Não entendo muito bem a
argumentação – que me parece paradoxal - contida no texto infra, sobre o calor
estapafúrdio no Canadá, há alguns dias, perfeitamente aterrador, e as
justificações que aí se referem, que não atribuem tal fenómeno - único,
suponho, na história conhecida da zona norte da América - a alterações
climáticas, mas que acabam por conceder que o são, com o papel do Homem relevante
nessas alterações, como o comprova o tal “buraco do ozono” e seus efeitos de
estufa, cujo breve estudo a Internet me concedeu que transcrevesse, para provar
a tal responsabilidade humana nessas alterações – aliás do conhecimento geral.
Cataclismo será, esse fenómeno devastador, como o são os tsunamis, e os furacões e companhia. Mas esse calor excessivo numa zona reconhecidamente fria,
julgo que tem a ver com alteração do clima, e é, portanto, um fenómeno
climático que o Homem ajudou a construir, talvez para destruição do planeta.
Não, não se trata da mera questão do ovo e da galinha como
primeiro responsável. O homem também participa na questão do clima, tal como os
outros elementos naturais que se apontam, também é responsável pela omelete cada
vez mais esturricada.
A
onda de calor no Canadá é culpa das alterações climáticas? É difícil dizer —
mas condições para a tragédia vão tornar-se mais frequentes /premium
No Canadá e EUA várias centenas de
pessoas morreram devido a uma onda de calor com temperaturas recorde.
Alterações climáticas não têm a ligação directa, mas estão a criar condições
para que aconteça.
OBSERVADOR, 07
jul 2021, 20:152
Serão necessários vários meses para
se conhecer ao certo o número total de vítimas, mas a devastadora onda de calor
que nos últimos dias assolou a costa ocidental do Canadá e
dos Estados Unidos é já um dos acontecimentos climáticos
extremos mais mortíferos dos últimos tempos. As autoridades da província canadiana
da Columbia Britânica e dos estados norte-americanos de Washington e Oregon — os
três territórios mais afectados
pela onda de calor — estão a investigar mais de 800 mortes ocorridas nos
últimos dias, incluindo um número
anormalmente elevado de mortes súbitas, que se suspeita estarem associadas às
temperaturas recorde registadas na última semana.
Caberá agora aos cientistas que se
dedicam aos estudos da “atribuição”
climática investigar a fundo as causas da onda que levou a pequena vila
de Lytton a desaparecer no meio de um incêndio depois de registar 49,6ºC, a temperatura mais elevada alguma vez medida
no Canadá (estará na altura de rever a alcunha “Grande Norte Branco” com que o
país foi historicamente baptizado?), para que possamos perceber em que medida a onda de calor
foi um efeito das alterações climáticas. Contudo, numa fase preliminar, os
especialistas não têm dúvidas de que fenómenos extremos como a onda de calor do
Canadá — mas também os fatais incêndios de 2019/2020 na
Austrália, os incêndios de 2017 em Portugal ou as vagas de calor que têm afectado
a Europa nos últimos anos — se estão a tornar mais frequentes
porque as alterações climáticas estão a criar condições para que eles aconteçam
mais vezes do que achávamos possível.
O
climatologista Carlos da Câmara,
professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, sublinha
que é preciso ter em conta que não há uma, mas múltiplas razões para o
problema que agora se vive no Canadá. “É um conjunto de coisas pouco
frequentes”, explica ao Observador. “Quando um avião cai, nunca é apenas por uma razão. É por um conjunto
de razões raras, que se conjugam e fazem uma tragédia. Quando há apenas um
único extremo, a coisa é controlável”, acrescenta. No caso do Canadá, vários factores confluíram simultaneamente para um
cenário de catástrofe, especialmente uma “cúpula de calor” que se formou na região (um fenómeno que o Observadordescreveu aqui ao detalhe) e uma das maiores
secas da história da região.
“Qual é a probabilidade de uma
heat dome surgir associada a uma seca numa altura que
nem é a mais habitual? São coisas muito raras — a
‘cúpula de calor’ é rara, mas acontece —, que ocorrem simultaneamente”, explica Carlos da Câmara. “A primeira
coisa que é importante perceber é o que é o clima. O clima é um conceito subtil. É aquilo que fica da
meteorologia depois de nos abstrairmos dos estados do tempo que passaram. Nunca se
vai poder dizer que ‘este episódio específico foi do clima’. O clima
é um conjunto de coisas que só podemos ver indirectamente — e a primeira coisa
que se vê como assinatura do clima é a vegetação natural. Os estados do tempo
estão sempre a variar, mas dentro de toda a variabilidade, o que é que muda?
Isso é uma alteração climática.”
Então, “a cúpula do calor é um
efeito das alterações climáticas?”, pergunta Carlos
da Câmara. “Não o posso dizer. Não posso congelar um momento
do estado do tempo e dizer que é o clima”, responde, para logo alertar que
a mudança climática, neste caso, tem de se averiguar pela distribuição das
temperaturas ao longo das décadas e ver se “uma
coisa que antes ocorria uma vez a cada 100 agora ocorre cinco a cada 100”.
Uma análise publicada no The New York Times na
semana passada responde precisamente a essa questão. O jornal
observou o número de dias em que a temperatura média diária esteve 20 graus na
escala de Fahrenheit (cerca de 11ºC) acima da temperatura normal para
as cidades de Seattle e Portland, capitais dos estados de Washington e Oregon,
respectivamente, ao longo das últimas três décadas. Em ambas as
cidades, o número de dias extremamente
quentes tem vindo a aumentar: em 2021, ano que ainda vai a
meio, as duas já registaram três destes dias. Entre 1990 e 2000 não havia sido
registado nenhum dia nas mesmas condições. Entre 2000 e 2010 foi registado um
dia em Seattle e três em Portland. E entre 2010 e 2020 foram registados sete
dias assim em Seattle e também três em Portland. Isto significa que no primeiro ano desta nova
década já se antecipa um grande crescimento do número de dias extremamente
quentes naquelas cidades da costa oeste dos EUA.
Este ano, a temporada dos incêndios nos
Estados Unidos está a ser particularmente preocupante. O Presidente
norte-americano, Joe Biden, já veio dizer que o problema se está “a tornar num ciclo regular” e
que “está a piorar”. Até o estado norte-americano do Havai, que é um
dos lugares mais húmidos de todo o planeta,já está a enfrentar uma vaga de
incêndios sem precedentes.
“Esta
onda de calor é extraordinária, mas é improvável que seja a última”, disse ao The
New York Times a investigadora Erica
Fleishman, directora do Instituto de Investigação em Alterações Climáticas da Universidade
do Estado de Oregon. “Podemos dizer que as
condições climatéricas extremas estão a acontecer mais à medida que o clima
muda, e vão continuar a acontecer mais.” Ao mesmo jornal, a
climatologista assistente do estado norte-americano de Washington, Karin
Bumbaco, concordou: “É
seguro assumir, na minha perspectiva, que o aumento dos gases de efeito de
estufa tem pelo menos uma parte de culpa neste acontecimento”, afirmou. “Quando
temos um ponto de partida mais quente, quando ocorrem estes fenómenos extremos,
vai ficar mais quente na mesma medida.”
Na prática, sustenta Carlos da
Câmara,
as alterações climáticas não são directamente responsáveis pela onda
de calor no Canadá e nos EUA — ela é fruto de uma multiplicidade de factores
climáticos que se conjugaram para dar lugar a um momento trágico. Mas as
alterações climáticas são responsáveis por, a montante, tornar mais frequentes
os factores que podem conduzir a catástrofes como esta. “Há vários indicadores que
mostram que o mundo está a aquecer”, aponta o climatologista, para desfazer equívocos: “O mar está a
subir, as calotes polares estão a diminuir.” Além disso, continua Carlos
da Câmara, a Amazónia está a atravessar “a
maior seca de sempre” e, nos primeiros 15 anos do século XXI, já passou três
vezes por aquilo que foi considerado “a pior seca do século”. Ao mesmo
tempo, “a Austrália tem tido uma seca
tão prolongada que até houve uma epidemia de ratos, porque desapareceram os predadores — e, lá, os
incêndios foram aterradores”.
Embora cada um destes fenómenos não possa
ser individualmente atribuído às alterações climáticas — uma vez que se trata
de episódios pontuais —, o aumento da sua frequência ao longo dos últimos anos
é um sintoma de como as alterações climáticas estão a transformar o planeta num
lugar mais quente. Em consequência, torna-se mais provável que vários destes factores
ocorram em simultâneo e resultem em situações trágicas de grande intensidade,
como a onda de calor no Canadá. Na prática, “está-se
a alterar a distribuição normal” dos acontecimentos extremos: a
mudança climática não causa cada um dos fenómenos extremos, mas cria condições
para que eles sejam mais frequentes.
Portugal mais quente e mais seco
É aqui que entra em jogo a grande complexidade da nada certa ciência
da atribuição de responsabilidades às alterações climáticas. “Isto é muito fácil de negar”, assume
Carlos da Câmara, assinalando que os fenómenos climáticos extremos podem ser
explicados pela conjugação de um conjunto de factores. O problema surge quando
se tenta explicar a frequência crescente destes fenómenos. “Pergunto a quem nega se consegue arranjar um
modelo que, seguindo as leis da matemática e da física, sustente as
observações. Pode conseguir explicar um fenómeno, mas não consegue integrá-lo
dentro de um corpo formal e teórico.”
O climatologista recorre a um gráfico elaborado
pela NOAA (a agência governamental
norte-americana responsável pelos oceanos e atmosfera) com base no conhecimento
científico mais recente para explicar como a actividade humana tem tido um
papel no aumento da temperatura do planeta. O
gráfico compara dois modelos de previsão da variação da temperatura em relação
à média 1881-1920, um período tomado como a referência antes do século XX — um
deles que tem em conta os fenómenos naturais do planeta e outro que conjuga os
fenómenos naturais e a influência humana. Ambos
os modelos explicam as variações de temperatura até meados da década de 1950, mas
a partir daí só o modelo que inclui a influência humana consegue explicar as
temperaturas observadas no planeta.
▲A partir de meados da década de 1950, o
modelo baseado apenas na influência natural deixa de ser capaz de explicar o
aumento da temperatura do planeta (NOAA Climate.gov, adaptado de Kam et al.,
2016)
Com um planeta mais quente e mais
seco, estes fenómenos climáticos extremos só tendem a tornar-se mais frequentes
— e Portugal não está livre. “Comparo o Canadá com o 15 de outubro de 2017 em
Portugal”, explica Carlos da Câmara. “Teve uma circunstância que foi ter o
Ofélia, um ciclone tropical que normalmente não chegaria aqui, a que se junta
uma seca e os ventos extremamente fortes, mais as ignições provocadas por
humanos. Isso levou a uma tragédia. Foi um conjunto de coisas que não são
habituais, mais o ingrediente humano. É como a tal cúpula de calor do Canadá. É
rara, mas acontece. Tem lá uma espécie de bolha,
com ar a circular que não se renova, como numa panela, e com altas pressões por
cima a comprimir o ar. Isso é chato, mas juntou-se uma coisa chatérrima: uma
seca antes. Juntam-se as duas coisas e tem-se um aquecimento
numa zona com pouca água. E chegamos a temperaturas de 49 graus. Este género de
eventos vão ser muitíssimo mais frequentes. Não digo habituais. Em vez de uma
vez a cada 100 anos, são duas ou três vezes a cada 100 anos.”
Com efeito, já há estudos que comprovam
este aumento de frequência. Uma investigação publicada em 2020 na revista da Academia
Nacional das Ciências dos EUA concluiu que a probabilidade de ocorrência de ciclones tropicais que originem
tempestades de categoria acima de 3 tem vindo a aumentar a um ritmo de 8% por
década devido às alterações climáticas.
É verdade que, embora menos raros, estes
fenómenos vão continuar a ser a excepção — mas “são os extremos que afectam as
pessoas”, continua o climatologista português. “Os
desgraçados de Lytton tinham o recorde de temperaturas e, no dia seguinte,
ardeu tudo. O problema nas alterações climáticas, como quando se diz que o
nível do mar vai subir um metro até ao final do século, não é a média. São os
extremos.”
No caso português, é certo que os
incêndios de junho e outubro de 2017 em Portugal, que mataram mais de uma
centena de pessoas, resultam de uma confluência de vários factores — mas também
se enquadram no contexto de um país cada vez mais quente.
Carlos da Câmara chama a atenção para um
estudo recente realizado por investigadores portugueses sobre o
aquecimento global na Península Ibérica. Na prática, os cientistas olharam para
o período entre 1901 e 2016 para observar os períodos de maior seca e os
períodos de maior humidade ao longo do último século. Os resultados são
reveladores do percurso que a península tem feito no que toca às condições do
clima: dos 24 períodos de seca mais intensos, 17 verificaram-se depois de 1992;
já no que toca aos 24 períodos de maior humidade, só dois ocorreram nos últimos
trinta anos. Mesmo que, em cada momento, as condições do tempo se expliquem
por um conjunto de factores, as alterações climáticas estão a transformar
Portugal num país mais quente e mais seco. Em maio, numa
entrevista ao Observador, a escritora Isabel Lindim, autora do livr
Portugal, Ano 2071, traçava um
cenário concreto do país dentro de
50 anos praticamente
sem praias e com temperaturas a atingir rotineiramente os 50ºC em lugares como
Beja.
▲ Esq.: dos 24 períodos de seca mais intensos, 17
verificaram-se depois de 1992; dir.: dos 24 períodos de maior humidade, dois
ocorreram nos últimos 30 anos. (Margarida L. R. Liberato et al., 2020)
Um
planeta mais quente e mais seco vai ser palco de um número cada vez maior de
episódios climáticos extremos, com potencial para causar danos consideráveis
nas povoações humanas e para provocar vítimas. Assim,
defende Carlos da Câmara, a prioridade deve ser a adaptação: uma
vez que é inevitável que aumente a frequência das ondas de calor mortais, dos
incêndios ou das grandes tempestades, impera que as sociedades sejam capazes de
se adaptar à nova realidade. “É preciso acreditar na ciência e conhecer os
vários cenários para os podermos preparar. Mais do que a mitigação, é preciso
adaptação. Vamos ter de aprender a viver num mundo em que o clima não vai ser
simpático em algumas zonas. Em Portugal podemos ficar tipo Marrocos.”
A
mensagem, porém, não passa sempre com o mesmo grau de eficácia — e isso deve-se
ao próprio fenómeno: “Se isto fosse periódico, as pessoas acreditavam mais
facilmente, pensavam ‘vem aí o calor’. Mas são fenómenos vacilantes. Como um bêbado que vai numa direcção, mas dá
três passos para a direita, dois à esquerda, um atrás. Mas tem
uma direcção. Nós estamos a ir para pior, mas há momentos mais curtos em que
parece que vamos para melhor.”
Resignado, o climatologista encontra esperança nas palavras do físico alemão Max Planck, o pai da física quântica, galardoado em
1918 com o Nobel da Física: “Uma
nova verdade científica não triunfa porque os seus oponentes ficam convencidos
e veem a luz, mas porque os seus oponentes acabam por morrer e aparece uma nova
geração familiarizada com ela.”
CANADÁ AMÉRICA MUNDO ALTERAÇÕES
CLIMÁTICAS CLIMA AMBIENTE CIÊNCIA
COMENTÁRIOS:
Anarquista Coroado:
A culpa é do Trump, e das alterações climáticas.
BatteringRam EU: Aqui está a rotineira campanha global e mentirosa que
tenta justificar o aumento de impostos, taxas e tarifas ao mesmo tempo que
tenta convencer o Homem que
é o responsável por vulgares "alterações" climáticas que sempre
existiram.
Cucurucucu
NOTAS DE APOIO
DA INTERNET:
Alterações Climáticas e Buraco do Ozono
OuvirReadSpeaker webReader: OuvirFocus
O efeito de estufa é um
fenómeno que ocorre naturalmente na atmosfera. Neste mecanismo estão envolvidos
gases que permitem que a luz do sol penetre na superfície terrestre, mas que
impedem que a radiação e o calor voltem ao espaço, mantendo assim um nível de
aquecimento óptimo para a manutenção da vida.
O problema em causa é que as actividades
humanas estão a lançar um excesso de gases poluentes, levando ao
sobreaquecimento da baixa atmosfera, como o nome diz do tipo “estufa”. Os
principais gases de efeito de estufa são o dióxido de carbono (CO2), metano (CH4),
clorofluorcarbonetos (CFCs) e outros halocarbonetos, o ozono (O3) e o óxido nitroso (N2O).
O aumento exponencial do uso de
combustíveis fósseis (ex: petróleo e derivados), associado à desflorestação,
nomeadamente, por incêndios florestais (sendo as árvores naturais consumidoras
de dióxido de carbono) constituem as principais causas do agravamento do efeito
de estufa.
Registaram-se nos últimos anos aumentos da
concentração atmosférica de dióxido de carbono (CO2),
numa amplitude que ultrapassa as oscilações do último milhar de anos. Por
exemplo, num dia típico, adicionamos 78 milhões de toneladas de CO2 à atmosfera.
Ora,
o aumento da concentração dos gases do efeito de estufa poderá ter como reflexo
o aumento da temperatura do ar. A preocupação a nível mundial acentua-se cada
vez mais, pois um aquecimento da temperatura ao nível do solo pode provocar alterações
climáticas em todo o mundo.
As
mudanças climáticas são a maior ameaça ambiental do século XXI, com
consequências profundas e transversais a várias áreas da sociedade: económica,
social e ambiental.
Todos
nós, sem excepção, estamos a ser afectados por esta questão: cidadãos comuns,
empresas, governos, economias e, mais importante de todos, a natureza.
Mudanças
climáticas sempre foram registadas ao longo dos milhares de anos que o planeta
Terra tem. O problema prende-se com o facto de, no último século, o ritmo entre
estas variações climáticas ter sofrido uma forte aceleração e a tendência é que
tome proporções ainda mais caóticas se não forem tomadas medidas.
A
ocorrência de ondas de calor e secas são fenómenos cada vez mais frequentes, e
as consequentes perdas agrícolas representam uma ameaça real para as economias
mundiais.
No
cerne destas mudanças estão os chamados gases de efeito estufa, cujas emissões
têm sofrido um aumento acentuado. O CO2 (dióxido de
carbono) é o principal gás negativo desses designados de efeito
estufa, e são consequência directa do
uso/queima de combustíveis fósseis como o carbono, o petróleo e o gás com fins
de produção energética.
É, por isso, imprescindível reduzir as
emissões deste tipo de gases. Como? Eliminando, progressivamente,
o uso massivo dos combustíveis fósseis, substituindo-os pelas energias
renováveis, fomentando a poupança de energia e eficiência energética.
A actividade humana foi
apontada, em 2007, por cientistas especializados nesta área e reunidos sob o Painel
Intergovernamental de Alterações Climáticas, como sendo a principal causa destas mudanças do clima.
Ao mantermos uma atitude inerte e apática
perante esta questão, corremos o risco de sermos expostos a eventos climáticos
extremos e imprevisíveis (como os que têm vindo a ser noticiados nos últimos
tempos) e com efeitos nefastos para todo o mundo!
A temperatura, no
século passado, registou um acréscimo de 0,76ºC. A previsão é que no presente
suba entre 1,1 a 6,4ºC, dependendo das medidas mitigadoras que sejam encetadas.
Este incremento da temperatura média tida
como normal em mais 2ºC pode induzir respostas céleres, imprevistas e
não-lineares que podem desencadear danos irreversíveis nos ecossistemas
terrestres.
Como consequências das alterações climáticas,
podem acontecer modificações mais ou menos profundas no regime das
precipitações e no ciclo natural da água, bem como a fusão dos gelos das
grandes calotes polares, o que provocará profundas alterações na fauna e na
flora e a elevação ao nível dos oceanos. Face a este
desequilibro e no âmbito das Nações Unidas, vários países decidiram adoptar a Convenção-Quadro sobre Alterações Climáticas e o Protocolo de Quioto……………
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