Os primeiros, que se prevêem, no interesse do mundo, os segundos que se tratam, no interesse do país próprio. Os bons governantes são também altruístas, nas suas combinações de longo alcance viageiro e não só. Assim é Lula da Silva, a quem os europeus deverão ficar gratos pelo apoio pedido ao Japão. Assim é o mundo global, hoje. O Japão já cá canta, caso seja preciso, o que se prevê que sim, que será. Lula tratou disso, importante e compincha que é. Alerta está! para eles, brasileiros, mas julgo que também para nós cá, europeus, por arrastamento, que o Lula não ia deixar os riscos da nova “guerra fria” imporem-se sem a colaboração apaziguadora do Japão. No interesse global, está visto.
Presidente do Brasil alerta sobre riscos do autoritarismo e de nova "guerra fria"
Lula da Silva lembrou que a Europa
era uma parte do mundo tranquila, mas, depois da guerra da Ucrânia, o
continente voltou a preparar-se para comprar armas e fazer investimentos em armamentos.
OBSERVADOR, 26 mar. 2025, 14:479
▲O chefe de Estado brasileiro encerra a sua visita de Estado ao Japão na quinta-feira, antes de seguir para o Vietname FRANCK ROBICHON/EPA
O Presidente brasileiro alertou esta
quarta-feira para os riscos que uma
“nova guerra fria”, o negacionismo e o autoritarismo representam para as
democracias, durante uma cimeira com o primeiro-ministro japonês, Shigeru
Ishiba, em Tóquio.
Luiz Inácio Lula da Silva abordou assim o contexto global marcado
pelas tensões entre Estados Unidos e China e pelas ameaças ao multilateralismo,
como parte de sua visita de Estado ao Japão.
“Este
é um ano muito importante para o Brasil reafirmar uma nova parceria estratégica
com o Japão”, disse o Presidente brasileiro, acrescentando que
este é “um momento histórico” porque “a democracia está em risco” no mundo todo.
Lula da Silva destacou especificamente o proteccionismo, “que volta a ser tema de debate em alguns
países importantes (…), a nova guerra
fria entre Estados Unidos e China (…), a imposição do negacionismo” e com “o multilateralismo perdendo espaço diante do
autoritarismo”.
O chefe de Estado brasileiro também
repetiu, em declarações a jornalistas, que 2025 “será um ano chave
para o multilateralismo” e que o Brasil está a convocar todos os líderes
mundiais a participar da 30.ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do
Clima (COP30) contra a mudança de clima.
“O primeiro-ministro e eu concordamos
que a sustentabilidade, a paz e a democracia são essenciais para o futuro do
planeta. O extremismo, o discurso de ódio e as notícias falsas solapam
instituições e fomentam a intolerância”, disse.
O
Presidente brasileiro também enfatizou a importância da colaboração
entre Japão e Brasil na promoção da democracia, bem como do multilateralismo e do livre comércio, que
oferecem “a maior oportunidade de parceria entre países e desenvolvimento
mútuo”.
Referindo-se ao conflito na Ucrânia, Lula da Silva lembrou que a Europa era uma
parte do mundo tranquila, mas, depois da guerra da Ucrânia, o continente voltou
a preparar-se para comprar armas e fazer investimentos em armamentos.
Sobre Gaza, afirmou que seu país observa com “com
muita seriedade o fim do cessar-fogo na Faixa de Gaza, onde muitas pessoas já
foram mortas“, lembrando, com “tristeza”, a morte de um brasileiro numa prisão
em Israel.
Durante um encontro no Palácio Akasaka,
em Tóquio, Lula da Silva e Ishiba discutiram
um plano de acção que visa fortalecer diversas áreas de cooperação bilateral,
incluindo segurança e investimentos.
O governo brasileiro informou que o
encontro resultou na assinatura de dez acordos e 80 instrumentos de cooperação entre
as duas nações e na decisão de que os chefes de Estado dos dois países farão
visitas recíprocas a cada dois anos.
Lula da Silva viajou ao Japão
acompanhado de uma grande delegação, incluindo 11 ministros e os
presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara dos Deputados, Hugo Motta.
O chefe de Estado brasileiro encerra a
sua visita de Estado ao Japão na quinta-feira, antes de seguir para o
Vietname.
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COMENTÁRIOS (de 9)
Anastácio Jorge: Tem razão … mas também tem responsabilidade nisso.
Rafael Valverde: Este palhaço enche a boca com democracia, mas está
ocupado em a esmagar no Brasil com a ajuda do comissário Moraes.
António Soares: Lugar de larápio é atrás das grades.
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