domingo, 19 de fevereiro de 2023

146 Comentários


Mereceu este artigo feroz de Alberto Gonçalves, de uma argúcia crítica que oxalá causasse o impacto que merece, nos responsáveis partidários e não só. Na maioria dos comentadores mereceu, além do apreço pela crónica de AG.

Uma cerca sanitária em redor do PS

O PSD não sobe nas sondagens porque, desde a saída de Pedro Passos Coelho, abdicou do papel que lhe compete e não faz oposição compatível com a gravidade do momento.

ALBERTO GONÇALVES Colunista do Observador

OBSERVADOR, 18 fev. 2023, 00:22132

Largo do Rato, temos um problema: há cidadãos a lucrar com o alojamento local e, em geral, com a exploração das suas propriedades. Claro que o governo decidiu enfrentar o problema, combatê-lo de imediato e erradicá-lo a prazo. Talvez o BE precise da liderança de Mariana – “temos de perder a vergonha de ir buscar dinheiro a quem está a acumular dinheiro” – Mortágua. O PS não precisa. O PS, agora apostado em assaltar casas, está repleto de Mortáguas sob diversos pseudónimos, e a vergonha perdeu-a há muito. O PS é um projecto totalitário vagamente ligado à realidade por gravatas horrendas e as obrigações da “Europa”, que impõem contrapartidas ao envio dos “fundos” com que os camaradas se regalam. Com menos “Europa” e mais um fato de treino, ninguém distinguiria Lisboa de Caracas. É provável que daqui a uma década, logo que o “pacote” para a habitação se traduza, mimoso, em ruínas e abandono, ninguém distinga.

Há sete anos que quem queria perceber percebeu a vontade desta gente em enfiar-nos no caminho que leva à Venezuela. Hoje podemos discutir a rapidez, o conforto e o percurso da viagem: o destino é indiscutível. A “geringonça” foi apenas instrumental no processo. O dr. Costa e os seus matutos não carecem dos partidos assumidamente leninistas para efeitos de inspiração ideológica. Naquelas cabeças, nada deve prosperar à revelia do Estado: tudo deve definhar dentro dele.

O “pacote” de anteontem, que num golpe certeiro condenou negócios, investimentos, contratos e, não sei se repararam, condicionou o único sector (o do turismo) que ainda trazia riqueza de facto, não aconteceu por engano ou acaso. Ao contrário do que sucedia por exemplo com o “eng.” Sócrates, não estamos a falar de meros pantomineiros sem escrúpulos: estamos a falar de fanáticos, tão iluminados por devoções colectivistas quanto empenhados na miséria colectiva. Se a miséria, que alastra a cada dia, não é o objectivo, é no mínimo o resultado inevitável de um vasto plano de controlo, saque e subjugação. No imobiliário e no resto, mesmo embrulhadas no linguajar “técnico” de bestuntos, as palavras não disfarçam os propósitos: proibir, punir, forçar, cobrar, ocupar, confiscar, roubar enfim os nossos bens e a nossa liberdade, que eles acham pertencer-lhes. Vamos continuar a dar-lhes razão?

Receio que sim. Em teoria, o regime continua a permitir alternativas. Na prática, não se nota. O debate alusivo aos partidos que não partilham de uma visão marxista da sociedade esgota-se, por submissão à infantil estratégia do PS, na questão do Chega. Para inúmeros especialistas, alguns respeitáveis, o importante é o PSD seguir o exemplo da IL e deixar claro que nunca se aliará ao Chega em qualquer circunstância. O importante é assegurar que o Chega nunca influenciará o poder. O importante é erguer em redor do Chega linhas vermelhas, cercas sanitárias e muros de betão com arame farpado em cima. Lamento informar os especialistas de que estão errados.

Por ironia, estão pertíssimo de estar correctos. Bastaria substituir “Chega” por “PS”. Caso não tenham percebido, é o PS, e não o Chega, o responsável pela catastrófica situação do país. Num regime representativo banal, os partidos civilizados estariam ocupados a denunciar a catástrofe, a defender a parte da população que já a sofre e a avisar a parte que depressa virá a sofrê-la. A “direita” indígena tem de compreender que o inimigo é o PS, com ou sem os penduricalhos comunistas, com ou sem o apoio do cavalheiro que reside em Belém e numa praia perto de si. A “direita” tem de decidir se se quer livrar da loucura vigente ou teimar em declarações de virtude. A “direita” tem de existir e dedicar ao governo as linhas, as cercas, os muros e a repulsa que os sujeitos de alma pura dedicam ao dr. Ventura. O governo, que intercala exibições de corrupção com a guerra aberta à propriedade privada, merece a repulsa: no célebre “arco democrático” não cabem nostálgicos do PREC.

Há por aí uma insuportável conversa, a de que o PSD não sobe nas sondagens porque hesita em recusar o Chega. É conversa, para cúmulo iniciada e alimentada pelo PS. O PSD não sobe nas sondagens porque, desde a saída de Pedro Passos Coelho, abdicou do papel que lhe compete e não faz oposição compatível com a gravidade do momento. O Chega, que embora errático às vezes produz qualquer coisa semelhante a um protesto, sobe nas sondagens. E a IL, com um pé na lucidez económica e outro na adolescência política, tem dias.

Desculpem lá a pompa, mas Portugal não possui arcaboiço para aguentar mais. A proclamação de princípios bonitos é irresponsável quando o fim se afigura próximo. Os entendimentos ou os desentendimentos entre o PSD, o Chega e a IL não interessam: interessante, e urgente, era todos entenderem que, no que depender do PS, isto está a um pedacinho assim de rebentar, com estrondo ou num sussurro. Convinha que isto não rebentasse. Convinha que isto não dependesse do PS. Convinha que houvesse vida inteligente. Convinha que houvesse vida.

PS   POLÍTICA   PARTIDO CHEGA   PSD

COMENTÁRIOS

observador censurado: O Estado 1. Quem representa o Estado? São pelo menos 50 000 militantes PS, pagos a 4 000 Euros mês com os impostos dos contribuintes que têm cada vez mais dificuldades para comprar comida e aquecer a casa. Vão ser contratados mais 10 000 militantes PS para alugar as casas aos proprietários? Os contribuintes aguentam mais impostos? 2. O Estado paga dívidas? Quantos biliões de Euros tem o estado em dívida em sentenças que já transitaram em julgado, em hospitais, etc.? Quantas empresas e particulares faliram porque o Estado não lhes pagou? Quando os militantes PS não pagarem as rendas aos proprietários, o que vai acontecer?  Porquê que o Estado não paga juros de 10 por cento das suas dívidas como os restantes?  Ana Maia: Mais um texto brilhante que descreve perfeitamente o desalento com que qualquer pessoa com 2 neurónios encara o futuro (e também o presente, mas esse já não podemos fazer nada) de quem vive e trabalha, ou tenta, neste pedaço de terra nos confins da Europa que para nosso infortúnio é a nossa casa. Infelizmente partilho da falta de esperança no futuro do AG e de tantos outros, que não são de todo suficientes para mudar alguma coisa, mas que percebem que o buraco onde nos enfiaram ainda não chegou ao fim, e nem a Europa nos vai salvar.           Maria Paula Silva > Ana Maia: A maioria da UE já faz parte do buraco depois dos vários acordos que Merkel foi assinando com Xi Jimping e que pôs na mão deste, não em termos políticos mas comerciais, mais de 26 estados europeus. Há gente na UE a indignar-se com isto, há gente na UE a alertar que o presidente chinês é conhecido por não honrar acordos, mas eles estão feitos.  Mas ela, Merkel, sempre ignorou essas vozes e foi fazendo. O último que assinou foi em Dezembro de 2020, pouco antes de sair, em que põe claramente na mão do presidente chinês o controle comercial dos 26 estados europeus em troca de continuar a exportar para a China Mercedes e Volkswagens. Tudo isto pode encontrar em notícias, se pesquisadas.          Ana Oliveira: excelente artigo.obrigado . bem haja. mantenha a coragem neste pardieiro esquerdista           Pedro de Freitas Leal: É isso mesmo, Alberto! O texto, em tom de desabafo, ficou ótimo. Gostei de o ler pelo prazer de ler. Sabe tão bem como eu que estes artigos e desabafos não desaguam em lado nenhum... Experimente a falar aos peixinhos!              Francisco Almeida: Mais um artigo que li entusiasmado (pela leitura, não que me tenha aberto alguma janela de esperança). Mas o que mais admiro em AG é a capacidade de síntese, dizer tanto em tão poucas palavras. Por exemplo:E a IL, com um pé na lucidez económica e outro na adolescência política, tem dias.             “Amigo do Camolas: Não gostei muito da cronica de hoje. É que ela foi tão bem esgalhada que quase não nos dá hipóteses para mais palavras. Mas como Costa continua a sorrir confiante para um eleitorado que está a começar a ter dúvidas sobre o País maravilhoso que ele pinta, há sempre qualquer coisa acrescentar: Costa como o vigarista dos filmes clássicos que chega à cidade com uma música e uma dança para vender os seus feijões mágicos aos ingénuos habitantes da cidade, executou o seu golpe, mas cometeu o erro de ficar na cidade tempo suficiente para que as pessoas começassem a perceber. E a verdadeira lição que os mais desatentos aprenderam (mais uma vez) nestas medidas para a habitação é que Costa não precisa de aceitar a responsabilidade pelas suas mentiras feitas sete anos atrás. Dizer que agora é que vai ser é o seguro para qualquer mentira, qualquer confisco ou qualquer fracasso. Para onde vai o País com o estado a confiscar o bem dos outros? Pense baixo. Muito, muito baixo.            João Pimentel Ferreira: O articulista é manifestamente alarmista. O PS ainda não tomou os meios de produção.           Vitor Batista > João Pimentel Ferreira: Mas para lá caminha, afinal são os donos disto tudo.               Censurado sem razão > João Pimentel Ferreira: Você é um pândego. Hilariante! Quais meios de produção? Você acha sinceramente que se não fossem os dinheiros da Europa tínhamos meios para subsistir? Vivemos na ilusão do jogador de casino que tem um tio rico. É ainda o turismo que vai aguentando o barco. Você já viu que todos os investimentos são na área do consumo? Hipermercados, centros comerciais e mais o quê? Que valor acrescentado estes investimentos trazem ao país? Mas valeu a piada.      Maria Emília Ranhada Santos: O governo social/marxista/globalista que nos desgoverna, tem o rabo preso pelas elites financeiras que estão interessadas não no bem-estar dos portugueses, mas no total desmantelamento do país geográfico, jurídico e patriótico! Albert Bourla, diretor da Pfizer, declarou no forum de  Davos, em 2022 "....na Califórnia estabelecemos uma meta para os primeiros 5 anos e uma delas era para o ano de 2023. Reduziremos o número de pessoas no mundo em 50% . Eu acredito que hoje o nosso sonho se tornou realidade.... Portugal também faz parte desse projeto satânico e quem governa, também assinou em 2015 os 17 perniciosos mas aparentemente tão nobres, objetivos! Agora? Ou corremos com esta esquerda inclassificável, ou perderemos a nossa independência!            Carlos Chaves: Caríssimo João Floriano, caríssima Maria Paula Silva, consideram “aquilo” uma ministra? Mais uma excelente e certeira crónica de Alberto Gonçalves. Se a juntarmos ao ao seu último “podcast”, temos uma radiografia de alta definição dos limites a que chegámos com este socialismo antidemocrático. Se continuarmos neste caminho com medidas copiadas do PREC de fazer inveja a qualquer comunista empedernido, não me canso de dizer que um novo 25 de novembro terá que ter lugar! Esta gente não tem o direito de rebentar o NOSSO país.

Maria Paula Silva: EXCELENTE !!!  como sempre :) (vou já ao FB pôr o "adoro" do costume nas suas crónicas, esta merecia 3, pelo menos!) há já uns tempos que digo que o Ps, ou AC, é o que é porque não têm Oposição. E que a solução é o PSD + IL + Chega + o que resta do CDS  fazerem um novo partido de centro, aproveitando o que melhor cada um tem e deixando-se de egocentrismos inúteis e fora de moda. Este modelo de política está caduco e não funciona. É preciso arriscar e fazer algo de novo, com verdadeiro espírito de Servir e não ser servido. E quanto mais o ps insistir nas tão enjoativas e nauseabundas "linhas vermelhas" de que já não se pode ouvir falar e fizer propaganda para influenciar o psd a não se juntar ao Chega.... mais aproxima as pessoas do Chega. É burro, muito burro... AC há muito que revela traços de forte infantilidade nas atitudes que tem (o questionário e o empurra a responsabilidade do mesmo para o PR foi então demais). Quanto à censura, ela já existe embora disfarçada de "liberdade" e a CS toda comprada é uma vergonha para os Princípios que regem o verdadeiro Jornalismo. Este agora parece ser um passo para um estado totalitário. Pouco a pouco virão os outros. E quem estará por detrás disto?             klaus muller: Se quisermos ser sinceros, verificamos facilmente que o Kosta é um indivíduo muito limitado, quer intelectualmente, eticamente, etc.. Daí que, quando se sente "apertado", se limite a anunciar umas tretas que sabe não ir cumprir. Estes anúncios sobre a habitação são típicos. Vendo bem, faz o que lhe permitem as suas enormes limitações, confiando sempre que as Anabelas Neves da nossa CS o protegerão.             Paulo J Silva: A situação desgraçada a que a esquerda levou o País só tem possibilidade de ser revertida se o povo português tomasse juízo e entregasse o poder à direita nas próximas décadas. São precisos muitos anos para nos livrarmos do cancro do comunismo que se encontra latente na estrutura do Estado; para darmos a confiança aos investidores para acreditarem na nossa economia; para se fazerem reformas profundas nos vários sectores; para termos então uma sociedade equilibrada, motivada, pujante, assente no Estado de Direito.              Cipião Numantino: Lancinante! É isso o que me parece ser este grito do nosso estimado AG. Tal como rábula popular, ele sabe que nós sabemos, que ele sabe. Vê-se que AG está preocupado. Pudera! Que assistirmos em segunda edição a uma reedição do PREC, aperta os gorgomilos de angústia a quem tiver dez réis de testa! Já por aqui ando a comentar há muito tempo que a diferença entre comunistas e socialistas é de mero pormenor. Os primeiros queriam a coisa mais para o rápido e, os segundos, querem-nos esfolar vivos alapando-se e roubando tipo carrapato aquilo que nos custou tanto a ganhar. E mais ainda, desde sempre disse que se fala melhor com um comunista do que com um socialista, já que o primeiro, pese embora os seus interesses espúrios, consegue compreender melhor as coisas que estão em jogo e se determina mais por realidades ideológicas do que por pura maldade. Como já bem dizia o saudoso VPV, raspa-se um socialista e sempre se encontra um tiranete! Tudo isto deveria ser denunciado. E aclamado com paixão e comoção que é isso justamente o que AG tenta fazer. Foi por exemplo assim que o norte do país incendiou as sedes dos comunas no norte e as mocas de Rio Maior entraram em ação com determinação e força.Para cima de Rio Maior nada de esquerdalha passava. E Mário Soares estava para se pisgar para as berças minhotas e transmontanas, já que para lá do Marão mandam os que lá estão. De resto, o Gen. Pires Veloso bem nascido nas berças das Beiras, já para lá se tinha deslocado pronto a combater o comuna Eurico Corvacho. Todo o alarme estava na ideia que se poderia roubar a casita dos nortenhos além do burro que pachorrentamente pastava nas courelas.É esse grito de alarme que falta. E que o PSD entregue a marialvistas falhados e socialistas fofinhos obviamente não enxerga. Para mim, só mesmo o alarmista Chega parece ter com isto um pouco de preocupação. Comece-se a gritar e a usar do próprio veneno xuxa de que nos querem roubar o que é nosso! Verão a comoção imensa que isso irá causar e como os varapaus e mocas acima de Rio Maior serão imediatamente limpos das suas teias de aranha. Desconfio, até, que muita gentinha das berças do Alentejo serão, desta vez, também dilectos companheiros de jornada. Em suma, o Dr. Tosta é comunista!!! Dos quatro costados. Dos que dizem que não o são o que o torna imensamente bem mais perigoso. Use-se a propaganda exactamente como aquela com que os socialistas nos têm brindado. O exagero, por vezes, não será mais que o conceito que levará muita gente a prestar atenção para além do imediato. Chamem-se os bois pelos nomes. O socialismo de Mário Soares nada tem a ver com o do Dr. Costa e do Pedro Nuno Maserati. E mesmo o Dr. Mário Soares afrontou o touro pelos kornos porque a isso foi obrigado pela situação concreta da época. E em confronto com a realidade objectiva da altura escolheu, obviamente, o chamado mal menor. Estamos de novo a ser perseguidos por comunistas. Que fazem da inveja e do esbulho a sua dilecta profissão de fé. Já nem sequer se trata da Venezuela, mas sim do puro ressentimento e despudor que toda a esquerdalha manifesta em relação ao esforço alheio. Gritemos alto e bom som que, para cada socialista e comunista nas suas indefinidas variantes, temos uma única coisa grátis para lhes oferecer. Um artefacto das Caldas para cada um deles, devidamente fantasiado com um pomposo lançarote! E que vão num pé e venham noutro!...              João Floriano > Cipião Numantino: Bom dia caro Cipião Desta vez António Costa foi longe demais. O sonho da casa própria, sempre foi muito arreigado no povo português. Uma propriedade não perde o valor: a terra não é como o dinheiro que está no banco e não se vê. Pomos os pés na nossa terra, no chão da nossa casa e sabemos que temos onde cair mortos, sabemos o que vamos deixar para os nossos filhos, sabemos que a propriedade é o resultado do nosso trabalho, esforço, sacrifício, poupança. António Costa está a mexer em tudo isso e levantou uma onda de protestos. Apenas gente ligada ao PS como Anabela Neves ou associações radicais de esquerda podem achar que tudo isto faz sentido. Se o PS levar a sua loucura em frente, podemos ter a certeza que as casas usurpadas por aluguer coercivo ou subalugamento não mais voltarão à posse dos seus legítimos proprietários porque a confusão jurídica vai ser tremenda. Precisamos mais do que nunca de uma oposição de barba rija e não os fofinhos do costume.             Cipião Numantino > João Floriano: Caro João, considero o Dr. Tosta um ser pouco inteligente. Tem aquela malícia dengosa da esquerdalha mas, bem lá no fundo, tem o pensamento de uma pila com dois olhos. Ou muito me engano ou acabou mesmo de se estatelar. O povão tuga poderá até ser um pouco bronco, mas tem a sensatez caraterística da resiliência. Bulir-lhe, mesmo que seja por portas travessas, no conceito da sua casita tem tudo para dar mau resultado. E só falta mesmo que os partidos mais à direita despertem um intenso clamor. Nada será tão bombástico como o desaforo que tal conceito encerra. Eu sei que o meu caro sabe que eu sei que você sabe, que isto se tratou de mais um jogo do espertalhaço Dr. Tosta. Um autêntico saltimbanco de feira que faz as piruetas necessárias para nos convencer que a sua pileca desdentada e manca é um alazão airoso e resplandecente. Mas, as rédeas do engano, são por vezes curtas. E perversas, deverei acrescentar. Isto é um ataque comunista ao mais importante conceito de propriedade privada. A que se seguirão, obviamente outras, se não se conseguir consequente travão. Os partidos à direita, não se podem ou devem calar. E têm que gritar alto e bom som que isto é comunismo. Se o não fizerem, perderão uma oportunidade única. E não estou a ver o Dr. Tosta a abrir a bocarra esquerdosa, muitas mais vezes!...             João Floriano > Liberales Semper Erexitque: Caro Liberales. Não consigo situar completamente a sua resposta. Mas penso que o termo de comparação, com os Estados Unidos da América, não colhe porque não se trata de um país socialista ou comunista. Tem alguma dúvida que casas envolvidas na proposta do PS não voltariam facilmente ao proprietário? A embrulhada jurídica seria tanta para despejar o inquilino que levaria anos. Vamos a ver o que acontece mas o subalugamento e o alugamento coercivo não vão ser aplicados. As licenças do AL, é como diz o outro: até lá (2030) não me doa a barriga. Ficará a ajuda às cerca de 100.000 famílias que ultrapassaram a taxa de esforço e uns benefícios fiscais a quem espontaneamente puser as casas no mercado de arrendamento. Sugere-se igualmente que o Estado saiba concretamente quantas habitações tem, qual o estado, faça obras e as alugue como legítimo proprietário. Há uma série de edifícios públicos que podem ser reconvertidos como a Manutenção Militar no Porto. Estamos perante um grave problema estrutural que nunca foi abordado seriamente apesar das afirmações da Ministra que afirmou o contrário e que não se resolve da noite para o dia. E ao contrário do que a senhora ministra afirmou ninguém tem a obrigação ( ainda) de arrendar uma casa só porque é esse o fim a que ela se destina. Liberales Semper Erexitque > João Floriano: O João Floriano parece-me demasiado confiante em que este último desvario não terá consequências sérias. Falei nos EUA porque se os Estados dos EUA fossem tomar posse de propriedade privada para fazerem socialismos, com facilidade encontrariam gente armada à porta. João Floriano > Liberales Semper Erexitque:          Tem razão. Não tinha mesmo compreendido o fundamento do seu comentário. Parece-me tão grave tudo isto, que me custa muito a acreditar que tenha pernas para andar. Até porque o governo não pode esperar que do lado dos proprietários não haja reacção e organização. Quando se colocam questões sobre a execução das medidas, não há respostas concretas: ou a ministra diz que agora vamos ver em pormenor ou fala-se em abrir melões. E as consequências vão ser sérias. No caso do AL, goste-se ou não representa 40% das dormidas. No caso da construção civil vai ser uma crise daquelas porque para além de não haver casas, as pessoas não têm capacidade financeira para conseguir empréstimos dos bancos. Se eu fosse construtor pensaria muitas vezes antes de fazer um bloco de apartamentos que ficariam por vender e seriam considerados andares devolutos. Não faz sentido. Agora falam constantemente na percentagem de habitação social na Europa, muito superior a Portugal e querem aproximar-se mas não pode ser por decreto: façam casas, renovem o que já existe e deixem os proprietários ter direito pleno ao que conseguiram. E depois metem tudo no mesmo saco da especulação: duma forma ou outra todos os proprietários são especuladores.   Liberales Semper Erexitque > João Floriano: Estou em sintonia com o seu estado de espírito, caro João Floriano. Este Kostas é useiro e vezeiro em anunciar quixotadas que se traduzem em coisa nenhuma, e seria bom que esta fosse mais uma. Uma das piadas maiores da quixotada é ignorar os imóveis que ficaram na banca por falência, que possivelmente continuam a ser muitos. Eu não dou de barato que exista algum problema grave de habitação em Portugal, e os números que foram divulgados não sugerem nada disso. É normal haver casas desocupadas ou com pouco uso, porque uma casa não é uma lata para encher com pessoas, é um bem privado e pode ser usada de muitas maneiras. As casas que estão no mercado estão quase sempre desocupadas, é normal. As casas que estão no mercado, e então com uma procura anémica, ao contrário da mitologia merdiática, ficam no mercado por períodos prolongados sem comprador e sem inquilino. Em caso de morte (cem mil/ano), as heranças não se resolvem de um dia para o outro, e mesmo que não haja guerras familiares, é normal que as casas fiquem desocupadas durante anos. As casas exigem investimento, obras que chegam também a durar anos. A população do país caiu, como sabemos. Isto está tudo muito mal contado, mais uma "emergência" criada pelos mérdias. Caem que nem patinhos, é triste.

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