A primeira, de Helena Garrido, complementada pelo sintético e
expressivo relato do que foi passando, sem permitir esperança em qualquer
mudança - este último, pelo comentador Carlos Quartel, sobre o Governo e os diversos possíveis
pretendentes – que nunca serão solução.
Carlos Quartel: A mesquinhez e a falta de
escrúpulos não são exclusivo de Costa e do PS. Em realidade necessitamos uma
lanterna muito potente para descobrirmos um político que ponha os interesses do
país acima dos seus próprios. Após a
vergonhosa geringonça, havia que reunir esforços, no sentido de corrigir o
entorse, pondo a tónica no engano ao eleitorado que viu o vencedor das eleições
afastado por uma manobra de baixa política. Seria uma tarefa diária, de
esclarecimento permanente e todos os democratas deveriam ter-se dedicado a ela. Mas não, Cristas rompeu a frente por
vaidade pessoal, candidatando-se a Lisboa e , no caminho, destruindo o CDS. Santana recusou
candidatar-se, deixando o PSD sem possibilidade de apresentar uma candidatura
forte. Para consolidar o disparate
PSD elege Rio, um autarca sem visão nacional, mais interessado em regionalização
do que em futuro nacional. O seu objectivo é ser vice-rei
do Norte, não PM de Portugal.
Quanto tendemos a chamar imbecis aos portugueses, há
que lhes dar desculpa. Com estes dirigentes que povo é que resiste ??
Um Governo mais frágil com Costa menos popular/premium
O debate do Estado da Nação fecha um dos piores anos desde 2015 de
Costa. Somam-se os casos e as políticas controversas, amplia-se a captura do
Estado. A esperança do Governo é o dinheiro de Bruxelas.
HELENA GARRIDO
OBSERVADOR, 19 jul
2021
O primeiro-ministro encerra esta
semana a sessão legislativa no debate do Estado da Nação com razões para estar
menos optimista do que há um ano.
De acordo com a sondagem da Aximage para a TSF e JN, apenas 41% dos inquiridos
dão ao primeiro ministro a nota de Bom ou Muito Bom, quando há um ano eram 63%, colocando-se até à frente do
Presidente da República. Marcelo Rebelo de Sousa também está menos popular, mas
ainda mantém o Bom e Muito Bom da maioria dos inquiridos. A única
boa notícia é a aprovação do Plano de Resiliência e Recuperação.
O
ano foi especialmente difícil, até mais do que se podia prever há um ano,
quando partimos confiantes para férias. Há, no que se passou, muita
responsabilidade do Governo, quer na gestão da pandemia quer nos comportamentos
cada vez mais frequentes de arrogância no exercício do poder e controlo do
aparelho do Estado. A evolução
da economia também não tem ajudado, com o Verão turístico a dar sinais que pode
estar mais perdido do que no ano passado – e com razões para se olhar para o
Governo como o principal responsável, tudo por causa do futebol.
O Banco de Portugal melhorou as suas
perspectivas de crescimento da economia em 2021 de Março para Junho,
passando de uma projecção de 3,9% para 4,8%. Mas quando olhamos para a avaliação
que fazia em Dezembro de 2020, o
retrato da actual situação assemelha-se mais ao que descrevia como “cenário
adverso”. Tudo indica,
como também diz o banco central, que a recuperação será muito rápida, assim que
as restrições forem levantadas e o horizonte seja visto como menos nublado. O
passado recente tem de ter criado mais desconfiança nos empresários, já que vivemos
autênticos tempos de carrossel, tira e põe restrições com três ou quatro dias
para as empresas, especialmente os restaurantes, se adaptarem.
Além
dessa instabilidade quase semanal das medidas de confina/desconfina, há
sequelas da crise e, nalguns casos, a ausência de soluções, que têm criado
igualmente instabilidade. Veja-se o caso da greve da Groundforce, um problema
que se arrasta sem uma solução que estabilize a empresa e, com ela, a
actividade da TAP.
O horizonte político também está
recheado de incertezas. A
probabilidade de o Orçamento do Estado para 2022 ser aprovado é elevada, mas
neste momento a confiança tem de ser inferior à de há um ano. Em Julho de 2020,
quando o primeiro-ministro esteve no Parlamento a falar sobre o Estado da
Nação, tínhamos em cima da mesa ainda a expectativa de o BE estar na
carruagem. Mas o Bloco saltou e, embora se prossiga com o discurso das
negociações, hoje parece altamente provável que o Governo só pode contar com o
PCP e o PAN para viabilizar as contas de 2022.
O
resultado do PCP nas eleições autárquicas parecem assim importantes, se não
determinantes, para a posição que os comunistas vão ter no Orçamento. Em 2017, o PCP perdeu 10 câmaras, nove
das quais para o PS. António Costa foi muito prudente na altura,
enquanto grande vencedor, e os socialistas em geral concentraram a atenção na derrota também significativa
do PSD. A história pode repetir-se no PCP e no PSD? O PCP tem apostado forte na recuperação de algumas
câmaras, por exemplo, de Almada. O que fará se não conseguir recuperar nenhuma
das autarquias pedidas? O mais provável é que continue a apoiar António Costa,
mas quererá mudar seriamente, pelo menos, a lei laboral, alteração que o
Governo terá de conciliar com a vigilância de Bruxelas, por causa do PRR.
A quebra de enamoramento dos eleitores
por António Costa pode também ser importante, se considerarmos que isso pode
ter explicado a fuga do BE há um ano. O
primeiro-ministro vai de férias menos popular e com a maioria dos inquiridos (81%) pelo barómetro da Aximage a
dizerem que se deve avançar com uma remodelação do Governo. É ainda
interessante verificar que os quatro ministros apontados, Eduardo Cabrita,
Marta Temido, Tiago Brandão Rodrigues e Francisca Van Dunen, têm concentrado as
principais controvérsias. Pedro Nuno
Santos, que tem enfrentado sérios problemas com a reestruturação da TAP e que
protagonizou a controversa nomeação de Ana Paula Vitorino para a Autoridade da
Mobilidade dos Transportes não aparece entre os primeiros.
É sempre difícil perceber o que leva
os cidadãos a zangarem-se com quem os governa, mas os episódios recentes podem
dar algumas pistas de explicação. Uma das mais importantes é sem dúvida a
errática gestão da pandemia nestes últimos tempos, com inevitáveis custos para
quem está na restauração e no alojamento, para não falar na cultura.
Entre
os governantes, primeiro o ministro da Administração Interna Eduardo Cabrita
que soma sucessivas controvérsias, revelando uma enorme
incapacidade de enfrentar e gerir os problemas que enfrenta. O atropelamento
mortal na A6 revelou uma personalidade auto-centrada e com grandes dificuldades
de gerir o seu sofrimento pensando no sofrimento do outro. Quando falou pela
primeira vez no assunto, acabou por falar mais de si do que na família que
estava em sofrimento. Exagerando, para melhor se compreender, imagine-se apenas
um país em guerra em que o seu governo fala do sofrimento que tem em vez de
falar do sofrimento dos que perdem familiares.
Marta
Temido mostrou ao longo da gestão da pandemia uma arrogância
e uma incapacidade de trabalhar com todo o sistema de saúde que é muito difícil
de racionalizar. Sim, teve um desafio muito difícil, único mesmo. Mas revelou
também enorme dificuldade em aceitar as criticas, o que aliás se pode
generalizar ao PS, sempre pronto para dizer que nada se pode criticar.
Tiago
Brandão Rodrigues foi
incapaz de operacionalizar a resposta das escolas à pandemia, nomeadamente com
a disponibilização de computadores, e tem vindo a ser o rosto dos resultados menos bons do PISA,
que pioraram na leitura e Ciências e estagnaram na Matemática, com perspectivas
de se degradarem ainda mais. E Francisca
Van Dunem é o rosto
da inacção, a par da controvérsia em torno da nomeação para procurador europeu.
Numa
altura em que o Governo caminha para metade do seu mandato, além das
controvérsias, de políticas que se revelam negativas como na Educação, ou da
inacção, como na Justiça, ou ainda de problemas que se arrastam como o da TAP,
aquilo a que assistimos de igualmente grave é à captura do Estado
pelo PS. O mais recente caso foi o da nomeação
de Ana Paula Vitorino para o regulador dos transportes, com a socialista,
deputada do PS e ex-governante a ir ao ponto de sugerir alterações ao relatório parlamentar sobre a
sua nomeação. Consegue-se sempre imaginar outras atitudes possíveis
que nos levam a a crer que estamos perante os novos Donos Disto Tudo, mas é
difícil.
A captura dos supervisores e
reguladores é um problema que parece merecer a indiferença dos eleitores, mas
que a prazo nos pode custar caro, deixando o Governo livre para adoptar medidas
com custos no crescimento. A recente polémica sobre os combustíveis, em que
Governo e petrolíferas trocam acusações, é também extraordinária pelo silêncio
da ERSE – Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos e da Autoridade da
Concorrência. Quem apoiou o Governo foi a ENSE, uma empresa do Estado.
Finalmente
neste confronto com o ano passado, temos hoje uma relação entre o Presidente e
o primeiro-ministro que, no mínimo, poderemos dizer que já viu melhores dias.
Quando
esta semana o primeiro-ministro entrar no Parlamento para o debate do Estado da
Nação encerra talvez o pior ano desde que em 2015 assumiu a liderança do
Governo. A única boa notícia que tem (e temos) é a aprovação do Plano de
Resiliência e Recuperação que lhe pode criar a expectativa de que melhores dias
virão. Os portugueses parecem ter começado a não acreditar, mesmo descrendo
igualmente na oposição. Hoje estamos perante um Governo mais fragilizado e
um primeiro-ministro menos popular, que o dinheiro de Bruxelas poderá
eventualmente salvar.
COMENTÁRIOS:
Joaquim Moreira: Não deixa de
ser relevante, que depois desta análise muito interessante, Helena Garrido, só
uma vez tenha falado no partido da oposição, nesta frase e nesta questão: António
Costa foi muito prudente na altura, enquanto grande vencedor, e os socialistas
em geral concentraram a atenção na derrota também significativa do PSD. A
história pode repetir-se no PCP e no PSD? Que confirma o que disse antes e que
aqui facilmente se vê! Na verdade, fala-se muito pouco sobre o que o partido do
líder da oposição, está, desde 2017, a fazer para mudar toda esta situação. E o
caso mais evidente, é o que está a ser preparado para que a economia nacional,
cresça duma forma consistente e não habitual. E que, pelos vistos, continua a
ser desconhecida, não só pela elite nacional, como por toda a CS. O que não é
nada normal! Harry
Dean Stanton: “…tudo por causa do futebol.” Uma
tirada que diz muito do facciosismo impregnado na coluna de opinião toda. No
início do ano também foi tudo por causa do futebol? E no RU? Anarquista Inconformado: Esta senhora é economista, por
onde andava ela nos idos de 1983? Ao serviço da oligarquia corrupta e cleptocrata dona
dos partidos do arco da governação, não viu nada nem fez nada para denunciar o
saque a que submeteram a nação. E agora profetiza uma desgraça e o fim da democracia?
Poupe-nos, já vimos esse filme. bento guerra > Anarquista Inconformado: As verdades incomodam mesmo “este"
anarquista". Parece o Baldaia Anarquista Inconformado > bento guerra: Por onde andavas em 1983, qual o amo que servias? Democracia,
fazes ideia do que é? Não sabes, nem nunca irás compreender o que é. João Diogo: Esta senhora é economista ,
devia primeiro ver a entrevista do economista Ricardo Reis , em que ele afirma
que o PRR não é nenhuma panaceia para os problemas do país, já que os mesmos
são estruturais e duram a décadas. Luisa Falcão: Portugueses, ouviram a Grande Entrevista com o
economista Ricardo Reis? Altíssima qualidade. A não perder, na RTP 3. Paulo Loureiro: A popularidade de Fidel Castro
foi de tal ordem que até o presidente Marcelo o foi visitar. Como foi a de Hugo
Chávez até à sua morte. Pena foi terem liquidado os seus países. Júlio Pinheiro: ainda engana 41%? advoga diabo: Sente-se esta gente a salivar
se uma sondagem indicia algo mais negativo para o Governo! Claro que o facto de
estar a acontecer o mesmo a todos os Executivos mundo fora, fruto do terrível
desgaste provocado pela pandemia, não interessa nada. Patético. João
Alves > advoga diabo: Deixe-se de falácias e enumere os governos que refere
genericamente. Antonio Alvim: Em Portugal os ciclos de popularidade duram 6 anos...
Em Janeiro de
2022 o PSD tem que se preparar para assumir e liderar uma Alternativa Social
Reformista.. L CM:
A sorte do Costa
é que o PS(D) deixou de ser oposição, confundindo-se com o PS...a sensação
generalizada é que votar PS ou PS(D) vai dar ao mesmo, não existe uma
estratégia alternativa para o país...tristeza! Vando Andrade > L CM:
Rio é medíocre, mas qualquer
outro líder do PSD por mais competente que seja (não é difícil fazer melhor que
o Rio) será imediatamente trucidado e silenciado pela comunicação social do
regime, nem chegará a ter qualquer hipótese. Costa atingiu um nível de poder
inédito no pós-1974, nem Sócrates alguma vez teve tanto poder. O Costa manter o
Cabrita contra a opinião generalizada (até de muitos no próprio PS) é a forma de
ele dizer que é o novo DDT de Portugal e que o seu governo está acima da lei e
da ética. Por isso Costa é como Vieira, é vitalício e só poderá cair empurrado
pela justiça. Mas por algum motivo mandaram embora a anterior PGR. Costa
está-se nas tintas para a popularidade. Ele sabe que enquanto controlar Belém,
BE, PCP, sindicatos, banco de Portugal e outros reguladores, banco de fomento e
bazuca, ministério público e maioria da comunicação social... nunca irá perder
o poder. Se juntarmos a já aprovada censura digital, as anunciadas restrições
às manifestações e o novo voto electrónico vemos que Costa tem o poder
garantido por décadas. voando sobre um ninho de cucos > Vando Andrade: Credo! Que futuro tão negro...... Pedro Pedreiro > voando sobre um ninho de cucos: Não é futuro, é presente. Vando Andrade > voando sobre um ninho de cucos: Basta olhar para países que
outrora foram democracias e onde foi aplicado o mesmo regime de asfixia
democrática à boa moda socialista totalitária, a começar pela Venezuela... As
eleições tornam-se meras formalidades. voando
sobre um ninho de cucos > Pedro Pedreiro: Tudo bem Pedro, as coisas estão
uma tristeza mas eu ainda tenho a esperança de 2023. O comentário do Vando, se
bem que tenha razão de ser, acaba-me com as ilusões. voando sobre um ninho de cucos
> Vando Andrade: Eu tenho esperança em 2023. Vamos ver! Vando Andrade > voando sobre um ninho de cucos: O futuro para muitos
portugueses é emigrar (em massa). O futuro dos jovens aqui passa por baixos
salários, impostos cada vez mais altos, serviços públicos de miséria, uma
dívida pública impagável, fim da democracia... Convenhamos que isto não é vida
para ninguém. Por isso nos países falidos e sem democracia a emigração é tão
elevada. voando sobre um ninho de cucos > Vando Andrade: Sem dúvida. Todos os jovens do tempo do meu filho,
estão fora. Acho que sobrou um. Ficou viúvo e não se vai embora porque precisa
do apoio familiar para criar a filha. Carlos Quartel: A mesquinhez e a falta de escrúpulos não são exclusivo de Costa e do PS. Em
realidade necessitamos uma lanterna muito potente para descobrirmos um político
que ponha os interesses do país acima dos seus próprios. Após a vergonhosa geringonça, havia que reunir esforços, no
sentido de corrigir o entorse, pondo a tónica no engano ao eleitorado que viu o
vencedor das eleições afastado por uma manobra de baixa política. Seria uma
tarefa diária, de esclarecimento permanente e todos os democratas deveriam
ter-se dedicado a ela. Mas não, Cristas rompeu a
frente por vaidade pessoal, candidatando-se a Lisboa e , no caminho, destruindo
o CDS. Santana recusou candidatar-se, deixando o PSD sem possibilidade de
apresentar uma candidatura forte. Para consolidar o disparate PSD elege Rio, um
autarca sem visão nacional, mais interessado em regionalização do que em futuro
nacional. O seu objectivo é ser vice-rei do Norte, não PM de Portugal.
Quanto tendemos
a chamar imbecis aos portugueses, há que lhes dar desculpa. Com estes
dirigentes que povo é que resiste ??
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