Invasões, irresoluções, negociações, participações, incompreensões… estranhas acções para o comum dos mortais… Esperemos no que vai dar o cinismo e a indiferença dos potentes, zelosos programadores das marchas dos mundos. E assim vamos andando, espreitando os ares, ouvindo e vendo imagens distantes de feroz postura. A Ucrânia que se cuide.
Rússia vê com maus olhos qualquer solução para a Ucrânia negociada com europeus
"A participação dos europeus, em termos de aceitabilidade [do acordo por Moscovo], não é um bom presságio", declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
AGÊNCIA LUSA: Texto
OBSERVADOR, 16 dez. 2025, 21:37 1
A Rússia baixou esta terça-feira as expectativas sobre a possibilidade de aceitar uma solução para a Ucrânia negociada com países europeus, embora admitindo não ter sido informada sobre os resultados das conversações realizadas em Berlim.
“A participação dos europeus, em termos de aceitabilidade [do acordo por Moscovo], não é um bom presságio“, declarou o porta-voz do Kremlin (presidência), Dmitri Peskov, citado pela agência noticiosa France-Presse (AFP).
Peskov disse que Moscovo deve “primeiro tomar conhecimento” do que foi elaborado durante as recentes negociações entre ucranianos e norte-americanos antes da organização de um novo encontro dos Estados Unidos com a Rússia.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, participou no domingo e na segunda-feira, em Berlim, em negociações com representantes norte-americanos e europeus sobre o plano do homólogo dos Estados Unidos, Donald Trump, para terminar a guerra russa contra a Ucrânia.
Os detalhes do plano norte-americano após ter sido reformulado com os ucranianos não são conhecidos, mas Zelensky disse que implicava concessões territoriais rejeitadas por Kiev.
O documento original de Washington foi visto por Kiev e pelos europeus como amplamente favorável às posições do Kremlin.
Os europeus avançaram com uma proposta paralela que implica o destacamento de uma força multinacional na Ucrânia, garantias semelhantes de auxílio a Kiev em caso de novo ataque russo e um exército ucraniano de 800.000 efectivos.
A Rússia considerou anteriormente tais condições como inaceitáveis.
Uma fonte diplomática europeia em Kiev disse esta terça-feira à AFP que o desafio actual para a União Europeia (UE) consiste em “desligar os Estados Unidos das posições russas”.
Também o assessor de política internacional do Kremlin, Yuri Ushakov, se manifestou esta terça-feira céptico sobre as alterações que poderão ter sido introduzidas ao plano inicial de Trump, que foi bem acolhido em Moscovo.
“Não sei o que resultará no papel depois dessas consultas. Mas dificilmente será algo bom“, comentou Ushakov, segundo a agência de notícias espanhola EFE.
O Presidente russo, Vladimir Putin, tem mantido uma posição inflexível e aguarda agora o regresso ao Kremlin dos emissários do homólogo norte-americano, Steve Witkoff e Jared Kushner.
O plano de Trump visa pôr termo à guerra que a Rússia iniciou em fevereiro de 2022, quando invadiu a Ucrânia.
GUERRA NA UCRÂNIA UCRÂNIA EUROPA MUNDO RÚSSIA
COMENTÁRIO:
Francisco Louro: Coloquem os pontos nos is. Não é uma guerra. É uma invasão ilegal e criminosa. Os russos podem de momento cantar alguma vitória, mas o problema é o dia a seguir. Estão claramente neste momento desesperados. Puseram a Europa a armar-se até aos dentes. Pior. O preço do petróleo continua a cair e a tesouraria de Moscovo está de rastos certamente. Além disso a reconstrução da Ucrânia vai beneficiar os países europeus. À administração americana actual não interessa o petróleo barato, mas o processo de acabar com o petróleo como energia é mais um vector positivo para os europeus e chineses, estando a liderar o investimento em energias alternativas. O Trump está velho e dificilmente a América continuará neste registo. Temos pena.
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