Por deficiências do clima, a própria Terra a
escandalizar-se, castigadora, a antecipar os fogos. Mas o prazer da leitura de JNP torna a vida menos precária, porque mais
esclarecida.
Maio em Lisboa – 55 anos depois
“Vejam toda esta paz, esta prosperidade,
este contentamento... Meus senhores, não admira realmente que sejamos a inveja
da Europa!”
JAIME NOGUEIRA PINTO Colunista
do Observador
OBSERVADOR, 20/5/23
Entre carências de toda a ordem,
casos de flagrante corrupção e episódios de inenarrável incúria governamental
continua a cumprir-se e a celebrar-se Abril com a aprovação de legislação
avançada. Assim, depois da autodeterminação de género
e de nome nas escolas ter vindo já libertar as crianças da escravatura da
biologia e do registo civil, chega-nos a eutanásia para nos libertar a todos – velhos, novos e cuidadores
de velhos e novos – da escravatura, da despesa e da carga de trabalhos (até
para o Estado) que a vida geralmente implica.
Esta peculiar deriva esquerdista, já não
proletária, mas marcadamente burguesa, consumista e decadentista, tem raízes profundas no itinerário
libertino do Marquês de Sade e naquilo que há 55 anos foi o Maio francês.
Tanto que alguns dos slogans que foram então bradados continuam a inspirar e a
fundamentar a agenda da esquerda progressiva e radical – desde o “IL EST INTERDIT D’INTERDIRE”, com a interdição, proibição ou
cancelamento expeditamente administrados aos que se regem por interditos
religiosos, éticos ou outros; ao SOYEZ RÉALISTES, DEMANDEZ L’IMPOSSIBLE e L’IMAGINATION AU POUVOIR, que
presidem a grande parte das imaginativas
autodeterminações e autoatribuições.
Olhando as actualidades da época, em
Nanterre (onde tudo começou nesse Março) e na Sorbonne, em Paris, detecta-se
imediatamente nos manifestantes e nos estudantes revolucionários um ar
inequivocamente burguês.
Esta cumplicidade social é uma
característica da grande contestação no Ocidente. No século XVIII, os intelectuais revolucionários – ou melhor os
sofisticados intelectuais cujas ideias haviam de, uma ou duas gerações depois,
inspirar a Revolução – peroravam nos salões das senhoras da melhor sociedade,
onde a repressão não entrava mas onde eram ouvidos com enlevo. Filhos e netos dessas distintas
animadoras culturais teriam a cabeça cortada em nome das inofensivas ideias que
as suas antepassadas, por vezes por puro entretenimento, tinham ajudado a
divulgar, recebendo e protegendo os seus mentores.
Maio e
a guerra Moscovo-Pequim
As ideias do
Maio de 68 já andavam a fervilhar na América, em Berkeley e S. Francisco, com a
agitação cultural e universitária contra a guerra do Vietname. Tinha havido também, à esquerda,
uma conveniente revisão do “sovietismo” e do seu “conservadorismo burocrático”
que tornava possível a coexistência de uma condenação da invasão da
Checoslováquia pelos exércitos do Pacto de Varsóvia com o apoio às causas do
Vietname, de Cuba e das insurreições latino-americanas. Entretanto, através de
intelectuais e professores como Herbert Marcuse, suprimia-se a Vulgata estalinista e redescobria-se o “jovem Marx”.
Curioso é o facto
de esta afirmação de “independência” em relação ao marxismo soviético se fazer
acompanhar por um entusiasmo pio e fanático pelo maoísmo chinês, então a
atravessar a “Revolução Cultural”. A repressão chinesa podia ser ainda mais
paranóica, mais sanguinária, mais sinistra e mais totalitária do que a da URSS
nos “anos de chumbo” de Breznev, mas pouco importava: a China estava longe e, vista
da Sorbonne, exibia uma heroica beleza de cartaz.
Este olhar sobre o maoísmo e o comunismo chinês como
uma coisa mais pura, mais coerente, mais popular, não foi só de adolescentes
que se imaginavam a criar um mundo novo nas ruas de Paris pelo simples facto de
atirarem pedras aos polícias; foi também o olhar de vários maitres à penser, entre os quais Jean-Paul Sartre e Louis Althusser. Ignorariam eles os horrores
do maoísmo, os milhões de mortos de fome pelo Grande Salto em Frente, ou as
loucuras e torturas da Revolução Cultural começada em 1966?
Recordando, a
mais de meio século de distância, as raízes daquilo a que Raymond Aron chamou a
“revolução inexistente”, vamos encontrar algumas pistas “chinesas” na manipulação, por uma
potência estrangeira, da crendice e da devoção ideológicas dos burgueses
ocidentais.
O polo
internacional da época era a guerra do Vietname; uma guerra que escalara muito durante a presidência de Lyndon Johnson. Em 31 de Janeiro de 1968 começara
a ofensiva do Tet pelos guerrilheiros do Vietcong, que, nas povoações onde
tiveram sucesso, procederam a massacres e execuções de civis, incluindo
mulheres e crianças. Mesmo assim, em Paris, como noutras respeitáveis capitais
europeias, a esquerda radical e festiva saiu à rua “pela vitória do povo
vietnamita contra o imperialismo americano”.
Foi com a prisão de maoístas em Nanterre,
responsáveis pela destruição da sede do American
Express em Paris que tudo começou. Paralelamente à questão do Vietname, que dividia a opinião americana e
mundial, havia, no mundo comunista, uma outra cisão – entre a União Soviética
de Breznev e a República Popular da China de Mao Tse-Tung. E embora fossem os soviéticos os
grandes apoiantes militares do Vietname do Norte e do Vietcong, grande parte da
propaganda anti-americana e pró-Vietcong, em França, vinha dos movimentos de
Extrema-Esquerda pró-chinesa, como L’Union de la Jeunesse Communiste (UJC), ou
os trotskistas Comités Vietnam de Bases (CVB), de Alain Krivine.
Esta cisão do “campo socialista”
vai ter influência no Maio de 68. Depois da ofensiva do Tet,
que acabou em fracasso, a crise persistente na América levará Johnson, a 31 Março, a declarar que não
se iria recandidatar à Casa Branca e a ordenar uma suspensão dos
bombardeamentos ao Vietname do Norte, abrindo a ponte para negociações.
Dias depois, a 3
de Abril, os norte-vietnamitas diziam-se dispostos a falar. Mas onde falar? Os
franceses, pela voz do ministro dos Estrangeiros, Couve de Murville, sugeriam,
em 18 de Abril, Paris; Hanói aceitava a 3 de Maio, Washington já aceitara. Os
primeiros contactos far-se-iam a 10 de Maio e a 13 era inaugurada a Conferência
de Paris.
Ora a China, que
não queria negociações, iria, segundo alguns historiadores, activar em França
os núcleos pró-chineses: Alain Krivine, Alain Geismar e Robert Linhart lançavam
uma “frente estudantil” a que se juntava o Parti Comuniste Marxiste Leniniste Français, também pró-maoísta.
O PCF ortodoxo e pró-soviético, de Marchais, e a GGT
(a central sindical comunista), de Georges Séguy, ficavam de fora destes
movimentos. A 3 de Maio, devam-se choques entre o serviço de ordem da GGT e
estudantes maoístas. Enquanto em Pequim a imprensa exaltava a “nova Comuna de
Paris” e condenava a “clique soviética”, acusada de se aliar à burguesia
francesa, o Pravda, em
Moscovo, respondia, acusando “o grupo de Mao Tsé-Tung”, de caluniador do PCF.
Assim, paralelamente
às grandes proposições libertárias à volta do sexo, da família e da propriedade, o Maio de 68 empurrava para o
lugar de grande herói da Revolução Mundial, Mao, que, entretanto, promovia uma das maiores chacinas dos tempos modernos. Alain Peyrefitte, em C’était de Gaulle, refere que a
embaixada da China em Berna entregou fundos aos estudantes maoistas.
Os
soviéticos, por seu turno, usavam a linha dura para esmagar os movimentos de
democratização polaco e checoslovaco. Em França, os comunistas franceses, de
clara obediência soviética, mantinham-se- fora da rebelião estudantil e os
sindicatos negociavam com o governo de Pompidou os acordos de Grenelle. Depois,
o general De Gaulle fez uma visita relâmpago à força militar francesa estacionada
em Baden, na Alemanha, comandada pelo general Massu, regressou a Paris e a
máquina gaulista do RPF-RPR pôs-se em marcha. Em 30 de Maio, De Gaulle falou à
Nação, comunicando que não saía da Presidência e que mantinha o
primeiro-ministro Pompidou. Aproveitou ainda para denunciar aqueles “que pela intimidação, a intoxicação
e a tirania” não deixavam “os estudantes estudar, os professores ensinar e os
operários, trabalhar”.
Logo a seguir à
sua intervenção, um milhão de pessoas desceu os Champs Élysées. A revolução era derrotada na rua, pelo povo
da direita unida (diga-se que, para ter o apoio da Direita, De Gaulle,
libertara os últimos presos da Argélia Francesa, entre eles o general Raul
Salan).
O
carnaval revolucionário
Raymond Aron chamou à “revolução
inexistente” do Maio de 68 um “carnaval revolucionário”. Mas a verdade é que, se a
revolução não veio acompanhada pelo terror – tal como a Revolução Francesa ou a
Revolução Soviética –, o “carnaval revolucionário” e a “revolução cultural”
vieram para ficar.
Como os
burgueses inimigos da autoridade burguesa, de Deus, da Pátria e da Família
veneravam ao longe o totalitarismo chinês ou os assassinos vermelhos do
Cambodja, também os míopes slogans libertários da época
serviriam depois para todos carnavais revolucionários. Por cá,
serviram para cumprir o Abril da “descolonização exemplar” e das
“socializações” da economia nacional. Graças a esse cumprimento, Angola e
Moçambique tiveram guerras civis profundas e prolongadas, e as grandes empresas
portuguesas acabaram destruídas por incompetência ou corrupção e foram depois
parar às mãos de estrangeiros.
Hoje, não
temos um grande grupo empresarial português, salvo na distribuição; nem um
grande Banco ou uma grande Indústria; mas, isso, que importa se, num país sem educação
nem saúde, vamos, de conquista em conquista, cumprindo Abril? Como? Introduzindo na legislação
a ideologia de género e a eutanásia. Dizem-nos que estamos na senda do
progresso e repetem-nos as palavras do queirosiano conde de Ribamar:
“Vejam toda esta paz, esta prosperidade, este
contentamento… Meus senhores, não admira realmente que sejamos a inveja da
Europa!”
A SEXTA COLUNA FRANÇA EUROPA
MUNDO
COMENTÁRIOS:
António Dias: Brilhante
reflexão sobre o maio de 68, um dos ícones da política , que ainda hoje serve
de inspiração à cultura Woke, que prolifera nas esquerda caviar, ampliada e
apoiada nos media pelos “comentadeiros” e politólogos, em Portugal. A introdução de temas fracturantes que são
vendidos como avanços civilizacionais . Importante lembrar, as quintas colunas, que Rússia e China têm nos países
ocidentais, que são accionadas para dividir e influenciar as opiniões
públicas , através da instrumentalização das juventudes urbanas universitárias
, que ingenuamente , participam nos carnavais revolucionários nas ruas . A
título de exemplo, em Portugal, Um dos protagonistas da contestação estudantil,
Jorge Sampaio, pertenceu a uma organização que defendia
a luta armada e terrorista contra o regime vigente. O próprio J Sampaio ,
confessa nas sua biografia autorizada. Curioso é o facto de que o “ mítico Álvaro
Cunhal ”que dizia defender a liberdade em Portugal contra o Estado Novo, na
mesma época, era um fervoroso e um apoiante fanático das políticas Estalinistas
, que massacraram milhões de pessoas , na Rússia , na Ucrânia , Checoslováquia
, Polónia ,destruindo qualquer tentativa de liberdade . Álvaro Cunhal,
já na década de 1930, era um dos principais dirigentes da juventude comunista e
participava nos congressos organizados pelos Estalinistas na Rússia. Álvaro
Cunhal apoiou o genocídio do povo ucraniano , decretado por Estaline que
condenou à morte pela fome milhões de Ucranianos. Tudo está documentado ,
mas é incómodo falar nisto, porque não é politicamente correcto . Caso para
dizer “ bem prega frei Tomás, olha para o que ele diz, não olhes para o que ele
faz “ Eduardo
Gomes: Cumpra-se Abril...seja lá isso o que for, a
caminho do abismo. Joaquim Almeida: Rever o
passado, sem revisão. Obg., JNP. Jose Almeida: Obrigado
mais uma vez. Para saber onde estamos e para onde vamos temos que
saber de onde viemos. Cada vez mais se sabe menos e há risco de os que sabem
e ainda falam serem cancelados. É fundamental compreender a génese do pensamento e activismo
dito progressista de hoje. Naturalmente que vem do totalitarismo. O mais anedótico é a fiabilidade com que
alguns, como Orwell, o previram nos mais ínfimos detalhes. Haverá um novo de Gaulle? Decerto não será
Macron, nem Biden e Zelensky parece-me pouco provável que convença a tal
maioria silenciosa a descer os Champs-Élysées ou a Pensylvania Avenue... vitor Manuel > Jose Almeida: Os que sabem já estão em grande
minoria e, pior ainda, cada vez mais próximos da derradeira
"partida". A escuridão será cada vez mais densa, tudo porque os
portugueses se renderam ao "antifascismo". Graciete Madeira: Mais
uma interessante lição de História. antonyo antonyo: Muito bom
! Alain Peyrefitte , escreveu nos anos
setenta “ Quand la Chine s’éveillera”, um livro extraordinário de previsão
sobre o que aconteceu . Maria Nunes: 20 h Brilhante
artigo JNP. Obrigada. Maria da Assunção
Gaivão: Brilhante!
A União Europeia de agora mete algum receio …porque será? Portugal mete pena
pois não consegue correr com a corja do PS cheia de pedreiros livres
destruidores da nossa memória. vitor Manuel > Maria da
Assunção Gaivão: Sem
dúvida!
Maria Emília Santos Santos: O PM, o grande primeiro ministro que ontem pregou no
Pestana Palace, para os Bilderbergues, não teme coisa alguma, porque este clube
secreto ao qual pertence, defende-o de todos os ataques! Quem manda em Portugal, já há muito tempo
é a NOM, por conta dos inimigos que a eles se consagraram! Esta e só esta é a
razão por que Portugal está a bater no fundo, porque os portugueses estão cada
vez mais na miséria, porque fomos invadidos por imigrantes descontroladamente,
porque lutam para que as policias não tenham autoridade, porque assaltaram o
Paiol de Tancos, porque impuseram arbitrariamente a lei do aborto, da
eutanásia, das barrigas de aluguer, da adopção de crianças por gays e lésbicas,
porque casaram ou casam pessoas do mesmo sexo, porque lutam tanto contra a Igreja
Católica e os seus padres, porque os corruptos como o Sócrates saem abençoados
das suas perversões, e o Galamba e outros também serão abençoados por este
clube secreto e outros como ele! Mas o pior de tudo é que eles juntaram todo o dinheiro
nos seus cofres e agora até a maior parte da comunicação social compraram para
que nós, o povo, não saiba as verdades mas apenas as mentiras que eles querem
fazer passar. Enfim!
Se isto não mudar, o melhor é mudar para outro planeta! Alexandre Barreira > Maria Emília Santos Santos: Pois. Calma Maria. Calma. Isso com um cházinho. De Camomilla....passa....! vitor Manuel > Alexandre Barreira; Vá lá, não lhe ter chamado de racista ... A Sameiro: EXCELENTE!!!!REFRESCOU-ME
A MEMÓRIA DE ALGUNS DISPARATES DO SÉCULO XX! Jose Luis Salema: Muito obrigado Jaime Nogueira Pinto! Como se
diz na tropa "explicadinho, explicadinho para militar perceber..." E
pensar que, actualmente, somos desgovernados por um bando de soixante huitards
recauchutados... Já CHEGA! Tiago Manso: Só quem conhece a história sabe que os
seus erros se repetem! Obrigado JNP. TIM DO Á: Vivemos
o totalitarismo e a tirania do séc. XXI. Paulo Silva: Caro JNP, desde que em 1754 o
misantropo Jean-Jacques Rousseau descobriu que a fonte da desigualdade entre os
homens está na ‘Propriedade Privada’, de uma forma ou de outra todas as
instituições a ela ligadas têm estado sob ataque cerrado das esquerdas - entre
as quais a Família, (dita tradicional), e a Monogamia. Não consta que o
ilustre cidadão de Genebra fosse de origem proletária, nem a maioria dos
mentores dos idealismos revolucionários, pois não é uma questão entre ricos e
pobres, ou entre burgueses e proletários. Como em todas as Igrejas existem
cismas e divisões, e a “Luta de Classes” foi apenas uma das doutrinas
utilizada pelos prosélitos da Igualdade para servir os seus propósitos
políticos, que hoje deu lugar à guerra, ou se preferir, à “Política de
Identidades”. Os protagonistas do movimento conhecido por “Maio de 68”
estavam nas Universidades, e como tal proviriam na sua maioria das classes médias,
sendo a Universidade o pólo de difusão das correntes do “Marxismo Cultural”
que depois extravasaram para os diversos campos das sociedades ocidentais. A
seguir à Primavera de 74 Sartre veio a Portugal para espicaçar os estudantes na
sua participação no PREC, mas “Maio” só pode vir depois de passado “Abril” e
esta sequência temporal está em sincronia com os desenvolvimentos políticos de
um país atrasado como Portugal. Mas se hoje temos no BE um dos rostos mais
visíveis dessas doutrinas desenvolvidas em laboratório académico, após o
guterrismo também o PS, partido charneira desta dita IIIª República, se deixou
radicalizar durante a ascensão de figuras como os arrivistas José Sócrates
ou António Costa. João Floriano > Paulo Silva: Jean-Jacques Rousseau: “O homem nasce bom
é a sociedade que o corrompe” Está tudo dito. Concentre-se então o esforço em mudar
a sociedade de modo a que todos os homens continuem tão bons como quando
nasceram. A esquerda passados mais de dois séculos continua agarrada à utopia,
não sei se por oportunismo, por ignorância, por maldade ou por estupidez. Mas
que é muito conveniente para a esquerda, lá isso é. Justifica as grandes lutas
de classes, já não de trabalhadores contra capitalistas mas de outro tipo de
classes e minorias.
Paulo Silva > João
Floriano: Sim, o
“mito do bom selvagem” é uma falácia de que se alimentam as esquerdas
revolucionárias, mas dizer que “todos os homens nascem livres e iguais” também
não passa de outra grande abstração. Na obra à qual faço alusão, Rousseau até
reconhece a existência da desigualdade natural, ou física, estabelecida pela
natureza: diferença de idade, de saúde, de força do corpo ou de qualidades do
espírito, (inteligência, carácter, etc). O problema é que este inimigo da
liberdade, assim o designou Isaiah Berlin, descarta as mais que eventuais
consequências desses factos relativizando tudo. O mesmo que hoje em dia fazem
os adiantados mentais da ideologia do género. Até são capazes de dizer que o
sexo biológico existe, mas tratam-no como inexistente ou inconsequente. Truncam
a realidade de modo a que esta encaixe na doutrina e no justificatório.
A sua mundivisão é a visão maniqueísta que divide o mundo entre bons e maus.
Cada momento histórico tem os seus oprimidos, os seus opressores e as suas
injustiças, reais ou imaginárias; o alimento dos revolucionarismos. Fernando
CE: Brilhante. João Floriano: O Maio
de 68 produziu ervas daninhas suficientes que hoje ainda encontram terreno
muito fértil em Portugal para vingar e abafar tudo o resto, como demonstra a
ligação feita entre as ideias de há 55 anos e a situação que estamos hoje a
viver. Há 55
anos, o português médio não conseguia perceber os motivos da baderna e da
confusão que nos chegavam como um eco através da imprensa escrita. Não havia
redes sociais nessa altura, a televisão era a preto e branco e dominada pelos
censores. Em 55 anos o mundo mudou radicalmente. Da revolução cultural de Mao
ficaram os cartazes e posters extremamente apelativos visualmente e o advento
de um socialismo à chinesa protagonizado por Xi Jiping. Ficaram ainda muitos
nostálgicos que mesmo não tendo vivido o Maio de 68 ( muitos nasceram depois),
querem impor doutrinariamente ideias com as quais não nos identificamos. A
política e a cultura estão cheios destes exemplos com os resultados que se
conhecem. Joaquim
Lopes > João
Floriano: Concordo
em pleno com o que escreve. Hoje apenas pelas redes sociais, nos
podemos informar escolhendo ou até poder contrapor o que muitos já usam para
ganhar eleições ou debater, mesmo com insultos, é a única forma de de combater
o pensamento único dos media subsidiados e corruptos, o caso da Maia é a ponta
do iceberg, apesar dos reguladores governamentalizados da Comunicação Social e
do controlo do órgão dá ou pode tirar a Carteira de Jornalista, por não
cumprimento das regras impostas pela mesma. João
Floriano > Joaquim
Lopes: Bom dia
Joaquim: Sem dúvida que começam a surgir muitas vozes a falar de higienização
na vida política e inevitavelmente na CS. Essa higienização é uma metáfora para
censura, cancelamento de quem não alinha com o pensamento considerado correcto.
Vivemos tempos perigosos porque quem se tornou gente após o 25 de Abril, ou por
data de nascimento ou por consciência da sociedade em que vive, não sabe o que
foi a censura e não se apercebe como suavemente, silenciosamente ela vai
entrando na vida de todos os dias. Quanto à sua referência a Maia, estou
confuso: trata-se da entertainer da CMTV ou da cobra rateira? antonyo
antonyo > João
Floriano: Completamente
de acordo. bento
guerra: Grande
salada,mais a eutanásia,assunto sem historia mas como.obsessão João Serra > bento guerra: TÃO CULTO e inteligente. É mais fácil um
camelo entrar no Céu do que um burro ver a evidência à sua frente. òculos de
Penafiel é um acessório terrível para quem é míope. Nem vê para a frente nem
para os lados. Arre.... Rui Lima: Hoje a
situação é muito mais grave a ministra da cultura francesa Rima Abdul Malak ameaçou
abertamente o Cnews um canal de TV de informação que que divulga o que
se passa em França “sem cortes “de encerramento. Alguns viram nesta Declaração um "deslize" mas o ministro repetiu vemos uma vocação
autoritária cada vez mais declarada, da esquerda radical e da esquerda ,
apelando à censura dos meios de comunicação que contrariam a ideologia
dominante. Apela-se abertamente ao encerramento de canais de televisão e
revistas e ao mesmo tempo estão preocupados com "democracia iliberal"
na Polónia ou Hungria. E, no entanto, através desta mutação radical a democracia
liberal está a voltar-se contra si mesma e a negar os princípios básicos
do liberalismo e da democracia de uma só vez. O regime político ocidental,
hoje, que é cada vez mais autoritário. TIM DO Á > Rui Lima: A União Europeia é uma organização de
elites totalitárias e tiranas Woke. Rui Lima > TIM DO Á, 22 h: Não será a UE em si ,hoje o impacto da
ideologia woke no ensino e no funcionamento do ensino superior no mundo
ocidental é esmagador ,as elites estão a ser formadas com estas ideias
totalitárias , o objectivo final é mesmo a destruição da nossa sociedade . João FlorianoTIM DO Á: Concordo totalmente com a definição para a
actual UE. TIM
DO Á > Rui Lima: A UE é um dos principais promotores da
ideologia totalitária Woke. E na Europa é a primeira. Mas não
digo que seja má em tudo. Serve também, lateralmente, para sustentar países
gastadores e preguiçosos e sem vergonha como Portugal. "Já posso ir ao
banco Antonio Marques
Mendes: Interessante.
Por cá à utopia normal da adolescência juntamos o temor da guerra no Ultramar
inflaccionadas pela falta de informação resultado de uma comunicação social
estatizada ou subterrânea. Lembro-me de em Londres ter visitado a embaixada
chinesa à procura de informação sobre a revolução cultural e a única coisa que
me deram foi um dicionário de chinês e folhetos com
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