sexta-feira, 30 de julho de 2021

Evocando VPV


Uma excelente análise sobre Vasco Pulido Valente, por David Martelo, apoiado na longa entrevista – por este referida no blog “A BIGORNA”, (Viagem a outro Vasco.pdf (67617)cujo registo formaria o livro de João Céu e Silva, como aponta. http://www.a-bigorna.pt

Altura para recordar Vasco Pulido Valente, um “bravo” original e caprichoso, que nessa entrevista se debruça sobre temas das suas afeições políticas, com um saber menos de historiador que de académico, sem grande escrúpulo pela verdade histórica, mas segundo uma visão subjectiva, extravasando o seu saber e o seu humor com a parcialidade, talvez, de uma inteligência impaciente por se julgar superior, que a cada passo impõe – se bem me lembro também – o ferrete tantas vezes sardónico do seu ponto de vista de intelectual navegando entre a informação séria e a altivez desprezativa, proveniente, talvez, de uma formação de superior calibre, em Oxford.

David Martelo considera a inverdade das opiniões do historiador VPV nos temas abordados – morte “acidental” (não “atentado”) de Sá Carneiro, a situação do Exército apoiado em armas obsoletas, e de uma progressão na carreira estacionária, (o que levaria Marcello Caetano a promover as tropas milicianas, - com escândalo para os oficiais de carreira – para liderar as companhias nas guerras de África - medida propícia a revolta que levou ao fim do regime), a visão miserabilista de Salazar sobre a economia nacional, num país com apenas as universidades de Coimbra e de Lisboa…

E ironiza sobre essas verdades não fidedignas, ditadas com displicência – não de verdadeiro historiador, mas de “académico” amador de álcool, facilmente desconcertante, apesar da elegância da sua escrita incisiva e sóbria, que se recorda com saudade.

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