domingo, 7 de maio de 2023

“Livros… papéis pintados com tinta”


Como o dizia Pessoa, como o pensam as “pessoas” dessa “mascarada” hodierna, de que se ocupa JOÃO PEDRO MARQUES, na sua excelente análise sobre os crimes literários da piedade porque sim.

Leitores de sensibilidade

As novas gerações arriscam-se a só conseguir encontrar as versões originais em alfarrabistas, bibliotecas ou nas estantes dos avós. Sem acesso a elas ficarão com as ideias mais pré-formatadas.

JOÃO PEDRO MARQUES Historiador e romancista

OBSERVADOR, 06 mai. 2023, 00:1637

O puritanismo politicamente correcto continua de vento em popa no mundo editorial britânico e depois de Roald Dahl, Ian Fleming, Enid Blyton, Agatha Christie, chegou a vez de P. G. Wodehouse ser postumamente censurado. A editora Penguin Random House alterou passagens das suas novelas por as considerar “inaceitáveis”. Como era de prever, e está de acordo com o espírito censório deste absurdo tempo em que vivemos, a linguagem com alusões raciais foi suprimida ou extensamente modificada, pois os lápis azuis dos chamados leitores de sensibilidade não deixaram passar nenhuma dessas heresias.

O que é um leitor de sensibilidade? É uma espécie de detector de metais, de farejador de droga — sem ofensa — ou de filtro de partículas. Um livro tem várias alusões de natureza racial ou identitária? A editora entrega-o a pessoas negras e LGBTQI+ para que digam se se sentiram chocados com o que leram e, em caso afirmativo, que identifiquem o que os chocou. Como começa a ser da praxe em Inglaterra e nos Estados Unidos, a Penguin Random House recorreu aos serviços de leitores de sensibilidade, entregou-lhes os livros de Wodehouse e, em consequência do veredicto desses leitores, alterou-os. Também fez notas avisando os potenciais compradores das obras — como se eles fossem acéfalos — que os livros foram escritos há muito tempo e que alguns dos seus temas, caracterizações e personagens poderão estar “desactualizados”.

À esquerda há quem cinicamente defenda a tese de que esta forma de censura é, apenas, um artifício para melhorar a circulação dos livros e torná-los mais populares. No fundo, uma jogada de marketing livreiro. E essa tese seria de considerar se aquilo a que assistimos com a reescrita de livros não fizesse parte de um movimento muito mais amplo de censura de filmes, de ideias, de remoção de estátuas, da alteração de títulos de quadros e do puro e simples cancelamento de pessoas. Há, no Ocidente, um movimento censório que dá pelo nome de wokismo que quer corrigir as heranças do passado, incluindo as literárias.

Isto que se passa com os livros de autores já desaparecidos está certamente a bater forte nas obras de autores vivos ainda a publicar. Vimos há pouco com que argumentos uma editora norte-americana recusou a publicação de um livro de Afonso Reis Cabral e eu próprio tive um leve prenúncio disso quando publiquei o meu primeiro livro de História em Inglaterra. O revisor do texto fez pressão para que eu substituísse o termo “escravo”, como constava no texto original, por “pessoa escravizada”. Estava-se, então, em 2005, nos primórdios desta fúria revisora a que temos assistido. Se fosse agora talvez a editora britânica se recusasse a publicar o meu livro caso eu não anuísse — como, de facto, não anuí — à alteração que me propunham.

Como romancista mas também, ou sobretudo, como historiador, olho para tudo o que se está a passar nesta área com pena pelo empobrecimento que decisões editoriais destas implicam, desde logo em termos de diversidade. A Penguin Random House fez questão de garantir que as alterações introduzidas aos livros de Wodehouse não vão “afectar a história”. No seu mural de Facebook, Eugénia Galvão Teles, a colunista do Expresso, duvidou, e bem, que na Penguin tenham percebido o que aqueles livros são. “A história não interessa para nada — escreveu — É a linguagem que torna os livros únicos”.

No Reino Unido essa linguagem e a de outros autores está a ir à viola e esse alisamento das irregularidades — chamemos-lhe assim — está a apagar as marcas do tempo, as variações e as permanências ao longo dos anos, ou seja, está a apagar a História. Qualquer um de nós, quando olha para trás, deve ter ao seu alcance todos os meios para poder perceber espessura e diversidade, para poder entender que as épocas idas eram, em vários aspectos, diferentes daquela em que vivemos. A literatura é uma óptima maneira de o perceber de uma forma muito intensa e autêntica. Quando leio Eça, por exemplo, dou-me conta de que os códigos de conduta eram diferentes dos nossos, que se usavam palavras e expressões que raramente ou nunca usamos e que se pensava de forma pouco parecida com a nossa a respeito de diversas coisas (raça, política, economia, costumes). Quando se aplainam essas diferenças, quando se substituem palavras para que o texto fique de acordo com os padrões ideológicos predominantes na nossa época, tira-se aos potenciais leitores a possibilidade de perceber como é que a burguesia portuguesa concebia a realidade e falava em termos raciais, morais ou outros, no final do século XIX.

O argumento de que as editoras estariam, com estas iniciativas, a defender a finíssima pele das almas sensíveis, facilmente impressionáveis e escandalizáveis, é um falso argumento. Sempre houve almas dessas e em certas épocas houve-as em grande profusão e evidência. Desde inícios do século XVIII, pelo menos, que a literatura de ficção ajudou a criar o (e se dirigiu ao) leitor sensível. Prestando homenagem ao culto da sensibilidade e desenvolvendo, também, a noção de benevolência — e de felicidade decorrente do seu exercício —, novelistas e poetas ajudaram a construir um tipo de pessoa que Henry MacKenzie imortalizou no romance The Man of Feeling (1771) e que era, no fundo, alguém capaz de empatizar com o sofrimento humano. Essas pessoas com o coração no sítio certo e os sentimentos à flor da pele tinham necessidade de objectivar a sua sensibilidade e virtude aliviando o sofrimento das vítimas inocentes, e viram-se, então, muitas delas insurgirem-se contra as injustiças que eram observáveis no seu tempo: as condições nas prisões, o tráfico transatlântico de escravos, a chaga do pauperismo e da fome, e por aí fora. Que me recorde nenhuma dessas pessoas se notabilizou por advogar a censura de textos alheios. Ou seja, a sua sensibilidade impelia-as à acção, à tentativa de correcção dos males do mundo, e não a repressão das palavras dos outros.

O que é novo no wokismo dos nossos dias não é a sensibilidade, mas sim a utilização pervertida dessa sensibilidade como desculpa para censurar, cortar, cancelar, alterar aquilo que os outros escrevem ou escreveram. A pretexto de encontrar aquela palavra que não ofenda ninguém, esta ânsia correctora do movimento editorial woke irá inspeccionar e varrer para fora do tempo e da nossa visão os conceitos e os termos que, na perspectiva do wokismo, devem ser proscritos. Ora a busca dessa palavra que não ofenda ninguém poderá ser um objectivo político e diplomático, mas não é, garantidamente, um objectivo literário, nem tem, nessa esfera, mérito ou valor.

Em Portugal, sentimo-nos, por enquanto, a salvo desta onda de loucura. Quando lemos as notícias que nos chegam do mundo editorial britânico, sorrimos de divertimento ou de incredulidade, ou, então, encolhemos os ombros de indiferença, mas respiramos de alívio por essa onda não ter chegado até nós. Na minha geração quase ninguém acreditará que ela possa cá chegar, mas essa convicção é ilusória porque esta não é apenas uma questão cultural é, também, em boa parte, geracional. É verdade que, entre nós, esta sofreguidão de reescrever obras literárias não penetra senão marginalmente em pessoas de um determinado nível etário — digamos que os maiores de 60 anos são geralmente estanques a essa forma de wokismo. Mas ela penetra como faca quente em manteiga nas gerações mais novas, sujeitas quotidianamente, a nível escolar e não só, a uma verdadeira catequização woke.

Aliás, o wokismo vem sendo incutido entre os jovens já há alguns anos e eu próprio passei por um episódio que o revela e que talvez venha a propósito contar aqui. De facto, um jovem revisor, cheio de zelo censório, achou por bem alterar palavras que eu havia escrito sem me dar conta de que o tinha feito. Onde eu escrevera “pretinha” — pois era assim que se dizia no século XIX, época que esse livro se passa — ele colocou “criança africana”. Felizmente, eu leio sempre os textos quando vêm da mão do revisor e dei-me conta da troca, expus a situação a quem de direito e tudo voltou à primeira forma.

Percebi, na altura, que aquele não era um simples caso isolado, mas a antecâmara de coisas a vir. E infelizmente essas coisas já cá estão, ainda que de forma subterrânea e esparsa ou pontual, como este recente artigo no Observador nos deixa ver. É verdade que ainda há âncoras muito sólidas que garantem a autenticidade e integridade da criação literária. O responsável pela Quetzal, Francisco José Viegas, por exemplo, promete que a sua editora nunca recorrerá a leitores de sensibilidade, pessoas que, na sua avaliação — com a qual concordo em absoluto —, não são senão “controladores ideológicos”, destinados a vigiar a “correcção política” dos textos, coisa que Francisco José Viegas considera “abjecta”. É igualmente verdade que há mais editores que pensam e actuam como ele, mas também há quem se posicione de forma diferente. Clara Capitão, directora editorial da Penguin Random House Portugal, por exemplo, assume que já recorreu a leitores de sensibilidade para filtrar obras de autores actuais. Fê-lo para garantir que as abordagens “eram as correctas e (que) eram inclusivas”, e porque acredita que importam não apenas os conteúdos, mas também a “forma e a linguagem escolhidas para os veicular.”

Ou seja, a pulsão para alterar os textos de acordo com os ditames do politicamente correcto e a lupa dos leitores woke não é algo que fique em exclusivo nos Estados Unidos ou nas ilhas britânicas. Já podemos avistar essa tendência no nosso país e a minha convicção é que ela também se assumirá cá em força. Assim sendo, talvez os mais velhos devessem preparar-se para esse embate. E, entretanto, irem fazendo um esforço pedagógico para explicar aos mais novos a importância de preservar a autenticidade de obras literárias, sobretudo as de autores já desaparecidos, que são um produto do tempo em que foram escritas. De outro modo, essas novas gerações arriscam-se a só conseguir encontrar as versões originais e autênticas, as velhas edições destes autores censurados, em alfarrabistas, bibliotecas ou nas estantes dos avós. Sem acesso a elas ficarão com um léxico mais estreito e com as ideias mais pré-formatadas.

POLITICAMENTE CORRECTO   SOCIEDADE   LITERATURA   CULTURA   EDITORAS   MERCADO LIVREIRO   LIVROS

COMENTÁRIOS: 37

Catarina Correia da Silva: Excelente artigo. Infelizmente, a história repete-se e repete-se, alternando os actores. É muito triste que não se aprenda nada com o passado. Espero que os autores vivos consigam arranjar forma de, nos contratos com as editoras, prevenirem que alterem posteriormente os seus textos. E espero que estes livros editados sejam marcados como tal. O leitor tem o direito se saber se o que escreve é o texto original ou não. Aguardo, com bastante angústia, o dia em que decidirem alterar o Escutismo para Rapazes e o Caminho para o Triunfo. Já tentaram "cancelar" Baden Powell, e haverão de voltar à carga.             TIM DO Á: Os livros velhos vão valer mais à medida que a revolução socialista liberal obscurantista avança para o totalitarismo sem oposição, no Ocidente.         António Mendes Lopes: Não à compra de livros editados pela RANDOM PENGUIN HOUSE                    João Ramos: Estamos a entrar numa nova era de obscurantismo pela mão da esquerda e dos complexados de esquerda, isto vai de mal a pior                  José Paulo C Castro: Chamam-se  tradutores woke. Como em todas as más traduções, perde-se o sentido original. Há uma forma simples de contornar isto. Promover uma editora que pugna pela edição do original e que o possa fazer, por lei, quando a editora que tem os direitos de publicação decide que vai alterar o original e publicar apenas essa versão. Caso a editora com os direitos decida publicar as duas, tem de garantir que a edição original fica mais barata que a traduzida (é lógico, tem menos custos).Ponham isso em lei e podem deixar os tradutores woke procurar o seu nicho de mercado... O problema não são eles mas a censura e bloqueio do original feita pela editora que decide publicar outra versão. Isso tem de ser proibido.                   Maria Melo: O que está escrito, pintado e esculpido tem que ver com a sua época, faz parte da História. Ninguém tem o direito de alterar, de reescrever a História! Cada um pode interpretar como lhe aprouver, mas não tem o direito de se apropriar daquilo que não lhe pertence, destruindo ou modificando o que o autor fez. Que falta de respeito!                    António Sabbo: O absurdo grotesco de introduzir “leitores de sensibilidade” é um passo gigantesco para um cenário Orwelliano tipo 1984.                  José Ramos > António Sabbo: O "ministério da verdade" e os seus esbirros.             Manuel Lorena: Mais um excelente artigo do Professor João Pedro Marques a desmitificar esta nova onda do ''Wokismo'', que pretende renegar os textos escritos anteriormente, reproduzindo o que se passava nessa altura.           João Floriano Ao «apagar» a História, os wokes conseguem a proeza de ocultar como as sociedades ocidentais evoluíram para bem melhor no caminho de maior justiça e igualdade. O wokismo é utópico e todos sabemos o que é uma utopia: caminha-se ao seu encontro sabendo de antemão que nunca lá se chegará. Os novos guardiães de sensibilidades funcionam apenas parcialmente e nem pela metade. O mainstream da população ocidental ainda não se enquadra nos padrões LGBTI+ , no wokismo  e não interiorizou ainda costumes, comportamentos e sentimentos de culpa que insistentemente nos querem fazer sentir com o rótulo de racistas, entre outros. Por enquanto estes movimentos ainda se circunscrevem sobretudo nos meios intelectuais e políticos. Mas em breve vão querer alargar a sua influência no meio empresarial, e aí o cancelamento vai ser mesmo impiedoso com o afastamento de todos que não pensam de acordo com  a cartilha dos novos tempos e da novilíngua.  Em 1771 era perfeitamente aceitável termos um herói literário cheio de feelings e de empatia. A Revolução Agrária praticamente coincidente com a Primeira revolução Industrial inglesa deram origem a uma população desgraçada, explorada, desenraizada, com condições de trabalho horríveis, impensáveis nas sociedades europeias de hoje, crianças de tenra idade nos teares e nas minas, mortes prematuras, novas cidades industriais que não passavam de acampamentos de barracas. Havia motivos para se ser sensível em 1771. Hoje as condições de vida são completamente diferentes. Em Portugal já há ventos de mudança que começaram como brisas  suaves. Temos ministérios devotados à causa woke como os da Cultura e da Educação, permite-se que «activistas pelo clima» perturbem o normal funcionamento das escolas, até Marcelo Rebelo de Sousa assume compromissos para os quais não foi mandatado. Não menciono os vários artigos de opinião  e intervenções na CS por parte de reconhecidos comentadores porque respeito a liberdade de opinião e expressão mesmo quando não concordo. Recentemente surgiu uma proposta para condicionar o uso de linguagem de ódio online. É verdade que a coberto de nicknames e todo o tipo de perfis falsos divulgam-se nas redes sociais verdadeiros exemplos de sociopatia, de ataques à imagem e ao carácter. Tão úteis por um lado, tão tóxicas por outro, assim são as redes sociais. Mas desconfio de como esse controle seria feito, sobretudo da nova classe de funcionários ora atentos e   bastante motivados ou  distraídos e prontos para ignorar, dependendo de que lado sopra o vento.  Até há uns tempos atrás lia aqui no Observador comentários sobre teorias da conspiração em que a destruição do Ocidente estaria em marcha. Pareciam-me exagerados. Hoje já não.                Francisco Miguel Colaço > João Floriano: No Portugal de hoje é impossível prever o passado.                João Floriano > Francisco Miguel Colaço: Bom dia Francisco Excelente frase. Parabéns por a transcrever e parabéns a dobrar se ela é da sua autoria.             bento guerra > João Floriano: Excelente reflexão, para hora tão matinal. Penso que a política e o "main stream" de pensamento continuarão a ser comandados pelas massas e a sua contribuição para o "share" e audiências, onde o "wokismo" dificilmente entrará                    João Floriano > bento guerra: Espero que o Bento tenha razão, embora eu tenha as minhas dúvidas. Parece que não tem nada a ver, mas até tem. De quando em vez olho para o que se está a passar em Londres e independentemente de se gostar ou não da monarquia e de quem a representa, o espectáculo televisivo é soberbo e só me posso sentir feliz com a definição de imagem, cor e som. Esta geração nova não tem a noção do que era uma televisão  a preto e branco antes de 1980. E ali temos a manifestação mais anti woke que se possa imaginar. Tudo pela tradição, tudo pela História. O principe Harry sozinho sem a sua Megan é simbólico.               Álvaro Venâncio: Excelente crónica que explica com clareza a perversão do wokismo e o que lhe está na génese. E, claro, escrito num português de eleição. Particularmente útil para mim porque fiquei a saber que a editora portuguesa RANDOM PENGUIN HOUSE PORTUGAL, também já aderiu a este perigoso movimento censório. E que a editora Quetzal, liderada por Francisco José Viegas, já anunciou a sua posição contra este criminoso movimento.            bento guerra: Não sei qual a extensão dessa nova tendência para controlar o pensamento. A mim ,preocupa-me mais o que se passa próximo, como este jornal e também vários dos seus leitores                MCMCA A: Excelente artigo, o que é a imagem de marca do autor                 klaus muller: Se ainda não chegou, vai chegar essa figura do "leitor do sensibilidade". Só que, em Portugal, não vão ser as editoras a pagar a essas figurinhas, por exemplo o Mamadú Bá, aquela ex-deputada vasta do Livre, da Guiné. Nada disso, vão ser os nossos impostos a pagarem-lhes um bom salário.          Pontifex Maximus: Penso que a sugestão de que os mais velhos alertam os mais novos para o perigo representado pelos “leitões sensibilidade” não será suficiente para combater essa nova forma de censura. Tal como se combate o sistema político com os pés ao votando, esse problema combate-se com a carteira riscando editoras como a referida no texto…                 Zapf Dingbats: Artigo notável e que deveria ser óbvio: não se alteram obras de arte póstumas. A censura woke é apenas a versão elitista daqueles supostos parolos americanos que se escandalizaram com a pilinha da estátua de David.                 Ana Silva: Muito preocupante. A palavra não é apenas descritiva. Também criadora através das ideias que transmite, é histórica pois reflecte a História e de certa maneira cria a História (como o famoso discurso de Churchill sobre o rumo a tomar pelo Reino Unido diante do avassalador avanço nazi sobre toda a Europa Continental). A palavra apela à reflexão pessoal de cada indivíduo. Por tudo isto a palavra tem uma força incalculável. O próprio Deus-filho é identificado com o Verbo e o Verbo é e está na origem/criação do Mundo (capítulo I do Evangelho de S. João).

Apercebendo-se disso, os neo-marxistas (leia-se: utópicos violentos) dos nossos dias pretendem controlar a linguagem, para controlarem o pensamento. É o pensamento que nos permite conhecer os factos, consciencializar e tomar opções. É a capacidade de pensar que nos permite a capacidade de decidir e actuar em liberdade. Em derradeira análise é, por este meio de normalizar o discurso escrito, impondo o linguajar woke ou o politicamente correto da intelectualidade de esquerda, que se condiciona a liberdade de pensar. E isso é um retrocesso civilizacional que não podemos permitir.              Álvaro Venâncio > Ana Silva: Excelente.           Maria Liz: Muito bom. Obrigada. Lembram-se do Ministério da Verdade? Há-de chegar um tempo em que a História/ o passado não sofrerão alterações mas será liminarmente apagado assim como a memória de que aconteceram. Pufff... Só a verdade presente é verdade. Aterrador.               Daniel Salgado Santos: Muito bem... como sempre            Maria Nunes: A única forma de combater este ataque à nossa liberdade, é não comprar os livros destas Editoras. A Humanidade nunca muda. Há sempre alguns que querem condicionar a liberdade dos outros.                      Francisco Miguel Colaço > Maria Nunes: Essa é a melhor resposta. Nada fala a um editor mais do que armazéns cheios e encomendas nenhumas.              Maria Liz > Coronavirus corona: Pois. Está tudo ligado. É uma paleta de diferentes alterações - decisões, decretos, leis em diferentes "departamentos" da vida das pessoas - parecendo que são completamente independentes entre si. Mas... não. Todos fazem parte de uma grande tela onde só vão ser usadas as cores que os Grandes Líderes decidirem - para o nosso bem e para nos protegerem, de quê mesmo???                Rui Lima: Hoje nada escapa, a liberdade de escrever não existe mais, já os escritores que no passado escreveram as suas obras em liberdade agora os novos censores vão a esses livros retirar o que para eles não é puro. O Ocidente está a dar tiros nos pés, aplicam princípios totalitários para purificar a sociedade, mas há uma grande contradição se o Ocidente é super racista porque todos os povos do mundo querem vir para onde são insultados? Porque não escolhem os países onde não há racismo, da China aos países árabes pelo menos lá não se fala disso? Ou será antes uma forma de tirar dividendos para se aproveitarem do trabalho da 5ª coluna conhecidos por marxistas que têm por missão destruir as sociedades ocidentais, em nenhuma outra civilização se acolherem os “outros” com tanta amizade, em França perto de 80% dos gastos para a juventude não é para jovens franceses, é para estrangeiros.

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