Apontando pistas, para próximas etapas…
Josep Borrell: Reino Unido mostra maior
disposição para negociar acordos de segurança com EU
Chefe da diplomacia europeia diz que
Governo liderado por Rishi Sunak "está preparado" para negociar sobre
segurança e defesa com a União Europeia, estando em sintonia no apoio à
Ucrânia.
OBSERVADOR, 15 mai. 2023, 23:45
▲"Actualmente
dependemos da China, em algumas matérias, muito mais do que dependíamos da
Rússia em energia", reforça o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell,
CHRISTINE OLSSON/EPA
O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell,
defendeu esta segunda-feira que o Reino Unido está com uma maior disposição
para negociar acordos de segurança e defesa com a União Europeia (UE), perante
o objectivo comum de ajudar a Ucrânia.
“Superamos
as dificuldades do Brexit e agora parece que tudo está nos trilhos”, sublinhou
o Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de
Segurança, durante uma conferência organizada em Bruxelas pelo ‘think tank’
European Policy Center.
“Os anteriores governos britânicos não
queriam falar connosco sobre qualquer tipo de cooperação em segurança e defesa.
Eles nunca quiseram”, acrescentou, citado pela agência Efe.
O diplomata espanhol revelou que “agora”
o Governo liderado por Rishi Sunak “está preparado”, garantindo que esse
diálogo vai acontecer porque as duas
partes estão em sintonia, que é “o apoio à Ucrânia”.
Borrell argumentou que o Reino Unido “tem
um dos exércitos mais poderosos da Europa, senão o mais poderoso”.
“Agora que os problemas de
implementação do Brexit foram resolvidos, podemos começar a pensar neste tipo
de acordos para construir alianças em segurança e defesa”, concretizou. Segundo
o alto representante, na UE existe
“muito interesse” neste tipo de acordo com Londres. “Sempre o oferecemos e
nunca obtivemos uma resposta positiva, mas agora parece que vamos ter”,
revelou.
Borrell lembrou ainda que a Rússia
deixou claro que “não quer” parar a guerra na Ucrânia, realçando que Moscovo
“tem objetivos militares a cumprir”, enquanto a Ucrânia “não pode parar de se
defender”.
O chefe da diplomacia da UE também
abordou a relação do organismo com a
China, lembrando que esta
está a ser “recalibrada” mas sem “colocar todos os ovos na mesma cesta”, ao
contrário do que foi feito em relação ao gás e a Rússia.
“Actualmente dependemos da China, em
algumas matérias, muito mais do que dependíamos da Rússia em energia”, alertou, numa referência às importações de
petróleo e gás russo que a UE tem vindo a cortar em resultado da invasão da
Ucrânia.
“Certamente, é uma atitude bastante
sensata reduzir as dependências excessivas. Mas a eliminação de riscos não é
isenta de riscos”, analisou ainda.
GUERRA NA
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