quinta-feira, 27 de março de 2025

Delicadeza

 

De Zelensky, a respeito da fraqueza europeia. E receios sobre a actuação de Trump com o homólogo russo.

Em Paris, Zelensky lança um aviso: "Putin quer enfraquecer a Europa por dentro"

O Presidente da Ucrânia chegou a França para se encontrar com os parceiros europeus. O anfitrião da reunião, Emmanuel Macron, anunciou novo pacote de ajuda ao país no valor de 2 mil milhões de euros.

ANDRÉ CERTÃ: Texto

OBSERVADOR, 27 mar. 2025, 00:43 1 

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, foi o primeiro líder a chegar a Paris para uma conferência sobre paz e defesa da Ucrânia com os seus parceiros europeus convocada pelo Presidente francês, Emmanuel Macron. Depois de um primeiro encontro, Zelensky deu uma entrevista a um painel de jornalistas europeus onde deixou uma mensagem para a Europa: Putin quer “dividir e enfraquecer por dentro” a união do continente.

 “Ele está a tentar atingir a União Europeia por dentro“, assegurou o Presidente ucraniano, sublinhando que considera que o líder russo “teve sucesso parcialmente. Para Zelensky, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, é um exemplo desse sucesso parcial, destacando “o facto da Hungria bloquear por vezes sanções e pressão contra a Rússia e tentar retirar alguns oligarcas russos da lista de sanções”.

O Presidente ucraniano foi ainda mais longe e voltou a dizer que a infiltração da narrativa do Kremlin não teve sucesso só na Europa, mas que foi levada também para os Estados Unidos, por membros da administração de Donald Trump, especialmente o enviado especial para os processos de negociação na Ucrânia e no Médio Oriente, Steve Witkoff.Verifico que Witkoff cita com demasiada frequência a narrativa do Kremlin“, referiu Zelensky, que acredita que isto “reduzirá a pressão norte-americana sobre a Rússia”.

Antes, numa conferência de imprensa conjunta com Emmanuel Macron, o ucraniano disse que os EUA têm “força suficiente” para levar a Rússia a “um cessar-fogo incondicional”, para lá daquele acordado com a Casa Branca que se restringe a uma trégua no Mar Negro e a uma pausa nos ataques às infraestruturas energéticas. Porém, de acordo com o líder ucraniano, a pressão sobre Putin tem de se manter apertada.

“Qualquer tentativa de continuar com esta guerra precisa de uma resposta. Esta é a linguagem de força, a única que está a ser entendida por Moscovo”, sublinhou.

Macron, ao lado de Zelensky na conferência de imprensa, saudou o acordo atingido entre Moscovo e Washington comoum primeiro passo para um cessar-fogo mais alargado”, mas anunciou mais apoios a Kiev. Este pacote, de dois mil milhões de euros, inclui equipamento militar como drones, mísseis terra-ar e antitanque, assim como o envio de informações de satélite. “É necessário que continuemos a ajudar a Ucrânia para que possa resistir“, sublinhou Macron, que se solidarizou com “a batalha” travada pelos ucranianos.

Para Macron, a ajuda estrangeira deve também reflectir-se nas garantias de segurança para Kiev caso seja atingido um “cessar-fogo duradouro” entre Rússia e a Ucrânia. O líder voltou a defender na conferência de imprensa conjunta a criação de uma “força de garantia” internacional que iria estar “em segundo plano para ajudar a defender [a Ucrânia] de uma segunda agressão russa”, em vez de combater na frente de batalha.

 “O propósito é ajudar a Ucrânia a resistir no terreno à opressão russa mas também construir os elementos desta paz justa e duradoura“, sublinhou ainda o Presidente francês.

No entanto, na entrevista às televisões europeias, Zelensky sublinhou que “a melhor garantia de segurança para Kiev é a NATO”. Porém, ressalvou que esta entrada “depende dos Estados Unidos” e que será um “problema se os Estados Unidos não estiverem prontos para dar esse passo”.

Face a estas interrogações, quando questionado sobre se esperava que os EUA se mantivessem do lado da Ucrânia, Zelensky mostrou-se expectante que esse continuasse a ser o caso. “Espero que sim. Deus queira que se mantenham. Mas veremos“, respondeu o presidente ucraniano.

GUERRA NA UCRÂNIA       UCRÂNIA      EUROPA       MUNDO      VOLODYMYR ZELENSKY      EMMANUEL MACRON      FRANÇA

COMENTÁRIOS:

Luis Silva: "Zelensky lança um aviso: "Putin quer enfraquecer a Europa por dentro"" Mais idiota que o palhaço de Kiev, só a Kaia Kallas que diz que é preciso infligir uma derrota à Rússia, a maior potência nuclear do planeta, para evitar a Terceira Guerra Mundial.

 

Nenhum comentário: