Tal passeata, que nos faz dar o Dr.
Salles, com essa justificação de um Ocidente que, excluindo os “clubes” – digo os
países vastos, desprezadores actuais da Europa, nos faz passear por um mundo
distante a englobar esse Ocidente de origem europeia et alia. Por isso, me
lembrei do “AUTO DA BARCA DO INFERNO”, talvez por não entender bem essa “FÉNIX”
da ironia defensora do Dr. Salles. E aqui vai o seu intróito, com um FIDALGO
condenado à vida eterna, a tentar escapar-se do Inferno:
«Auto
de moralidade composto por Gil Vicente por contemplação da sereníssima e muito
católica rainha Lianor, nossa senhora, e representado por seu mandado ao
poderoso príncipe e mui alto rei Manuel, primeiro de Portugal deste nome.
Começa a declaração e argumento da obra. Primeiramente, no presente auto, se
fegura que, no ponto que acabamos de espirar, chegamos supitamente a um rio, o
qual per força havemos de passar em um de dous batéis que naquele porto estão,
scilicet, um deles passa pera o paraíso e o outro pera o inferno: os quais
batéis tem cada um seu arrais na proa: o do paraíso um anjo, e o do inferno um
arrais infernal e um companheiro.
«O primeiro intrelocutor é um
Fidalgo que chega com um Paje, que lhe leva um rabo mui comprido e üa cadeira
de espaldas. E começa o Arrais do Inferno ante que o Fidalgo venha.
DIABO
À barca, à barca, houlá! que temos
gentil maré! - Ora venha o carro a ré!
COMPANHEIRO
Feito, feito! Bem está! Vai tu
muitieramá, e atesa aquele palanco e despeja aquele banco, pera a gente que
virá.
À barca, à barca, hu-u! Asinha, que se
quer ir! Oh, que tempo de partir, louvores a Berzebu! - Ora, sus! que fazes tu?
Despeja todo esse leito!
COMPANHEIRO
Em boa hora! Feito, feito!
DIABO
Abaixa aramá esse cu!
Faze aquela poja lesta e alija aquela
driça.
COMPANHEIRO
Oh-oh, caça! Oh-oh, iça, iça!
DIABO
Oh, que caravela esta! Põe bandeiras,
que é festa. Verga alta! Âncora a pique! - Ó poderoso dom Anrique, cá vindes
vós?... Que cousa é esta?...
Vem o Fidalgo e, chegando ao batel
infernal, diz:
FIDALGO
Esta barca onde vai ora, que assi está
apercebida?
DIABO
Vai pera a ilha perdida, e há-de partir
logo ess'ora.
FIDALGO
Pera lá vai a senhora?
DIABO
Senhor, a vosso serviço.
FIDALGO
Parece-me isso cortiço...
DIABO
Porque a vedes lá de fora.
FIDALGO
Porém, a que terra passais?
DIABO
Pera o inferno, senhor.»
Mas vamos, então, experimentar o “cortiço”
de tão longas paragens, com que o Dr. Salles nos quer convencer a
identificar-nos, à falta dos tais “parceiros” americanos que nos abandonaram,
em arranjinhos de uma nova soberba, que talvez destrua ignobilmente um país que
a maldade hipócrita de outro pretende obter. Uma breve passeata introdutória,
pois, foi esta, pelo “AUTO DA BARCA DO INFERNO”, desta vez sem Fénix, ao que
parece.
HENRIQUE SALLES DA FONSECA
A BEM DA NAÇÃO, 18.03.25
O
que é o Ocidente? Sigo o conceito político da democracia humanista,
pluripartidária de inspiração liberal e não um critério geográfico:
• Grande Ocidente – Canadá,
México, Groenlândia, Islândia, Noruega, Reino Unido, UE, Suíça, Balcãs,
Turquia, Israel, Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Filipinas, Austrália, Nova
Zelândia, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.
Eis o que me parece da maior relevância a constituição da Grande Aliança
Militar Ocidental (GAMO).
• Perdida
a protecção nuclear americana, há que recorrer imediatamente à
tecnologia própria do Canadá, Noruega,
Suécia e Finlândia para construirmos o Semi-Círculo Nuclear Árctico (S-CNA);
• Promover a nuclearização da Austrália e da Nova Zelândia;
• Tomar
os BRICS como inimigos declarados (Rússia) ou potenciais (todos os
outros, a «trabalhar» diplomaticamente);
•
Ter em especial conta a importância de «postos periféricos de observação»
tais como Curaçao (a
14 kms da costa da Venezuela), São Tomé (sobre o Equador) a ilha de Stª Helena (no
quase extremo sul do Atlântico, um «olho» sobre a África do Sul) e não se
esqueçam de Pitcairn!
(continua)
Março de 2025
Anónimo 18.03.202514:57:
Gostei, muito bem pensado e óptimo se realizável
NOTAS DA INTERNET:
As
Ilhas Pitcairn ou Ilhas Picárnia,
(em inglês: PitcairnIslands, pronunciado: oficialmente Ilhas
Pitcairn, Henderson, Ducie e Oeno ou Grupo de Ilhas Pitcairn, são um território
ultramarino britânico na Polinésia
que tem como único vizinho a Polinésia
Francesa, a oeste.
É constituída pela ilha homónima, e pelas
ilhas Ducie, Oeno e Henderson,
sendo as últimas, desabitadas, por causa de sua inacessibilidade. A capital e
única povoação é Adamstown,
localizada na ilha Pitcairn que possui uma área de 4,6 km², localizada na parte
centro-norte da ilha e considerada a menor capital do mundo.
Pitcairn
é a jurisdição nacional menos populosa do mundo e os seus habitantes são um grupo étnico birracial
descendente, em sua grande maioria, dos amotinados do Motim do HMS
Bounty e de suas
consortes tahitianas, o que pode ser claramente percebido pelo sobrenome
de muitos dos habitantes das ilhas. Em janeiro de 2020, havia apenas 47
habitantes permanentes em Pitcairn.
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