sexta-feira, 16 de julho de 2021

Não é exagero

 

Não é exagero

É uma triste síntese, feita por uma Mulher de coragem e suficiente saber para servir de exemplo a quem embarca nos mesmos sentimentos de vergonha, mau grado a troça que isso possa inspirar, daqueles a quem serve a carapuça.

Exagero?/premium

Talvez a principal característica do extraordinário sistema de vida que os socialistas impuseram ao país seja afinal este permanente e humilhante “pôr e dispor” dos Portugueses.

MARIA JOÃO AVILLEZ

OBSERVADOR, 15 jul 2021

1.Vivemos o tempo da indecência. Foi semeado há mais lonjura do que se pensa, deu-se bem com o solo, cresceu, amadureceu, deu fruto. Frutos. O país espantou-se que eles sejam tão tentaculares e venenosos, não tinha dado pela péssima qualidade das sementes. Ouvira apenas uns “dizeres” aqui e acolá, mas foi andando, por entre temores e rumores sobre a invulgarmente nefasta natureza da sementeira. Alguns dos vinhateiros continuam hoje de roda do mesmo solo, fertilizando a indecência com felicidade, a safra tem trazido fartura, quem sabe prometendo mais em próximas colheitas. O fim pode não estar próximo.

2. Não se sabe se um dia o solo ainda será arável nas mãos de novos semeadores, sabe-se que não parece haver pressa em procurá-los. Ou sequer de descobrir fornecedores de boa semente. Vai-se esperando, que é coisa que muito se pratica por cá. Ou desiste-se e há quem escolha fazer de conta. Pessoalmente, detesto qualquer uma das três coisas por definirem uma forma de ser e consequentemente de estar, que normalmente desagua em águas chilras. Não espero para me indignar nem desisto de perguntar e felizmente, não estou sozinha na perplexidade envergonhada que tudo isto causa: todos os dias abrimos mais folhas no leque das perguntas cuja ausência de resposta humilha qualquer português. Por exemplo: perguntar pela razão da precipitada escolha de alguém com desigual reputação para liderar o Banco de Fomento (pelo qual, ainda por cima, se esperava há quase quatro anos e agora, com tal atrapalhada marcha-atrás se irá esperar mais); pela desenvoltura leve com que o Primeiro-Ministro e o presidente da Câmara se descartaram do incómodo dos seus publicitados apoios políticos a personagens de pouca recomendação moral; pela desenvoltura ainda mais leve com que se continua a “contratar” na administração pública, substituindo o mérito pela filiação partidária; pela ora desnorteada, ora confusa, ora contraditória condução da 4ªvaga da pandemia, fazendo de milhares de portugueses uma massa de reféns atemorizados ou uma horda de desobedientes civis; perguntar pela enésima vez pela versão “verdadeira” do acidente mortal com o carro oficial do ministro Cabrita; e pela enésima milionésima, pelo relatório do Sporting; pelo “ponto de situação” da “sale histoire” da escolha político-partidária do Procurador Europeu, feita contra todas as regras ao serviço das quais está; pelo destino final da Carta Portuguesa de Direitos Humanos na Era Digital, travestida de escudo protector contra a desinformação e a “falsidade” noticiosa, iniciativa que apesar de já contestada deveria ter sido levada muito mais a sério pelas suas perigosas consequências; perguntar pela reiterada atitude ditatorial praticada numa escola pública de Famalicão sobre dois irmãos, excelentes alunos dessa instituição (?) de ensino(?), porque não frequentaram uma disciplina abusiva e distorcidamente confundida com “Cidadania” e lesando assim, pela segunda vez (!), os seus respectivos anos lectivos; e, já agora, perguntar também pelo paradeiro de centenas de computadores convictamente prometidos pelo –inclassificável? – titular da Educação para a rede pública de ensino e nunca chegados ao destino, na alta quantidade propagandisticamente anunciada pelo ministro. E etc., que isto envergonha (que é o que acontece quando os governantes desrespeitam assim os governados).

3. Talvez a principal característica do extraordinário sistema de vida que os socialistas impuseram ao país seja afinal este humilhante “pôr e dispor” dos Portugueses, não lhes dando explicações sobre quase nada, decidindo, nomeando, escolhendo, sem a chatice de prestar de contas, ou prestando-as deficientemente, porque há sempre o salvíficio – para eles – biombo da impunidade. Perante isto, resta-nos a desconfiança como método enquanto se aguarda melhor sementeira. E não é só por ancestralmente trazermos a desconfiança nos genes que agora desconfiamos, não. É porque a isso nos impelem as decisões e actuações políticas do império socialista.

4. Dir-se-á que exagero, que não voto à esquerda, que só vejo defeitos, que. Isso seria confundir as coisas: é que mesmo podendo não parecer aos mais distraídos, eu estava a falar do país através da impressão digital que este socialismo lá deixa. Deus o leve para longe.

P.S.: Pequena nota adicional sobre o cidadão Eduardo Cabrita, ainda ministro. E sabem porquê ainda ministro? Porque faz um arranjão. Foi um bilhete premiado que saiu a António Costa & pares: Cabrita é um bombo da festa com a incumbência de distrair. Distrai da indiferença desarmante com que o Primeiro-Ministro ou privilegia ou distingue gente que o mundo sabe que não são flores que se cheirem; distrai da gravíssima questão da entrega de dados pessoais a embaixadas estrangeiras que para o presidente da Câmara permanece – para sempre? – um caso “administrativo” e não político; distrai das trapalhadas no lidar com a pandemia. Distrai do Verão atabalhoado e incerto que vamos ter; do lancinante Verão que (nao) terá restaurantes, hotéis, e tutti quanti, ora obrigados a serem elásticos nos estonteantes horários a que quase sem pré-aviso os sujeitam, ora impelidos a serem “enfermeiros” dos seus clientes.

Um bombo que é de borla, ainda para mais. Quem ousaria dispensá-lo?

 

POLÍTICA  ANTÓNIO COSTA  FERNANDO MEDINA  MINISTÉRIO ADMINISTRAÇÃO INTERNA  SOCIALISMO  PS  JUSTIÇA

COMENTÁRIOS:

Anarquista Inconformado: Exagero? Apenas manipulação panfletária de uma servidora da direita antidemocrática e anti social, apenas uma PPD que de Social Democrática só tem a máscara.         Jal Morgado: Artigo interessante!           carlos Heitor: Triste sina de viver num país de adormecido que gosta da música de um gangue sectário         Luís Martins: Aqueles que costumavam passar férias em Cuba já não têm nenhuma razão para ir. Cuba é aqui!            Joaquim Moreira: Esta sua “pequena nota adicional”, diz tudo sobre o que se passa em Portugal. Em que, pior que o socialismo, é esta simplificação, da realidade da actual situação. Na verdade, é sintomático, atribuir ao “cidadão Eduardo Cabrita” tanta responsabilidade! Ao ponto de ser considerado, o “bombo da festa” dum personagem sem qualquer idoneidade. A quem diz que, este “cidadão”, “faz um arranjão”. Chegando ao ponto de dizer que, “Foi um bilhete premiado que saiu a António Costa & pares: Cabrita é um com a incumbência de distrair”, “da indiferença desarmante com que o Primeiro-Ministro ou privilegia ou distingue gente”, de forma tão consequente. Sim, porque não tenho a menor dúvida de que, pior que este, é, quem ainda muito recentemente, honrou um potencial delinquente, alegadamente! Desviar a atenção para um qualquer outro “cidadão” é que me parece a pior forma de fazer oposição. A este socialismo, onde prolifera o cinismo e o amiguismo. E o chefe é, sem hipótese de me enganar, o maior e melhor  exemplar! Clarisse Seca: Tudo isso se percebia logo em 2015, seja pelos discursos tontos e hostis de Mário Centeno, o radical, seja pelo ódio que Costa tinha a Passos Coelho que conseguiu com todos os percalços endireitar o país e pô-lo de novo nos eixos, deixando depois os louros para Costa, seja pelas mentiras de Costa já na altura da campanha eleitoral. Não demonstrou ética nem moral. Perdeu eleições, um pouco de humildade não lhe fazia mal nenhum, pois o povo em democracia deveria ser soberano. Já não digo que fizessem aliança entre PS e PSD, mas nem isso o Sr. Costa quis. Quis mesmo salvar a face. Onde está o conceito de servidor público à nação? Vê-se agora para quem não viu antes mais claramente. Um governo a serviço de suas clientelas a empobrecer os Portugueses, deixá-los pelas ruas da amargura em reputação e deturpar a cultura Portuguesa.         Paulo Loureiro > Clarisse Seca: A eleição de Costa e seus muchachos (Marcelo incluído) nas legislativas de 2019 é igual à reeleição de Vale e Azevedo no Benfica. Não há desculpa nenhuma. Aguentem-se com o que cozinharam. Rogério Russo: Às questões do parágrafo 2.º do seu artigo apenas questiono: o que anda a fazer o presidente da república? Ele podia conseguir todas as respostas ao que foi perguntado. Péssimo exemplo de conluio político ou então de acomodação ao cargo. Que personalidade tão débil!          Graciete Madeira: De acordo com este artigo.          Mario Guimaraes: Concordo mas este comportamento não é só do PS. Neste momento é o PS que erra declaradamente mas quem ocupa o poder rapidamente resvala para o plano da corrupção, dos actos ditatoriais, da defesa de personagens como o Cabrita, que sempre existiram em todos os Governos. O lamaçal parece que atrai os políticos. A Merkel devia ser portuguesa, o Obama devia ser português como foi Mário Soares ou Sá Carneiro que infelizmente não voltam cá.            Simplesmente Maria: O Ponto 1 é um livro que muito poucos sabem escrever. Os restantes pontos já não beliscam as nossas emoções, que distraídos encolhemos os ombros conformados com um desígnio que não dominamos - seja o que Deus quiser! Obrigada Maria João Avillez

voando sobre um ninho de cucos: As intervenções da Dra. Maria João Avillez são sempre brilhantes. A presente crónica é fabulosa pela maneira objectiva, sem subterfúgios com que faz o diagnóstico da governação socialista. Perante a passividade geral, a dormência em que todos nós nos encontramos, mas em que alguns teimam ainda em pregar aos peixes (Maria João Avillez é uma dessas vozes), o PS faz o que muito bem entende, inferniza a nossa vida e hipoteca o nosso futuro. Tudo isto com o apoio de PCP, BE e PAN que apenas procuram dar-se bem, estando-se a marimbar para a democracia e o bem estar dos trabalhadores com que enchem os nossos ouvidos quando se apanham com uma câmara de televisão à vista.; e apanham-se demasiadas vezes porque a CS não é mais do que um instrumento de propaganda tecendo loas ao regime. Sobre a qualidade dos ministros estamos conversados. Há um ditado popular que reza assim: «Vão-se os gatos, estendem-se os ratos». Quem foram os gatos que resolveram deixar o terreiro livre? Para já a nossa direita à deriva e o nosso Presidente da república do qual Maria João Avillez não fala mas que tem muita culpa no cartório. Marcelo Rebelo de Sousa diz-se o Presidente de todos os portugueses. Não será certamente. Não queremos selfies, nem abraços com lágrimas de crocodilo à mistura, nem sequer afectos. Queremos um presidente a sério.          bento guerra: Socialismo é evolução, por vezes violenta, para uma sociedade justa e humanista. O processo é dirigido por uma elite de iluminados, que têm sobre nós, os ignorantes, o direito de comandar e sacar impostos           Cisca Impllit > bento guerra: Justa e humanista nunca conseguida e com métodos opostos?? Grande evolução de sociedade...             Graça Ribeiro > bento guerra: Justa e Humanista deveria vir entra aspas, não acha? José Neto: Sobre o "inclassificável" ministro da educação, deixo algumas sugestões de classificação: Podemos classificá-lo como "verbo de encher". Não se lhe conhece uma convicção sobre educação, certa ou errada, consensual ou polémica... Simplesmente "está pr'ali". Podemos classificá-lo como "homem sem princípios", que tanto proíbe o ensino privado de praticar ensino à distância em tempo de confinamento como logo a seguir diz que não disse o que disse. Podemos classificá-lo como "recordista de permanência no cargo sem que se lhe conheça obra de mérito". Podemos classificá-lo como "o menos contestado de todos os ministros da educação em muitas décadas", dado que a Fenprof meteu férias de longa duração. Podemos classificá-lo como "prepotente", no caso dos rapazes de Famalicão, com prepotência delegada no secretário João Costa. Quando faz aos partidos esquerdistas o favor de terminar contratos de associação com entidades que prestavam bom serviço público, não sei adjectivar, mas podemos dizer que está a ajudar o estado a tomar conta disto tudo. Quando acaba com exames em finais de ciclo, de repente abandalha todo o sistema, que tinha vindo a ganhar credibilidade, mesmo em provas internacionais. O que se tem passado na escola deveria provocar um sobressalto cívico porque é na escola que se fabrica o futuro.         Carlos Quartel > José Neto: Isso já seria um problema. Mas o problema é maior, o que diz desse ministro aplica-se a quase todos . Nunca houve um conjunto de incompetências, de incapacidades mesmo, tão vasto. Não conhece nenhum com opinião definida sobre nada, nada escrito, nada dito, nada de nada. O deserto absoluto ......       João Alves > José Neto: É por na escola se fabricar o futuro que ele lá está.           Anabela Chau: Muito bem !!!               Jose Costa: Mas têm o apoio eleitoral de uma maioria de lapas do sistema ou de acéfalos que os mantêm          João Alves > Jose Costa: Pensionistas, funcionários públicos, nomeadamente, professores, e esquerdóides construtores do futuro, ou seja, pouco mais de metade de menos de metade dos eleitores.           Graça Ribeiro > Jose Costa: Esplêndido, José Costa! É que é mesmo isso: lapas e acéfalos!            mamadorchulo dostugas: Sonos uns matarruanos que aceitam tudo sem pestanejar, por isso temos o que merecemos           António Lamas: Nós, portugueses, temos aquela extraordinária e ao mesmo tempo horrível frase “É a Vida" Os socialistas ao fazerem os portugueses joguetes nas mãos de Incompetentes tiranetes transforma-a num "É a Morte" Pela minha parte recuso-me s "morrer" sem luta Dr. Feelgood > António Lamas: .............pior é aquela do " vaisandando devagarinho " !

 

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