Não precisava, grande que é, movido pela coragem de um justo desespero,
com aparência de serenidade.
I TEXTO: Zelensky:
"Rússia conseguiu influenciar algumas pessoas da equipa da Casa Branca"
Presidente ucraniano garante não
acreditar em "cenários apocalípticos" para a Ucrânia no pós-guerra e
que os EUA não deixaram as negociações terminarem com um triunfo russo.
OBSERVADOR, 24
mar. 2025, 18:57
▲Volodymyr
Zelensky assegurou que o choque na reunião na Sala Oval não afectou o combate
na frente de Kursk
O
choque de Donald Trump e J.D. Vance com Volodymyr Zelensky aconteceu há já
quase um mês, no passado dia 28 de fevereiro, mas permanece fresco na memória
do Presidente ucraniano, apesar de procurar relativizar o seu impacto na guerra
com a Rússia.
Em entrevista à revista Time, o chefe de Estado da Ucrânia
explicou qual era a abordagem que
tinha definido para aquele que era o primeiro encontro com Trump na Casa Branca
desde que o Presidente dos Estados Unidos tomara posse, em janeiro. Assumiu
ainda a defesa da “dignidade da Ucrânia” naquela reunião, face ao que
considerou ser a acção da influência russa na administração americana.
“Ele tem família, entes queridos, filhos. Ele tem de sentir as coisas
que qualquer pessoa sente. O que eu queria mostrar eram os meus valores.
Mas depois, bem, a conversa foi noutra direcção“, referiu ao explicar porque é que mostrou
as fotografias de soldados feridos e torturados. Esse terá sido o momento a
partir do qual a tensão subiu na sala Oval, segundo altos funcionários da Casa
Branca, avança a Time.
As acusações do Presidente e do
vice-presidente dos EUA, publicamente transmitidas para todo o mundo, deixaram
em Zelensky a ideia de que Vladimir Putin conseguiu impor a sua influência e o
seu discurso dentro da Casa Branca.
“Penso
que a Rússia conseguiu influenciar algumas pessoas da equipa da Casa Branca
através da informação“, afirmou, continuando: “O
sinal que deram aos norte-americanos foi que os ucranianos não querem acabar
com a guerra e que é preciso fazer alguma coisa para os forçar”.
Questionado sobre a postura que teve na
reunião na Sala Oval, o Presidente da Ucrânia fez uma analogia com a reacção do
povo ucraniano no início da guerra com a Rússia. As réplicas a Trump e Vance, sublinhou Zelensky, foram uma manifestação
de dignidade do país.
“Porque é que os ucranianos se defenderam no
início da guerra? Foi por causa da dignidade. Não nos consideramos uma espécie
de superpotência. Naquele momento havia a sensação de não sermos aliados. Naquela
conversa, eu estava a defender a dignidade da Ucrânia“, observou.
O clima de tensão que marcou toda a
reunião da Sala Oval ditou ainda o adiamento da assinatura de um acordo sobre
os metais raros da Ucrânia a que os EUA querem ter acesso.
Como consequência imediata do choque com a actual liderança dos Estados
Unidos, até então o maior parceiro no apoio militar à Ucrânia, o país viu as
autoridades americanas suspenderem
o fornecimento de informações e equipamento militar, complicando a capacidade
de resposta ucraniana, sobretudo na região de Kursk. Zelensky vincou que as duas situações não estão
relacionadas.
“Não me interpretem mal. O estado de espírito depende sempre do facto de
os nossos parceiros estarem ao nosso lado. Mas eu não diria que o congelamento influenciou a
operação em Kursk“, resumiu.
Num momento em que se dão
passos nas negociações para um cessar-fogo, com as conversações dos últimos
dias realizadas na Arábia Saudita, Zelensky manifestou a crença de que os EUA
não cedam a todas as exigências de Putin, desequilibrando três anos de conflito
de forma a que a sua conclusão possa ser percepcionada como um triunfo russo.
“Eles têm as suas próprias ambições. Vêem o seu papel na história. É por
isso que não acredito nestes cenários apocalípticos. Sinceramente, não acredito”, finalizou.
GUERRA NA UCRÂNIA UCRÂNIA
EUROPA
MUNDO VOLODYMYR ZELENSKY ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA AMÉRICA
II TEXTO: TÓPICOS
Em
directo/ UE não reconhece referendos "completamente
fraudulentos", ao contrário de enviado de Trump
Em contraste com Steve
Witkoff, enviado especial de Trump, a UE
reitera que os "referendos" que houve na Ucrânia foram
"completamente fraudulentos", com pessoas a votar "com arma
apontada à cabeça".
Actualizado há 28m
Momentos-chave
Actualizações em directo
Há 28m07:23 João Paulo Godinho
O estranho caso da inclusão de um jornalista no grupo secreto de chat
da Casa Branca sobre os ataques aos houthis
Jeffrey Goldberg recebeu um pedido de contacto do conselheiro de
segurança nacional, Michael Waltz, e acabou adicionado a um grupo secreto da Casa
Branca. Ninguém deu pela sua presença e saída.
A posição foi manifestada por
uma porta-voz de Bruxelas, Anita Hipper, que reiterou a opinião da Comissão
Europeia de que os referendos que foram promovidos em algumas regiões
ucranianas ocupadas pela Rússia não foram válidos.
Além
disso, a porta-voz da Comissão Europeia lembrou que “vimos ataques no fim-de-semana,
incluindo um ataque em Kiev, onde três pessoas foram mortas, incluindo uma
criança de cinco anos”. “Isto mostra que a Rússia ainda tem de demonstrar a
sua verdadeira vontade política para pôr fim à sua agressão ilegal e não
provocada”.
O comentário surgiu depois de Steve
Witkoff, enviado especial de Trump para as negociações no Médio Oriente e na
guerra da Ucrânia, ter dito que tinha havido referendos naquelas localidades.
HÁ 1H07:04
Bom dia.
Vamos concentrar neste artigo liveblogtodas as últimas notícias relacionadas com a
guerra na Ucrânia, ao longo desta terça-feira.
Deixamos,aqui, a ligação para o liveblog de ontem,
segunda-feira, que terminou com a informação de que após um encontro entre os
EUA e Kremlin, há uma nova ronda de negociações entre EUA e Ucrânia hoje em
Riade.
Muito obrigado por nos
acompanhar.
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