sábado, 17 de julho de 2021

Sempre ouvi dizer


Que o que protelou as descolonizações fora a guerra no Vietnam. Quando esta acabou, as atenções voltaram-se para a África explorada pelos colonos a abater. E que os Americanos sempre ajudaram a ultrapassar as crises no mundo, até na Europa, coitados … como se viu nas duas Guerras mundiais… É natural que estejam fartos disso, e de vez em quando desistam de serem os salvadores desse mundo, mesmo em guerras parcelares, embora vão com isso alastrando por ele, vendendo o seu peixe, ou antes, as suas armas, e aproveitando para se vingarem dos 11 de Setembro bárbaros... Entretanto, os europeus vão ordenando o seu mundo, no bem-estar da sua intelectualidade e interajuda, de esforço e racionalidade. É preciso que os americanos não desistam de nós. Foi de cá que lhes chegaram as luzes, afinal, e isso é o non plus ultra da verdadeira riqueza e sentido da vida. Os americanos que estejam sempre alerta, para defenderem o mundo. E a si próprios, de resto.

Goodbye, Bagram! /premium

Talvez o Parlamento Europeu, tão preocupado com a “homofobia “ húngara, devesse dedicar algum tempo e cuidado ao Afeganistão.

JAIME NOGUEIRA PINTO

OBSERVADOR, 16 jul 2021

Disse um militar afegão quando as tropas americanas abandonaram Bagram:

“Pela maneira como saíram, sem dizer nada aos soldados afegãos que cá fora patrulhavam a área, o seu mundo   perderam, numa noite, toda a simpatia que ganharam em 20 anos.”

Ata Mohammad Noor, um senhor da guerra, aliado dos Americanos, governador da província de Balkh entre 2004 e 2018, disse essencialmente o mesmo.

Desde que, em Abril, o presidente Biden anunciou a conclusão da retirada do contingente americano para o fim de Agosto, o progresso no terreno dos Talibã foi rápido, mesmo nas regiões do Norte do país, que tradicionalmente lhes são hostis.

Uma cruzada malparada

Nunca tive grande entusiasmo pela operação Afeganistão: o empenho de dezenas de milhares de tropas americanas e da NATO para fazer de um Estado tribal de senhores da guerra “uma democracia”. Uma das várias operações dos neoconservadores americanos, que escaqueiraram o Médio Oriente há 20 anos.

O Afeganistão foi uma guerra decidida por interesses e conexões políticas várias. A operação compreendia-se como represália aos Talibã, que acolhiam a Al Qaeda; mas uma vez expulsos os Talibã de Cabul, havia que devolver o país aos senhores da guerra.

Os neoconservadores norte-americanos não perceberam, ou fizeram de conta que não percebiam, que para haver uma democracia minimamente funcional era preciso haver primeiro nação e depois sociedade civil. Nação, para que houvesse um denominador comum identitário; sociedade civil, para que houvesse vida – religiosa, económica, social – independente da autoridade do poder político.

Nada disso existia no Afeganistão, nem na maior parte das áreas médio-orientais que a cruzada neoconservadora avassalou, deixando países, como o Iraque e a Líbia, desfeitos e entregues à guerra civil.

Não havia razão de Estado ou de interesse nacional (ou imperial) que justificasse esta guerra, mas estas “guerras perdidas” acabam sempre por nos agarrar – as que estão perdidas à partida, as que estão ganhas mas que se perdem e as que se eternizam na corda bamba. Lembro-me do desgosto que tive, aos 8 anos, com a queda de Dien Bien Phu, em Maio de 1954. Lembro-me da Argélia e do Vietname. E das nossas guerras de África.

E a nostalgia não escolhe lados ou ideologias. Uma vez, perguntei a um embaixador de um país da antiga URSS, que então estivera, pelo GRU (os Serviços de Inteligência Militar soviéticos), em Angola e Moçambique, se tinha saudades do Império. Do Império Soviético, claro. Confessou-me, com ar nostálgico, que sim, que tinha.

E estas guerras longínquas e longas e por isso quase sempre perdidas – as “guerras distantes” que George F. Kennan criticava, guerras como a do Vietnameacabam por convidar à romantização póstuma, até pela dureza e estranheza do mundo visto e dos extremos vividos.

Ficções do Afeganistão

O Afeganistão não é um Vietname, mas não deixou de ter, também, os seus filmes, a sua épica. E entre muito filme B, há alguns mais A que B. Osama (2003) é a história de uma rapariga que vive numa área dominada pelos Talibã. Sem pai e com uma mãe que, pelas regras dos fundamentalistas, não pode trabalhar, tem de passar por rapaz para sobreviver, vestindo-se, comportando-se e agindo como se fosse um homem: uma “Orlando” por um engenho aguçado pela necessidade. E outros: da comédia dramática Charlie Wilson’s War ao extraordinário Zero Dark Thirty, de Kathryn Bigelow, com Jessica Chastain como protagonista da perseguição a Bin Laden e da operação Lança de Neptuno, da CIA e dos Navy Seals, que o matou no Paquistão.

Há ainda outros filmes de guerra passados ou centrados no Afeganistão que recordo: Lions and Lambs, de 2007, com Robert Redford, Meryl Streep e Tom Cruise, mas com um discurso pretensioso e moralista; e Lone Survivor, de 2013, e Korengal, de 2014, que retratam bem o lado operacional da guerra.

Bagram

A operação Lança de Neptuno, que liquidou Bin Laden, foi lançada a partir de Jalalabad, mas o ponto de início da operação foi Bagram. Bagram era uma grande base, a 1500 metros de altitude, 50 quilómetros a norte de Cabul, construída em 1950. Serviu os Russos nos anos 80 e foi, desde 2006, o grande centro operacional das tropas americanas e da NATO.

No Afeganistão morreram pouco mais de 4 mil americanos, entre militares e civis contratados, e 21 mil ficaram feridos. Os últimos presidentes americanos – George W. Bush, Barack Obama e Donald Trump – visitaram Bagram e ali fizeram discursos optimistas sobre a vitória final.

Agora, chegou ao fim outra das longas guerras da América. Perdida como a do Vietname. No Vietname, as imagens da retirada americana – o tecto da embaixada e os milhares de “colaboradores” locais, tentando escapar – ainda nos estão na memória, mesmo com a vitória na Guerra Fria. Ali, os comunistas ganharam e instalaram um regime de terror. Dois milhões e meio de sul-vietnamitas fugiram nos anos seguintes.

O Afeganistão é um cemitério de impérios: Eça de Queirós tem sobre os Ingleses no Afeganistão e sobre a derrota que aqueles nómadas tribais e valentes infligiram aos Ingleses páginas admiráveis. Que são também sobre a repetida tentativa de impor outros regimes e sistemas em terras estranhas, através da substituição de um qualquer “velho emir” por um outro “de raça mais submissa”, ou seja, de raça mais consentânea com a “ideologia invasora” e mais permeável ao controlo do “invasor”.

Eça diz-nos que foi assim, com os Ingleses em 1847 e que voltou a ser assim em 1880. Podemos dizer que também assim foi no século XX e no século XXI e que, muito provavelmente, assim será nas futuras tentativas de impor às “tribos do deserto” velhos e novos “direitos humanos” e velhos e novos modelos democráticos. Mas vale a pena ler Eça:

“Em 1847, os Ingleses – «por uma razão de estado, uma necessidade de fronteiras científicas, a segurança do império, uma barreira ao domínio russo da Ásia…» e outras coisas vagas que os políticos da Índia rosnam sombriamente retorcendo os bigodes – invadem o Afeganistão, e aí vão aniquilando tribos seculares, desmantelando vilas, assolando searas e vinhas: apossam-se, por fim, da santa cidade de Cabul; sacodem do serralho um velho emir apavorado; colocam lá outro de raça mais submissa, que já trazem preparado nas bagagens, com escravas e tapetes; e logo que os correspondentes dos jornais têm telegrafado a vitória, o exército, acampado à beira dos arroios e nos vergéis de Cabul, desaperta o correame e fuma o cachimbo da paz… Assim é exactamente em 1880.”

A debandada

Agora, a saída americana vem confirmar as lições amargas recebidas pelos dois impérios do Grande Jogo do século XIX: o russo e o inglês.

Talvez mais chocante que o tempo seja o modo desta retirada: a saída nocturna de Bagram, clandestina, sem aviso aos aliados, deixando ao abandono centenas de viaturas e toneladas de munições e abastecimentos, que, durante algumas horas, foram objecto de saque por bandos de marginais. Indigna para a América até pelas principais vítimas colaterais: as tropas de Cabul. O contraste da retirada ordeira dos Russos, em 1988, deixando um governo em Cabul, com a presente retirada americana, foi agora lembrado pela imprensa russa.

Moscovo sabe que o Afeganistão foi o Vietname da URSS e tem algumas preocupações quanto aos Talibã, já que o Afeganistão faz fronteira com vários Estados da antiga Ásia Central soviética. E os Russos continuam a designar os Talibã como terroristas, não esquecendo que há 20 anos apoiavam os rebeldes Chechenos. De qualquer forma, os Talibã enviaram uma missão a Moscovo para sossegar os Russos quanto às suas intenções: não hostilizarão o Tajiquistão nem irão permitir que o Estado Islâmico do Iraque e do Levante se estabeleça em território afegão.

Nos anos oitenta, o protegido da URSS era Mohammad Najibullah. Deixaram-no no poder em 1988-89, quando retiraram, e Najibullah ainda sobreviveu cerca de três anos. Antes de ser presidente e na boa tradição comunista, Najibullah fora chefe da Polícia Secreta Afegã e ministro da Segurança. E parece que terá actuado com a competência e zelo socialistas contra os opositores, juntando a tradição KGB à cultura afegã… Não devia ser agradável cair nas suas mãos.

Com o fim do regime comunista, Najibullah refugiou-se nas instalações das Nações Unidas. Mas não conseguiu escapar para o estrangeiro e foi capturado na noite de 26 de Setembro de 1996 pelos Talibã, que não foram carinhosos com o ex-carrasco – que terão torturado, castrado e executado. Depois de morto, arrastaram o seu cadáver pelas ruas de Cabul e penduraram-no num candeeiro junto ao Palácio Presidencial de Arg.

De Budapeste a Cabul

São estes Talibã que podem estar de volta a Cabul. Já disseram que não querem negociar com ninguém e tudo indica que vão impor a Sharia. As leis da actual República Islâmica do Afeganistão continuam a penalizar a homossexualidade e todos os comportamentos sexuais “desviantes”. E, dada a experiência passada, é de esperar uma aplicação ainda mais escrupulosa e zelosa da lei, quem sabe com pena de morte, como sucede no Irão, na Arábia Saudita, no Sudão, no Brunei e no Iémen.

E pior: caso os Talibã cheguem ao poder, a educação e o trabalho das mulheres, os seus mais pequenos gestos e atitudes de liberdade e “ocidentalidade”, da profissão ao vestuário, vão ficar sob a tutela violenta e repressiva do fundamentalismo radical.

Talvez o Parlamento Europeu, as Nações Unidas e a esquerda liberal e radical americana, entretidos ora com a “homofobia” húngara, ora com a verdura do planeta, ora com as oscilações do clima, pudessem reservar algum tempo e cuidado ao Afeganistão.

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COMENTÁRIOS:

josé maria: Talvez o Parlamento Europeu, tão preocupado com a “homofobia “ húngara, devesse dedicar algum tempo e cuidado ao Afeganistão. Ora, aí está uma forma engenhosamente hipócrita de JNP aligeirar a homofobia, sem aspas, de Orban e seus apaniguados ideológicos...                Mario Almeida: No dia em que os Talibãs passem de facínoras a pedra no caminho da Rota da Seda e o freguês que se segue seja a China. Está escrito nas estrelas. Lá teremos a esquerda caviar a discutir a homofobia e a masculinidade tóxica nas montanhas de Tora Bora.                 Liberales Semper Erexitque: A Hungria e a Polónia não apenas ficam na Europa, como fazem parte da UE e têm por isso obrigações, que, a meu ver, deveriam nesta altura levar essa mesma UE a exigir o seu cumprimento imediato ou a saída desses países, ou de quaisquer outros que ignorem a legislação europeia - excesso de firmeza com fascistas é coisa que não existe. O Afeganistão é outro mundo, e a Europa não tem que se ir lá meter. Os russos foram e saíram a ganir, os americanos foram e estão a sair a ganir, apesar dos meios de combate à distância que usaram. Os afegãos que resolvam os seus problemas. Guerra ao terror? Um dos maiores disparates inventados antes da "guerra ao vírus"!                  Luís Martins: A cultura WOK apodreceu as sociedades ocidentais. Transformou leões em cordeiros, prontos para o abate.              José Aires: A vida dos afegãos não preocupa a comunidade lgbt nem os anarquistas caviar. O Woke está bem instalado, inclusive, no Observador., com os porta vozes da justiça popular.            Paulo F.: Por este andar e com a complacência da UE para a crise demográfica, dentro de vinte anos vão-se preocupar com os direitos LGBT e afins cá na Europa, ou acham que se os muçulmanos na Europa chegarem a ser quase maioria não vão fazer exactamente o que fazem em todo o mundo?         Francisco Tavares de Almeida: Também recordo a queda de Dien Bien Phu onde foi abatido o orgulho francês e a nata das suas forças armadas, os paraquedistas da Legião Estrangeira comandados pelo aristocrata brigadeiro De Castries que fora lançado de paraquedas sobre uma Dien Bien Phu já então cercada para assumir o comando e tentar inverter a situação. Recordo ainda que a França pedira ajuda aos Estados Unidos que não a prestaram e pouco depois substituiriam os franceses no Vietnam. Do Afeganistão recordo excertos de um livro publicado por um general russo de que retive a frase: as tribos não podem ser vencidas mas [por algum tempo] podem ser compradas. Creio que os talibã irão impor a versão fundamentalista do islamismo, com a violência inerente. E se homossexuais não serão suportados, o mais grave acontecerá às mulheres, que terão o ensino interditado ainda crianças. Prevejo ainda um ensurdecedor silêncio das esquerdas das causas. O futuro próximo dependerá assim dos próprios talibãs. Se exagerarem e alienarem grande parte da população e simultaneamente indignarem grande parte do mundo, poderá haver nova intervenção internacional, desta vez concertada entre americanos, russos e chineses. Independentemente de vontade do governo, a própria dinâmica da vitória talibã, irá atrair extremistas de todo o mundo islâmico, especialmente dos vizinhos, tornando inevitável o aumento de insegurança. E, além do controlo da expansão nuclear, o combate ao terrorismo é a outra questão que une os interesses dos EUA e da Rússia. Mesmo que não ocorra intervenção, é seguro prever o aumento de instabilidade e de endurecimento dos regimes dos países da Ásia Central, o que afectará mais incisivamente a Rússia. Diria mesmo que, apesar da propaganda, a retirada americana não favoreceu, antes prejudicou a Rússia.       Nuno Fonseca > Francisco Tavares de Almeida: Bem escrito, obrigado           Maria Nunes: Excelente, JNP.      PortugueseMan: Artigo interessante, gostei de ler. Uma chamada de atenção ao autor: ...São estes Talibã que podem estar de volta a Cabul. Já disseram que não querem negociar com ninguém e tudo indica que vão impor a Sharia... Esta indicação de que os Taliban não querem negociar com ninguém não está correcta. Os Taliban têm-se desdobrado em negociações com todos os países que rodeiam o país. Têm dado garantias sobre muitas das preocupações que assolam a todos os países da zona. Os taliban têm enviado delegações à Rúsisa, Irão, Paquistão, penso que India e outros tantos. Ontem houve uma reunião da SCO ondo o foco foi o Afeganistão. China está muito envolvida e os russos estão em cima da coisa apertando até o actual governo de Kabul a encetar negociações. Há promessas de muito investimento principalmente dos chineses para uma estabilização do país e Ásia Central. Muito disto depende da atitude dos Taliban. Que vão ter que demonstrar se são capazes de fazer compromissos e honrá-los. Com um pouco de sorte, talvez se consiga evitar desgraças maiores por ali.    MCMCA > PortugueseMan: O novo império chinês a caminho dado que o Afeganistão faz parte do famoso programa “Road and Belt” e a grande estrada de Pequim até Berlin está no Afeganistão. E as promessas de investimento chinês revestem o mesmo cariz do que eles fazem na província contígua de Xinjiang onde os Uigures, da mesma etnia que os afegãos, são praticamente escravos dentro da região autónoma e estão a ser substituídos por gente de etnia Han. Muito embora, o Afeganistão seja indomável até ao momento, o vizinho império do meio tem tantas botas, dinheiro, tecnologia e brutalidade ( o que é que significam os direitos humanos) que os esmagará. Parece que só V Putin está a ver a tragédia na porta ao lado. Se a burrice ocidental, sobretudo americana, fosse música eles de certeza eram uma orquestra    advoga diabo: Pena que uma suposta "sumidade", vá-se lá saber em quê ou porquê, não perceber que, em tese, grandes efeitos como o indesatável imbróglio que sempre foi o Afeganistão, tantas vezes têm como razões mais profundas pequenos problemas como a homofobia!             Elvis Wayne. Os extremos a que chega a hipocrisia dos "bem-pensantes", já não me surpreendem. Dessa gente mui "iluminada" já espero tudo. Simplesmente Maria: São poucos os meus conhecimentos sobre esta zona do planeta e os seus radicais problemas. É por isso enriquecedor a lição do saber de Jaime Nogueira Pinto. Obrigada, miguel cardoso: Estranho mundo este em que se esquece que a virtude os Impérios era o equilíbrio de contrários, debaixo de uma autoridade distante, quase sagrada, interventiva apenas na junção dos grandes interesses comuns. Nos antigos Impérios, bem sei que longe do banho informativo em que nos afogamos, vivia-se e deixava-se viver dentro de limites conhecidos é certo, mas permitindo a prosperidade de muitos incluindo autóctones, verificando-se a mais das vezes que a norma era a negociação permanente, até porque o poder militar reconhecia as suas limitações e a necessidade de entendimentos. Não existia esta necessidade de fortalezas Bagram, até porque, sejamos justos, a convivência era muito mais possível e ordenada. O Afeganistão vai manter-se "ponto quente" (a geografia é o que é) e veremos qual a próxima potência a lá intervir, directa ou indirectamente.             mário Unas:  O fabrico de armas deveria servir exclusivamente o propósito de defesa nacional e nunca ter como mira o lucro. Creio ter sido o próprio General MacArthur que no pós-guerra criticou com veemência esta mudança de paradigma da indústria de armamento nos EUA. É minha opinião que, enquanto este modelo persistir, os EUA vão continuar a fabricar guerras e empregar a força de forma tanto espantosa quanto inutilmente assimétrica.                    bento guerra: Outra do "Obama III" a que o caquético Biden obedece. E está a Europa satisfeita com esta "nova América"?            voando sobre um ninho de cucos:  «....... caso os taliban cheguem ao poder......» nem se coloca  a mais pequena dúvida. E para além de lá se instalarem aquilo vai ser um banho de sangue, um ajuste de contas sem dó, nem piedade. Mais uma vez os ocidentais saem do Afeganistão de rabo entre as pernas. A saída dos americanos do pais, só pode dar um único sinal aos taliban: «Estejam à vontade!»              mamadorchulo dostugas: Mas a comunidade lgbtq só se preocupa com a Europa, onde uma minoria impõe as regras, nos países árabes e africanos, China e outros não lhes dão hipótese, o respeito é muito bonito                 Pedro Álvares Carvalho: Muito certa a análise da vergonhosa saída norte-americana (não pela saída, mas pelo modo da mesma) e das espúrias e seculares tentações de impor mundivisões em locais esdrúxulos. Mas, convenhamos, a merecida e necessária preocupação com as derivadas consequências não exclui, ou não deve excluir, necessariamente, outras.              Américo Silva: Artigo interessante por uma certa visão da história recente, só é pena que não tenha sido bem assim. Se não foi podia ter sido, mas não foi. No Afeganistão existia um governo laico derrubado por guerrilheiros. mujahidins, muitos deles estrangeiros, apoiados principalmente pelos USA e Sauditas, mas também Reino Unido, Irão, Paquistão, e China, em conformidade com uma iniciativa de Jimmy Carter. Osama Bin Laden surgiu aqui. Foram estes antigos aliados dos Estados Unidos que posteriormente atiraram sobre Malala, a jovem imbecil que veio procurar refúgio no ocidente, entre os que foram causa da sua desgraça. Não existe evidência de que a intervenção ocidental no Afeganistão tenha tido alguma preocupação humanitária: massacres em Dasht-i-Leili, Tycze, Gujay, Sukhagen, Azizabad, Candaar, e ainda as torturas de Guantánamo.          Pedro: Brilhante!

 


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