– digo, russo - apoiado pela sua “ÁFRICA MINHA”?
Presença russa em África será
abordada na visita do secretário-geral da NATO
A visita do secretário-geral da NATO a Portugal vai
centrar-se na Ucrânia e na forte presença que a Rússia tem atualmente em países
africanos, traduzindo-se num perigo para a Europa.
OBSERVADOR, 17 mai. 2023,
O ministro dos Negócios Estrangeiros
afirmou esta quarta-feira que a visita do secretário-geral da NATO na
quinta-feira a Portugal vai debruçar-se sobre a Ucrânia, mas também permitir
alertar para a presença e “objetivos destabilizadores” da Rússia em África.
“Vamos
ter a oportunidade de sublinhar a importância de também olhar para o flanco
sul, sendo também evidente que, neste momento, a maior ameaça para a NATO vem da Rússia“, afirmou João Gomes Cravinho, à margem do Fórum
Económico Portugal-Angola, que decorreu no Porto.
Questionado sobre o propósito da visita
do secretário-geral da NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte), Jens
Stoltenberg, a Portugal para um encontro com o primeiro-ministro, António
Costa, o ministro dos Negócios Estrangeiros destacou que o encontro
surge na sequência de uma “ronda por países da NATO” antes da cimeira de
líderes da Aliança Atlântica, que ocorrerá em julho, em Vilnius, na Lituânia.
“Ao mesmo tempo que a Rússia está a cometer um crime de agressão contra
a Ucrânia, verificamos que tem também uma presença forte em África, através da Wagner,
grupos mercenários, alimentação de redes de informação falsa e vamos falar
desses temas com o secretário-geral da NATO”, observou.
João Gomes Cravinho destacou a
presença de grupos mercenários russos como o Wagner,“um braço armado do
Kremlin”, na República Centro-Africana, no Mali, assim como noutros países,
ainda que “mais discreta”, mas que “não deixa de ser perigosa”.
“Receamos que venha a estar presente no
Sudão, sempre com objetivos destabilizadores da parte russa (…) Uma
África instável é um problema muito grande para a Europa“, destacou
o ministro.
A
par da presença russa em países africanos, João Gomes Cravinho
esclareceu que o encontro abordará a guerra da Ucrânia, bem como as
“perspetivas para a paz”.
“Terá sempre de ser uma paz justa, ou
seja, uma paz que é negociada em termos aceitáveis para Ucrânia”, referiu.
Questionado se o encontro potenciaria o
envio de mais equipamento militar português para a Ucrânia, João Gomes Cravinho
remeteu a resposta para a ministra da Defesa, destacando que Portugal
continuará a apoiar a Ucrânia “nas quatro frentes [política, militar, económica
e humanitária]”, ainda que os ‘stocks’ portugueses não sejam “ilimitados”.
“Os nossos stocks não são ilimitados. A
nossa capacidade de continuar a apoiar militarmente [a Ucrânia] vai diminuindo
com o tempo”, acrescentou.
Na segunda-feira, a Aliança Atlântica
anunciou a visita do secretário-geral da NATO a Portugal para um encontro com o
primeiro-ministro, estando prevista uma conferência de imprensa conjunta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário