quinta-feira, 27 de março de 2025

Os riscos e os combinados

 

Os primeiros, que se prevêem, no interesse do mundo, os segundos que se tratam, no interesse do país próprio. Os bons governantes são também altruístas, nas suas combinações de longo alcance viageiro e não só. Assim é Lula da Silva, a quem os europeus deverão ficar gratos pelo apoio pedido ao Japão. Assim é o mundo global, hoje. O Japão já cá canta, caso seja preciso, o que se prevê que sim, que será. Lula tratou disso, importante e compincha que é. Alerta está! para eles, brasileiros, mas julgo que também para nós cá, europeus, por arrastamento, que o Lula não ia deixar os riscos da nova “guerra fria” imporem-se sem a colaboração apaziguadora do Japão. No interesse global, está visto.

Presidente do Brasil alerta sobre riscos do autoritarismo e de nova "guerra fria"

Lula da Silva lembrou que a Europa era uma parte do mundo tranquila, mas, depois da guerra da Ucrânia, o continente voltou a preparar-se para comprar armas e fazer investimentos em armamentos.

AGÊNCIA LUSA: Texto

OBSERVADOR, 26 mar. 2025, 14:479

O chefe de Estado brasileiro encerra a sua visita de Estado ao Japão na quinta-feira, antes de seguir para o Vietname FRANCK ROBICHON/EPA

O Presidente brasileiro alertou esta quarta-feira para os riscos que uma “nova guerra fria”, o negacionismo e o autoritarismo representam para as democracias, durante uma cimeira com o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, em Tóquio.

Luiz Inácio Lula da Silva abordou assim o contexto global marcado pelas tensões entre Estados Unidos e China e pelas ameaças ao multilateralismo, como parte de sua visita de Estado ao Japão.

Este é um ano muito importante para o Brasil reafirmar uma nova parceria estratégica com o Japão”, disse o Presidente brasileiro, acrescentando que este é “um momento históricoporquea democracia está em risco” no mundo todo.

Lula da Silva destacou especificamente o proteccionismo, “que volta a ser tema de debate em alguns países importantes (…), a nova guerra fria entre Estados Unidos e China (…), a imposição do negacionismo” e com “o multilateralismo perdendo espaço diante do autoritarismo”.

O chefe de Estado brasileiro também repetiu, em declarações a jornalistas, que 2025 “será um ano chave para o multilateralismo” e que o Brasil está a convocar todos os líderes mundiais a participar da 30.ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) contra a mudança de clima.

O primeiro-ministro e eu concordamos que a sustentabilidade, a paz e a democracia são essenciais para o futuro do planeta. O extremismo, o discurso de ódio e as notícias falsas solapam instituições e fomentam a intolerância”, disse.

O Presidente brasileiro também enfatizou a importância da colaboração entre Japão e Brasil na promoção da democracia, bem como do multilateralismo e do livre comércio, que oferecem “a maior oportunidade de parceria entre países e desenvolvimento mútuo”.

Referindo-se ao conflito na Ucrânia, Lula da Silva lembrou que a Europa era uma parte do mundo tranquila, mas, depois da guerra da Ucrânia, o continente voltou a preparar-se para comprar armas e fazer investimentos em armamentos.

Sobre Gaza, afirmou que seu país observa com “com muita seriedade o fim do cessar-fogo na Faixa de Gaza, onde muitas pessoas já foram mortas“, lembrando, com “tristeza”, a morte de um brasileiro numa prisão em Israel.

Durante um encontro no Palácio Akasaka, em Tóquio, Lula da Silva e Ishiba discutiram um plano de acção que visa fortalecer diversas áreas de cooperação bilateral, incluindo segurança e investimentos.

O governo brasileiro informou que o encontro resultou na assinatura de dez acordos e 80 instrumentos de cooperação entre as duas nações e na decisão de que os chefes de Estado dos dois países farão visitas recíprocas a cada dois anos.

Lula da Silva viajou ao Japão acompanhado de uma grande delegação, incluindo 11 ministros e os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara dos Deputados, Hugo Motta.

O chefe de Estado brasileiro encerra a sua visita de Estado ao Japão na quinta-feira, antes de seguir para o Vietname.

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COMENTÁRIOS (de 9)

Anastácio Jorge: Tem razão … mas também tem responsabilidade nisso.

Rafael Valverde: Este palhaço enche a boca com democracia, mas está ocupado em a esmagar no Brasil com a ajuda do comissário Moraes.

António Soares: Lugar de larápio é atrás das grades.

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