quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

A galopar, é o que se sente

 

Por um despenhadeiro invisível, mas bem definido, que não tem só a ver com a inflação, sabem-no todos, que estamos sujeitos a estes muitos entraves, resultantes de uma governação de colheita e distribuição de dinheiros externos e internos – estes últimos, dos juros exorbitantes, ao que se diz e se sente, num mecanismo de extorsão, aparentemente compensados por uma distribuição esmoler desses dinheiros externos, e nunca, como em todo o sempre, de resto, de uma justa compensação de trabalho, que, aliás, foi reduzido drasticamente hoje, por via da opção pela esmola e abaixamento laboral – moral também - num delírio de solidariedade parcial, paralela ao ódio igualmente parcial, este último pelo capitalista explorador conquanto produtor. Mas este discurso não passa de um disco rachado repetitivo, de uma leiga que agradece, uma vez mais, ao Dr. Salles, a lição, desta vez de Economia, que se prevê enriquecedora, na continuação, como, aliás, o foi esta primeira.

 

DOS PREÇOS - 1

HENRIQUE SALLES DA FONSEC, repetitivo, de uma leiga que agradece a lição

A BEM DA NAÇÃO16.02.23

Se vivêssemos num compêndio de economia, diríamos que a inflação e a deflação correspondem a descoordenações entre o volume dos meios de pagamento em circulação numa economia e a oferta de bens e serviços nessa mesma economia, mas vivemos no mundo real e os conceitos correntes são o de que a inflação é o aumento dos preços e a deflação é o seu contrário.

Por um despenhadeiro

O surto inflacionista por que ora passamos tem origem nas cotações do crude, do gás natural e dos cereais, tudo causado pela guerra na Ucrânia e pela quase coincidência temporal com o cansaço dos mercados de capitais da política dos juros negativos.

A alta das cotações das «commodities» tem a ver com a normal especulação bolsista e com a pecaminosa manipulação dos mercados através de «news» mais ou menos «fake» que tanto servem as altas como as baixas. Mas, por bem ou por mal, há custos contabilísticos iniludíveis que não podem ser violados sob pena de suicídio financeiro dos agentes económicos. A compra na baixa e a venda na alta fazem os mercados mexer mas a aceleração e/ou ampliação dessas oscilações desvirtua a transparência dos mercados e justificaria a existência de instituições públicas nacionais ou internacionais que se propusessem intervir nas baixas em defesa da oferta e nas altas em defesa da procura imediata (em Bolsa) ou final (os consumidores). Os Poderes Públicos não se podem alhear do zelo pelo bem-comum.

Queixam-se os nossos governantes sucessivos de que tudo são causas externas que escapam ao controlo das políticas internas.

Será mesmo?

(continua)

Fevereiro de 2023

Henrique Salles da Fonseca

Tags:neconomia

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