terça-feira, 25 de março de 2025

Justificações

 

Não precisava, grande que é, movido pela coragem de um justo desespero, com aparência de serenidade.

I TEXTO: Zelensky: "Rússia conseguiu influenciar algumas pessoas da equipa da Casa Branca"

Presidente ucraniano garante não acreditar em "cenários apocalípticos" para a Ucrânia no pós-guerra e que os EUA não deixaram as negociações terminarem com um triunfo russo.

JOÃO PAULO GODINHO: Texto

OBSERVADOR, 24 mar. 2025, 18:57

Volodymyr Zelensky assegurou que o choque na reunião na Sala Oval não afectou o combate na frente de Kursk

O choque de Donald Trump e J.D. Vance com Volodymyr Zelensky aconteceu há já quase um mês, no passado dia 28 de fevereiro, mas permanece fresco na memória do Presidente ucraniano, apesar de procurar relativizar o seu impacto na guerra com a Rússia.

Em entrevista à revista Time, o chefe de Estado da Ucrânia explicou qual era a abordagem que tinha definido para aquele que era o primeiro encontro com Trump na Casa Branca desde que o Presidente dos Estados Unidos tomara posse, em janeiro. Assumiu ainda a defesa da “dignidade da Ucrânia” naquela reunião, face ao que considerou ser a acção da influência russa na administração americana.

“Ele tem família, entes queridos, filhos. Ele tem de sentir as coisas que qualquer pessoa sente. O que eu queria mostrar eram os meus valores. Mas depois, bem, a conversa foi noutra direcção“, referiu ao explicar porque é que mostrou as fotografias de soldados feridos e torturados. Esse terá sido o momento a partir do qual a tensão subiu na sala Oval, segundo altos funcionários da Casa Branca, avança a Time.

As acusações do Presidente e do vice-presidente dos EUA, publicamente transmitidas para todo o mundo, deixaram em Zelensky a ideia de que Vladimir Putin conseguiu impor a sua influência e o seu discurso dentro da Casa Branca.

Penso que a Rússia conseguiu influenciar algumas pessoas da equipa da Casa Branca através da informação“, afirmou, continuando:O sinal que deram aos norte-americanos foi que os ucranianos não querem acabar com a guerra e que é preciso fazer alguma coisa para os forçar”.

Questionado sobre a postura que teve na reunião na Sala Oval, o Presidente da Ucrânia fez uma analogia com a reacção do povo ucraniano no início da guerra com a Rússia. As réplicas a Trump e Vance, sublinhou Zelensky, foram uma manifestação de dignidade do país.

 “Porque é que os ucranianos se defenderam no início da guerra? Foi por causa da dignidade. Não nos consideramos uma espécie de superpotência. Naquele momento havia a sensação de não sermos aliados. Naquela conversa, eu estava a defender a dignidade da Ucrânia“, observou.

O clima de tensão que marcou toda a reunião da Sala Oval ditou ainda o adiamento da assinatura de um acordo sobre os metais raros da Ucrânia a que os EUA querem ter acesso.

Como consequência imediata do choque com a actual liderança dos Estados Unidos, até então o maior parceiro no apoio militar à Ucrânia, o país viu as autoridades americanas suspenderem o fornecimento de informações e equipamento militar, complicando a capacidade de resposta ucraniana, sobretudo na região de Kursk. Zelensky vincou que as duas situações não estão relacionadas.

“Não me interpretem mal. O estado de espírito depende sempre do facto de os nossos parceiros estarem ao nosso lado. Mas eu não diria que o congelamento influenciou a operação em Kursk, resumiu.

Num momento em que se dão passos nas negociações para um cessar-fogo, com as conversações dos últimos dias realizadas na Arábia Saudita, Zelensky manifestou a crença de que os EUA não cedam a todas as exigências de Putin, desequilibrando três anos de conflito de forma a que a sua conclusão possa ser percepcionada como um triunfo russo.

“Eles têm as suas próprias ambições. Vêem o seu papel na história. É por isso que não acredito nestes cenários apocalípticos. Sinceramente, não acredito”, finalizou.

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II TEXTO: TÓPICOS

Em directo/ UE não reconhece referendos "completamente fraudulentos", ao contrário de enviado de Trump

Em contraste com Steve Witkoff, enviado especial de Trump, a UE reitera que os "referendos" que houve na Ucrânia foram "completamente fraudulentos", com pessoas a votar "com arma apontada à cabeça".

EDGAR CAETANO: Texto

Actualizado há 28m

Momentos-chave

Há 42mBruxelas não reconhece referendos "completamente fraudulentos", ao contrário de enviado de Trump

Actualizações em directo

Há 28m07:23 João Paulo Godinho

O estranho caso da inclusão de um jornalista no grupo secreto de chat da Casa Branca sobre os ataques aos houthis

Jeffrey Goldberg recebeu um pedido de contacto do conselheiro de segurança nacional, Michael Waltz, e acabou adicionado a um grupo secreto da Casa Branca. Ninguém deu pela sua presença e saída.

A posição foi manifestada por uma porta-voz de Bruxelas, Anita Hipper, que reiterou a opinião da Comissão Europeia de que os referendos que foram promovidos em algumas regiões ucranianas ocupadas pela Rússia não foram válidos.

Além disso, a porta-voz da Comissão Europeia lembrou que “vimos ataques no fim-de-semana, incluindo um ataque em Kiev, onde três pessoas foram mortas, incluindo uma criança de cinco anos”. “Isto mostra que a Rússia ainda tem de demonstrar a sua verdadeira vontade política para pôr fim à sua agressão ilegal e não provocada”.

O comentário surgiu depois de Steve Witkoff, enviado especial de Trump para as negociações no Médio Oriente e na guerra da Ucrânia, ter dito que tinha havido referendos naquelas localidades.

HÁ 1H07:04

EDGAR CAETANO

Bom dia.

Vamos concentrar neste artigo liveblogtodas as últimas notícias relacionadas com a guerra na Ucrânia, ao longo desta terça-feira.

Deixamos,aqui, a ligação para o liveblog de ontem, segunda-feira, que terminou com a informação de que após um encontro entre os EUA e Kremlin, há uma nova ronda de negociações entre EUA e Ucrânia hoje em Riade.

Muito obrigado por nos acompanhar.

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