terça-feira, 14 de maio de 2024

HINOS À VIDA


Extraídos do blog de ROSA COUTINHO JÚLIO, que recebi no meu gmail e cuja leitura tão aprazível foi:

O primeiro texto, escrito em prosa, suponho que por Maria Isabel Palma Revez, em 3 de maio às 12:09, é sobre a cara da Estátua da Liberdade atribuída a uma figura feminina francesa que, pelo simbolismo de uma vida movimentada e poderosa, mereceu, ao que parece, ser escolhida para tal representação da homenagem francesa ao povo americano, que a Internet não deixa de historiar, com largo pormenor, sem, contudo, mencionar a fonte de inspiração de tal obra. História de encantar, para mim, lembrada da máquina Singer da minha mãe, onde nunca fui capaz de coser decentemente, e admirando quem o fazia.

Os dois textos seguintes, postos no mesmo blog de Rosa Coutinho - a Rosinha para todos os seus amigos, tão meiga e tão amante do seu marido, em homenagens de contínua admiração e de contínuo amor, hoje post mortem - de que os versos do marido, como hinos à vida, registam a reciprocidade, durante a sua vida, a que tive o prazer de assistir, eventualmente.

I TEXTO: A CARA DA ESTÁTUA DA LIBERDADE

Foi a viúva do criador das máquinas de costura Singer que deu o rosto à Estátua da Liberdade.

A vida de Isabella Boyer é um romance emocionante. Nasceu em Paris, filha de um pasteleiro africano e de uma inglesa e a natureza deu a Isabella uma beleza especial.

Aos 20 anos, casou-se com o fabricante de máquinas de costura Isaac Singer, 50 anos, e após a sua morte tornou-se a mulher mais rica do país.

Não admira que ela tenha sido escolhida como modelo para a Estátua da Liberdade, porque encarna o sonho americano. Depois de ficar viúva, Isabella começou a viajar pelo mundo, buscando novos conhecimentos. Muito jovem para usar roupas de luto, casou-se novamente com o violinista holandês Victor Robstett, uma celebridade mundial e um conde. Isabella torna-se condessa e estrela dos salões da América e da Europa e é convidada para todos os eventos mundiais. Foi então que conheceu o famoso escultor francês Frederick Bartoldi, que ficou impressionado com a sua viagem aos Estados Unidos, pelo tamanho do país e pela população e já tinha aceitado a proposta de criar uma estátua simbolizando a independência dos EUA. A escultura seria um presente da França em honra do 100⁰ aniversário da independência e assim nasceu a ideia de uma estátua gigante representando uma mulher segurando uma tocha numa mão e placas na outra, com a data de adoção da Declaração de Independência dos EUA.

Bartoldi ficou tão impressionado com o rosto de Isabella que decidiu usá-lo como modelo para a sua escultura. Assim na Ilha Bedlow, a Estátua da Liberdade foi erguida com a figura de uma antiga deusa, mas com o rosto de Isabella Boyer.

Isabella morreu em Paris com 62 anos e a estátua com o seu rosto continua a erguer-se sobre a Ilha Bedlow, simbolizando a Liberdade.

COMENTÁRIO:

Jerry Homem: Unfortunately this is Misinformation. This picture is AI computer generated , not a real person And there’s in fact more probability that the sculpture was actually based on the artist’s mother as the model

 

IITEXTOS:

Postados no mesmo blog de Rosa Coutinho Júlio, dois poemas de seu marido Carlos Carranca: o primeiro poema de um erotismo amante, numa imagética arriscada, o segundo, espécie de Arte Poética feita das agonias de um espírito que se desdobra em arte e reflexão analítica sobre as contradições da Alma, na incompreensão da Verdade e a sua assumpção, pelo Homem continuamente em busca dela, na busca de si próprio.

Muito belos, ambos os poemas, que muito agradeço à Rosinha.

2 d

Carlos Carranca - Memórias

CREDO

Creio em teus olhos de algas cintilantes;

em tuas coxas - harpas ondulantes

onde mergulho os dedos de poeta.

Creio em ti, mulher desperta

aos prazeres insondáveis, circundantes.

Creio nas dunas dos seios que entumecem;

nos braços que apertam e que descem

aos infernos que se inventam, delirantes.

Das mãos direi navios, mareantes...

Da boca, naufrágios que acontecem...

Creio no Olimpo terreno da beleza

de nossos corpos róseos de amantes

Creio em ti, deusa mãe da Natureza.

CARLOS CARRANCA

Ana Isabel Sousa Oliveira está com Rosa Coutinho Júlio e Carlos Carranca - Memórias.

6 d

Em mim afirmação ou negação vão juntas.

Sou quem se nega ou se confirma

em si mesmo juiz e condenado,

creio no absurdo,

no contrário profético

no verso meticuloso e calculado.

O pensamento ocorre e não discorre

e se expande e derrama pelo mundo.

Por isso tudo existe

quando somos e transcendemos,

espaço negro,

singularidade nua.

Carlos Carranca, IPO, 1 de Agosto de 2019

 

 

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