No seu facebook, o
Sr. Embaixador Luís
Soares de Oliveira:
II LUIS SOARES DE OLIVEIRA: «NO PARTILHAR É QUE VAI O GANHO»
E já o provara no texto anterior, pois
ficámos a ganhar com a sua partilha – a última carta de um seu amigo e colega,
a quem rende, assim, homenagem, pelo pensamento livre a respeito da ortodoxia
doutrinal católica sobre a questão da infalibilidade papal, como representante
divino na Terra, que aquele nega, naturalmente, e aconselhando um livro
comprovativo da tese contestatária.
HOMENAGEM
AO EMBAIXADOR SEBASTIÃO CASTELO-BRANCO (1929-2023), amigo desde a Universidade-
Em sua
memória , transcrevo a última carta que dele recebi.
19/12 / 2014
Caro Luís,
A estimada Presidente do Pelotão
do Reumático quis ouvir - sim ou não - o que cada um pensava das mudanças na
maneira de ser do Papa e em reformas que Francisco está a lançar. A minha
resposta foi que “não podia senão aprovar qualquer medida de regresso às grandes
decisões do Vaticano II, que João-Paulo II e Bento XVI já tinham
suficientemente atraiçoado. E depois fiz-lhe um breve relato da quase
total ausência de santidade em “Suas Santidades Romanas” dos últimos 1600 anos.
Apontei-lhe que Hans Küng,
padre católico, doutor em Teologia, Filosofia e História de Arte, foi, aos 34
anos, o escolhido por João XXIII para orientar e aconselhar a secção de
Teologia daquele magno Concílio. E que este enorme teólogo tem vezes sem
conta negado o primado do Magistério e Doutrina Dogmática: que a Igreja não é a
Cúria Romana, nem mesmo todo o conjunto dos Bispos, mas sim o conjunto de todos
os crentes em Jesus. E de entre os dogmas que lhe merecem muito pouco
respeito, já refutou em
tese escrita o da Infalibilidade Papal.
João Paulo II, não o “despadrou”, mas
proíbiu-o de ensinar Teologia Católica. Só
que a categoria deste Teólogo era e sempre fora de tal ordem, que a sua
Universidade de Tübingen criou, só para ele, a Faculdade de Teologia Ecuménica.
A terminar, referi que Hans Küng,
entre quase uma centena de excelentes livros, tinha há uns dois anos publicado
mais um sob o título “Ist die Kirche noch zu rreten?” (Pode a Igreja ser ainda
salva?), livro que foi rapidamente traduzido em várias línguas à excepção,
não sei porquê, do Inglês. Mas desde que o início do Pontificado de
Francisco, Hans Küng apressou a versão inglesa, autorizando que tivesse um
título duplo, inscrito na capa sob duas formas longitudinalmente opostas pelos
pés: “Can we save tha Catholic Church?” e “We can save the Catholic Church!”.
Aconselho-te a lê-lo (Amazon), pois Küng
não se acanha perante a exposição do todas as asneiras e crimes cometidos ou
permitidos pela cúpula hierárquica.
E assim por diante… Não me surpreendeu a surpresa e quase incredulidade da
nossa presidente: ela, cristã maronita, já devia ser bastante fundamentalista
quando se casou numa família onde o lema foi sempre que, em matéria de
religião, o que dizem os Papas, Cardeais, Bispos e simples Padres, não se
discute.
Saudades à Jette,
Abração,
Sebastião (para acabar em leve rima tão pesada prosa…
Nenhum comentário:
Postar um comentário