Extraídos do blog de ROSA COUTINHO JÚLIO, que recebi no meu gmail
e cuja leitura tão aprazível foi:
O primeiro texto, escrito em prosa, suponho que por Maria Isabel
Palma Revez, em 3 de maio às
12:09, é sobre a cara da Estátua da
Liberdade atribuída a uma figura feminina francesa que, pelo
simbolismo de uma vida movimentada e poderosa, mereceu, ao que parece, ser
escolhida para tal representação da homenagem francesa ao povo americano, que a
Internet não deixa de historiar, com largo pormenor, sem, contudo, mencionar a
fonte de inspiração de tal obra. História de encantar, para mim, lembrada da
máquina Singer da minha mãe, onde nunca fui capaz de coser decentemente, e
admirando quem o fazia.
Os dois textos seguintes, postos no mesmo blog de Rosa Coutinho - a Rosinha para todos os seus
amigos, tão meiga e tão amante do seu marido, em homenagens de contínua admiração
e de contínuo amor, hoje post mortem
- de que os versos do marido, como hinos à vida, registam a reciprocidade, durante
a sua vida, a que tive o prazer de assistir, eventualmente.
I TEXTO: A CARA DA
ESTÁTUA DA LIBERDADE
Foi a viúva do criador das máquinas de
costura Singer que deu o rosto à Estátua da Liberdade.
A vida de Isabella
Boyer é um romance emocionante. Nasceu em Paris, filha de um pasteleiro
africano e de uma inglesa e a natureza deu a Isabella uma beleza especial.
Aos 20 anos, casou-se com o fabricante
de máquinas de costura Isaac Singer, 50 anos, e após a sua morte tornou-se
a mulher mais rica do país.
Não admira que ela tenha sido
escolhida como modelo para a Estátua da Liberdade, porque encarna o sonho
americano. Depois de ficar viúva, Isabella começou a viajar
pelo mundo, buscando novos conhecimentos. Muito
jovem para usar roupas de luto, casou-se novamente com o violinista holandês
Victor Robstett, uma celebridade mundial e um conde. Isabella torna-se condessa
e estrela dos salões da América e da Europa e é convidada para todos os eventos
mundiais. Foi então que conheceu o famoso escultor francês Frederick
Bartoldi, que ficou impressionado com a sua viagem aos Estados
Unidos, pelo tamanho do país e pela população e já tinha aceitado a proposta de
criar uma estátua simbolizando a independência dos EUA. A
escultura seria um presente da França em honra do 100⁰ aniversário da
independência e assim nasceu a ideia de uma estátua gigante representando uma
mulher segurando uma tocha numa mão e placas na outra, com a data de adoção da
Declaração de Independência dos EUA.
Bartoldi
ficou tão impressionado com o rosto de Isabella que decidiu usá-lo como modelo
para a sua escultura. Assim na Ilha Bedlow, a Estátua da Liberdade foi erguida
com a figura de uma antiga deusa, mas com o rosto de Isabella Boyer.
Isabella morreu em Paris com 62 anos
e a estátua com o seu rosto continua a erguer-se sobre a Ilha Bedlow,
simbolizando a Liberdade.
COMENTÁRIO:
Jerry Homem: Unfortunately this is Misinformation. This picture is
AI computer generated , not a real person And there’s in fact more probability
that the sculpture was actually based on the artist’s mother as the
model
IITEXTOS:
Postados no mesmo blog de Rosa Coutinho
Júlio, dois poemas de
seu marido Carlos Carranca: o primeiro poema de um erotismo
amante, numa imagética arriscada, o segundo, espécie de Arte Poética feita das
agonias de um espírito que se desdobra em arte e reflexão analítica sobre as
contradições da Alma, na incompreensão da Verdade e a sua assumpção, pelo Homem
continuamente em busca dela, na busca de si próprio.
Muito belos, ambos os poemas, que muito agradeço à Rosinha.
CREDO
Creio
em teus olhos de algas cintilantes;
em
tuas coxas - harpas ondulantes
onde
mergulho os dedos de poeta.
Creio
em ti, mulher desperta
aos
prazeres insondáveis, circundantes.
Creio
nas dunas dos seios que entumecem;
nos
braços que apertam e que descem
aos
infernos que se inventam, delirantes.
Das
mãos direi navios, mareantes...
Da
boca, naufrágios que acontecem...
Creio
no Olimpo terreno da beleza
de
nossos corpos róseos de amantes
Creio
em ti, deusa mãe da Natureza.
CARLOS CARRANCA
Ana Isabel
Sousa Oliveira está com Rosa Coutinho
Júlio e Carlos
Carranca - Memórias.
Em mim
afirmação ou negação vão juntas.
Sou quem se
nega ou se confirma
em si mesmo
juiz e condenado,
creio no
absurdo,
no contrário
profético
no verso
meticuloso e calculado.
O pensamento
ocorre e não discorre
e se expande
e derrama pelo mundo.
Por isso tudo
existe
quando somos
e transcendemos,
espaço negro,
singularidade
nua.
Carlos
Carranca, IPO, 1 de Agosto de 2019
Nenhum comentário:
Postar um comentário