quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

Pontos de vista


Também tive muita pena com a saída do Reino Unido, do grupo que formava a U.E. Mas, como dizia Gedeão, “cada um é seus caminhos” e ninguém consegue contrariar, afinal, a irredutível pose de bem-estar isolacionista que definiu o seu estatuto de altivez mas de guardiã também, pois me parece que já lá vai o tempo das lutas por via das ambições de domínio próprio, a fraternidade fazendo mais o género hoje – e sobretudo quando o inimigo está nos confins, mais a leste, a fazer perigar toda a banda de cá, de que os pobres ucranianos são vítimas, por enquanto isoladas, mas extraordinariamente valorosas…

No Facebook de Luis Soares de Oliveira

I -  João Salgueiro o político que sobreviveu à queda de Caetano mas não resistiu à perda do seu mandato. Homem preparado mas não nos deixa livro seu.

 

II -Luis Soares de Oliveira 21 de Fevereiro de 2016

Cameron (e o futuro da UE) na corda bamba

Na velha diplomacia aprendi que toda a monumenta historica política permite duas leituras: o que ali consta e o que ali se omite. Para o diplomata, a segunda é mais importante pois a omissão revela-lhe a área do desacordo persistente. Sendo político, a omissão revela a sua própria vulnerabilidade. Por isso achei interessante que David Cameron, na sua aparição madrugadora no famoso programa de análise política de Andrew Marr, na BBC 1, hoje, nenhuma referência tenha feito ao "special relationship". Se fosse a Margaret - ou o próprio Blair - teriam saturado a paciência dos ouvintes a enaltecer a glória do laço transatlântico. Julgo que tal abstinência significa que já toda a gente sabe que Washington só valoriza a dita relação com Londres na medida em que Londres se mantenha na UE e aí procure manter nos espíritos o pendor atlântico. Portanto, Cameron e a opinião pública insular sabem que a Grã-Bretanha - ela também - não tem muita escolha, e nisso o primeiro ministro foi claro:"a soberania é uma ilusão", afirmou várias vezes (Já Anthony Eden tinha dito o mesmo em 1945).

A propósito, notei que Nicola Sturgeon, a primeira mulher a ocupar o cargo de First Minister da Escócia, afirmou no mesmo programa que se Londres sair da UE, a Escócia sairá de Westminster. Que grande molho de grelos!

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