Dela partiram os valores difundidos no mundo. Há
muitos séculos já.
O corolário Trump
A questão não é se a Europa será aquilo que Trump teme. A questão é
saber se a Europa terá a convicção e elites políticas à altura para continuar a
ser aquilo que é, apesar do medo que Trump tem dela.
JORGE FERNANDES Doutorado
em Ciência Política pelo Instituto Universitário Europeu, Florença,
Investigador Ramón y Cajal no Conselho Superior de Investigação Científica,
Madrid
OBSERVADOR, 17 dez. 2025, 00:1863
Faltam poucas semanas para
terminar o ano. Contudo, creio que é seguro afirmar que o regresso de Donald
Trump constitui, inequivocamente, o acontecimento mais consequente deste ano
político. A recente publicação do
documento de Estratégia de Segurança Nacional cristalizou a visão do mundo da
actual administração norte-americana. Raros documentos espelham com
tanta fidelidade o modo como Trump e a sua elite política e económica entendem
as dinâmicas nacionais e internacionais. Por
razões que se compreendem facilmente, dedicarei particular atenção ao modo como
este documento concebe a relação com a Europa.
Este documento da
administração Trump pode ser dividido em duas componentes: económica
e cultural. O diagnóstico económico coincide
com aquilo que as elites europeias já foram capazes de diagnosticar, embora
seja estranho. Estranho porque,
por um lado, no documento Trump defende de forma veemente que a soberania dos
países é sagrada e não deve haver qualquer ingerência externa. No
entanto, em seguida, elenca um conjunto de mudanças que exige que a Europa
faça – ou seja,
soberania para nós, mas não para vocês. É verdade que, ao longo das últimas décadas, o peso económico da
Europa no PIB mundial tem vindo a descer. No entanto, é preciso colocar isto em
perspectiva e perceber o que aconteceu.
É verdade que a Europa perdeu peso
económico no mundo. No
entanto, continua a ser um continente riquíssimo, com os melhores indicadores
de bem-estar do mundo. O contrato social é diferente na Europa. Simplesmente, as expectativas dos
cidadãos em relação aos bens públicos, à pobreza, ao acesso à saúde, à
desigualdade são diferentes em relação aos seus congéneres americanos.
E, por favor, não confundamos Europa com Portugal. Na Europa rica a classe média continua a
viver muito bem, com padrões de vida que, não sendo iguais em termos de consumo
individual à sua congénere americana, são absolutamente óptimos ao nível
agregado. Os europeus escolhem ter menos riqueza individual para
viver em países mais seguros, mais limpos, menos desiguais do que os Estados
Unidos. Já
vivi em países da Europa rica e nos Estados Unidos (na Califórnia e no
Massachusetts). Nunca vi na Europa tanta gente a dormir na rua como na
Califórnia, nem overdoses a meio da tarde como no centro de Boston.
O declínio da Europa é relativo e
resulta de uma diminuição das desigualdades no mundo. Hoje, apesar de propaganda de esquerda, o
mundo é muito menos desigual do que era há 50 anos. A entrada
da China na Organização Mundial de Comércio e na globalização como um todo
mudou fortemente os equilíbrios de riqueza regionais. Os efeitos da globalização foram assimétricos
no mundo e dentro da Europa. Por
um lado, devoraram primeiro as economias do sul, menos especializadas e cujo
perfil era substitutivo e não complementar à China. Hoje,
começam a devorar as economias complementares à China. O Mittelstand está em francas dificuldades. A Europa
tem ainda muitos trunfos para responder. Tem uma das populações mais educadas
do mundo. Naturalmente,
ao contrário dos Estados Unidos, tem um problema de modelo de imigração.
Pode, e deve, fazer reformas urgentes, como completar a união bancária, a união de capitais e fazer um mercado
único de serviços, conseguido com isso. Apenas com esta reforma, a
Europa conseguiria um aumento muito substancial da riqueza em todo o
continente.
Todavia, nada disto é relevante para
Trump. Sejamos francos. Trump não está remotamente preocupado com a saúde económica da
Europa, ou está-o apenas na medida em que a Europa possa ser um cliente
importante para as indústrias americanas. No mundo
de Trump, o ethos das elites da Europa é algo incompreensível: a ideia
de cosmopolitismo racionalista alicerçado nas Luzes e construído nos escombros
de um suicídio colectivo em meados do século XX. Houve um tempo em que os Estados Unidos também
partilhavam estes valores. Acolheram milhões em fuga do suicídio europeu,
incluindo uma grande parte da classe intelectual e académica que foram
construir a civilização americana. Trump pode não gostar, nem
compreender, mas os Estados Unidos e a Europa estão umbilicalmente ligados. Sem
Estados Unidos, de resto, não existiria a União Europeia. O apoio político e económico à Europa, e
à sua integração, fez parte integral da política de containment desenhada no longo telegrama de Kennan.
Na componente cultural, aí,
sim, Trump tem um problema profundo com a Europa. Vale a pena citar o
documento com algum detalhe: A Europa
enfrenta um “fim civilizacional” devido “às actividades da União Europeia e de
outras organizações supranacionais que colocam em causa a liberdade política e
a soberania, assim como as políticas de imigração que estão a criar raiva entre
o eleitorado, assim como a liberdade de expressão e o fim da oposição política,
o declínio da taxa de natalidade, a perda da identidade nacional e da
auto-confiança”. O texto atinge o pináculo quando diz: “a longo
prazo, é altamente plausível que dentro de poucas décadas, alguns membros da
NATO se tornarão maioritariamente não-europeus”.
O conteúdo do parágrafo anterior
é claro sobre as intenções de Trump que, brilhantemente, Gideon Rachman
apelidou no Financial Times da última semana como uma “projecção” à velha maneira freudiana. As
preocupações de Trump sobre a Europa são simples de traduzir. Em
primeiro lugar, as políticas de imigração europeias são
interpretadas não como questões de gestão demográfica, económica ou
humanitária, mas como instrumentos
de transformação civilizacional. Simplesmente Trump está
preocupado que a Europa, tal como a América dentro de umas décadas, deixe de
ser dominada por brancos. É, portanto, acima de tudo uma posição xenófoba e racista. Em segundo
lugar, a preocupação com a liberdade de expressão, ainda que retoricamente
invocada, é selectiva—Trump
refere-se implicitamente ao enfraquecimento da oposição política aos valores
cosmopolitas e liberais que dominam as instituições europeias. Trump
gostava que movimentos políticos como o MAGA fossem também dominadores na
Europa. No entanto, convém lembrar, que na Europa ainda mandam os eleitores europeus. Em terceiro lugar, Trump e os bros do tech estão preocupados – e
muito – com a capacidade
regulatória da União Europeia que, com todas as suas
dificuldades, continua a impor os padrões no mundo. Na verdade, a aproximação dos bros do tech a
Trump revela não a sua força, mas a sua fraqueza e a necessidade de que a
Administração americana utilize a geoeconomia — o movimento mais recente da
política internacional — para conseguir obter benefícios nas negociações com
outros blocos económicos e regulatórios. Convém lembrar que a Europa
como um todo tem um número de consumidores destes produtos bastante superior ao
do Estados Unidos. A regulação pode ser difícil para Sillicon Valley.
Neste final de 2025, a questão não é se
a Europa será aquilo que Trump teme. É
evidente que a Europa teme Trump. A questão é saber se a Europa
terá a convicção e as elites políticas à altura para continuar a ser aquilo que
é, apesar do medo que Trump tem dela. Trump só entende uma linguagem: a
força. Só
respeita quem lhe faz frente ou quem tem algo para trocar no mundo
transacional.
P.S.: Em todo este documento, Trump
passa a imagem de que, se os Europeus forem bons aliados, aumentando o
investimento em despesa por exemplo, a NATO será uma aliança sólida. Alguém
acredita que, mesmo fazendo isso, o Artigo 5 não é neste momento mais do que um tigre de papel?
PRESIDENTE
TRUMP ESTADOS
UNIDOS DA AMÉRICA AMÉRICA MUNDO
COMENTÁRIOS (de 63)
José Rego: Que chorrilho… é esta incapacidade de fazer
qualquer autocrítica que está a acabar com a Europa e a promover o crescimento
dos populismos. Vá a qualquer capital europeia e veja no que se transformaram.
Não entendo porque é que as elites europeias preferem sempre entrar em
histerismo, preferem arrancar as vestes, em vez de olhar para estas críticas
como construtivas e como uma chamada, um apelo a acção? Não fazem nenhum exame
de consciência e entram sempre em modo defensivo, quando há aqui muita verdade
e muita coisa a mudar. A Europa está realmente a alimentar o esforço de
guerra russo, apesar de toda a retórica, a Europa perdeu competitividade e
relevância nos últimos 20 anos (passou de 25% ou 28% da economia mundial
para 14%), devíamos ser o apogeu civilizacional, de
prosperidade e segurança, em vez disso as nossas cidades tornaram-se inseguras
e sujas. Há
anos que as pessoas votam por menos imigração e apesar disso a elites continuam
a promover a imigração massiva. Quem não respeita o voto popular? A “grande
riqueza da imigração massiva” tornou-nos mais pobres, menos competitivos,
socialmente menos coesos. Quando estamos constantemente a culpabilizar-nos,
a dizer que a nossa civilização foi construída com sangue e que é a pior coisa
do mundo, estamos também a dificultar a integração e a criar guetos. Quem se
quer integrar numa sociedade que não tem orgulho de si própria, que não tem a
segurança para afirmar os seus valores e o seu papel e importância no mundo? A
somar a isto, a louca agenda verde acabou com a economia europeia. E
a louca agenda da inclusão e promoção de todos os desvios psicológicos acima da
família tradicional e normal acabou com o que restava de sanidade e de
bom-senso. Os americanos afirmam que gostam da Europa e precisam da referência
da Europa. Mas não duma Europa que não assume responsabilidades, insegura, a
empobrecer e a perder relevância por sua própria responsabilidade. É
preciso dar uma volta muito grande, sem medos e sem inseguranças. Jorge
Ferreira: Trump
com medo da Europa?!?!?! Mais um
Esquerdoido alucinado.... E que vive em Espanha! Esse País, que é um exemplo
impar de Democracia.... 🤣🤣🤣🤣🤣🤣
Luis Silva: O artigo é despropositado. A Europa interfere e ingere na política de
outros países e em particular na dos EUA. Muito em particular o apoio a Kamala
Harris sempre foi descarado. José Rego: Mais um caso de TDS (Trump Derangement
Syndrome) Ana Luís da Silva: O
articulista uma vez mais numa das suas derivas intelectuais cheia de
meias-verdades, o que significa que profere meias-mentiras, a partir do seu
gabinete e de um estado mental “cosmopolita”, racionalista mas simplista,
sectário (com palas) inspirado nas Luzes que defende como sendo o farol das
elites europeias, mas a anos-luz da realidade. Depois de extirpar
Portugal da Europa, para poder elogiar o estatuto das classes médias no
resto do continente europeu, consegue fazer malabarismos retóricos de um mundo
europeu alternativo em que os “europeus” (já sabemos que não somos nós,
portugueses, que estamos aqui por causa de um erro geográfico), nas suas
palavras, “escolhem ter menos riqueza individual
para viver em países mais seguros, mais limpos, menos desiguais do que os
Estados Unidos.” Só posso concluir que o articulista percorre as ruas de
Paris, de Londres, de Bruxelas, de Munique, etc (que não se localizam no menos
agraciado “sul europeu” ), a partir do Google Maps ou do Google Earth, em vez
de as calcorrear pelo seu pé e com os seus sentidos da visão, do olfacto e da
audição em ligação à zona do cérebro onde constrói as suas “brilhantes” tiradas
afirmativas! E refiro-me a drogados a cambalear no chão, a lixo a proliferar
pelos passeios e maus odores a infiltrarem-se nas narinas, a mulheres a
circular enfiadas em sacos pretos apenas com uma abertura para os olhos e,
nesta época natalícia, mercados de Natal com a segurança de instalações
militares para evitar ataques de terroristas islâmicos! E quanto a Trump, pelo
menos tem a hombridade de nunca ter escondido ao que vinha. Mal ou bem,
“America first”. NOTA: Fiquei na dúvida se o texto terá sido relido e revisto ou se foi escrito
com auxílio da IA. Há pelo menos uma frase que fica sem desfecho compreensível. Tiago
Marques: Não
querer a minha terra invadida por estrangeiros, é ser racista e xenófobo. Continua na bolha onde estás, e não saias de lá,
camarada. Alfaiate
Tuga: Caro
articulista, a questão não é se a Europa vai continuar a ser o que é, a questão
é se vai voltar a ser o que foi. O Trump está coberto de razão no que diz relativamente à Europa e olhe,
parece que não é ele que está dependente da Europa para acabar com uma guerra
no continente americano, são os europeus que sem a ajuda dos Estados Unidos
não conseguem acabar com uma guerra na Europa. Felizmente por cá na Europa
o povo parece que começou a abrir os olhos, não acontece o mesmo com o
articulista, é pena. Viva o multiculturalismo, viva os subsídios a quem não
quer trabalhar, e já agora viva os investigadores de ciência política! Antonio
Rodrigues: Mais
uma opinião de um 'intelectual elitista' que não compreende o mundo onde vive.
Não é só a 'esquerda' que usa uns óculos graduados para 'ver' a realidade, os
intelectuais bem pensantes também usam. E as graduações são surpreendentemente
próximas. Hugo
Silva > Jorge Ferreira: A soberba de certa gente é de facto
surpreendente. O Trump está tão preocupado com a Europa, como Putin.... Este
cronista tem um problema enorme com a falta de humildade. Miguel Seabra: Que lixo…este artigo ilustra bem os problemas
da Europa…que foram apontados (e ignorados) por Mario Draghi. Para o autor
deste artigo a Europa só tem um problema: TrumpTrump Trump Trump Trump. E com
esta atitude de negação só tem uma política: resistir à vontade do Povo,
censurando a oposição e utilizar todos os artifícios para desrespeitar os
resultados de eleições livres e democráticas. Sim, a democracia está em perigo
na Europa. José Carvalho: Um texto de alguém que em vez de analisar
profundamente o que o documento estratégico americano diz da Europa, prefere
analisar Trump. Para este articulista, a Europa está bem e a América não.
Continuem que daqui a uns anos faremos o balanço.
josé cortes: Uma contradição nos termos, se a Europa quiser continuar a ser aquilo que
agora é, Trump não vai ter medo nenhum dela. Primeiro vai ter desprezo Depois
irá ter pena Irá continuar a reduzir cada vez mais a partilha de intelligence. Questionar-se-á
cada vez mais àcerca da viabilidade dos pressupostos da criação da NATO e, por
fim, concluirá que os novos califados do Ocidente não oferecem os mínimos de
garantia para serem parceiros estratégicos nem sequer militares. O Conceito
Estratégico Europeu (bem como a sua vertente militar) não pode ser construído
com base em atitudes, análises e posturas tímidas e complexadas. Mas para
isso, teríamos de ter Estadistas, o que, vâmolaver, escasseia muito. E
analistas Ramon Cajal, também eles, com menos conversa "pra boi
dormir". Pobre
Portugal: Mais um TDS, em estado terminal. Lily Lu: O Trump tem zero medo da Europa e das suas
elites. Tem-lhes o profundo desprezo que elas merecem. Nelson Ramos: O Jorge Fernandes está errado relativamente
a duas questões: 1 -
Não existe nenhuma contradição entre defender que não deve haver ingerência nos
assuntos internos de um país e defender que a Europa deveria mudar de rumo.
Quando os EUA defendem que não se devem imiscuir nos assuntos internos de um
país, refere-se à aceitação de que os valores democráticos ou não são irrelevantes
para as questões económicas, nomeadamente trocas comerciais. Uma coisa bem diferente
é a política de alianças! Para haver uma aliança, tem que haver um chão de
valores comuns. É isso que Trump quis dizer. Não há ingerência nenhuma nos assuntos
europeus. O que Trump está a querer dizer, é que se a Europa continua nesta
direcção irá haver consequências em termos de politicas de aliança, o que é
perfeitamente coerente e legitimo. A Europa não tem o direito de obrigar os EUA
ou outro país a serem seus aliados. Era o que mais faltava. 2- O Jorge
Fernandes tem que explicar como é que é possível fazer um salto lógico ao igualar
a exigência de menos imigração a racismo, xenofobia e a primazia do homem
branco? Enlouqueceu?
Komorebi Hi: Oh, rapaz... trate-se, há sempre a esperança de cura para uma doença
infantil. João
Diogo: Este
cronista, como diria o outro, mais um caso agudo de TDS, vai-te tratar, devias
era fazer uma crónica sobre Espanha do teu amigo Pedro Sanchez, este sim
um verdadeiro democrata, na acepção da palavra. António Costa e Silva: Este texto pode ter sido escrito por
inteligência artificial ou por estupidez natural. Antonio Madureira: Coitado... Recidiva fortíssima de Trump
Derangement Syndrome! Espero que melhore o suficiente para apreciar a época
Natalícia. Américo
Silva: Os
europeus que se façam à vida: estão obcecados com a proteção dos USA e o ódio à
Rússia, tornaram-se prémio de vencedores, vejam as turbinas
Arabelle, e esmagam a liberdade: os ativistas Sleeping Giants exigiram ao Leroy Merlin que retirasse a
publicidade de Frontières, e foram prontamente obedecidos, com que
direito uma minoria activista leva uma empresa a deixar a neutralidade? Tristão: Gostei do seu artigo… o que não é muito comum 😅 Na
minha opinião, a Europa está a tentar não irritar Trump e a ganhar tempo. É um
erro. Trump só entende a linguagem da força. Quem não se impõe não é
respeitado. Se a Europa quer ser levada a sério, tem de deixar de ser dócil e
de bajular tal primata. Nunca imaginei que os Estados Unidos pudessem
eleger um presidente como Trump. Não pela divergência política, mas pela
pobreza intelectual e moral que representa. O seu discurso é rudimentar, o
vocabulário limitado, a cultura geral inexistente e a visão do mundo reduzida a
uma lógica estritamente transacional. Num mundo complexo, lidera com o
simplismo dos ignorantes. O resultado é um desastre para a estabilidade e ordem
internacional. João Das
Regras: Segundo o autor, o Trump ao
chamar a atenção para a política de imigração europeia que nos trouxe o
descontrolo do Mediterrâneo ou o exemplo português onde hoje somos o local para
onde os perseguidos pela justiça no Brasil fogem e vivem impunes e
"racista e xenófobo”, e portanto devemos continuar a fingir que não vemos
o que acontece em França, Alemanha ou mesmo o UK com as comunidades muçulmanas
que deixaram entrar massivamente e a quem permitem a criação de guetos onde o Estado
não entra e vigora a lei da Sharia. Segundo o articulista estamos obviamente no
bom caminho. Parabéns. Lily Lu
> Joaquim Rodrigues: De todo. Equivoca-se. Está a definir-me do
ponto de vista oposto. Defendo liberdades. Não apoio ditadores. Como tal,
oponho-me à supressão da liberdade de expressão sob a máscara de combate ao
discurso de ódio e à desinformação. Oponho-me à repressão das liberdades das
mulheres em prol da tolerância com uma religião específica. Oponho-me à
repressão das liberdades das mulheres e dos direitos das crianças a favor dos
transgénero. Infelizmente, as elites Europeias estão do lado errado em todos
estes temas, pelo que não as posso apoiar nem respeitar. Mario
Figueiredo: Finalmente,
um texto que se lê sobre este assunto, sem que se fique com a ideia que nós é
que somos os feios, os porcos e os maus. Martin Wolf e Edward Luce esta
semana no Financial Times também têm textos excelentes sobre as relações
EUA-China e EUA-Europa no contexto do documento de Estratégia De Segurança
Nacional da administração Trump. É por demais evidente a decadência Norte
Americana e a falta de qualquer rumo claro. A retórica de quem, movido pela
autodepreciação, quer ler nas entrelinhas de um documento que não faz qualquer
sentido e cria mais brechas do que aproxima as nações ocidentais, encheu as
páginas deste jornal. O Jorge Fernandes é uma excepção e mais em linha com o
que tenho lido na imprensa estrangeira. A verdade é que os Estados Unidos
tornaram-se em apenas um ano o maior responsável pelo reforço do poder
geo-estratégico da China no mundo, precisamente o seu anunciado maior inimigo.
E pelo quebrar de laços de confiança política ocidentais e o consequente enfraquecimento
de todos os envolvidos, incluindo os próprios Estados Unidos. A política
externa Norte-Americana é ininteligível, caótica e pautada pela desregulação
emocional. E se a Europa tem os seus problemas, porque os tem, como não seria
de esperar outra coisa, os Estados Unidos estão a alta velocidade num caminho
de colisão, e onde os seus aliados cada vez mais escasseiam e o seus parceiros
económicos começam a querer tratar da sua vidinha. Como dizia Edward Luce
no seu texto, quando o Trump deu nota de 12 em 10 ao seu encontro com Xi este
ano, a China ficou com 10 desses pontos. E tem sido este o cenário da politica
externa norte-americana todo o ano.
Joaquim Rodrigues: Ainda gostava de saber porque mandaram o meu comentário inicial para
moderação. Enfim!
Faça o Trump as piruetas que fizer, a verdade é que para os actuais candidatos
a "grandes ditadores" os grandes inimigos são os regimes e os
defensores das "democracias liberais". Quer o Trump, quer o Putin,
quer o Xigiping sabem que são as "democracias liberais" que lhes
estão a tirar o terreno debaixo dos pés. São as "democracias
liberais" o grande farol que ilumina a esperança dos sectores mais
esclarecidos dos povos de todo o Mundo. Tem de ser a Europa a "manter a
esperança" do povo americano num mundo "livre e democrático"
esperança essa que, momentaneamente, está a ser "corrompida" por um
nazi que, com a ajuda do outro nazi, o russo, estão a enganar o povo americano.
Assim as elites europeias tenham a coragem de fazer, o quanto antes, aquilo que
tem de ser feito: a Federação dos Estados Unidos da Europa. Já! David
Pinheiro: António
Costa também afirmou no Parlamento que o facto de a Polónia nos estar a
ultrapassar em PIB per capita não era relevante, uma vez que Portugal teria
melhor qualidade de vida. Uma
afirmação que, convenhamos, envelheceu particularmente bem. josé cortes > José Rego: Obrigado!
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