Recebi do OBSERVADOR um aviso de
notificação possível no caso de publicar na íntegra os textos dos seus autores
favoritos, pelo que terei de abster-me de os colocar no meu blog, como sempre
fiz, no encanto de dar a conhecer autores da minha devoção e que são muitos,
felizmente, e que usei, tal como uso os autores portugueses, ou outros, dos
meus tempos passados de ensino, numa revivescência de prazer, na velhice, como
companheiros de um percurso de vida que me ajudaram, quantas vezes, a eliminar
reservas relativas aos tempos vividos, em atenção a esses tais que enobreciam o
seu país, no fascínio da sua escrita e do seu saber. Julgo que nem os jornais nem
os seus escritores ficam prejudicados, e, pelo contrário, terão maior projecção
pela exaltação que merecem, tal como se faz - e eu sempre fiz – no meu ensino.
Julgo, todavia, que poderei referi-los, a
esses autores, mas não é decididamente um resumo ou uma referência que dá conta
do prazer colhido com a sua leitura integral e de tantos dos seus comentadores.
Por isso, porque se trata de amor
pátrio, fixei-me no texto de Fernando
Alexandre de 30/1/23 do Observador
- “Porque é que Portugal existe” - porque se trata, talvez, de uma demonstração
de um certo orgulho nacionalista, ao considerar que este pequeno território, além
de ser o mais antigo país europeu, com cerca de 900 anos, entre todos os mais
que formam a Península Ibérica, foi o único que se manteve independente, salvo durante
os sessenta anos do domínio castelhano, cujos inícios Tomás Ribeiro exaltadamente retratou no seu «D. Jaime», que o meu pai tinha na estante e de que
decorei versos da indignação ultra-romântica, hoje – como ontem – necessariamente
retrógrada e risível.
“País improvável”, lhe chama Fernando Alexandre, referindo o
contributo das serranias da Estrela como obstáculo para a dominação espanhola, mas
aprendemos desde jovens que Portugal se deveu ao amor e valentia dos seus reis e
povo conquistadores, que foram vencendo mouros e castelhanos e mais tarde
solidificaram em saber e coragem esse sentimento de amor pátrio com os seus
heróis reconhecidos e glorificados por um épico de extraordinário gabarito.
Parece, de facto, um “país improvável”, hoje
dependente economicamente, como já o fora várias vezes, sempre salvo, todavia -
a última vez, por um rígido homem honesto, que hoje se pretende desprezar - mas
as desordens que nele se dão, actualmente, não sabemos se contribuirão para o
desastre irreparável da indiferença, numa juventude em grande parte desordeira,
devido a uma liberalização de costumes e a uma deficiência educativa de permissividade
tola, que terá efeitos bem negativos numa afirmação como nação. Acredito,
todavia, nos afectos e este pequeno país sempre mereceu o afecto do povo
saudosista que somos, e que Amália Rodrigues tão bem exprimiu, e que se nota em
tantos colaboradores dos jornais - como é este OBSERVADOR, afinal.
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