segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

Grata a LUÍS MONTENEGRO

 

Lembro-me bem do medo que senti quando, pouco depois do 25 de Abril, eliminador do Portugal pluricontinental, de que tantos portugueses foram vítimas indignadas – nem tanto, julgo, pela condenação a um recomeço instável, numa Metrópole de reduzida dimensão, mas por ter sido isso sentido como um ultraje a uma pátria que se amava, na sua ampla História anterior, de iniciativas corajosas por largas zonas desconhecidas, de repente despejadas como esterco, pelas janelas da traição - traição jamais esquecida por tantos de nós que nos fomos amanhando, todavia, no espaço metropolitano ou outros, para uma sobrevivência possível – e se falou seguidamente, por várias vezes, também, em “regionalização”, que nenhum governante, todavia, teve o arrojo de perpetrar. Retoma-se, pois, hoje, o tema. Sempre os mesmos que propõem o “arranjinho” -  talvez mesmo, em termos pessoais, uma vez mais como traição ao sentido de pátria coesa - para esses, inexistente. É por isso que estou grata a Montenegro e a todos os anteriores governantes que não se atreveram a avançar com tal esquema – que tanto me preocupou, por estes tempos passados, pelo sentido que atribuía a isso – não, de facto, de desenvolvimento regional, mas de recolhimento para uns tantos, em busca de tacho próprio. Veremos o que vai seguir-se, com tanto arrojo traiçoeiro por aí.

 

Activar alertas

Regionalização não avança nesta legislatura, diz Montenegro aos autarcas em congresso

O primeiro-ministro afirmou que a regionalização não vai ser tratada nesta legislatura, porque "o tempo é inadequado e inoportuno" e é preciso "aprofundar a descentralização em curso".

AGÊNCIA LUSA: Texto

OBSERVADOR, 14 dez. 2025, 18:00 6 

O primeiro-ministro afirmou que a regionalização não vai ser tratada nesta legislatura, porque “o tempo é inadequado e inoportuno” e é preciso “aprofundar a descentralização em curso”.

Este governo, nesta legislatura, considera que é preciso aprofundar a descentralização em vigor. É preciso avaliá-lo, é preciso levá-lo ainda mais longe na sua dimensão intermunicipal. Mas esta não vai ser a legislatura onde a regionalização vai ser tratada”, disse Luís Montenegro, na sessão de encerramento do XXVII Congresso da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), que termina hoje em Viana do Castelo.

O primeiro-ministro diz estar em causa um “tempo inadequado para esse avanço”.

“Um tempo inoportuno mesmo. O processo de descentralização em curso tem de ser aprofundado no espírito do municipalismo e da capacidade executiva dos municípios”, defendeu. Montenegro quis deixar esta opção “muito clara”, para que não subsistam equívocos na relação com o poder local “e não nos andemos a enganar uns aos outros.

“Uma relação de parceria deve consubstanciar-se numa relação de lealdade e frontalidade. Não podemos ser parceiros se não tivermos a coragem de dizer uns aos outros o que pensamos”, justificou.

A ANMP defende, na resolução aprovada em congresso, que a regionalização é fundamental para acabar com um país “desigual e desequilibrado”, compatibilizando os interesses nacionais com os dos vários territórios.

A ANMP considera que uma política nacional de desenvolvimento regional “deve ser articulada com todos os agentes do território, para que, nos processos de decisão, se compatibilizem os interesses do país com os interesses diversos dos seus vários territórios e regiões”.

“Só as regiões administrativas poderão desempenhar este papel, cumprindo com eficácia e eficiência a indispensável articulação das políticas de âmbito transversal”, defendem os municípios.

COMENTÁRIOS (de 6)

REGIONALIZAÇÃO       PAÍS       SOCIEDADE       MUNICÍPIOS 6

Jorge Barbosa: Excelente decisão. O que o Estado necessita é de uma reforma de alto a abaixo, o que nada tem a ver com a escabrosa e risível regionalização que só interessará aos politiqueiros sectários e interesseiros.

Pedro Abreu: Regionalização Não deve avançar nem nesta legislatura nem nunca. Temos duas regiões autónomas que se justificam perfeitamente e ainda bem que foram criadas. O continente não tem qualquer necessidade disto.  Seria mais um viveiro de boys e um aumento de despesa e algo redundante. Que emagreça o Estado, que descentralize competências e serviços para as ccder. Basta de embustes do PS. 

 

Nenhum comentário: