Carlos Cortes. Bravo inútil, mas
do fundo da alma, pela sua atitude corajosa de arrostar sozinho contra a
idiotia e perversão de quem assim impõe normas neste país, sem referendum linchador
de uma norma cobardemente abusiva, por cobardemente recear uma derrota referendada - o que é contrário à tal liberdade democraticamente escarrada.
Bastonário da Ordem dos Médicos recusa
designar um representante para a comissão da eutanásia
Carlos Cortes, novo
bastonário da Ordem dos Médicos, mantém a posição do seu antecessor e recusa
nomear um clínico para a comissão que vai acompanhar os casos de morte
medicamente assistida.
OBSERVADOR, 16 mai. 2023, 08:24
▲Carlos
Cortes, actual bastonário da Ordem dos Médicos, mantém a posição de Miguel
Guimarães
MANUEL DE ALMEIDA/LUSA
Carlos
Cortes, actual bastonário da Ordem dos Médicos (OM), recusa designar um
profissional clínico como representante para a Comissão de Verificação e
Avaliação dos Procedimentos Clínicos de Morte Medicamente Assistida (CVA), que
será a entidade responsável por
confirmar o cumprimento dos processos legais da eutanásia. Em entrevista ao Diário de Notícias, o novo responsável da OM
assume-se contra a despenalização da morte medicamente assistida, posição que
já era defendida pelo seu antecessor, Miguel Guimarães.
“A posição do bastonário é de não
nomear ninguém para a comissão”, declarou Carlos
Cortes ao jornal sobre a sua posição pessoal, sublinhando: “Eu não nomearei ninguém.”
De acordo com o responsável, esta questão está a ser analisada pela Ordem nos
Médicos “no plano ético e no plano jurídico”, devendo a decisão do organismo
chegar nas próximas semanas.
Em junho de 2020, Miguel Guimarães, então bastonário da Ordem dos
Médicos, dirigiu uma carta ao presidente da Assembleia da República e à
comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais onde avisou que se
recusaria a designar um representante para a CVA. “Todos têm o direito de resistir a quaisquer ordens
que ofendam os seus direitos, liberdades e garantias”, argumentou na missiva,
que foi reenviada para o Parlamento dois anos depois.
O decreto da Assembleia da
República que despenaliza a morte medicamente assistida foi enviado na passada
sexta-feira para o Palácio de Belém, tendo o Presidente de o promulgar em oito
dias, até ao próximo sábado, 20 de maio.
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