terça-feira, 16 de maio de 2023

Um bravo para o Bastonário da Ordem dos Médicos


Carlos Cortes. Bravo inútil, mas do fundo da alma, pela sua atitude corajosa de arrostar sozinho contra a idiotia e perversão de quem assim impõe normas neste país, sem referendum linchador de uma norma cobardemente abusiva, por cobardemente recear uma derrota referendada - o que é contrário à tal liberdade democraticamente escarrada.

Bastonário da Ordem dos Médicos recusa designar um representante para a comissão da eutanásia

Carlos Cortes, novo bastonário da Ordem dos Médicos, mantém a posição do seu antecessor e recusa nomear um clínico para a comissão que vai acompanhar os casos de morte medicamente assistida.

MARIA SALGUEIRO Texto

OBSERVADOR, 16 mai. 2023, 08:24

Carlos Cortes, actual bastonário da Ordem dos Médicos, mantém a posição de Miguel Guimarães

MANUEL DE ALMEIDA/LUSA

Carlos Cortes, actual bastonário da Ordem dos Médicos (OM), recusa designar um profissional clínico como representante para a Comissão de Verificação e Avaliação dos Procedimentos Clínicos de Morte Medicamente Assistida (CVA), que será a entidade responsável por confirmar o cumprimento dos processos legais da eutanásia. Em entrevista ao Diário de Notícias, o novo responsável da OM assume-se contra a despenalização da morte medicamente assistida, posição que já era defendida pelo seu antecessor, Miguel Guimarães.

A posição do bastonário é de não nomear ninguém para a comissão, declarou Carlos Cortes ao jornal sobre a sua posição pessoal, sublinhando: “Eu não nomearei ninguém.” De acordo com o responsável, esta questão está a ser analisada pela Ordem nos Médicos “no plano ético e no plano jurídico”, devendo a decisão do organismo chegar nas próximas semanas.

Em junho de 2020, Miguel Guimarães, então bastonário da Ordem dos Médicos, dirigiu uma carta ao presidente da Assembleia da República e à comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais onde avisou que se recusaria a designar um representante para a CVA. “Todos têm o direito de resistir a quaisquer ordens que ofendam os seus direitos, liberdades e garantias”, argumentou na missiva, que foi reenviada para o Parlamento dois anos depois.

O decreto da Assembleia da República que despenaliza a morte medicamente assistida foi enviado na passada sexta-feira para o Palácio de Belém, tendo o Presidente de o promulgar em oito dias, até ao próximo sábado, 20 de maio.

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