É da tourada, exigente de requebros.
Requebros, que nos tornam bem visíveis. Visibilidade é do que precisamos. Tourada,
o desporto do nosso desportivismo de cabeceira para a tal visibilidade. Fundamental
para a nossa imodéstia também de cabeceira.
E assim estamos...
...e estamos mal: de um lado, uma bolha animada pela suspeição
activa onde se misturam verdades com efabulações; do outro, um falso criminoso
de delito comum, autor porém de uma trapalhada política
MARIA JOÃO AVILLEZ
Jornalista, colunista do Observador
OBSERVADOR, 19
mar. 2025, 00:2280
1 É preciso fazer caso disto: há
um consenso geral de que Montenegro não cometeu um delito. É algo que tem de ser
tido em conta num caso que porém não fica por aqui: numa interpretação
benévola dir-se-á que a sua actuação foi de uma espantosa e muito intrigante
imprudência política; numa análise
severa evoca-se que a ética – valor obrigatório na terceira figura
do Estado – o deveria ter impedido de ser
tão estranhamente incauto.
Ou seja, dito depressa: o entendimento de Montenegro sobre o cargo
que iria ocupar obrigá-lo-ia a que se desfizesse de uma empresa de onde recebia
dinheiro através da mulher e os filhos.
2Não aconteceu assim.
Uma vez estreada a história em papel de jornal, a quase totalidade da media
mobilizou-se sem custo e as oposições galoparam sobre o maná. Aos zigue-zagues e num percurso sempre
também sinuoso, foram-se seguindo incontáveis “esclarecimentos”, nomes, datas,
detalhes, “explicações”. Como porém nunca “satisfizeram” nem nunca foram
“suficientes”, a palavra de ordem mantém-se imutável: é preciso mais.
Enquanto dura a valsa do já-esclarecido-mas-que-falta-ainda esclarecer, o
Primeiro Ministro continua, desde o primeiro dia e até à hora a que escrevo, a ser tratado mediática e politicamente
como um criminoso de delito comum.
3Pertencendo eu ao grupo das
pessoas que “sim, considero que deveria
ter havido um despojamento da empresa em data prévia a entrada de Luís
Montenegro em S. Bento”, confesso que estou em condições de, usando da
mesma seriedade intelectual, pertencer também a um outro grupo, porventura mais
diminuto: aquele que se espanta.
Com: 1) a desenvoltura da acusação ao Primeiro Ministro,
muitas vezes atabalhoada e outras vezes infundada, praticada pela comunicação
social, como se padecesse de um tique nervoso incontrolável; 2) o uso obsessivo
da suspeita como regra de conduta.
O combate é feroz, desabrido,
desproporcionado. Irracional e a política detesta a irracionalidade.
4Mas é assim que estamos e estamos mal: de um
lado, uma bolha animada pela suspeição activa e a acusação onde se misturam
verdades, meias verdades, actos que tiveram lugar com factos que nunca
aconteceram; do outro, um falso criminoso de delito comum, autor porém de uma
trapalhada política – passível de falha ética – e que na última semana deu o seu
consentimento a uma deplorável encenação partidária onde todos os erros
políticos foram cometidos. Dá que pensar.
5E nisto, podemos vir a correr o
risco de assistir a uma campanha eleitoral que pressuponha – ou possa vir a
pressupor – um julgamento “ético e moral” sobre a confiabilidade da figura do
Chefe do Governo”. Ou pelo menos que se caia nessa tentação, um claro
equívoco e um grosseiro erro. A questão é política. Ocorre-me isto por
ter ouvido o Presidente da República. Um
pouco ambíguo, uma no cravo, outra na ferradura mas… Mas pode ter escorregado a dúvida sobre que
papel ele se atribui a ele mesmo nesta embrulhada em que detestou ter-se visto
embrulhado. E daí, quem sabe, a tentação – ao de leve, de mansinho – de
abrir um entre parêntesis, fazendo deslocar a instituição presidencial da
sua primordial função política para uma vigilante da ética e da boa moral.
Seja como for estamos sob vários aspectos e domínios perante a
negação da política, mesmo que muitos rejubilem com o turvo ar deste tempo.
Turvo como o perigo de por exemplo se
saltar de uma campanha legislativa cuja natureza e propósito são políticos,
para um patamar moral ou ético.
(Já ouvi publicamente muitas
“avaliações” sobre se moralmente Luís Montenegro merece ganhar as eleições. Por
exemplo.)
Dias perigosos, sim: para a
política, a democracia, o país, os portugueses.
CRISE POLÍTICA POLÍTICA LUÍS MONTENEGRO
COMENTÁRIOS (de 80)
JOHN MARTINS: O facto é que houve três moções de censura
ao governo, duas não tiveram efeito e à terceira foi de vez. O chega e o
Partido Socialista coligados mais uma vez acabaram por derrubar o governo de
Montenegro que estranhamente se mantinha intacto desde que tomou posse...E
sim Maria João, para sairmos deste imbróglio parece que na Madeira Albuquerque
vai ganhar por maioria. Aqui na República o povo que resolva com maioria
confortável para MONTENEGRO... Carlos Chaves: Caríssima
Maria João, permita-me que acrescente a esta sua crónica, o conselho do Jorge
Marrão no Think Tank de ontem do Camilo Lourenço, para revisitarmos o livro de
Francisco Sá Carneiro – O impasse, onde basicamente ele demonstra que o
nosso sistema político está “montado” para ou ser o PS a governar, ou o PSD mas
com autorização do PS! Está mais que na hora de desmontarmos esta
armadilha, pela saúde da nossa democracia, e parafraseando-a, pelo país e pelos
portugueses.
Joaquim Rodrigues: Eu
sou do grupo que acha que Luís Montenegro não tinha nada que se desfazer da
empresa que tinha criado e era da sua propriedade. Tinha, isso sim, de deixar de
exercer qualquer cargo na Empresa, cumprindo a obrigação de
"exclusividade" que a Constituição impõe. Eu sou até do grupo que acha que, em vez de tantos Advogados,
Professores e Funcionários, como Primeiros-Ministros e Ministros, devíamos era
ter Empresários, Gestores ou Trabalhadores Técnicos ligados à economia
real, dos vários sectores de actividade. O actual Chanceler alemão foi
administrador de uma Consultora e, nessa qualidade, deve ter trabalhado para a
maioria das Grandes Empresas alemãs. É proprietário de dois aviões. Que eu
saiba ninguém na Alemanha contesta a sua "idoneidade" para o
exercício do cargo. Está feita a minha
"declaração de interesses". Estranho é o antigo Primeiro Ministro,
o António Costa, que com o PNS foi o grande obreiro da Geringonça, por muito
menos, por causa de um parágrafo, “segundo ele diz”, demitiu-se, causando
graves prejuízos ao País, por achar que o clima de suspeição gerado pelo
famigerado parágrafo não lhe permitia governar. E "tinha maioria absoluta", não é verdade, cara
Comunicação Social (CS)?Nem uma palavra vossa ouvimos a condenar a demissão
de Costa. Bem ao contrário, o que condenavam era o
"parágrafo", o qual, ainda por cima, se limitava a expressar um
“facto real”. ”Será que Pedro Nuno Santos (PNS) não podia
ter esperado dois meses, o tempo que vamos perder com eleições, para esclarecer
toda a verdade, através das entidades competentes para o fazer: a Comissão para
a Transparência, a Comissão Parlamentar de Inquérito (?), e a PGR? Não é o Sr. PNS e a Sr.ª Alexandra Leitão que têm a
"competência técnica” e os meios legais, para selecção e recolha da
“informação relevante”, nem a "competência técnica e poder" para
decidir sobre se os "esclarecimentos" de LM são bons e suficientes.
É óbvio que, depois das suspeitas e insinuações que fizeram, Luís
Montenegro, para continuar a Governar, o mínimo que podia exigir, "o
mínimo dos mínimos", era a aprovação de uma "Moção de Confiança".
Isto é difícil de perceber? Temos dois pesos e duas medidas,
cara CS? O que não é aceitável é que se deite abaixo um
Governo, apenas com base em insinuações, suspeitas e conjecturas, não é verdade
senhores da CS? Isso sim, isso é que é completamente
irresponsável. E é por isso que, a opção de PNS e de AV de não viabilização da
Moção de Confiança (bastava terem-se abstido, por forma a dar tempo às
entidades competentes, para recolha de informação e esclarecimento do caso),
tem que ser claramente penalizada pelos eleitores, sob pena de abrirmos um
precedente que tornaria o País ingovernável. Em vez de “Levantamentos
Militares” semanais/mensais como na 1ª República, ou “Novas Conquistas
Revolucionárias” da aliança Povo/MFA, como no PREC, passaríamos a ter “Golpes e
Golpadas” constantes, com base em “Inventonas”, das várias facções partidárias,
alimentadas pela “Bolha Mediática”. Voltaríamos aos tempos da 1ª República,
agora já não pela mão dos militares, mas pela mão dos “partidos” e respectiva
Comunicação Social. Em vez de se contarem
espingardas passariam a contar-se as “Empresas de CS” e o número de
“cartilheiros e avençados” que cada “grupo” tinha por conta. José
Carvalho: E assim estamos: Para alguns os casos de delito comum cometidos por deputados do
CHEGA são gravíssimos e fundamentam a ideia de estabelecer as linhas vermelhas
contra este partido. Mas para os mesmos que acham os casos do CHEGA
repugnantes, ter um primeiro-ministro como avençado de uma empresa privada não
passa de uma atitude menor que deveria ter sido corrigida e a vida seguiria
como se nada fosse. Assim se vê a coerência destes articulistas avençados Como
é possível publicar isto. É preciso desfaçatez Henrique
Mota: Até agora, se outros factos não
surgirem, não consigo entender onde está a falha de Montenegro. Entrou para
líder do PSD e depois para PM. Saiu da gerência da empresa ( a venda é
irrelevante. Para dar um exemplo , também Balsemão fez o mesmo) . Logo
que a notícia saiu pode ter pecado apenas por dar explicações a mais. Não
sendo gerente, não tem, nem deve dar explicações de empresas de que tem
participação. Então todos tínhamos que dar explicações sobre empresas em que
temos partipações sociais. Os media se quisessem saber algo iriam aos
locais e entidades competentes. O MONTENEGRO até pode comprometer os negócios
da empresa ao dar as informações que deu. Entrementes, com a morte de Miguel
Macedo, foi ver o que os media e os seus inimigos políticos disseram dele no
passado e agora na sua
morte vieram, hipocritamente, derramar lágrimas de “ crocodilo” Tristão: Concordo com tudo, excepto na opinião da análise severa que fazem
deste caso. Há gente a ir muito mais longe nas insinuações. Já vi, já ouvi,
a chamarem um caso destes de corrupção, o que é espantoso dado o que se sabe
até agora. Resumindo, neste momento não há nada de nada de ilegal, houve
de facto uma imprevidência, não mais do que isso. Imagino agora o que seria o
caso Tecnoforma de Passos Coelho, era frito em lume brando num contexto de
troika… Fernando
ce: Muito bem , no essencial. Não
considero que tivesse que desfazer-se a empresa. Faz-me lembrar das pretensas
dividas do Sá Carneiro, de que A Maria João certamente se recorda, e ainda do
labéu lançado sobre o mesmo Sá Carneiro , sobre a sua situação conjugal , a que
nem faltou uma insinuação do pai da democracia - que cometeu muitas falhas e
não foram poucas - Mário Soares.
António Lamas: Marcelo
é o principal responsável por a crise chegar onde chegou. Querer ele ser o
vigilante da ética e da moral, é de rir às lágrimas. Seria como nomear o
Sócrates para o Conselho Superior da Magistratura F. Mendes
> José
Carvalho: É simplesmente FALSO que o PM
tenha sido avençado de uma empresa privada. E mais: a dita empresa já foi alvo
de uma acção desfavorável do actual governo (recurso judicial que levou à
anulação de uma indemnização de18 milhões de € à Solverde), na qual LM não
participou. Nesta matéria, há uma espantosa convergência de opiniões entre o CH
e a extrema-esquerda. Revelador. Filipe
Paes de Vasconcellos: Vivemos
num mundo de patetas! Quando os outros o não são até porque têm mais que fazer, (caso do
PM Luis Montenegro ), aqui-d’el rei que eles não são dos nossos. Com este
“naipe” de políticos, sendo o mais “distinto” Pedro Nuno Santos com todos os
outros distintinhos a perseguirem-lhe os passos e o segundo André Ventura que é
um tipo, tipo UDP ao contrário, não haveríamos de estar assim? J.A. Pena é que as tv cabo, e
restantes órgãos de comunicação social alinhem descaradamente com esta cambada
de artolas. Atenção que o Observador faz muita falta ao país, portanto ficaria
muito contente que não resvalasse para o lodo onde nos querem meter a todos. Manuel
Filipe Correia de Araújo: 15 h O Actual Senhor Presidente da
República aconselhou o Senhor Primeiro Ministro a Não apresentar uma Moção de
Confiança, pois o Governo já tinha o Orçamento Aprovado e Duas Recentes Moções
de Censura Rejeitadas. Segundo consta, vários Ministros do Governo da AD deram
o mesmo Avisado Conselho ao Senhor Primeiro-Ministro, uma vez que desde o
Inicio deste Governo o Partido Socialista tinha Repetidamente Avisado que
Votaria Sempre Contra Moções de Confiança ao Governo e entretanto o PS já tinha
Rejeitado Duas Moções de Censura e contribuído decisivamente para a passagem do
Orçamento de Estado para 2025 ! Na minha opinião, expressa antes das Eleições
de 10 de Março de 2024, o "Não é Não" teve dois efeitos por parte
dos Eleitores na ida às urnas nessa ocasião: 1).Diminuiu a votação no PSD que apenas
conseguiu um Empate com o PS, tendo os dois Partidos 78 Deputados cada um; 2) Aumentou
de forma substancial a ida às urnas, o que é positivo, mas o "Não é
Não" fez com que o Partido Chega tivesse uma Votação Explosiva
conquistando 50 Deputados, o que quase ninguém esperava! Faço votos para que o
mesmo Terrível Erro não seja cometido na Campanha para as Eleições de 18 de
Maio de 2025 e bem pelo contrário o PSD e os seus Candidatos afirmem de Forma
Solene que respeitarão Integralmente a Vontade do Eleitores, que são quem Mais
Ordena, pois em Democracia o Verdadeiro Soberano são os Cidadãos Eleitores ! Joaquim
Rodrigues > Manuel Filipe Correia de Araújo: Para enganar “Portugueses e Troicanos”, o
Sr. Relvas, em vez da Regionalização do País que a Troica exigia, inventou uma
putativa Reforma Administrativa que não passou de um aborto irracional que só
serviu para perder tempo, dinheiro e qualidade de vida e que acabou por “fazer
figura” à custa, principalmente, da extinção de muitas das Freguesias “rurais”
do País, com populações envelhecidas, onde a presença de um
representante/interlocutor com a Administração é importantíssima. Tudo o que seja investir dinheiros
públicos, fora de Lisboa, em particular por todo o território nacional do
interior, para estes "urbanos da treta" é esbanjo. Não foi por acaso que foram tão lestos a
acabar com os Guardas Florestais, Guarda Rios, Postos da GNR e outros serviços
públicos básicos, por exemplo. São os caminhos (ínvios) da política à portuguesa. Não é por acaso e em vão que continuamos,
alegremente, cantando e rindo, a caminho de País mais pobre da União
Europeia apesar das recentes adesões de Países do Leste. O caso da reconstituição de algumas
Freguesias, se fosse feito sem racionalidade de critérios, seria grave. Mas não é o caso. Grave é a destruição do País em nome de
uma "megalópole vibrante", com um novo Aeroporto, a 60 Kms de
distância, do outro lado do rio, de onde vêm e para onde vão os seus clientes,
(quando a segunda pista da Portela podia ser construída em Alverca, a custo
zero para os contribuintes) mais três Expos e uma TTT que, no mínimo nunca
custarão menos de 2 a 3 mil milhões de euros/ano aos contribuintes de todo o
País, até aos do interior. O que
são 120 milhões à beira de 2 a 3 mil milhões? Compare os custos/benefícios por
cada euro gasto, num caso e no outro. A crítica que se pode fazer ao Sr. Luís Montenegro, é
ele estar a ceder à pressão que lhe é imposta pelos “representantes do “Partido
Estado”, dentro do Governo (Sr. Pinto Luz) e dentro do PSD. Manuel
Filipe Correia de Araújo: "E
assim estamos....." "A Solverde detentora dos Casinos queria resolver
o litígio em tribunal arbitral, que decorreu no Centro de Arbitragem Comercial
da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa entre junho de 2022 — altura em
que se realizou a audiência preparatória — e julho de 2024, quando foi
conhecido o acórdão." "Inicialmente, a Solverde reclamava quase 63
milhões de euros ao Estado (62.995.916 euros para ser exacto), a título de
reposição do equilíbrio do Contrato de Concessão fixado em 2001. Contudo, o
Tribunal Arbitral viria a reduzir o valor a pagar pelo Estado para 15,5 milhões
de euros." Agora já começo a perceber que de de início estavam em causa
mais de 60 Milhões de Euros e que em 2022 ainda se andava nessa quantia, pelo
que a contratação de uma Empresa pertencente à Família Montenegro era um bom
trunfo para a Solverde, mas agora em 2025 com as derrotas em Tribunal os
Casinos da Solverde pelos vistos deram um grande pontapé na Spinumviva que teve
de ir pregar para outras Freguesias.....!!!!!! joão josé
cunha rego: Desde o
princípio do mês 5 amigos do meu filho, jovens na casa do 30 e poucos, saíram
de Portugal. O último que se despediu de mim disse-me: infelizmente tenho que
sair de Portugal, tenho que deixar os meus pais sozinhos, mas aqui não consigo
sobreviver, nem consigo formar uma família e ter filhos. Os governos que têm
andado a brincar com os portugueses nada fazem para nos proporcionar uma vida
estável no nosso Pais. Maria João Avillez, estamos mal e muito mal. A
incompetência, a irresponsabilidade, a corrupção, a falta de valores, são uns
dos principais factores para vermos a nossa mocidade sair de Portugal, ficando
ou quem não consegue ir-se embora, ou os que não fazem a ponta dum chavelho e
vivem à conta dos partidos e do estado social, vulgo subsídios e mais
subsídios. Nas próximas eleições iremos ter mais do que o mesmo. A
incompetência, o compadrio, a irresponsabilidade, a corrupção. Governantes que
a única coisa que lhes interessa é salvaguardar a sua carteira e os amigos. Uns
entram para a política com uma mão á frente e outra atrás e saem bem vestidos e
de fato e gravata. Não vejo a luz ao fundo do túnel, infelizmente! Carlos Chaves > Joaquim Rodrigues: Caro Joaquim Rodrigues, este seu texto
devia ser obrigatório ser lido em todos os canais de notícias que proliferam no
nosso “cabo”, várias vezes por hora e durante vários dias. Afinal se fazem isto
com não notícias e com mentiras deliberadas, melhor fariam com estas verdades
nuas e cruas!
FC > José Carvalho: "avençado de uma empresa privada". Para já não é verdade: a empresa criada por
ele —mas que já não é dele— é que tem clientes que pagam mensalmente à empresa
os serviços prestados por ela. E depois? alguma vez houve conflitos de interesse?
Alguma vez ele violou a exclusividade das suas funções? alguma vez cometeu
alguma ilegalidade? E, nessa óptica de acusar o PM por crimes não cometidos
para melhor deitar abaixo o governo, de passar por cima da PGR ou da dita
Comissão Ética que deveria regular as coisas e não regula, então, nessa óptica,
não haveria ninguém que se safasse, a começar pelo PNS cujo pai tem uma empresa
que recebeu subsídios do Estado quando o filho era ministro? Ou o próprio Mário
Soares que era sócio do Colégio Moderno? Ou o presidente Sampaio que era sócio
da sua empresa de advocacia? Ou, já agora, o Ventura que contrata bandidos de
delito comum para serem deputados? Desfaçatez é mentir em público e usar essas
mentiras para deitar abaixo um governo que, mal ou bem, ia no caminho certo. Carlos
Real: O que
mais me espanta da sua crónica e ficar incrédula com a actuação de Montenegro.
Passados tantos anos, sobretudo após maiorias absolutas de Sócrates e Costa,
que totalizaram 15 anos em 19 possíveis passámos a ter um padrão. Julgar que
Montenegro seria diferente depois de ter feito um andar com elevador sem pagar
IMI, demonstrando um ar socrático parisiense, e acreditar que a nova geração de
políticos tem a fibra ética de um Eanes, e ainda raciocinar com a visão dos velhos
tempos. Cada vez mais me convenço que os políticos actuais são o espelho do
carácter do povo que temos. No domingo, os madeirenses até poderão dar uma
maioria absoluta a Albuquerque. Sabemos que o ADN da cunha e dos favores para
obter um emprego estão na tradição lusa como o bacalhau na culinária. Nas
últimas décadas acrescentámos a vigarice e o roubar na primeira oportunidade.
Já ninguém pode confiar no outro, nem mesmo no círculo familiar, quanto mais
nas castas partidárias. Os portugueses não se importam mesmo de viver na lama.
Os casos e casinhos passaram a ser o pão nosso de cada dia. Portugal está cada
vez mais próximo dos ventos africanistas. Montenegro já não engana ninguém. Até
ele próprio sabe o que fez. O problema é que até nem precisa de instaurar uma
ditadura. Os portugueses compreendem o seu drama, e possivelmente gostariam de
lhe seguir o exemplo. Apenas alguns chatos como eu é que não achamos muita
piada. Questões de coluna vertebral.
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