiores produtores de energia do mundo
porque começaram a explorar o gás e o
petróleo de xisto. Também há
grandes reservas na Europa, mas os europeus não as exploram. Não o fazem por
causa da oposição de dezenas de ONGs e movimentos políticos ambientais, e da
natureza burocrática dos processos de licenciamento. As ONGs e as burocracias
europeias preferem que a Europa dependa dos Estados Unidos e de Trump. E está a
acontecer o mesmo com a exploração do lítio. O
que significa que a dependência da Europa no sector dos carros elétricos em
relação à China vai acentuar-se.
A Europa também está inteiramente
dependente dos Estados Unidos no sector digital.
Podem os europeus viver sem o
software produzido pela Microsoft? Não podem.
Podem os europeus viver sem o
hardware produzido pela Apple? Não podem.
Podem os europeus viver sem a
Google? Não podem.
Podem os europeus viver sem as
redes sociais como o Facebook, o X e o Instragram? Podiam, mas detestariam.
Podem os europeus viver sem as
compras na Amazon? Podiam, mas com a Amazon, a vida é muito mais fácil.
Na inteligência artificial, nos
satélites, no cloud, nos semicondutores, as mesmas empresas americanas e outras
vão continuar a estar muito mais avançadas do que as europeias. Ora, os
europeus não são menos capazes do que os americanos. Aliás, Silicon Valley está
cheia de europeus. O problema é o ambiente de investimento na Europa. Os europeus preferem regular a arriscar, e preferem
conservar a inovar.
Nas últimas décadas, na Europa, a
cultura socialista e social-democrata, que coloca a regulação legislativa e a
intervenção do Estado acima da iniciativa privada, dos investimentos de risco,
do empreendedorismo empresarial, triunfou sobre o verdadeiro espírito
capitalista. A
dependência em relação aos Estados Unidos é uma das consequências do triunfo
desde consenso social-democrata na Europa. Voltando a Juncker, só pensaram em
ganhar eleições, agora vão ter que agradar a Trump. É muito triste e dramático
para os europeus.
PRESIDENTE
TRUMP ESTADOS
UNIDOS DA AMÉRICA AMÉRICA MUNDO EUROPA
COMENTÁRIOS (de 86)
Jorge Frederico Cardoso Vieira
Barbosa: Mais um artigo excelente designadamente pela racionalidade com que JMA
expõe a situação critiquíssina da UE (e daEuropa). A citada frase de Juncker
diz tudo
Carlos Chaves: Os grupelhos, ambientalistas, activistas, verdes… são nomes inventados para
esconder o esquerdismo onde chafurdam, que pululam por esta Europa fora, falta
de coragem dos políticos sérios e a expulsão dos sérios que tentaram mudar
alguma coisa (Passos Coelho é um bom exemplo), sãos os principais factores
responsáveis pelo desastre que se adivinha nesta velha e esclerosada Europa! Outro importante factor é o papel criminoso da
esmagadora maioria da comunicação social, ver ontem novamente nos noticiários da noite o António Costa (um dos responsáveis da
decadência neste cantinho Europeu exportado agora para ajudar no desastre
global da Europa), a continuar a ser bajulado pela comunicação social, é de
bradar aos céus, como continuam a insistir no caminho errado! Obrigado caro João Marques de Almeida, por continuar
coerentemente do lado certo, confirmou-o no seu último parágrafo, bem-haja.
Luis Santos: Muito bom . E os políticos portugueses
nada fazem para alterar este tipo de coisas, antes pelo contrário. Basta ver a IDIOTICE do
aumento das 320 freguesias, quando se devia ir em sentido contrário. Ou por
exemplo o fim dos carros a combustão que já está a causar inúmeros problemas à
indústria automóvel.
Pedro Correia: Como de costume, muito bom. Infelizmente, é a triste realidade europeia.
Não se fazem políticas sérias e necessárias porque não se querem perder
eleições/poder. Não há por aí muitos "Passos Coelho". João Diogo: Finalmente, alguém com bom
senso e racionalidade, põe os pontos nos iii , esta europa não cria, não inova
, só se preocupa com politicas de género, com uma politica ambiental que é um
desastre, o fecho do nuclear na Alemanha é uma das piores decisões energéticas
de sempre. excelente crónica. Armindo Alves: Há muito que a Europa começou
a cavar a sua tumba. A regulamentação excessiva e burocracia asfixiante
rebentam com qualquer ideia de investimento na área produtiva. Nas questões
ambientais então, é o supra sumo da hipocrisia. Tudo o que pudesse deitar algum
fumo, cheiro ou barulho mandou-se para a China, Índia e outros que agradeceram.
Hoje importamos de lá os produtos feitos por mão de obra escrava e sem as
mínimas preocupações com o ambiente, como se o planeta tivesse barreiras
ambientais. Enfim, nós por cá vamos continuar muito limpinhos, só que estamos
quase a ser apanhados na curva. Tim do A: Muito certo. Os europeus
tornaram-se socialistas. Por isso vão continuar a empobrecer. A UE é uma
organização socialista. Bom der Leyen é socialista. O socialismo empobrece.
Pode ser que Trump faça sair a UE do socialismo. José B Dias: Verdades incómodas para muita
gente que se recusa a abrir os olhos ... Pedro Campos: Quando a UE tem como
presidente do Concelho Europeu um politico como António Costa está tudo dito
sobre a UE!!! Apesar da função não ter qualquer utilidade e ser meramente de
mestre de cerimónias!!!
António Antunes: Vai ser deprimente ver a economia americana a disparar e nós europeus a
ficarmos ainda mais para trás. O que mais me custa é ver os jovens europeus a
emigrarem em massa para os EUA substituídos por imigrantes com qualificações
muito inferiores, que supostamente iriam ajudar a resolver o problema da
segurança social. Qualquer um percebe que nem o problema da segurança social
fica resolvido (fica até pior) nem a Europa fica com quaisquer perspectivas de
progresso técnico. A transição demográfica e baixa fertilidade são geríveis;
o declínio tecnológico é difícil de reverter. Vitor Batista: Só falta o JMA nomear os
cromos que elegemos para o parlamento europeu. Isto é deveras surreal para não
dizer anedótico, e a Europa caminha a passos largos para se tornar irrelevante. afonso moreira: Obrigado pela reflexão. Como sair deste redemoinho que
afunda a Europa? Os eleitores querem o imediato que melhore as suas vidas; os
políticos e o marketing político tudo fazem para angariarem clientes
suficientes para irem para o poder; a CS entra no jogo porque tem de
sobreviver; as redes sociais são promovidas a fontes de informação única para
várias tribos. Como será possível ter um projecto de longo prazo, sentido como
comum e aglutinador numa sociedade fragmentada e em que as suas elites vivem em
função de si próprias e dos seus projectos pessoais ou projectos comunitários
utópicos e desligados da realidade do tempo que se vive e do que poderá vir?
Assim, as sociedades europeias não terão condições para se criarem líderes,
muito diferentes do exemplo que tivemos e temos entre nós: António Costa, um
mau governante, que deixou atrás de si um sem número de problemas para o
cidadão comum em Portugal, focado que estava no seu projecto pessoal e sem
projecto para o país que governava. Neste caldo europeu é hoje um líder desta
Europa! Uma Europa que produz assim líderes que futuro poderá ter? Ontem, no
seu primeiro discurso no parlamento europeu, mesmo com manipulação das imagens
pela CS, não estavam lá quase nenhuns deputados para o ouvir. Se nem os
representantes dos europeus estão mobilizados para o quer que seja como podem
os cidadãos não terem sentimento semelhante? Carlos
Ferreira: Verdades dolorosas! Vítor
Araújo: Vivemos em
negação.
Pedro Afonso: Excelente! É triste a nossa realidade! Este artigo devia ser lido por todos os políticos
europeus! E em especial por todos os jornalistas, comentadores, analistas e
"comentadeiros" de Portugal! José Paulo Castro: Correcto. Só faltou dizer a
verdade definitiva: o modelo social europeu (saúde e educação universais e gratuitas, bem como as pensões de todo o tipo
e não apenas de velhice) é inviável. Só existe na Europa daquela forma e com
aquelas garantias. Não é sustentável há décadas, com a inversão demográfica, e
tornou-se um factor de peso no declínio europeu. Os outros blocos não vão
imitar a receita e assim evitam o desastre. Os políticos europeus
comprometeram-se com a utopia. Agora, vão pela pia... Madalena Magalhães Colaço: Ursula e Biden/Kamala
entenderam-se às mil maravilhas. Ursula fechou os olhos à política externa dos
EUA em relação à Europa que consiste: Não permitir que a Rússia fornecesse gás
abundante e barato à Europa. Provas, 3 meses antes da invasão russa Biden numa
entrevista diz à jornalista que o Nordstream II vai ser destruído, resposta que
espantou a jornalista e que lhe pergunta como é possível isso. Biden,
percebendo que divulgou algo que não podia diz-lhe : vai ver, vai ver. No
documentário sobre o luso-descendente Jack Teixeira, que passou na RTP, preso
por divulgar informação confidencial dos EUA, entre a informação divulgada está
a divulgação de que os russos vão entrar em guerra, isto uns meses antes de
começar a guerra. Privados do gás russo barato, as consequências estão à
vista, uma Alemanha que se afunda pois o seu tecido industrial não consegue
pagar a energia comprada aos EUA. Melloni,
que não dorme em serviço, e o que a preocupa é o povo italiano, já veio dizer
que quer o gás russo. Quem está a destruir a Europa é a elite que nos governa
na União Europeia.
Gabriel Madeira > observador censurado: Esqueceu-se de outras pérolas:
Ana Catarina Mendes e Catarina Martins. O Sebastião, mesmo assim, ainda tem
outro discurso.
Rui Carvalho: Excelente texto... devia ser entregue a todos os politoos que nos governam
na Europa, incluindo Montenegro e PNS para ver se abrem os olhos, mas
infelizmente continuamos a votar nos mesmos que nos trouxeram até aqui. Somos
um povo pouco inteligente, socialismo e social democracia se não forem travados
vão destruir a Europa. Ana
Maria Caldeira: Isso. Excelente!! Como habitualmente. BOSS sa:
Que esperar da
Europa que nomeia para presidente do conselho europeu o António Costa? Apenas
esperar que se engasgue com espinha no croquete Coxinho: Se a democracia permite a
ascensão de manhosos incompetentes como é o caso de Costa e o socialismo
implica o embrutecimento e o empobrecimento da população, parece que estamos
colocados entre a espada e a parede. Como sair desta ?? Manuel Magalhaes: A UE é um saco cheio de ego
e de directivas a maioria das quais inúteis, o resultado está à vista mas pelos
vistos assim iremos continuar, não temos políticos à altura para darem uma
chicotada nisto tudo…
Carlos Dias: Excelente texto como é habitual. Ver o nosso País de fora para dentro é uma
visão muito mais completa. E ver a Europa de outro continente mostra-nos como
realmente somos em termos de desenvolvimento. Há 500 anos tínhamos governantes
que pensavam o nosso País a muitos anos de distância. Hoje parece-me que só
pensam como manter-se no poder ou na crista da onda. E a escolha de António
Costa para o cargo que está deixou-me estupefacto. Na nossa Europa não havia
melhor?
josé cortes: Cristalino. Venha um Milei!!! Ouvir Milei em Davos 2024 Lourenço de Almeida
> Carlos Chaves: A culpa é nossa! O Costa foi
lá posto por nós, tal como as máscaras na tromba das crianças fomos nós que
pusemos. Fomos nós que lhes fechámos as escolas durante mais de um ano e fomos
nós que votámos naqueles que acabaram com as parcerias como o Hospital de Braga
e um monte de outros que funcionavam melhor e com menos custos para os
contribuintes do que os hospitais geridos pelo Estado. Tal como somos nós que
aceitamos que os americanos andem a ver como vão ter energia mais barata, como
viver melhor e como chegar a Marte, enquanto os nossos representantes se
entretêm a legislar sobre as tampinhas de plástico dos refrigerantes e sobre
a forma de tratar adolescentes que para além de não saberem ler ou escrever,
também não sabem se são homens ou mulheres. Américo Silva: A Europa está em declínio
porque é governada por uma tralha elitista antidemocrática tutelada pelos USA
que não usa os recursos energéticos e minerais que lhe são oferecidos pela
Rússia a baixo preço; anões políticos, como Hollande, Barroso, Merkel e outros,
destruíram a capacidade industrial, nuclear e digital europeia; e o
feminismo é estéril. Antonio
Rodrigues: Uma feliz síntese do resultado de um século woke e governo socialista
Europeu. Lourenço de Almeida > Rui Carvalho: O problema não é dos políticos
que não são uma raça distinta dos cidadãos. O problema é dos cidadãos que
elegem esses políticos. Foram os cidadãos que incentivaram e apoiaram a pouca
vergonha das limitações impostas a propósito do covid, como são os cidadãos que
não votam nos políticos que fizerem o que tem que ser feito, como refere o
artigo. A culpa de tudo ser do Dr. Salazar já lá vai. É nossa mesmo! GateKeeper: Correcto e afirmativo, à
excepção, na minha opinião, do "atraso" na inovação e
"tecnologias virtu-artificiais", que eu, pessoalmente até acho
benéfico. Mas, a "acomodação" aos "regimes caducos de
clientela", prepara, "em grande", o nosso "funeral"
económico-social-politico; casadinhos de fresco com o miserável /pobre
imediatismo mental d'ecrã vigente, temos à nossa frente um futuro "buraco
negro". Por mim, já pouca coisa me preocupa, mas pelos meus filhos e
netos... Receio o futuro. AFJ: Os políticos já bateram contra
a parede, mas a população ainda não. Só quando isso acontecer é que a população
vai exigir outras políticas. É igual em todo o lado. João Floriano: Mas preocupações para quê?
Temos António Costa no comando. Durante anos Costa falou-nos de um Portugal que
só existia na sua imaginação. Agora é só aplicar a mesma técnica no Parlamento
e Conselho Europeu com doses elevadas de optimismo irritante. Afinal não há
grande diferença entre o Parlamento Europeu e o Parlamento em S. Bento. Pode
ser mais numeroso em Bruxelas (720) quando em S. Bento são 230, mas não são
muito diferentes e se procurarmos bem até lá vamos encontrar o mesmo tipo de
mentalidade como prova Junckers citado por JMAlmeida: o que interessa é não
perder eleições mesmo que se perca a Europa. Amanhã como habitualmente vou ver
o Contrapoder. Lourenço
de Almeida > Tim do A: Porque é que o Trump há-de fazer isso?! Enquanto a
Europa for socialista, os USA terão sempre um manancial inesgotável de
compradores acéfalos e de imigrantes inteligentes e com iniciativa cujas
entradas passarão a filtrar de acordo com o que lhes fizer falta. GateKeeper
> Vitor Batista: A Europa /, UE/EU,
actualmente, já é Irrelevante.
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