quinta-feira, 13 de março de 2025

Infelizmente

 

A graça do artigo de Américo Silva já nem nos pode ofender, porque se ajusta a um status de permanente inconsistência política, pela desvergonha de uns e de outros – os acusados que pretendem continuar, os que acusam, que forcejam por entrar. Custe o que custar, cá na faixa. Mas, aqui como ali, sempre com palavras de dignidade. Ai Deus i u é, ó flores de verde pino, aquele que mentiu do que pôs connosco, com tanto gosto? Foi nisto que deu, Deus meu?

Mas não se deve estranhar, não foi por mal, um tal abril fatal, e, por sucessiva conveniência, a continuar… Ai, Deus i u é?

A saga das novas eleições na nova Faixa de Gaza

Em Portugal, votar é tão consequente como apertar parafusos moídos. E é mais uma razão para o Putin não querer nada com isto. Cheira-me que, para os russos, a Europa Ocidental é a nova Faixa de Gaza.

AMÉRICO SILVA Colunista do Observador

OBSERVADOR, 12 mar. 2025, 00:1613

Então, mas eu tenho vagar para estes impasses de há eleições, não há eleições?! Tenho uma crónica para escrever, meus senhores, não posso estar à espera de sessões nocturnas no Parlamento. E agora, à hora que dactilografo, como é que sei se vamos, ou não, de novo, exercer o nosso direito a escolher, de uma lista, uma solução política que não solucionará qualquer dos problemas que seleccionaríamos se fizéssemos uma lista de problemas que desejávamos ver uma solução política solucionar?

Travou um bocado a língua, o parágrafo anterior? É para não destoar do bloqueado que está este país, que não há forma de dar o pontapé de saída para um futuro mais do que extra deprimente. Preferindo, antes, ficar fora de jogo quando se trata de competir com economias um pouco menos soterradas nas areias movediças do socialismo.

Economias que, verdade seja dita, também não nos estão a facilitar nada a vida, as sacanas. Teimam em ir cada vez para mais longe, tipo Argentina, o que é muito fora de mão para permitir aquele tipo de proximidade (já nem falo de contacto. E muito menos de lascivo enlace) que permitisse, ainda que por osmose, no meio deste lamaçal, ficarmos com pelo menos os olhinhos de fora.

Quem negará que, olhando para a actual União Europeia dos Estados Socialistas, o cenário é mais desolador que um boletim de voto para umas eleições legislativas? Neste instante, Europa podia ser marca de repelente, tipo Mafu. Mas em vez de matar moscas, melgas e mosquitos, aniquila liberdade de expressão, capitalismo e Estado de Direito.

Ao ponto de, aqui chegados, e assumindo que a civilização ocidental é, digamos, um edifício, a Europa ser a carga de explosivos usada para o implodir arrebentando-lhe os alicerces. Aliás, a Europa é o falso requerente de asilo que entrou na civilização ocidental ilegalmente, aprendeu a fabricar explosivos na internet, identificou os pontos mais frágeis dos alicerces da civilização e lá foi ela arrebentar aquilo tudo com TNT.

Como é que a Europa enveredou por este caminho suicida é um caso para a psiquiatria. Já a política nacional, sendo uma espécie de corpo em estado de rigor mortis após tanta sova, será um caso mais para a patologia forense. Embora não seja precisa ciência para demonstrar como este caso em torno da actividade profissional de Luís Montenegro deixou claro que o melhor caminho para alcançar grandes feitos na vida política portuguesa é nunca ter feito rigorosamente nada na vida. “Alto! O senhor ministro, há dezassete anos, enquanto sócio de uma empresa, cruzou-se, num restaurante, com o director de uma sociedade que ontem venceu um concurso por ajuste directo! Demissão!”

É por estas e por outras que, quando me esclarecem que o Putin quer vir por aí afora até Lisboa, não fico convencido. Não por achar que a Europa está a postos para se defender dos russos, com as nossas forças armadas em transgénero, transportadas em viaturas blindadas contra preconceitos e prontas a atingir as discriminações com projécteis biodegradáveis à base de sementes de soja – embora, agora que penso nisso, tal cenário pudesse muito bem pôr em fuga – com pinguinhas de chichi nos camuflados, inclusive – um batalhão de comandos soviético, de volta a Vladivostok.

Mas não, não é por isso que o Putin não avançará sobre a Europa. Creio que a Rússia não será dona disto tudo, porque os ex-donos disto tudo, ou seja, nós, tomámos uma medida preventiva tirada do manual de medidas preventivas soviético: a chamada política de terra queimada. Venham daí, russos. Boa sorte com toda a sorte de fundamentalista islâmico que fizemos o favor de importar do Médio Oriente e Ásia Central!

Não, acho que podemos estar descansados. Ou a minha análise geopolítica está totalmente errada (hã, hã), ou para o gigantesco território que é a Rússia, a Europa Ocidental é a nova Faixa de Gaza. Em princípio, querem distância de nós.

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COMENTÁRIOS (de 13)

Américo Silva: Muito bom; temos uma má notícia: o governo caiu e haverá eleições; e uma boa notícia: ganhe quem ganhar, vai ficar tudo igual.

 

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