Que o que protelou as descolonizações
fora a guerra no Vietnam. Quando esta acabou, as atenções voltaram-se para a
África explorada pelos colonos a abater. E que os Americanos sempre ajudaram a
ultrapassar as crises no mundo, até na Europa, coitados … como se viu nas duas
Guerras mundiais… É natural que estejam fartos disso, e de vez em quando
desistam de serem os salvadores desse mundo, mesmo em guerras parcelares, embora
vão com isso alastrando por ele, vendendo o seu peixe, ou antes, as suas armas, e aproveitando para se vingarem dos 11 de Setembro bárbaros... Entretanto, os
europeus vão ordenando o seu mundo, no bem-estar da sua intelectualidade e
interajuda, de esforço e racionalidade. É preciso que os americanos não
desistam de nós. Foi de cá que lhes chegaram as luzes, afinal, e isso é o non plus ultra da verdadeira riqueza e
sentido da vida. Os americanos que estejam sempre alerta, para defenderem o
mundo. E a si próprios, de resto.
Goodbye, Bagram! /premium
Talvez o Parlamento Europeu, tão
preocupado com a “homofobia “ húngara, devesse dedicar algum tempo e cuidado ao
Afeganistão.
JAIME NOGUEIRA
PINTO
OBSERVADOR, 16 jul
2021
Disse
um militar afegão quando as tropas americanas abandonaram Bagram:
“Pela maneira como saíram, sem dizer
nada aos soldados afegãos que cá fora patrulhavam a área, o seu mundo perderam, numa noite, toda a simpatia que
ganharam em 20 anos.”
Ata
Mohammad Noor, um senhor da
guerra, aliado dos Americanos, governador da província de Balkh entre 2004 e
2018, disse essencialmente o mesmo.
Desde que, em Abril, o presidente
Biden anunciou a conclusão da retirada do contingente americano para o fim de
Agosto, o progresso no terreno dos Talibã foi rápido, mesmo nas regiões do
Norte do país, que tradicionalmente lhes são hostis.
Uma cruzada malparada
Nunca tive grande entusiasmo pela
operação Afeganistão: o empenho
de dezenas de milhares de tropas americanas e da NATO para fazer de um Estado
tribal de senhores da guerra “uma democracia”.
Uma das várias operações dos neoconservadores americanos, que escaqueiraram o
Médio Oriente há 20 anos.
O Afeganistão foi uma guerra decidida por interesses e
conexões políticas várias. A operação compreendia-se como represália aos
Talibã, que acolhiam a Al Qaeda; mas uma vez expulsos os Talibã de Cabul, havia
que devolver o país aos senhores da guerra.
Os neoconservadores norte-americanos
não perceberam, ou fizeram de conta que não percebiam, que para haver uma
democracia minimamente funcional era preciso haver primeiro nação e depois
sociedade civil. Nação, para que houvesse um denominador comum identitário; sociedade civil, para
que houvesse vida – religiosa, económica, social – independente da autoridade
do poder político.
Nada disso existia no Afeganistão,
nem na maior parte das áreas médio-orientais que a cruzada neoconservadora
avassalou, deixando países, como o Iraque e a Líbia, desfeitos e entregues à
guerra civil.
Não havia razão de Estado ou de
interesse nacional (ou imperial) que justificasse esta guerra, mas estas
“guerras perdidas” acabam sempre por nos agarrar – as que estão perdidas à
partida, as que estão ganhas mas que se perdem e as que se eternizam na corda
bamba. Lembro-me do desgosto que tive, aos 8 anos, com a queda de Dien Bien
Phu, em Maio de 1954. Lembro-me da Argélia e do Vietname. E das nossas guerras
de África.
E a nostalgia não escolhe lados ou ideologias. Uma vez, perguntei a um embaixador de um país da
antiga URSS, que então estivera, pelo GRU (os Serviços de Inteligência Militar
soviéticos), em Angola e Moçambique, se tinha saudades do Império. Do Império
Soviético, claro. Confessou-me, com ar nostálgico, que sim, que tinha.
E
estas guerras longínquas e longas e por isso quase sempre perdidas – as “guerras distantes” que George F. Kennan criticava,
guerras como a do Vietname – acabam por convidar à romantização
póstuma, até pela dureza e estranheza do mundo visto e dos extremos vividos.
Ficções do Afeganistão
O Afeganistão não é um Vietname, mas
não deixou de ter, também, os seus filmes, a sua épica. E entre muito filme B, há alguns mais A que B. Osama
(2003) é a história de uma rapariga que vive numa área dominada pelos Talibã.
Sem pai e com uma mãe que, pelas regras dos fundamentalistas, não pode
trabalhar, tem de passar por rapaz para sobreviver, vestindo-se, comportando-se
e agindo como se fosse um homem: uma “Orlando” por um engenho aguçado pela
necessidade. E outros: da comédia dramática Charlie Wilson’s War ao
extraordinário Zero Dark Thirty, de Kathryn Bigelow, com Jessica Chastain como protagonista da
perseguição a Bin Laden e da operação Lança de Neptuno, da CIA e dos Navy
Seals, que o matou no Paquistão.
Há
ainda outros filmes de guerra passados ou centrados no Afeganistão que recordo:
Lions and Lambs, de 2007, com Robert Redford, Meryl Streep e Tom Cruise, mas
com um discurso pretensioso e moralista; e Lone Survivor, de 2013, e Korengal,
de 2014, que retratam bem o lado operacional da guerra.
Bagram
A operação Lança de Neptuno, que liquidou
Bin Laden, foi
lançada a partir de Jalalabad, mas o
ponto de início da operação foi Bagram. Bagram era uma grande base, a 1500 metros de altitude, 50
quilómetros a norte de Cabul, construída em 1950. Serviu os Russos nos anos 80
e foi, desde 2006, o grande centro operacional das tropas americanas e da NATO.
No
Afeganistão morreram pouco mais de 4
mil americanos, entre
militares e civis contratados, e 21 mil ficaram feridos. Os últimos presidentes
americanos – George W. Bush, Barack Obama e Donald Trump – visitaram Bagram e ali fizeram discursos optimistas
sobre a vitória final.
Agora, chegou ao fim outra das longas
guerras da América. Perdida como a do Vietname. No Vietname, as imagens da retirada americana – o tecto
da embaixada e os milhares de “colaboradores” locais, tentando escapar – ainda
nos estão na memória, mesmo com a vitória na Guerra Fria. Ali, os comunistas
ganharam e instalaram um regime de terror. Dois milhões e meio de
sul-vietnamitas fugiram nos anos seguintes.
O Afeganistão é um cemitério de
impérios: Eça de Queirós
tem sobre os Ingleses no Afeganistão e sobre a derrota que aqueles nómadas
tribais e valentes infligiram aos Ingleses páginas admiráveis. Que são também sobre a repetida tentativa de impor
outros regimes e sistemas em terras estranhas, através da substituição de um
qualquer “velho emir” por um outro “de raça mais submissa”, ou seja, de raça
mais consentânea com a “ideologia invasora” e mais permeável ao controlo do
“invasor”.
Eça diz-nos que foi assim, com os
Ingleses em 1847 e que voltou a ser assim em 1880. Podemos
dizer que também assim foi no século XX e no século XXI e que, muito
provavelmente, assim será nas futuras tentativas de impor às “tribos do
deserto” velhos e novos “direitos humanos” e velhos e novos modelos democráticos.
Mas vale a pena ler Eça:
“Em
1847, os Ingleses – «por uma razão de estado, uma necessidade de fronteiras
científicas, a segurança do império, uma barreira ao domínio russo da Ásia…» e
outras coisas vagas que os políticos da Índia rosnam sombriamente retorcendo os
bigodes – invadem o Afeganistão, e aí vão aniquilando tribos seculares,
desmantelando vilas, assolando searas e vinhas: apossam-se, por fim, da santa
cidade de Cabul; sacodem do serralho um velho emir apavorado; colocam lá outro
de raça mais submissa, que já trazem preparado nas bagagens, com escravas e
tapetes; e logo que os correspondentes dos jornais têm telegrafado a vitória, o
exército, acampado à beira dos arroios e nos vergéis de Cabul, desaperta o
correame e fuma o cachimbo da paz… Assim é exactamente em 1880.”
A debandada
Agora, a saída americana vem
confirmar as lições amargas recebidas pelos dois impérios do Grande Jogo do
século XIX: o russo e o inglês.
Talvez mais chocante que o tempo seja o
modo desta retirada: a saída nocturna de Bagram, clandestina, sem aviso aos
aliados, deixando ao abandono centenas de viaturas e toneladas de munições e
abastecimentos, que, durante algumas horas, foram objecto de saque por bandos
de marginais. Indigna para a América até pelas principais vítimas colaterais:
as tropas de Cabul. O contraste da retirada ordeira dos Russos, em 1988,
deixando um
governo em Cabul, com a presente retirada americana, foi agora lembrado pela
imprensa russa.
Moscovo
sabe que o Afeganistão foi o Vietname da URSS e tem algumas preocupações quanto
aos Talibã, já que o Afeganistão faz fronteira com vários Estados da antiga
Ásia Central soviética. E os
Russos continuam a designar os Talibã como terroristas, não esquecendo que há
20 anos apoiavam os rebeldes Chechenos. De qualquer forma, os Talibã enviaram
uma missão a Moscovo para sossegar os Russos quanto às suas intenções: não
hostilizarão o Tajiquistão nem irão permitir que o Estado Islâmico do Iraque e
do Levante se estabeleça em território afegão.
Nos anos oitenta, o protegido da URSS
era Mohammad Najibullah. Deixaram-no
no poder em 1988-89, quando retiraram, e Najibullah ainda sobreviveu cerca de
três anos. Antes de ser presidente e na boa tradição comunista, Najibullah fora
chefe da Polícia Secreta Afegã e ministro da Segurança. E parece que terá
actuado com a competência e zelo socialistas contra os opositores, juntando a
tradição KGB à cultura afegã… Não devia ser agradável cair nas suas mãos.
Com
o fim do regime comunista, Najibullah refugiou-se nas instalações das Nações
Unidas. Mas não
conseguiu escapar para o estrangeiro e foi capturado na noite de 26 de Setembro
de 1996 pelos Talibã, que não foram carinhosos com o ex-carrasco – que terão
torturado, castrado e executado. Depois de morto, arrastaram o seu cadáver
pelas ruas de Cabul e penduraram-no num candeeiro junto ao Palácio Presidencial
de Arg.
De Budapeste a
Cabul
São estes Talibã que podem estar de
volta a Cabul. Já disseram que não querem negociar com ninguém e tudo indica
que vão impor a Sharia. As leis da actual República Islâmica do Afeganistão
continuam a penalizar a homossexualidade e todos os comportamentos sexuais
“desviantes”. E, dada a experiência passada, é de esperar uma aplicação ainda mais
escrupulosa e zelosa da lei, quem sabe com pena de morte, como sucede no Irão,
na Arábia Saudita, no Sudão, no Brunei e no Iémen.
E pior: caso os Talibã cheguem ao
poder, a educação e o trabalho das mulheres, os seus mais pequenos gestos e
atitudes de liberdade e “ocidentalidade”, da profissão ao vestuário, vão ficar
sob a tutela violenta e repressiva do fundamentalismo radical.
Talvez o Parlamento Europeu, as
Nações Unidas e a esquerda liberal e radical americana, entretidos ora com a
“homofobia” húngara, ora com a verdura do planeta, ora com as oscilações do
clima, pudessem reservar algum tempo e cuidado ao Afeganistão.
AFEGANISTÃO MUNDO ESTADOS
UNIDOS DA AMÉRICA AMÉRICA A SEXTA
COLUNA CRÓNICA OBSERVADOR URSS RÚSSIA
COMENTÁRIOS:
josé maria: Talvez o Parlamento Europeu, tão preocupado com a “homofobia “ húngara,
devesse dedicar algum tempo e cuidado ao Afeganistão. Ora, aí está uma forma
engenhosamente hipócrita de JNP aligeirar a homofobia, sem aspas, de Orban e
seus apaniguados ideológicos...
Mario Almeida: No dia em que os Talibãs passem de facínoras a pedra
no caminho da Rota da Seda e o freguês que se segue seja a China. Está escrito
nas estrelas. Lá teremos a esquerda caviar a discutir a homofobia e a
masculinidade tóxica nas montanhas de Tora Bora. Liberales Semper
Erexitque: A Hungria e a
Polónia não apenas ficam na Europa, como fazem parte da UE e têm por isso
obrigações, que, a meu ver, deveriam nesta altura levar essa mesma UE a exigir
o seu cumprimento imediato ou a saída desses países, ou de quaisquer outros que
ignorem a legislação europeia - excesso de firmeza com fascistas é coisa que
não existe. O Afeganistão é outro mundo, e a Europa não tem que se ir lá meter.
Os russos foram e saíram a ganir, os americanos foram e estão a sair a ganir,
apesar dos meios de combate à distância que usaram. Os afegãos que resolvam os
seus problemas. Guerra ao terror? Um dos maiores disparates inventados antes da
"guerra ao vírus"!
Luís Martins: A cultura WOK apodreceu as sociedades ocidentais. Transformou leões em
cordeiros, prontos para o abate. José Aires: A vida dos afegãos não preocupa
a comunidade lgbt nem os anarquistas caviar. O Woke está bem instalado,
inclusive, no Observador., com os porta vozes da justiça popular. Paulo F.: Por este andar e com a
complacência da UE para a crise demográfica, dentro de vinte anos vão-se
preocupar com os direitos LGBT e afins cá na Europa, ou acham que se os
muçulmanos na Europa chegarem a ser quase maioria não vão fazer exactamente o
que fazem em todo o mundo? Francisco
Tavares de Almeida: Também recordo a queda de Dien Bien Phu onde foi abatido o orgulho
francês e a nata das suas forças armadas, os paraquedistas da Legião
Estrangeira comandados pelo aristocrata brigadeiro De Castries que fora lançado
de paraquedas sobre uma Dien Bien Phu já então cercada para assumir o comando e
tentar inverter a situação. Recordo ainda que a França pedira ajuda aos Estados Unidos que não a prestaram e
pouco depois substituiriam os franceses no Vietnam. Do Afeganistão recordo
excertos de um livro publicado por um general russo de que retive a frase: as
tribos não podem ser vencidas mas [por algum tempo] podem ser compradas. Creio
que os talibã irão impor a versão fundamentalista do islamismo, com a violência
inerente. E se homossexuais não serão suportados, o mais grave
acontecerá às mulheres, que terão o ensino interditado ainda crianças. Prevejo
ainda um ensurdecedor silêncio das esquerdas das causas. O futuro próximo
dependerá assim dos próprios talibãs. Se exagerarem e alienarem grande parte da
população e simultaneamente indignarem grande parte do mundo, poderá haver nova
intervenção internacional, desta vez concertada entre americanos, russos e
chineses. Independentemente de vontade do governo, a própria dinâmica da
vitória talibã, irá atrair extremistas de todo o mundo islâmico, especialmente
dos vizinhos, tornando inevitável o aumento de insegurança. E, além do controlo da expansão nuclear, o combate ao terrorismo é a outra
questão que une os interesses dos EUA e da Rússia. Mesmo que não ocorra
intervenção, é seguro prever o aumento de instabilidade e de endurecimento dos
regimes dos países da Ásia Central, o que afectará mais incisivamente a Rússia.
Diria mesmo que, apesar da propaganda, a
retirada americana não favoreceu, antes prejudicou a Rússia. Nuno Fonseca > Francisco Tavares de Almeida: Bem escrito, obrigado Maria Nunes: Excelente, JNP. PortugueseMan:
Artigo interessante, gostei de
ler. Uma chamada de atenção ao autor: ...São
estes Talibã que podem estar de volta a Cabul. Já disseram que não querem
negociar com ninguém e tudo indica que vão impor a Sharia... Esta
indicação de que os Taliban não querem negociar com ninguém não está correcta. Os
Taliban têm-se desdobrado em negociações com todos os países que rodeiam o
país. Têm dado garantias sobre muitas das preocupações que assolam a todos os
países da zona. Os taliban têm enviado delegações à Rúsisa, Irão, Paquistão,
penso que India e outros tantos. Ontem houve uma reunião da SCO ondo o foco foi
o Afeganistão. China está muito envolvida e os russos estão em cima da coisa
apertando até o actual governo de Kabul a encetar negociações. Há promessas de
muito investimento principalmente dos chineses para uma estabilização do país e
Ásia Central. Muito disto depende da atitude dos Taliban. Que vão ter que
demonstrar se são capazes de fazer compromissos e honrá-los. Com um pouco de
sorte, talvez se consiga evitar desgraças maiores por ali. MCMCA > PortugueseMan: O novo império chinês a caminho dado que o Afeganistão
faz parte do famoso programa “Road and Belt” e a grande estrada de Pequim até
Berlin está no Afeganistão. E as promessas de investimento chinês revestem o
mesmo cariz do que eles fazem na província contígua de Xinjiang onde os
Uigures, da mesma etnia que os afegãos, são praticamente escravos dentro da
região autónoma e estão a ser substituídos por gente de etnia Han. Muito
embora, o Afeganistão seja indomável até ao momento, o vizinho império do meio
tem tantas botas, dinheiro, tecnologia e brutalidade ( o que é que significam
os direitos humanos) que os esmagará. Parece que só V Putin está a ver a
tragédia na porta ao lado. Se a burrice ocidental, sobretudo americana, fosse
música eles de certeza eram uma orquestra advoga diabo: Pena que uma suposta
"sumidade", vá-se lá saber em quê ou porquê, não perceber que, em
tese, grandes efeitos como o
indesatável imbróglio que sempre foi o Afeganistão, tantas vezes têm como
razões mais profundas pequenos problemas
como a homofobia! Elvis
Wayne. Os extremos a
que chega a hipocrisia dos "bem-pensantes", já não me surpreendem.
Dessa gente mui "iluminada" já espero tudo. Simplesmente
Maria: São poucos os
meus conhecimentos sobre esta zona do planeta e os seus radicais problemas. É
por isso enriquecedor a lição do saber de Jaime Nogueira Pinto.
Obrigada, miguel
cardoso: Estranho mundo
este em que se esquece que a virtude os Impérios era o equilíbrio de
contrários, debaixo de uma autoridade distante, quase sagrada, interventiva
apenas na junção dos grandes interesses comuns. Nos antigos Impérios, bem sei
que longe do banho informativo em que nos afogamos, vivia-se e deixava-se viver
dentro de limites conhecidos é certo, mas permitindo a prosperidade de muitos
incluindo autóctones, verificando-se a mais das vezes que a norma era a
negociação permanente, até porque o poder militar reconhecia as suas limitações
e a necessidade de entendimentos. Não existia esta necessidade de fortalezas
Bagram, até porque, sejamos justos, a convivência era muito mais possível e
ordenada. O Afeganistão vai manter-se "ponto quente" (a geografia é o
que é) e veremos qual a próxima potência a lá intervir, directa ou
indirectamente. mário Unas: O fabrico de armas deveria servir
exclusivamente o propósito de defesa nacional e nunca ter como mira o lucro.
Creio ter sido o próprio General MacArthur que no pós-guerra criticou com
veemência esta mudança de paradigma da indústria de armamento nos EUA. É minha
opinião que, enquanto este modelo persistir, os EUA vão continuar a fabricar
guerras e empregar a força de forma tanto espantosa quanto inutilmente
assimétrica. bento
guerra: Outra do
"Obama III" a que o caquético Biden obedece. E está a Europa
satisfeita com esta "nova América"? voando sobre um ninho de cucos: «....... caso os taliban cheguem ao
poder......» nem se coloca a mais pequena dúvida. E para além de lá se
instalarem aquilo vai ser um banho de sangue, um ajuste de contas sem dó, nem
piedade. Mais uma vez os ocidentais saem do Afeganistão de rabo entre as
pernas. A saída dos americanos do pais, só pode dar um único sinal aos taliban:
«Estejam à vontade!» mamadorchulo
dostugas: Mas a comunidade
lgbtq só se preocupa com a Europa, onde uma minoria impõe as regras, nos países
árabes e africanos, China e outros não lhes dão hipótese, o respeito é muito
bonito Pedro
Álvares Carvalho: Muito certa a análise da vergonhosa saída norte-americana (não pela saída,
mas pelo modo da mesma) e das espúrias e seculares tentações de impor
mundivisões em locais esdrúxulos. Mas, convenhamos, a merecida e necessária
preocupação com as derivadas consequências não exclui, ou não deve excluir,
necessariamente, outras. Américo
Silva: Artigo
interessante por uma certa visão da história recente, só é pena que não tenha
sido bem assim. Se não foi podia ter sido, mas não foi. No Afeganistão existia
um governo laico derrubado por guerrilheiros. mujahidins, muitos deles
estrangeiros, apoiados principalmente pelos USA e Sauditas, mas também Reino
Unido, Irão, Paquistão, e China, em conformidade com uma iniciativa de Jimmy
Carter. Osama Bin Laden surgiu aqui. Foram estes antigos aliados dos Estados
Unidos que posteriormente atiraram sobre Malala, a jovem imbecil que veio
procurar refúgio no ocidente, entre os que foram causa da sua desgraça. Não
existe evidência de que a intervenção ocidental no Afeganistão tenha tido
alguma preocupação humanitária: massacres em Dasht-i-Leili, Tycze, Gujay,
Sukhagen, Azizabad, Candaar, e ainda as torturas de Guantánamo. Pedro: Brilhante!
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