quarta-feira, 19 de março de 2025

Cortiço me parece a mim

 

Tal passeata, que nos faz dar o Dr. Salles, com essa justificação de um Ocidente que, excluindo os “clubes” – digo os países vastos, desprezadores actuais da Europa, nos faz passear por um mundo distante a englobar esse Ocidente de origem europeia et alia. Por isso, me lembrei do “AUTO DA BARCA DO INFERNO”, talvez por não entender bem essa “FÉNIX” da ironia defensora do Dr. Salles. E aqui vai o seu intróito, com um FIDALGO condenado à vida eterna, a tentar escapar-se do Inferno:

«Auto de moralidade composto por Gil Vicente por contemplação da sereníssima e muito católica rainha Lianor, nossa senhora, e representado por seu mandado ao poderoso príncipe e mui alto rei Manuel, primeiro de Portugal deste nome. Começa a declaração e argumento da obra. Primeiramente, no presente auto, se fegura que, no ponto que acabamos de espirar, chegamos supitamente a um rio, o qual per força havemos de passar em um de dous batéis que naquele porto estão, scilicet, um deles passa pera o paraíso e o outro pera o inferno: os quais batéis tem cada um seu arrais na proa: o do paraíso um anjo, e o do inferno um arrais infernal e um companheiro.

«O primeiro intrelocutor é um Fidalgo que chega com um Paje, que lhe leva um rabo mui comprido e üa cadeira de espaldas. E começa o Arrais do Inferno ante que o Fidalgo venha.

DIABO

À barca, à barca, houlá! que temos gentil maré! - Ora venha o carro a ré!

COMPANHEIRO

Feito, feito! Bem está! Vai tu muitieramá, e atesa aquele palanco e despeja aquele banco, pera a gente que virá.

À barca, à barca, hu-u! Asinha, que se quer ir! Oh, que tempo de partir, louvores a Berzebu! - Ora, sus! que fazes tu? Despeja todo esse leito!

COMPANHEIRO

Em boa hora! Feito, feito!

DIABO

Abaixa aramá esse cu!

Faze aquela poja lesta e alija aquela driça.

COMPANHEIRO

Oh-oh, caça! Oh-oh, iça, iça!

DIABO

Oh, que caravela esta! Põe bandeiras, que é festa. Verga alta! Âncora a pique! - Ó poderoso dom Anrique, cá vindes vós?... Que cousa é esta?...

Vem o Fidalgo e, chegando ao batel infernal, diz:

FIDALGO

Esta barca onde vai ora, que assi está apercebida?

DIABO

Vai pera a ilha perdida, e há-de partir logo ess'ora.

FIDALGO

Pera lá vai a senhora?

DIABO

Senhor, a vosso serviço.

FIDALGO

Parece-me isso cortiço...

DIABO

Porque a vedes lá de fora.

FIDALGO

Porém, a que terra passais?

DIABO

Pera o inferno, senhor.»

Mas vamos, então, experimentar o “cortiço” de tão longas paragens, com que o Dr. Salles nos quer convencer a identificar-nos, à falta dos tais “parceiros” americanos que nos abandonaram, em arranjinhos de uma nova soberba, que talvez destrua ignobilmente um país que a maldade hipócrita de outro pretende obter. Uma breve passeata introdutória, pois, foi esta, pelo “AUTO DA BARCA DO INFERNO”, desta vez sem Fénix, ao que parece.


EXSURGE FENIX – 2

HENRIQUE SALLES DA FONSECA

A BEM DA NAÇÃO, 18.03.25

O que é o Ocidente? Sigo o conceito político da democracia humanista, pluripartidária de inspiração liberal e não um critério geográfico:
Grande OcidenteCanadá, México, Groenlândia, Islândia, Noruega, Reino Unido, UE, Suíça, Balcãs, Turquia, Israel, Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Filipinas, Austrália, Nova Zelândia, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.
Eis o que me parece da maior relevância a constituição da Grande Aliança Militar Ocidental (GAMO).

Perdida a protecção nuclear americana, há que recorrer imediatamente à tecnologia própria do Canadá, Noruega, Suécia e Finlândia para construirmos o Semi-Círculo Nuclear Árctico (S-CNA);

Promover a nuclearização da Austrália e da Nova Zelândia;

Tomar os BRICS como inimigos declarados (Rússia) ou potenciais (todos os outros, a «trabalhar» diplomaticamente);

• Ter em especial conta a importância de «postos periféricos de observação» tais como Curaçao (a 14 kms da costa da Venezuela), São Tomé (sobre o Equador) a ilha de Stª Helena (no quase extremo sul do Atlântico, um «olho» sobre a África do Sul) e não se esqueçam de Pitcairn! (continua)

Março de 2025

COMENTÁRIOS

Anónimo 18.03.202514:57: Gostei, muito bem pensado e óptimo se realizável

NOTAS DA INTERNET:

As Ilhas Pitcairn ou Ilhas Picárnia, (em inglês: PitcairnIslands, pronunciado: oficialmente Ilhas Pitcairn, Henderson, Ducie e Oeno ou Grupo de Ilhas Pitcairn, são um território ultramarino britânico na Polinésia que tem como único vizinho a Polinésia Francesa, a oeste. É constituída pela ilha homónima, e pelas ilhas Ducie, Oeno e Henderson, sendo as últimas, desabitadas, por causa de sua inacessibilidade. A capital e única povoação é Adamstown, localizada na ilha Pitcairn que possui uma área de 4,6 km², localizada na parte centro-norte da ilha e considerada a menor capital do mundo.

Pitcairn é a jurisdição nacional menos populosa do mundo e os seus habitantes são um grupo étnico birracial descendente, em sua grande maioria, dos amotinados do Motim do HMS Bounty e de suas consortes tahitianas, o que pode ser claramente percebido pelo sobrenome de muitos dos habitantes das ilhas. Em janeiro de 2020, havia apenas 47 habitantes permanentes em Pitcairn.

Geografia: As Ilhas Pitcairn são uma extensão geológica do arquipélago de Tuamotu, na Polinésia Francesa, e consistem em quatro ilhas: Pitcairn, Oeno, Henderson e Ducie. Dessas, apenas a Ilha de Pitcairn é habitada……

 


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