A graça do artigo de Américo Silva já
nem nos pode ofender, porque se ajusta a um status de permanente inconsistência
política, pela desvergonha de uns e de outros – os acusados que pretendem
continuar, os que acusam, que forcejam por entrar. Custe o que custar, cá na faixa.
Mas, aqui como ali, sempre com palavras de dignidade. Ai Deus i u é, ó flores de verde pino, aquele que mentiu do que pôs connosco,
com tanto gosto? Foi nisto que deu, Deus meu?
Mas não se deve estranhar, não foi por mal, um tal abril fatal, e, por
sucessiva conveniência, a continuar… Ai,
Deus i u é?
A saga das novas eleições na nova Faixa de Gaza
Em Portugal, votar é tão consequente
como apertar parafusos moídos. E é mais uma razão para o Putin não querer nada
com isto. Cheira-me que, para os russos, a Europa Ocidental é a nova Faixa de
Gaza.
AMÉRICO SILVA Colunista do Observador
OBSERVADOR, 12 mar. 2025, 00:1613
Então,
mas eu tenho vagar para estes impasses de há eleições, não há eleições?! Tenho uma
crónica para escrever, meus senhores, não posso estar à espera de sessões
nocturnas no Parlamento. E agora, à hora
que dactilografo, como é que sei se vamos, ou não, de novo, exercer o nosso
direito a escolher, de uma lista, uma solução política que não solucionará
qualquer dos problemas que seleccionaríamos se fizéssemos uma lista de
problemas que desejávamos ver uma solução política solucionar?
Travou um bocado a língua, o parágrafo
anterior? É para não destoar do bloqueado que está este país, que não há forma
de dar o pontapé de saída para um futuro mais do que extra deprimente. Preferindo, antes, ficar fora de jogo quando
se trata de competir com economias um pouco menos soterradas nas areias
movediças do socialismo.
Economias que, verdade seja dita,
também não nos estão a facilitar nada a vida, as sacanas. Teimam em ir cada vez
para mais longe, tipo Argentina, o que é muito fora de mão para permitir aquele
tipo de proximidade (já nem falo de contacto. E muito menos de lascivo enlace)
que permitisse, ainda que por osmose, no meio deste lamaçal, ficarmos com pelo
menos os olhinhos de fora.
Quem negará que, olhando para a actual
União Europeia dos Estados Socialistas, o cenário é mais desolador que um
boletim de voto para umas eleições legislativas? Neste instante, Europa podia ser marca de repelente, tipo Mafu. Mas
em vez de matar moscas, melgas e mosquitos, aniquila liberdade de expressão,
capitalismo e Estado de Direito.
Ao ponto de, aqui chegados, e assumindo
que a civilização ocidental é, digamos, um edifício, a Europa ser
a carga de explosivos usada para o implodir arrebentando-lhe os alicerces. Aliás, a Europa é o falso requerente de
asilo que entrou na civilização ocidental ilegalmente, aprendeu a fabricar
explosivos na internet, identificou os pontos mais frágeis dos alicerces da
civilização e lá foi ela arrebentar aquilo tudo com TNT.
Como é que a Europa enveredou por este
caminho suicida é um caso para a psiquiatria. Já a política nacional, sendo uma
espécie de corpo em estado de rigor
mortis após tanta sova, será um caso mais para a patologia
forense. Embora não seja precisa ciência para demonstrar como
este caso em torno da actividade profissional de Luís Montenegro deixou claro
que o melhor caminho para alcançar grandes feitos na vida política portuguesa é
nunca ter feito rigorosamente nada na vida. “Alto!
O senhor ministro, há dezassete anos, enquanto sócio de uma empresa, cruzou-se,
num restaurante, com o director de uma sociedade que ontem venceu um concurso por
ajuste directo! Demissão!”
É
por estas e por outras que, quando me esclarecem que o Putin quer vir por aí
afora até Lisboa, não fico convencido. Não por achar que a Europa está a postos
para se defender dos russos, com as nossas forças armadas em transgénero,
transportadas em viaturas blindadas contra preconceitos e prontas a atingir as
discriminações com projécteis biodegradáveis à base de sementes de soja –
embora, agora que penso nisso, tal cenário pudesse muito bem pôr em fuga – com
pinguinhas de chichi nos camuflados, inclusive – um batalhão de comandos
soviético, de volta a Vladivostok.
Mas não, não é por isso que o Putin não
avançará sobre a Europa. Creio que a Rússia não será dona disto tudo, porque os
ex-donos disto tudo, ou seja, nós, tomámos uma medida preventiva tirada do
manual de medidas preventivas soviético: a chamada política de terra queimada. Venham daí, russos. Boa sorte com toda a
sorte de fundamentalista islâmico que fizemos o favor de importar do Médio
Oriente e Ásia Central!
Não, acho que podemos estar descansados.
Ou a minha análise geopolítica está totalmente errada (hã, hã), ou para o
gigantesco território que é a Rússia, a Europa Ocidental é a nova Faixa de
Gaza. Em princípio, querem distância de nós.
CRISE
POLÍTICA POLÍTICA ELEIÇÕES MUNDO
COMENTÁRIOS (de 13)
Américo Silva: Muito bom; temos uma má notícia: o governo caiu e
haverá eleições; e uma boa notícia: ganhe quem ganhar, vai ficar tudo igual.
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