É o que é. Mas devemos ficar gratos à
preocupação com o nosso bem-estar sanitário. Nem se percebe por que motivo em
Espanha ganhou a direita, pois assim é que é, a preocupação sanitária com a respectiva
repressão nos eventos da amenidade. Os Espanhóis são muito ingratos. Nanja nós.
Pese embora a gratidão para com Helena Matos, pelo seu alerta, embora inútil.
A DGS ataca de novo: agora as festas de aldeia
passaram a risco sanitário
O SNS desfaz-se mas a DGS impõe-nos a uma ditadura
administrativa em nome da saúde: qualquer ajuntamento com mil pessoas é tratado
como um risco sanitário.
HELENA MATOS Colunista do Observador
OBSERVADOR, 28 mai. 2023, 00:22101
Quatro formulários, equipa médica e de
enfermagem, ambulâncias e mais registos obrigatórios, esta é a parafernália com
que a DGS se prepara para higienizar as festas populares.
A coisa está plasmada numa norma datada
de 10 deste mês e vem assinada por Rui Portugal, que por enquanto substitui
Graça Freitas. Sim, o mesmíssimo sub director-geral da Saúde que no mês de Dezembro de 2020
nos recomendou que fizéssemos “uma troca simbólica de uma compota que um fez”em
“visitas rápidas no quintal ou no patamar das escadas do prédio”, além de num
tom que me faltam as palavras para qualificar nos ter lembrado que “Não é
obrigatório que o Natal se comemore neste país na ceia de Natal”. Pois
agora qualquer festa de aldeia que junte mil e uma pessoas passa a ser vista
como um risco sanitário e como tal está sujeita à Norma 003/2023, um documento
sinistro que olha para qualquer actividade humana como um risco para a saúde.
Como todos estes normativos que se
imiscuem na nossa vida quotidiana, a coisa começa por ser apresentada e
justificada através de situações verdadeiramente excepcionais: “A existência de
normas e boas práticas é fundamental para a gestão dos riscos associados a este
tipo de eventos, incluindo os de
dimensão internacional, que ocorrem regularmente (como as Peregrinações ao
Santuário de Fátima) ou esporadicamente (como a EXPO 98, o EURO 2004, a Cimeira
da Nato 2010, a visita do Papa Francisco 2017, o Festival da Eurovisão 2018, a
Presidência Portuguesa da União Europeia 2021, a Jornada Mundial da Juventude,
entre muitos outros).” Como é mais que óbvio esses eventos já têm
estruturas de saúde a funcionar. Esta
Norma 003/2023 e os seus quatro questionários procuram intervir e condicionar
não os grandes eventos e festivais mas sim os pequenos festejos populares.
Basta tentar aplicar aquelas tabelas para o constatar.
Depois de ter aplicado a tabela de
avaliação de risco que consta na Norma 003/2023 da DGS ao momento anual em que, numa aldeia da
Beira, ouço cantar durante dois dias “Mas quem será o Pai da criança?”, percebi
que tudo aquilo que aos olhos comuns é
divertimento está transformado num risco sanitário: evento sazonal (vale 2 na
pontuação de Risco do evento) em que após a missa e a procissão (2
pontos) se entra numa sucessão de confraternizações entre grupos diferentes (5
pontos), que se arrastam por mais de doze horas (3 pontos), com baile (4
pontos) ao ar livre (3 pontos) e histórico consumo de álcool (1 ponto).
Valha-nos a insignificância para nunca termos sido distinguidos com a presença
de “Altas Entidades da Igreja”, que, vá lá saber-se porquê, valem 5 pontos
nesta avaliação de risco.
O terror disto é somar-se mais de 30
pontos na malfadada Pontuação de Risco do Evento. Porque a
partir daí têm de estar afectas 2 ambulâncias, 12 socorristas e 4 SBV (Suporte
Básico de Vida). Se não se ultrapassar os 30 pontos então pode-se dispensar uma
ambulância, alguns socorristas e 2 SBV. Por esta hora várias comissões de
festas devem estar a tentar que os seus festejos não cheguem aos 20 pontos mas
se não me enganei nas contas o melhor será trocarem a festa por um velório pois
nesta norma da DGS os menos perigosos, sanitariamente falando, claro, são os
grupos de famílias, sentados, dentro de portas, por menos de 4 horas. (Quem não acreditar basta clicar
e fazer as contas).
Infelizmente a tabela da DGS não
incorpora dados que seriam preciosos para finalizarmos a avaliação de risco
destes eventos. Por exemplo, a
urgência hospitalar mais próxima está a funcionar 24h ou só trabalha de vez em
quando? Ou será que as ambulâncias nos bailaricos estão lá para, ao mesmo tempo
que sanitarizam o nosso mundo, nos criarem também uma falsa ilusão de segurança
no SNS?
COMENTÁRIOS (de 106):
S Belo: Mais um etapa
acaba de vencer-se na tendencial descaracterização *marxística da sociedade
portuguesa e, desta feita, por mérito das luminárias da 5/10: marcação de
provas de exame ignorando os feriados municipais. O "domingo, dia de
missa" que se cuide pois também já
está em vias de extinção. Lúcia Henriques: Bem dizem os imigrantes que o
povo português tem muita paciência e aceita tudo. Maria
Emília Santos Santos: Foguetes nas festas são
perigosos, mas procissões em honra dos santos que cada paróquia venera,
parece-me muita maldade! Além disso, as procissões nas aldeias não juntam assim
tanta gente, por isso, estamos tranquilos! Se a DGS tem ordens do etíope
para frenar as manifestações católicas, que a DGS se meta na sua vida e deixe
os cristãos em paz! Deixe o povo simples viver o mais saudável possível sem se
meter onde não é chamada! Cuide dos problemas de saúde correctamente, sem andar a assustar com
pandemias, mas pelo contrário, procurando que as pessoas vivam calmas e
tranquilas! Provem que nos desejam bem e nós acreditaremos em vós! Jorge Rezende Ramos: É o PS a funcionar!
Mais ditadura do
que o Estado Novo Menos tolerância do que o Estado Novo Mais, muito mais, corrupção do
que o Estado Novo Menos, muito menos, bem estar do que o Estado Novo Mais, muitíssimo mais, miséria
moral e social do que o Estado Novo Menos, muitíssimo menos, dialogo e
compreensão do Povo do que o Estado Novo Fora o PS e KostaVirus, fora JÁ! José Miranda > Jorge Rezende Ramos: E foi para isto que fizeram o
25 de Abril... Carlos
Oliveira: Mais uma prova,
como se ainda fosse necessária, de que somos governados por gente com o
desconhecimento do país real e com o intestino ligado à cabeça. Deveriam
preocupar-se, isso sim, em colmatar as situações de terceiro mundo que ocorrem
em diversos hospitais do país. MCMCA A: Podem explicar-me para que
servem as ambulâncias numa festividade de aldeia a não ser para acidentes? É
que o risco sanitário de contágio só se nota três dias mais tarde, o tempo que
o vírus se demora a propagar. E já agora o risco sanitário do metro, das
escolas, aeroportos, etc. E já agora porque é que a presença de padres aumenta
o risco sanitário? A ânsia controladora não pára no mundo jorge espinha: É parte dum grande movimento socio cultural no
ocidente "the war on fun". Depois os mesmos activistas anti
divertimento têm o descaramento de alertar para os problemas de socialização e
isolamento. Antonio
Araujo: Bom, já todos os
portugueses têm médico de família, já não há atrasos nas consultas de
especialidade, as mulheres já podem ter filhos pois já não há problemas no pré
e pós parto, o índice de pobreza está quase no zero, todos os portugueses têm
habitação e muitíssimos até 2a habitação, etc. Etc. ENTÃO HÁ QUE OS ENFIAR
TODOS NUMA REDOMA NÃO VÃO OS ÍNDICES PIORAR. Diria o Fernando Pessa - "E
esta hem?".
José Miranda: Estes socialistas não têm vergonha nenhuma! O tal Henrique Valente passou
de 0 para 24 “ likes”. No outro comentário em que tinha 24 passou para 48.
Hoje a enxurrada foi de 24 “
likes”. Tudo isto para nos enganar, e dar a ideia que muitos leitores os apoiam.
O Observador não consegue
travar a batota?
José Miranda: O Largo do Rato accionou o sistema e os seus boys deram “ likes” aos
operacionais de hoje.
Maria Vilhena: Com este governo já pouca coisa me espanta. O totalitarismo está
implementado desde há muito. Estes pseudo doutores, leram a cartilha, sem
qualquer formação de berço, ou chá das cinco, vieram com ímpetos de poder e
rancores mal disfarçados, aplicam o que lhes dá na real gana. O que interessa é pouco ajuntamento, cultivar o medo e punir para
controlar. @s presidentes das Juntas e Câmaras devem favores ou são iguais, nada a
acrescentar! Perigoso e triste num país que se diz democrático. Deixemos passar
estas e outras proibições em nome da saúde que eles tratam-nos dela, como
querem. Ana
Maia: É realmente um
mistério. Como terá sobrevivido a humanidade ao longo de milhões de anos sem a
sapiência e cuidados destes ditadores sanitários? Num pais de festas e
romarias, com santos e santas que não acabam, terá certamente sido uma sorte
estes 900 anos de história, onde anualmente, em inúmeros locais do país, as
pessoas se juntaram ao molho e sem todas estas precauções, e não terem
extinguido esta nobre raça lusitana, que ignorou todos estes cuidados durante
tanto tempo. Este pais é cada vez mais uma prisão sul africana onde um dia
todos terão os mesmos instintos que o Rendeiro. Nem vai ser preciso eutanasiar
ninguém que o pessoal acaba com esta estranha forma de vida muito antes. Maria Paula Silva > Ana Maia: tal e qual, Ana. Pequenos passos para um regime totalitário. F. Mendes > Ana Maia: muito bem, estou de acordo consigo. Pena é que poucos
tenham a coragem de dizer isto em voz alta. Maria Paula Silva:
Ainda estou de boca aberta.....
mas estes gajos não trabalham?
o tempo que eles perdem a
inventar estas m- e- r- d- a- s- !
abri o documento e tive alguma
dificuldade em perceber aquilo, há algum tempo que não me sentia estúpida. Obrigada
HM. Excelente, como sempre. p.s. - entretanto há hospitais sem ambulâncias. Mas o
Medina adjudicou 500 milhões para um projecto condomínio em Luanda: Muxima. Vânia Gonçalves: O socialismo passou a risco
sanitário José Paulo C Castro: Essa das Altas Individualidades
da Igreja (um Bispo a crismar jovens, suponho) valerem 5 pontos na escala de
risco, diz o quê sobre o risco associado aos jornalistas que andam de volta do
PR e do seu séquito de seguranças ? E sobre as atividades nas escolas? E na AR, com todas as visitas e
repórteres ? As ambulâncias do INEM andam de volta deles em permanência?
A escala de risco está ajustada
para dificultar certas atividades e excepcionar outras. A ideia é decidir quem
'prender' para que fique fora do espaço público. Joaquim Rodrigues: É o socialismo bacoco a usar a burocracia, a demagogia e o populismo para
disfarçar o fracasso criminoso das suas políticas ao não garantirem o acesso e
prestação de serviços de saúde aos cidadãos.
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