Sentarem-se a uma mesa, para discutirem
de uma guerra infame, parece ironia, com um ser que de humano apenas apresenta
cinismo, dolo, velhacaria, mentira sem disfarce. Putin só merece desprezo e
asco, apesar das suas mesas poderosas. Grandes são os Ucranianos, que lhe
sofrem o efeito desses poderosos traços - não de selva, infelizmente, mas bem
humanos, que os animais da selva são menos bestiais nos seus instintos. Putin não
merece essas mesas majestosas de conversação com ninguém, salvo com os da sua
igualha, falso que é. A nossa Guerra da
Restauração, desenvolvida pelas batalhas de Linhas de Elvas, Ameixial, Castelo Rodrigo e Montes Claros, como
também as nossas Invasões Francesas –
de 1807, comandada por Junot, 1809 por
Soult e 1810 por Massena (segundo memórias vindas da 4ª classe primária) –
não tiveram mesas de conversação visíveis, apesar dos traidores de sempre – e só
tiveram o apoio da Inglaterra aliada. Tratava-se, é certo, de um minúsculo
país, e de minúsculos artefactos mortíferos, nada a ver com os tempos de hoje,
mas a ânsia de independência era igual à desses Ucranianos heróicos que defendem
o seu país das garras miseráveis de quem se sente estupidamente o maior. Hoje,
é certo, não sei se sentiríamos idêntico fervor pátrio, nós, barões outrora assinalados
(é certo que só em jeito épico exaltador), ou se preferiríamos o recurso à mesa
das conversações, sobretudo se bem recheada de pratos e vinhos cúmplices, em
caso de idênticas pretensões a este minúsculo espaço envelhecido. Mas quem
acredita ainda na palavra de Putin?
TEXTO de LUIS SOARES DE
OLIVEIRA e seus comentadores
2 d·
EQUILIBRIO DE NASH
Um académico americano (várias
Universidades e Prémio Nobel economia em 1994) chamado Nash, adepto da teoria dos jogos,
observou - já lá vão mais de quarenta anos - que, numa disputa, quando cada adversário chega à conclusão que ele não
tem como melhorar sua estratégia dadas as estratégias escolhidas pelos outros
adversários e as estratégias dos adversários não podem ser alteradas, então as
estratégias escolhidas pelos participantes deste jogo definem um equilíbrio a
que chamaram o "equilíbrio
de Nash". Numa Guerra, atingido este
equilíbrio, os beligerantes começam a considerar a paz desejável.
Talvez que a atenção que agora ambos os beligerantes
na Ucrânia prestam a Xi Jiping seja indício de que o equilíbrio já foi
alcançado ou, pelo menos, já se avista.
5 COMENTÁRIOS:
Alex Spot: Interessante!
Vitor M. S. Pinto: O "problema"
é que quando se "vende" o princípio moral como justificação da acção
para a opinião pública, depois fica difícil desmontar essa narrativa em prol de
considerações mais pragmáticas. A culpa é da mediocridade de uma classe política que
não tem coragem de dizer a verdade. Há mais de 6 meses que digo que esta guerra
não pode ser ganha nem perdida, mais vale sentarem-se já à mesa de negociações
será o menos doloroso para toda a gente
Luis Soares de Oliveira: Vitor M. S.
Pinto: Todas
as guerras são feitas em nome da moral. A ética galvaniza mais as massas do que
os interesses calculistas.
Elizabeth Seixo: Amém!
Mas não acredito. Não no Putin, que consegue arrebentar com tudo o que pode ter
algum equilíbrio!
Isabel Themudo Gallego: Quem sabe? Mas Putin é frio e obcecado, vai ser
difícil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário