quinta-feira, 18 de dezembro de 2025

Europa é Europa

 

Dela partiram os valores difundidos no mundo. Há muitos séculos já.

O corolário Trump

A questão não é se a Europa será aquilo que Trump teme. A questão é saber se a Europa terá a convicção e elites políticas à altura para continuar a ser aquilo que é, apesar do medo que Trump tem dela.

JORGE FERNANDES Doutorado em Ciência Política pelo Instituto Universitário Europeu, Florença, Investigador Ramón y Cajal no Conselho Superior de Investigação Científica, Madrid

OBSERVADOR, 17 dez. 2025, 00:1863

Faltam poucas semanas para terminar o ano. Contudo, creio que é seguro afirmar que o regresso de Donald Trump constitui, inequivocamente, o acontecimento mais consequente deste ano político. A recente publicação do documento de Estratégia de Segurança Nacional cristalizou a visão do mundo da actual administração norte-americana. Raros documentos espelham com tanta fidelidade o modo como Trump e a sua elite política e económica entendem as dinâmicas nacionais e internacionais. Por razões que se compreendem facilmente, dedicarei particular atenção ao modo como este documento concebe a relação com a Europa.

Este documento da administração Trump pode ser dividido em duas componentes: económica e cultural. O diagnóstico económico coincide com aquilo que as elites europeias já foram capazes de diagnosticar, embora seja estranho. Estranho porque, por um lado, no documento Trump defende de forma veemente que a soberania dos países é sagrada e não deve haver qualquer ingerência externa. No entanto, em seguida, elenca um conjunto de mudanças que exige que a Europa faça ou seja, soberania para nós, mas não para vocês. É verdade que, ao longo das últimas décadas, o peso económico da Europa no PIB mundial tem vindo a descer. No entanto, é preciso colocar isto em perspectiva e perceber o que aconteceu.

É verdade que a Europa perdeu peso económico no mundo. No entanto, continua a ser um continente riquíssimo, com os melhores indicadores de bem-estar do mundo. O contrato social é diferente na Europa. Simplesmente, as expectativas dos cidadãos em relação aos bens públicos, à pobreza, ao acesso à saúde, à desigualdade são diferentes em relação aos seus congéneres americanos. E, por favor, não confundamos Europa com Portugal. Na Europa rica a classe média continua a viver muito bem, com padrões de vida que, não sendo iguais em termos de consumo individual à sua congénere americana, são absolutamente óptimos ao nível agregado. Os europeus escolhem ter menos riqueza individual para viver em países mais seguros, mais limpos, menos desiguais do que os Estados Unidos. Já vivi em países da Europa rica e nos Estados Unidos (na Califórnia e no Massachusetts). Nunca vi na Europa tanta gente a dormir na rua como na Califórnia, nem overdoses a meio da tarde como no centro de Boston.

O declínio da Europa é relativo e resulta de uma diminuição das desigualdades no mundo. Hoje, apesar de propaganda de esquerda, o mundo é muito menos desigual do que era há 50 anos. A entrada da China na Organização Mundial de Comércio e na globalização como um todo mudou fortemente os equilíbrios de riqueza regionais. Os efeitos da globalização foram assimétricos no mundo e dentro da Europa. Por um lado, devoraram primeiro as economias do sul, menos especializadas e cujo perfil era substitutivo e não complementar à China. Hoje, começam a devorar as economias complementares à China. Mittelstand está em francas dificuldades. A Europa tem ainda muitos trunfos para responder. Tem uma das populações mais educadas do mundo. Naturalmente, ao contrário dos Estados Unidos, tem um problema de modelo de imigração.  Pode, e deve, fazer reformas urgentes, como completar a união bancária, a união de capitais e fazer um mercado único de serviços, conseguido com isso. Apenas com esta reforma, a Europa conseguiria um aumento muito substancial da riqueza em todo o continente.

Todavia, nada disto é relevante para Trump. Sejamos francos. Trump não está remotamente preocupado com a saúde económica da Europa, ou está-o apenas na medida em que a Europa possa ser um cliente importante para as indústrias americanas. No mundo de Trump, o ethos das elites da Europa é algo incompreensível: a ideia de cosmopolitismo racionalista alicerçado nas Luzes e construído nos escombros de um suicídio colectivo em meados do século XX. Houve um tempo em que os Estados Unidos também partilhavam estes valores. Acolheram milhões em fuga do suicídio europeu, incluindo uma grande parte da classe intelectual e académica que foram construir a civilização americana. Trump pode não gostar, nem compreender, mas os Estados Unidos e a Europa estão umbilicalmente ligados. Sem Estados Unidos, de resto, não existiria a União Europeia. O apoio político e económico à Europa, e à sua integração, fez parte integral da política de containment desenhada no longo telegrama de Kennan.

Na componente cultural, aí, sim, Trump tem um problema profundo com a Europa. Vale a pena citar o documento com algum detalhe: A Europa enfrenta um “fim civilizacional” devido “às actividades da União Europeia e de outras organizações supranacionais que colocam em causa a liberdade política e a soberania, assim como as políticas de imigração que estão a criar raiva entre o eleitorado, assim como a liberdade de expressão e o fim da oposição política, o declínio da taxa de natalidade, a perda da identidade nacional e da auto-confiança”. O texto atinge o pináculo quando diz: “a longo prazo, é altamente plausível que dentro de poucas décadas, alguns membros da NATO se tornarão maioritariamente não-europeus”.

O conteúdo do parágrafo anterior é claro sobre as intenções de Trump que, brilhantemente, Gideon Rachman apelidou no Financial Times da última semana como uma “projecção” à velha maneira freudiana. As preocupações de Trump sobre a Europa são simples de traduzir. Em primeiro lugar, as políticas de imigração europeias são interpretadas não como questões de gestão demográfica, económica ou humanitária, mas como instrumentos de transformação civilizacional. Simplesmente Trump está preocupado que a Europa, tal como a América dentro de umas décadas, deixe de ser dominada por brancos. É, portanto, acima de tudo uma posição xenófoba e racista. Em segundo lugar, a preocupação com a liberdade de expressão, ainda que retoricamente invocada, é selectivaTrump refere-se implicitamente ao enfraquecimento da oposição política aos valores cosmopolitas e liberais que dominam as instituições europeias. Trump gostava que movimentos políticos como o MAGA fossem também dominadores na Europa. No entanto, convém lembrar, que na Europa ainda mandam os eleitores europeus. Em terceiro lugar, Trump e os bros do tech estão preocupados – e muito – com a capacidade regulatória da União Europeia que, com todas as suas dificuldades, continua a impor os padrões no mundo. Na verdade, a aproximação dos bros do tech a Trump revela não a sua força, mas a sua fraqueza e a necessidade de que a Administração americana utilize a geoeconomia — o movimento mais recente da política internacional — para conseguir obter benefícios nas negociações com outros blocos económicos e regulatórios. Convém lembrar que a Europa como um todo tem um número de consumidores destes produtos bastante superior ao do Estados Unidos. A regulação pode ser difícil para Sillicon Valley.

Neste final de 2025, a questão não é se a Europa será aquilo que Trump teme. É evidente que a Europa teme Trump. A questão é saber se a Europa terá a convicção e as elites políticas à altura para continuar a ser aquilo que é, apesar do medo que Trump tem dela. Trump só entende uma linguagem: a força. Só respeita quem lhe faz frente ou quem tem algo para trocar no mundo transacional.

P.S.: Em todo este documento, Trump passa a imagem de que, se os Europeus forem bons aliados, aumentando o investimento em despesa por exemplo, a NATO será uma aliança sólida. Alguém acredita que, mesmo fazendo isso, o Artigo 5 não é neste momento mais do que um tigre de papel?

PRESIDENTE TRUMP       ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA       AMÉRICA       MUNDO

COMENTÁRIOS (de 63)

José Rego: Que chorrilho… é esta incapacidade de fazer qualquer autocrítica que está a acabar com a Europa e a promover o crescimento dos populismos. Vá a qualquer capital europeia e veja no que se transformaram. Não entendo porque é que as elites europeias preferem sempre entrar em histerismo, preferem arrancar as vestes, em vez de olhar para estas críticas como construtivas e como uma chamada, um apelo a acção? Não fazem nenhum exame de consciência e entram sempre em modo defensivo, quando há aqui muita verdade e muita coisa a mudar. A Europa está realmente a alimentar o esforço de guerra russo, apesar de toda a retórica, a Europa perdeu competitividade e relevância nos últimos 20 anos (passou de 25% ou 28% da economia mundial para 14%), devíamos ser o apogeu civilizacional, de prosperidade e segurança, em vez disso as nossas cidades tornaram-se inseguras e sujas. Há anos que as pessoas votam por menos imigração e apesar disso a elites continuam a promover a imigração massiva. Quem não respeita o voto popular? A “grande riqueza da imigração massiva” tornou-nos mais pobres, menos competitivos, socialmente menos coesos. Quando estamos constantemente a culpabilizar-nos, a dizer que a nossa civilização foi construída com sangue e que é a pior coisa do mundo, estamos também a dificultar a integração e a criar guetos. Quem se quer integrar numa sociedade que não tem orgulho de si própria, que não tem a segurança para afirmar os seus valores e o seu papel e importância no mundo? A somar a isto, a louca agenda verde acabou com a economia europeia. E a louca agenda da inclusão e promoção de todos os desvios psicológicos acima da família tradicional e normal acabou com o que restava de sanidade e de bom-senso. Os americanos afirmam que gostam da Europa e precisam da referência da Europa. Mas não duma Europa que não assume responsabilidades, insegura, a empobrecer e a perder relevância por sua própria responsabilidade. É preciso dar uma volta muito grande, sem medos e sem inseguranças.                 Jorge Ferreira: Trump com medo da Europa?!?!?! Mais um Esquerdoido alucinado.... E que vive em Espanha! Esse País, que é um exemplo impar de Democracia.... 🤣🤣🤣🤣🤣🤣                Luis Silva: O artigo é despropositado. A Europa interfere e ingere na política de outros países e em particular na dos EUA. Muito em particular o apoio a Kamala Harris sempre foi descarado.                   José Rego: Mais um caso de TDS (Trump Derangement Syndrome)                    Ana Luís da Silva: O articulista uma vez mais numa das suas derivas intelectuais cheia de meias-verdades, o que significa que profere meias-mentiras, a partir do seu gabinete e de um estado mental “cosmopolita”, racionalista mas simplista, sectário (com palas) inspirado nas Luzes que defende como sendo o farol das elites europeias, mas a anos-luz da realidade.  Depois de extirpar Portugal da Europa,  para poder elogiar o estatuto das classes médias no resto do continente europeu, consegue fazer malabarismos retóricos de um mundo europeu alternativo em que os “europeus” (já sabemos que não somos nós, portugueses, que estamos aqui por causa de um erro geográfico), nas suas palavras, “escolhem ter menos riqueza individual para viver em países mais seguros, mais limpos, menos desiguais do que os Estados Unidos.” Só posso concluir que o articulista percorre as ruas de Paris, de Londres, de Bruxelas, de Munique, etc (que não se localizam no menos agraciado “sul europeu” ), a partir do Google Maps ou do Google Earth, em vez de as calcorrear pelo seu pé e com os seus sentidos da visão, do olfacto e da audição em ligação à zona do cérebro onde constrói as suas “brilhantes” tiradas afirmativas! E refiro-me a drogados a cambalear no chão, a lixo a proliferar pelos passeios e maus odores a infiltrarem-se nas narinas, a mulheres a circular enfiadas em sacos pretos apenas com uma abertura para os olhos e, nesta época natalícia, mercados de Natal com a segurança de instalações militares para evitar ataques de terroristas islâmicos! E quanto a Trump, pelo menos tem a hombridade de nunca ter escondido ao que vinha. Mal ou bem, “America first”.  NOTA: Fiquei na dúvida se o texto terá sido relido e revisto ou se foi escrito com auxílio da IA. Há pelo menos uma frase que fica sem desfecho compreensível.                 Tiago Marques: Não querer a minha terra invadida por estrangeiros, é ser racista e xenófobo.  Continua na bolha onde estás, e não saias de lá, camarada.                   Alfaiate Tuga: Caro articulista, a questão não é se a Europa vai continuar a ser o que é, a questão é se vai voltar a ser o que foi. O Trump está coberto de razão no que diz relativamente à Europa e olhe, parece que não é ele que está dependente da Europa para acabar com uma guerra no continente americano, são os europeus que sem a ajuda dos Estados Unidos não conseguem acabar com uma guerra na Europa. Felizmente por cá na Europa o povo parece que começou a abrir os olhos, não acontece o mesmo com o articulista, é pena. Viva o multiculturalismo, viva os subsídios a quem não quer trabalhar, e já agora viva os investigadores de ciência política!        Antonio Rodrigues: Mais uma opinião de um 'intelectual elitista' que não compreende o mundo onde vive. Não é só a 'esquerda' que usa uns óculos graduados para 'ver' a realidade, os intelectuais bem pensantes também usam. E as graduações são surpreendentemente próximas.          Hugo Silva > Jorge Ferreira: A soberba de certa gente é de facto surpreendente. O Trump está tão preocupado com a Europa, como Putin.... Este cronista tem um problema enorme com a falta de humildade.                    Miguel Seabra: Que lixo…este artigo ilustra bem os problemas da Europa…que foram apontados (e ignorados) por Mario Draghi. Para o autor deste artigo a Europa só tem um problema: TrumpTrump Trump Trump Trump. E com esta atitude de negação só tem uma política: resistir à vontade do Povo, censurando a oposição e utilizar todos os artifícios para desrespeitar os resultados de eleições livres e democráticas. Sim, a democracia está em perigo na Europa.                       José Carvalho: Um texto de alguém que em vez de analisar profundamente o que o documento estratégico americano diz da Europa, prefere analisar Trump. Para este articulista, a Europa está bem e a América não. Continuem que daqui a uns anos faremos o balanço.                       josé cortes: Uma contradição nos termos, se a Europa quiser continuar a ser aquilo que agora é, Trump não vai ter medo nenhum dela. Primeiro vai ter desprezo Depois irá ter pena Irá continuar a reduzir cada vez mais a partilha de intelligence. Questionar-se-á cada vez mais àcerca da viabilidade dos pressupostos da criação da NATO e, por fim, concluirá que os novos califados do Ocidente não oferecem os mínimos de garantia para serem parceiros estratégicos nem sequer militares. O Conceito Estratégico Europeu (bem como a sua vertente militar) não pode ser construído com base em atitudes, análises e posturas tímidas e complexadas.  Mas para isso, teríamos de ter Estadistas, o que, vâmolaver, escasseia muito. E analistas Ramon Cajal, também eles, com menos conversa "pra boi dormir".                 Pobre Portugal: Mais um TDS, em estado terminal.                 Lily Lu: O Trump tem zero medo da Europa e das suas elites. Tem-lhes o profundo desprezo que elas merecem.        Nelson Ramos: O Jorge Fernandes está errado relativamente a duas questões: 1 - Não existe nenhuma contradição entre defender que não deve haver ingerência nos assuntos internos de um país e defender que a Europa deveria mudar de rumo. Quando os EUA defendem que não se devem imiscuir nos assuntos internos de um país, refere-se à aceitação de que os valores democráticos ou não são irrelevantes para as questões económicas, nomeadamente trocas comerciais. Uma coisa bem diferente é a política de alianças! Para haver uma aliança, tem que haver um chão de valores comuns. É isso que Trump quis dizer. Não há ingerência nenhuma nos assuntos europeus. O que Trump está a querer dizer, é que se a Europa continua nesta direcção irá haver consequências em termos de politicas de aliança, o que é perfeitamente coerente e legitimo. A Europa não tem o direito de obrigar os EUA ou outro país a serem seus aliados. Era o que mais faltava. 2- O Jorge Fernandes tem que explicar como é que é possível fazer um salto lógico ao igualar a exigência de menos imigração a racismo, xenofobia e a primazia do homem branco? Enlouqueceu?                    Komorebi Hi: Oh, rapaz... trate-se, há sempre a esperança de cura para uma doença infantil.              João Diogo: Este cronista, como diria o outro, mais um caso agudo de TDS, vai-te tratar, devias era fazer uma crónica sobre Espanha do  teu amigo Pedro Sanchez, este sim um verdadeiro democrata, na acepção da palavra.            António Costa e Silva: Este texto pode ter sido escrito por inteligência artificial ou por estupidez natural.             Antonio Madureira: Coitado... Recidiva fortíssima de Trump Derangement Syndrome! Espero que melhore o suficiente para apreciar a época Natalícia.                  Américo Silva: Os europeus que se façam à vida: estão obcecados com a proteção dos USA e o ódio à Rússia, tornaram-se prémio de vencedores, vejam as turbinas Arabelle, e esmagam a liberdade: os ativistas Sleeping Giants exigiram ao Leroy Merlin que retirasse a publicidade de Frontières, e foram prontamente obedecidos, com que direito uma minoria activista leva uma empresa a deixar a neutralidade?                       Tristão: Gostei do seu artigo… o que não é muito comum 😅 Na minha opinião, a Europa está a tentar não irritar Trump e a ganhar tempo. É um erro. Trump só entende a linguagem da força. Quem não se impõe não é respeitado. Se a Europa quer ser levada a sério, tem de deixar de ser dócil e de bajular tal primata.  Nunca imaginei que os Estados Unidos pudessem eleger um presidente como Trump. Não pela divergência política, mas pela pobreza intelectual e moral que representa. O seu discurso é rudimentar, o vocabulário limitado, a cultura geral inexistente e a visão do mundo reduzida a uma lógica estritamente transacional. Num mundo complexo, lidera com o simplismo dos ignorantes. O resultado é um desastre para a estabilidade e ordem internacional.            João Das Regras: Segundo o autor, o Trump ao chamar a atenção para a política de imigração europeia que nos trouxe o descontrolo do Mediterrâneo ou o exemplo português onde hoje somos o local para onde os perseguidos pela justiça no Brasil fogem e vivem impunes e "racista e xenófobo”, e portanto devemos continuar a fingir que não vemos o que acontece em França, Alemanha ou mesmo o UK com as comunidades muçulmanas que deixaram entrar massivamente e a quem permitem a criação de guetos onde o Estado não entra e vigora a lei da Sharia. Segundo o articulista estamos obviamente no bom caminho. Parabéns.            Lily Lu > Joaquim Rodrigues: De todo. Equivoca-se. Está a definir-me do ponto de vista oposto. Defendo liberdades. Não apoio ditadores. Como tal, oponho-me à supressão da liberdade de expressão sob a máscara de combate ao discurso de ódio e à desinformação. Oponho-me à repressão das liberdades das mulheres em prol da tolerância com uma religião específica. Oponho-me à repressão das liberdades das mulheres e dos direitos das crianças a favor dos transgénero. Infelizmente, as elites Europeias estão do lado errado em todos estes temas, pelo que não as posso apoiar nem respeitar.                     Mario Figueiredo: Finalmente, um texto que se lê sobre este assunto, sem que se fique com a ideia que nós é que somos os feios, os porcos e os maus. Martin Wolf e Edward Luce esta semana no Financial Times também têm textos excelentes sobre as relações EUA-China e EUA-Europa no contexto do documento de Estratégia De Segurança Nacional da administração Trump. É por demais evidente a decadência Norte Americana e a falta de qualquer rumo claro. A retórica de quem, movido pela autodepreciação, quer ler nas entrelinhas de um documento que não faz qualquer sentido e cria mais brechas do que aproxima as nações ocidentais, encheu as páginas deste jornal. O Jorge Fernandes é uma excepção e mais em linha com o que tenho lido na imprensa estrangeira. A verdade é que os Estados Unidos tornaram-se em apenas um ano o maior responsável pelo reforço do poder geo-estratégico da China no mundo, precisamente o seu anunciado maior inimigo. E pelo quebrar de laços de confiança política ocidentais e o consequente enfraquecimento de todos os envolvidos, incluindo os próprios Estados Unidos. A política externa Norte-Americana é ininteligível, caótica e pautada pela desregulação emocional. E se a Europa tem os seus problemas, porque os tem, como não seria de esperar outra coisa, os Estados Unidos estão a alta velocidade num caminho de colisão, e onde os seus aliados cada vez mais escasseiam e o seus parceiros económicos começam a querer tratar da sua vidinha. Como dizia Edward Luce no seu texto, quando o Trump deu nota de 12 em 10 ao seu encontro com Xi este ano, a China ficou com 10 desses pontos. E tem sido este o cenário da politica externa norte-americana todo o ano.        Joaquim Rodrigues: Ainda gostava de saber porque mandaram o meu comentário inicial para moderação. Enfim! Faça o Trump as piruetas que fizer, a verdade é que para os actuais candidatos a "grandes ditadores" os grandes inimigos são os regimes e os defensores das "democracias liberais". Quer o Trump, quer o Putin, quer o Xigiping sabem que são as "democracias liberais" que lhes estão a tirar o terreno debaixo dos pés. São as "democracias liberais" o grande farol que ilumina a esperança dos sectores mais esclarecidos dos povos de todo o Mundo. Tem de ser a Europa a "manter a esperança" do povo americano num mundo "livre e democrático" esperança essa que, momentaneamente, está a ser "corrompida" por um nazi que, com a ajuda do outro nazi, o russo, estão a enganar o povo americano. Assim as elites europeias tenham a coragem de fazer, o quanto antes, aquilo que tem de ser feito: a Federação dos Estados Unidos da Europa. Já!               David Pinheiro: António Costa também afirmou no Parlamento que o facto de a Polónia nos estar a ultrapassar em PIB per capita não era relevante, uma vez que Portugal teria melhor qualidade de vida. Uma afirmação que, convenhamos, envelheceu particularmente bem.             josé cortes > José Rego: Obrigado! 

 

 

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