segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

Diálogos em finais de mês


Sentarem-se a uma mesa, para discutirem de uma guerra infame, parece ironia, com um ser que de humano apenas apresenta cinismo, dolo, velhacaria, mentira sem disfarce. Putin só merece desprezo e asco, apesar das suas mesas poderosas. Grandes são os Ucranianos, que lhe sofrem o efeito desses poderosos traços - não de selva, infelizmente, mas bem humanos, que os animais da selva são menos bestiais nos seus instintos. Putin não merece essas mesas majestosas de conversação com ninguém, salvo com os da sua igualha, falso que é. A nossa Guerra da Restauração, desenvolvida pelas batalhas de Linhas de Elvas, Ameixial, Castelo Rodrigo e Montes Claros, como também as nossas Invasões Francesas – de 1807, comandada por Junot, 1809 por Soult e 1810 por Massena (segundo memórias vindas da 4ª classe primária) – não tiveram mesas de conversação visíveis, apesar dos traidores de sempre – e só tiveram o apoio da Inglaterra aliada. Tratava-se, é certo, de um minúsculo país, e de minúsculos artefactos mortíferos, nada a ver com os tempos de hoje, mas a ânsia de independência era igual à desses Ucranianos heróicos que defendem o seu país das garras miseráveis de quem se sente estupidamente o maior. Hoje, é certo, não sei se sentiríamos idêntico fervor pátrio, nós, barões outrora assinalados (é certo que só em jeito épico exaltador), ou se preferiríamos o recurso à mesa das conversações, sobretudo se bem recheada de pratos e vinhos cúmplices, em caso de idênticas pretensões a este minúsculo espaço envelhecido. Mas quem acredita ainda na palavra de Putin?

TEXTO de LUIS SOARES DE OLIVEIRA e seus comentadores

2 d·

EQUILIBRIO DE NASH

Um académico americano (várias Universidades e Prémio Nobel economia em 1994) chamado Nash, adepto da teoria dos jogos, observou - já lá vão mais de quarenta anos - que, numa disputa, quando cada adversário chega à conclusão que ele não tem como melhorar sua estratégia dadas as estratégias escolhidas pelos outros adversários e as estratégias dos adversários não podem ser alteradas, então as estratégias escolhidas pelos participantes deste jogo definem um equilíbrio a que chamaram o "equilíbrio de Nash". Numa Guerra, atingido este equilíbrio, os beligerantes começam a considerar a paz desejável. Talvez que a atenção que agora ambos os beligerantes na Ucrânia prestam a Xi Jiping seja indício de que o equilíbrio já foi alcançado ou, pelo menos, já se avista.

5 COMENTÁRIOS:

Alex Spot: Interessante!

Vitor M. S. Pinto: O "problema" é que quando se "vende" o princípio moral como justificação da acção para a opinião pública, depois fica difícil desmontar essa narrativa em prol de considerações mais pragmáticas. A culpa é da mediocridade de uma classe política que não tem coragem de dizer a verdade. Há mais de 6 meses que digo que esta guerra não pode ser ganha nem perdida, mais vale sentarem-se já à mesa de negociações será o menos doloroso para toda a gente

Luis Soares de Oliveira: Vitor M. S. Pinto: Todas as guerras são feitas em nome da moral. A ética galvaniza mais as massas do que os interesses calculistas.

Elizabeth Seixo: Amém! Mas não acredito. Não no Putin, que consegue arrebentar com tudo o que pode ter algum equilíbrio!

Isabel Themudo Gallego: Quem sabe? Mas Putin é frio e obcecado, vai ser difícil.

 

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