Impune, recomenda-se e diverte-se, em cenários de repugnância, à solta
num mundo de sujidade distraída, fazendo sobressair, é certo, coragens e dignidades
da nossa admiração reconhecida. Como em todo o sempre, de resto, as houve. Mas o
espanto perdura, impotente, na alarvidade e vileza destes reis singulares - de nudez
de espalhafato num, de seriedade astuciosa noutro. O Coronel Comando JOSÉ
ANTÓNIO RODRIGUES DO CARMO retrata bem os visados, historiando e aconselhando a
Europa distraída a precaver-se – mas sem fé nisso, e muito menos nas políticas de
“enredo e mediocridade” do nosso país.
Donald Trump: o ego de Chamberlain ou
uma conspiração contra a América?
A Europa, se não vestir já o camuflado,
tem como perspectiva certa não apenas o desagradável mas uma catástrofe por não
produzir uma ínfima parte do necessário para ajudar a Ucrânia e para se
defender
JOSÉ ANTÓNIO
RODRIGUES DO CARMO Coronel "Comando"
OBSERVADOR, 10
mar. 2025, 00:1561
Começa-se sempre com os factos:
Os
EUA eram, até há duas semanas, aliados da Ucrânia contra a Rússia. Forneciam
armas, munições, informações, conselho, etc.
Em
campanha, Donald Trump prometeu acabar com a guerra em 24 horas.
Após
conversar com Putin e logo depois da reunião de Riyadh entre Rubio e Lavrov,
chamou ditador e comediante a Zelensky, e afirmou que a Ucrânia tinha recebido
350 mil milhões de dólares sem dar nada em troca.
Trump
quer que a Zelensky faça, sob ameaça, um acordo que concede aos EUA o acesso a
várias riquezas de Ucrânia. Uma extorsão de manual a um povo que enfrenta uma
guerra existencial.
Na
Casa Branca, em directo para todo o mundo, Zelensky foi tratado com
inacreditável hostilidade e não é exagero descrever o que aconteceu, como uma
emboscada e um mediático esfaqueamento pelas costas.
Os
EUA suspenderam a ajuda militar à Ucrânia, deixaram de partilhar informação
operacional e táctica, acabaram com as operações cibernéticas ofensivas contra
a Rússia, estão a considerar acabar com as sanções económicas e a sinalizar a
vontade de fazer negócios com Putin, enquanto lançam tarifas e
incrementam a retórica hostil contra os aliados ocidentais.
Tudo isto se pode interpretar de várias
maneiras mas uma delas, que segue o
princípio da parcimónia da célebre “Tesoura de Ockam”, é que se
uma coisa parece pato, mexe como um pato, grasna como um pato e cheira a pato… é pato!
E só há duas opções para a natureza
deste pato.
1Ingenuidade
e ego
Se for este o caso, estamos de
regresso a 1938 quando, em Munique, Neville Chamberlain e Edouard Daladier
fizeram um acordo com Hitler que garantia, nas palavras do primeiro, “a paz
para o nosso tempo”.
Chocado pela ingenuidade, Churchill disse a Chamberlain que tinha
trocado a honra pela paz, mas que não iria ter nem uma nem outra.
Um ano depois, a guerra estava
instalada no continente europeu. Para Daladier foi ainda pior. Em 14 de Junho
de 1940 as tropas nazis desfilavam triunfalmente pelos Campos Elísios.
Nesta
hipótese mais benigna, a premissa de Trump é a de que Putin é fiável e quer
mesmo acabar com a guerra.
Ora a premissa é completamente falsa
à luz do que se conhece, até pelo facto óbvio de que o ex-coronel do KGB pode
acabar com a guerra em qualquer momento que deseje, com um simples estalar de
dedos.
Trump
pouco entende de estratégia, nem tem na sua entourage alguém que entenda e, por isso, está a interpretar
mal as intenções russas, deixando-se aparentemente manipular por inteligentes
carícias ao seu enorme ego.
Não sabe, e porventura não quer saber,
que a doutrina militar russa (Guerra de
Nova Geração) encara
a guerra como uma luta contínua em todas as vertentes, a prosseguir em todo o
tempo, incluindo aquele que nós designamos por “tempo de paz”.
A Rússia está neste momento totalmente
empenhada numa guerra clássica, a produzir equipamento militar como se não
houvesse amanhã e a introduzir na Europa armas, munições, soldados e
equipamentos da China, Irão e Coreia do Norte.
Os objectivos da Rússia são retoricamente
ambíguos mas consistentes na substância: impedir
a adesão da Ucrânia à OTAN, derrubar o governo Zelensky, destruir o tecido
demográfico e territorial da Ucrânia, anexar territórios, enfraquecer o
Ocidente e restaurar a influência imperial. Tudo isto
para minar o Ocidente e promover uma ordem multipolar na qual se vê e quer ser
vista como um dos três centros de poder, a par da China e dos EUA.
A “desnazificação”, a “desmilitarização”, a “protecção das minorias
russas”, etc., são meras máscaras de novilíngua para as ambições imperiais, mas
confundem efectivamente o Ocidente que as tenta tomar pelo seu valor facial.
A ambiguidade nota-se também nas várias vozes de Moscovo que, por um lado
sugerem paz e diplomacia, e por outro insinuam a guerra total e a escalada
nuclear.
A Rússia não tem interesse na paz.
Militarizou-se profundamente, é como a Alemanha Nazi quando se lançou à
conquista da Europa.
O
sector da defesa é já o de maior expressão no PIB e as indústrias militares
trabalham a todo o vapor, com centenas de milhares de trabalhadores, incluindo
grandes levas de operários norte-coreanos, envolvidos no esforço de guerra.
Em regiões mais
desfavorecidas, a incorporação militar é hoje o único caminho para tentar fugir
da pobreza. As elites empresariais estão a fazer grandes lucros com as empresas
ocidentais expropriadas, e com a cornucópia de dinheiro que jorra em gastos
militares.
A guerra permitiu também o controlo
quase total da sociedade, normalizou os sacrifícios e os custos e há toda uma
geração a ser activamente ideologizada e preparada para a guerra. Quase 2 milhões de jovens fazem hoje
parte da Yunarmiya, (Movimento Nacional de Jovens Cadetes do Exército) a
moderna versão russa da Hitlerjugend.
Um eventual fim da guerra levaria à instabilidade social, pela
desmobilização de centenas de milhares de soldados e exércitos privados,
habituados à violência, e que se veriam subitamente sem chão e sem objectivo.
Há,
pois, imensos incentivos para continuar a guerra que se tornou, não apenas um
instrumento ao serviço da visão imperial, mas também um essencial mecanismo de
sobrevivência do regime.
Assim, ao contrário da premissa de Trump, o que a Rússia realmente
pretende é uma pausa operacional, para rearmar e reorganizar, como acontece
sempre que as coisas não lhe correm como deseja. A
“Paz” à moda de Trump, que consiste basicamente na cedência completa às
exigências do Kremlin, não irá acabar com a guerra, recompensará a agressão
russa e permitirá ao Kremlin respirar e iniciar a contagem regressiva para a
próxima guerra contra a Europa.
Zelensky
colocou a questão relevante, na emboscada que sofreu na Casa Branca, ao
perguntar a JD Vance “Que tipo de diplomacia é possível com a Rússia de
Putin?”
A História prova à saciedade que os
acordos com a Rússia não valem a tinta com que são escritos, a começar pelo Memorando de Budapeste. Todavia, tentando cumprir a promessa de
acabar com a guerra na Ucrânia, Trump descartou o facto de os EUA serem aliados
objectivos da Ucrânia e instalou-se na ideia de que os EUA eram agora um
mediador imparcial entre duas partes em conflito.
Tendo chegado à conclusão de que a Rússia não
cedia senão migalhas e acreditando
que Putin é confiável, fez como todos os bullies: Obrigar a parte mais fraca a ceder!
Em síntese, uma vez que Donald Trump,
prometeu acabar com a guerra em pouco tempo e a Rússia não cede, resta-lhe tirar o tapete à Ucrânia,
correr com Zelensky, forçar o prometido cessar-fogo e o mundo pode dizer que
foi o fantástico Donald Trump quem fez a paz.
O
que vem a seguir, já não é com ele.
Que se dane a perda total da credibilidade dos EUA como aliado, que
se dane a indecorosa situação de se acobardar perante o mais figadal inimigo da
América e esfaquear um aliado pelas costas, que se dane tudo e todos, incluindo
o futuro do Ocidente e dos próprios EUA.
Ele, Trump, trouxe a paz e cumpriu o que disse. É o maior!
E de caminho esmaga Zelensky, o ditador, o comediante, cuja
popularidade o ofusca e que se atreve a dizer-lhe, na cara, a ele, o homem mais
poderoso no mundo, coisas que não gosta de ouvir.
2Conivência
O
que se está a passar remete irresistivelmente para a célebre ficção contra
factual de Philip Roth, “Conspiração
Contra a América”, na qual
o piloto Charles Lindbergh, um admirador de Hitler, ganha as eleições a
Roosevelt e se torna Presidente dos EUA. A sua primeira decisão é fazer um
acordo com a Alemanha Nazi, segundo o qual os EUA não interferirão com a guerra
de conquista da Europa, lançada por Hitler.
Voltando à realidade, os factos acima
listados são avassaladores. A
ideia de sugerir que o Presidente da Ucrânia não tem legitimidade e é
necessário fazer eleições, é directamente decalcada da propaganda russa, e tem
como objectivo tentar instalar no poder em Kiev um Lukashenko ucraniano,
assegurando por essa via todos os objectivos da Rússia.
Não tendo Zelensky cedido, o acordo
dos minerais pode ter sido a táctica seguinte.
O acordo é basicamente uma entrega de riquezas e pode transformar
Zelensky, em termos de percepção pública ucraniana, num capacho, num traidor
que vende o seu próprio país. Note-se a extraordinária sincronização com as
declarações da propaganda do Kremlin, lesta a descrever o acordo nesses exactos
termos. Ou seja, em termos
práticos, EUA e Rússia uniram-se para tornar Zelensky irrelevante nas futuras
negociações, nas quais, como Trump já disse, a Ucrânia tem de ceder.
Zelensky recusou assinar na
passada semana e em consequência foi atropelado em directo o que cumpre o mesmo
objectivo, prontamente referido pela Administração americana: Zelensky
não serve como interlocutor para “a Paz”, que venha outro que seja palatável e
moldável.
Entretanto o presidente ucraniano fez o que um verdadeiro líder preocupado com
o seu povo e o seu país, faria nas presentes circunstâncias, engoliu o
orgulho e prostrou-se perante Trump. Talvez
devesse tê-lo feito logo na Casa Branca, tendo em consideração os interesses do
seu povo, mas não estava visivelmente preparado para a
emboscada
Se o que move Trump for apenas o
ego e a ingenuidade, isto funcionará para já e mais tarde o acordo pode ser renegociado por líderes americanos
mais sensatos.
Mas se este cenário conspiracionista for
real, não importa o que a Europa ou a Ucrânia façam, os EUA
irão mesmo atirá-los para debaixo do autocarro sob qualquer pretexto, e
ficaremos a saber que Washington se transformou mesmo numa Bielorússia do outro
lado do Atlântico, obedecendo aos diktats
de Moscovo.
Todavia, seja qual for o cenário, os
países da Europa têm de pensar que, se não vestirem já o camuflado, a perspectiva do futuro é não apenas
desagradável, mas catastrófica face ao facto de, despreocupadamente desarmada,
a Europa não ter nem estar a produzir uma ínfima percentagem do que precisa
para ajudar a Ucrânia e para se defender a si mesma.
Com uma economia e uma população largamente superior à Rússia, a
Europa pouco se mexeu desde 2014 e pior, depois de 2022.
Imaginando-se a viver num condomínio kantiano, atolada em “políticas
verdes” e floribélicas, desistiu de produzir energia barata, eutanasiou a
indústria automóvel e resiste a gastar mais dinheiro com aquilo que é essencial
para que tudo o resto exista: a segurança e a capacidade de defender a sua
existência.
A Alemanha está a começar a
mexer e isso é um excelente sinal. Uma Alemanha forte e armada até aos dentes é
o melhor dissuasor das ambições imperiais russas que sopram de Leste.
Mas em Portugal, a alegação é a de
que “não há dinheiro” e será preciso desviá-lo do “estado social”
É um argumento risível.
Basta olhar para o Orçamento de Estado para verificar que a segunda
maior fatia do orçamento (13 mil milhões de euros) vai para “Despesas
Excepcionais”, dinheiro entregue a empresas públicas endividadas e mal geridas. Uma parte de leão vai para um
dantesco reciclador de lixo chamado Parvalorem que recolhe activos tóxicos,
corrupção, má gestão, etc. Em suma sendo o nosso orçamento de defesa de 3 mil
milhões de euros, para o aumentar para o dobro e investir, bastava tirar uma
pequena parte ao “Ministério do Lixo Tóxico”.
Iremos
nós acordar a tempo, ou só nos lembraremos de Santa Bárbara quando trovejar?
PRESIDENTE
TRUMP ESTADOS
UNIDOS DA AMÉRICA AMÉRICA MUNDO GUERRA NA
UCRÂNIA UCRÂNIA EUROPA
COMENTÁRIOS (de 61)
José Fernandes: Está na hora dos líderes
europeus serem líderes. Alberto Mendes: Mais um excelente artigo de
J.A.Rodrigues do Carmo. A citação de Philip Roth, um dos melhores autores americanos
contemporâneos, é aqui muito pertinente. A Europa tem pela frente o maior
desafio desde o final da segunda guerra mundial. Temo que não tenhamos os
líderes à altura do momento histórico que vivemos. Vicente Ferreira da Silva: Excelente artigo, Zé António. Trump
reverteu 80 anos de política externa americana e fez o que nenhum outro
Presidente dos EUA tinha feito. Aliou-se a Putin, que estava a perder a guerra.
Trump criou um mundo mais instável e inseguro. Jose
Pires: Excelente. Esclarecedor e irrefutável (excepto
para os profundamente ignorantes e os de má-fé, que ainda por aqui andam).
Aliás, um simples parágrafo explica e demonstra tudo sobre esta guerra: Putin pode parar a guerra quando quiser!
Se não faz, as razões são obvias e estão bem explicadas no artigo! Jose
Carmo > José B Dias: "A Rússia não tem
interesse na paz. Militarizou-se profundamente, é como a Alemanha Nazi quando
se lançou à conquista da Europa." Jose
Carmo > José B Dias: Há várias perspectivas,
caro leitor. A dos factos e a da ideologia, que é uma máquina de negar
factos. Deixo só um, para que saia da estratosfera ideológicas. A Rússia está a
produzir mais de 500 carros de combate por ano. A Alemanha, 50. Mas
não tenho esperança...a ignorância é muito convencida, por vezes arrogante. Gastao
Taveira: Brilhante crónica. Excelente análise dos factos. Subscrevo e aplaudo. O
recente bloqueio das imagens de satélite às forças ucranianas e a afirmação de
que o apoio americano não será retomado após a assinatura do deal parece
confirmar o pior cenário.
José Paulo Castro: O mais espantoso é os sinais da inversão de estratégia americana (com apoio
popular) estarem todos lá e a Europa ocidental ter continuado sem preparar a
sua, autónoma e própria. É que isto não é propriamente surpresa. Putin anda a
dizer ao que vem desde 2007. Trump anda a dizer ao que vem (America First)
desde 2016. Os europeus parecem os sábios de Constantinopla em 1453... Jose
Carmo > João Diogo: Da única maneira possível com
a Rússia: fazer frente até perceber que tem a mais a perder do que a
ganhar. Conhece outra maneira de parar um bully, para além de se espojar
de gatas à sua frente à espera do próximo pontapé? António
Alberto Barbosa Pinho: Excelente meu Coronel. Pedro
Álvares de Carvalho: Excelente e muito factual artigo demonstrando, por A + B, o que realmente
se passa e passará. Muito bem. Jose
Carmo > Vicente Ferreira da Silva: Infelizmente tornou os EUA num
idiota útil ao serviço de Moscovo. Jose
CarmoAlberto Mendes: Tempos difíceis fazem homens
fortes. Homens fortes fazem tempos fáceis. Tempos fáceis fazem homens
fracos. E homens fracos fazem tempos difíceis. Estamos nessa fase do ciclo.... JOSÉ
MANUEL: é bom assistir e ler analises responsáveis e patrióticas da situação
internacional, particularmente quando assistirmos diariamente (pelo menos nos
segundos que se demora a chegar ao telecomando...) a militares, ainda que na
reserva, que juraram defender a bandeira Portuguesa, atacarem claramente o
nosso país e o sistema democrático Europeu, promovendo ditaduras de
egocêntricos e assassinos. Há um nome para isso... Cipião
Numantino: Excelente exercício do nosso Cor. Carmo! A que eu aplicaria uma certa dose,
como dizem os brasileiros, de malemolência. Antes de mais, e como nota de humor
aligeirado, farto-me de rir com o Trump ao chamar de forma acintosa ao
Zelensky um mero comediante. Alguém que ofereça um espelho ao manjerico para
ver se ele se dará conta do ar absolutamente kitsch e até um pouco repulsivo
que se desprende dos seus próprios gestos e acções. Creio que a maioria de
nós atenderá a que Trump será uma espécie de salta-pocinhas e que quando o
vento virar, e a trunfa do cabelo do dito já não estiver em desordem, os astros
se alinharão finalmente, a razoabilidade retornará e tudo, enfim, ficará na paz
do Senhor. Mas, por mim, a coisa é bem mais grave do que aparenta. E, Trump,
parece-me ser um daqueles oportunistas que sustentadamente vão desfilando pelos
vastos actos da História universal. E já por estes comentários lembrei uma
ou duas vezes, um caso absolutamente radical e paradigmático. Trata-se de Alcibíades, de seu nome completo
Alcibíades Clínias Escambónidas. Personagem central da célebre guerra do
Peloponeso e das suas várias batalhas, era orfão desde tenra idade e,
assim, acabou por ser criado directamente por Péricles, seu tio e, como
curiosidade, manteve desde sempre uma estreita relação com Sócrates que lhe
salvou a vida na batalha de Podideia. Um pimpão este Alcibíades!
Stratego (general) de Atenas meteu-se por tais enrascadas que estaria por aqui
algumas horas para as contar. Em resumo, diria que lutou por Atenas,
aliou-se depois aos Espartanos contra a sua própria pátria, lutou depois, outra
vez, por Atenas contra Esparta e, finalmente, colocou-se ao lado dos Persas
contra estes dois. O que consideraríamos hoje, com propriedade, um
autêntico amoral. Um homem, absolutamente genial e grande comandante, que
nunca teve vergonha, nem ética nem honra. Um dos efeitos que mais o
caracterizava era a sua absoluta genuinidade e franqueza. Segundo se consta
tinha um cão de uma incrível beleza que toda Atenas admirava. Em
plena campanha eleitoral e como as sondagens não lhe era muito favoráveis,
tratou de cortar o rabo desse cão lindíssimo e, perante, o espanto dos cidadãos
de Atenas, afirmou "que era preciso que falassem dele. Mal ou bem, não
importava, conquanto que falassem dele". Observa-se aqui algum
traço de personalidade similar entre Alcibíadaes e Tump? Nem sequer um
esquálido ego que fez levar este a incentivar alguns idiotas úteis ao ataque ao
Capitólio? Trump não me parece nada um democrata. As razões que tem (e são
muitas), quando acusa os lideres ocidentais que os States é que têm pago única
e exclusivamente a segurança europeia, não poderão justificar tudo. Ninguém
me tira da ideia que Trump e Putin têm a questão geopolítica bem arrumadinha
entre eles. E se a Ucrânia e mais nações que se seguirão estão na esfera
do Putin, não será inocentemente que a Groenlândia e até o próprio Canadá
parecem fazer parte do menu de Trump e da sua entourage de asseclas e
lunáticos. Coitados dos States! Odiados em todo o mundo só eram quase
exclusivamente considerados pelos europeus. Revisitando a História, faz-me
lembrar os últimos tempos do já decadente império Romano. Só lhes falta mesmo
infestarem as suas forças armadas dos Foederati (soltados das orlas do império)
que ajudaram a aportar o colapso a Roma. Isto acho que vai acabar tudo à
traulitada e, se a experiência e história, ainda servirão para algo, só me
resta a esperança que a Europa, a sua disciplina e a sua inteligência, ainda
sirvam para algo. Os bárbaros estão outra vez "Ad Portas"!... Jose
CarmoJoão Alves: A Rússia é aliada da China, do
Irão, da Coreia do Norte. Facto!
José B Dias: Em 14 de Junho de 1940 as tropas nazis desfilavam
triunfalmente pelos Campos Elísios ....Uma Alemanha forte e armada até aos
dentes é o melhor dissuasor das ambições imperiais russas que sopram de Leste. E
mais não digo ... Jorge
Madeira: Excelente, Sr. Coronel J.A.Rodrigues do Carmo, Bem haja !
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