quinta-feira, 1 de julho de 2021

Um comentário alheio

 

De Ana Oliveira, ao texto de JOÃO MARQUES DE ALMEIDA: Faço minhas as suas palavras, simples e precisas:

«Ana Oliveira: magnífico artigo! obrigado e muita força. Quem tem acesso à opinião pública não pode deixar de fazer crítica ao que está mal. Quem não o faz é cobarde e cúmplice e devidamente não se importa da herança de pais que vai deixar aos seus filhos e netos...»

Medina trata Lisboa como se fosse Caracas /premium

Um dia Veiga Simão afirmou: “no Estado Novo já eramos todos socialistas, só não éramos democratas.” No Portugal de hoje os socialistas também são cada vez mais socialistas e menos democratas.

JOÃO MARQUES DE ALMEIDA

OBSERVADOR, 30 jun 2021

1.Medina tem um comportamento político próprio de um ditador. Nunca tem conhecimento do que corre mal, nem acha que deveria saber. Nunca é culpado de nada, e pede “desculpas” sem se considerar culpado, apenas para ver se o assunto morre. Quando finalmente se percebe que há um problema, encontra um “culpado” e demite-o. Como os líderes dos regimes autoritários, Medina vive acima da responsabilidade política.

O seu adversário, Carlos Moedas, ataca o seu comportamento político, como é a sua obrigação, e Medina trata o combate político como “ataques pessoais.” Quando está na oposição, o PS faz todo o tipo de críticas aos governos das direitas. Mas quando chega a vez das oposições de direita, são ataques pessoais.

A propósito das críticas de Moedas, Medina ainda se saiu com uma afirmação espantosa: “chega-se a Presidente da Câmara ganhando eleições.” A arrogância do poder cega de tal modo Medina que já se esqueceu como sucedeu a Costa sem eleições, e depois venceu já como Presidente e com dinheiro para distribuir aos eleitores. Medina segue o livro de Sócrates, que seguia o livro de Chávez.

Nos últimos dias, apareceu ainda um episódio inacreditável de um discurso de Medina na Carris apelando aos trabalhadores da empresa pública a aderirem ao PS. E o discurso foi feito no meio de múltiplas referências ao investimento do governo socialista na Carris. Medina usou o seu cargo de Presidente da Câmara de Lisboa para comprar militantes para o PS. Como é hábito nos socialistas, não há qualquer distinção entre as instituições públicas e o partido. Estamos a assistir à construção do Estado socialista, onde Estado e partido se confundem. Um dia Veiga Simão (ministro do Estado Novo e de um governo socialista) afirmou: “no Estado Novo já eramos todos socialistas, só não éramos democratas.” No Portugal de hoje, os socialistas também são cada vez mais socialistas e menos democratas.

2Eu gosto muito de futebol, sofro com a selecção como a maioria dos portugueses, mas o aproveitamento do futebol pelo poder político mostra um regime a esconder uma crise profunda. Até aqui começa a surgir mais uma semelhança entre o Estado Novo e o Estado socialista. Com uma diferença. O Estado Novo tinha três Fs: Fátima, fado e futebol. Os três Fs socialistas são: futebol, futebol e futebol.

Os mais altos responsáveis socialistas não perdem uma oportunidade para aparecer ao lado do futebol. Desde as imagens de Costa e de Medina nos Camarotes do estádio da Luz ao lado de Luís Filipe Vieira, um dos maiores devedores do BES, passando pelas finais da Champions durante a pandemia, até ao Europeu.

Escreveram-se muitos artigos para explicar o apelo de Ferro Rodrigues para os portugueses irem aos milhões para Sevilha, uma cidade que ainda está pior do que Lisboa nos números da pandemia. A explicação é fácil: Ferro Rodrigues é simplesmente tonto. Como acontece com os tontos, diz muitos disparates. Todos os amigos dele e os camaradas socialistas saberão isso, mas não os impediu de o elevarem a número dois do Estado português. Ferro Rodrigues simboliza a decadência da política portuguesa. Como se pode ter respeito por um parlamento presidido por uma figura tão patética?

O poder socialista quis usar o futebol para continuar a esconder a realidade e a sua incompetência dos portugueses. Continuarão a fazê-lo. Eles sabem que nós não podemos saber o que se passa. Por isso, para sobreviver, o poder socialista precisa de entreter os portugueses. O que virá a seguir ao futebol?

PS

POLÍTICA  LISBOA  PAÍS  CÂMARA MUNICIPAL  LISBOA  FERNANDO MEDINA

COMENTÁRIOS:

Ana Oliveira: magnífico artigo! obrigado e muita força. Quem tem acesso à opinião pública não pode deixar de fazer crítica ao que está mal. Quem não o faz é cobarde e cúmplice e devidamente não se importa da herança de país que vai deixar aos seus filhos e netos...          Elvis Wayne: Gostava apenas de perguntar o que é que o Desgoverno e o Estado vão fazer em relação à família do desgraçado que foi atropelado pelo carro onde ia Cabrita? Até agora parece que a família (uma mulher e duas filhas de 15 e 19 anos) apenas receberam um carta de condolências entregue pela GNR. Pelo que consta nos jornais, as meninas são boas alunas e a mais velha iria para a faculdade, no entanto a mãe diz que agora como não pode trabalhar e com a morte do marido, ambas as meninas (e a mãe incluída) correm risco de passar fome. Pergunto-me se lhes vão dar atempadamente e sem perguntas quase 1 milhão de euros, como fizeram com a ucraniana, ou se como é mais provável, vão continuar a mentir sobre todos os factos e arrastar o julgamento até que as desgraçadas morram à fome. O Governo e Cabrita têm que vir pedir PUBLICAMENTE desculpas e resolver JÁ a situação desta pobre família. Afinal para que serve o dinheiro que me é extorquido a mim e a todos os trabalhadores portugueses todos os meses? Para alimentar os Mamados e drogados deste país? Porca miséria. CHEGA!            Alberico Lopes: Pois é: o que mais me apoquenta é o que o João pergunta quase no fim do seu artigo: "o que virá a seguir..."?          João Simões: Completamente de acordo. Apenas mais uns aspectos: Ferro Rodrigues é tonto, de acordo, mas e Marcelo, é o que, senão o mesmo? Sou só eu que acha cada vez mais, em crescendo, que algo se passa na mente daquele que é apelidado como alguém "brilhante"? Existe algo brilhante nas intervenções recentes do senhor presidente? Fala-se da figura de Américo Tomáz, noutros tempos... tirando o facto de na altura existir censura prévia e perseguição política às claras, estamos assim tão diferentes? É suposto ser isto uma democracia, sem qualquer responsabilização por nada? Cumprimentos           Paulo Loureiro: Os portugueses que votam nesta gente é que tratam Portugal como se fosse a Venezuela. E não é por falta de oposição porque o YouTube está cheio de abundantes intervenções diárias que desmontam o governo e as suas mentiras em peças, algumas de pôr os cabelos em pé, com eles a mentirem descaradamente na AR.         Nuno Pê: O cronista gosta é daqueles políticos de Caracas que se reunem com americanos para arranjar mercenários que invadam o país e matem o chefe de Estado eleito, à moda de Allende. Viva a democracia.           Mario Guimaraes: Medina,neste momento, é um homem sem qualidades. Até se retratar, pedir desculpas, afirmar que errou, não culpabilizar ninguém, não menorizar a inteligência das pessoas. E eventualmente, para preservar a dignidade do cargo optar pela demissão. Numa democracia adulta não são admitidos bufos de regimes autocráticos.         Maria da Assunção Gaivão: Este PS que governa Portugal é, nem mais nem menos, herdeiro dos pedreiros livres que mataram o Rei e formaram os governos da alegada primeira república…cuja balbúrdia nos levou a uma revolução militar, que acabou com a pouca vergonha! Medina faz-me ter vergonha de ser lisboeta. Esta cidade é um gigantesco negócio imobiliário alimentado de especuladores…            Joaquim Zacarias: O aproveitamento politico do futebol, por parte do PR e dos xuxas é indecoroso.         António Martins: O que virá a seguir ao futebol será outro "f" mas não será de fado nem de Fátima. Será de FALIDOS        Carlos Quartel: Sobre futebol, há que ser justo. A mais ridícula postura foi a do PR, ao ir ver a bola para o café, de máscara, quando podia fazê-lo em casa, refastelado num sofá, com cerveja e salgados. Foi pôr-se a jeito, para a grande entrevista, caso a vitória fosse da selecção nacional. Mesmo na derrota, deu para uma pequena sessão de propaganda....Isto está muito pior do que se imagina ....................Português indignado: Excelente artigo. O PS é tóxico para Portugal. O polvo socialista estende-se, cresce, aumenta o seu poder e influência, o país empobrece, afunda-se , é ultrapassado por todos os países vindos da Ex URSS e o povinho português é incapaz de se indignar e revoltar contra este modelo estatista/socialista errático e prejudicial para as suas vidas. É insano. Eu quando percebo que algo me está a prejudicar e a fazer mal, simplesmente mudo os hábitos....         Elvis Wayne > Português indignado: O socialismo está para o povo português como o tabaco, álcool ou drogas estão para os toxicodependentes. Viemos pela doce promessa de subsídios e salários, ficamos com a subjugação e resignação fatalista. Acorda Povo, que o Polvo não é inamovível!         José Pedro Correia: Medina trata Lisboa como se fosse Caracas e o País não reage. É triste.         Mario Areias: Agora já tem o Berardo (e o mais que aparecerá sobre este caso) para entreter o povo.           João AlvesMario Areias: Como a selecção não foi apurada, arranjou-se Berardo, arrivista marginal em relação à oligarquia DDT, para distrair o povo dos malefícios do governo.          Paulo Silva: Não percebo o espanto do cronista. Por razões históricas óbvias o regime parido da aventura do PREC, designado por uns de IIIª República, por outros de IIª República, nasceu com a cara chapada do PS… O PS era, e é, a charneira do regime. Um partido cuja dimensão foi sempre suficiente para não deixar de ser uma das duas forças políticas mais votadas, à semelhança do PPD/PSD, com a diferença de que o PS não precisava de fazer acordos à esquerda, enquanto o PSD muitas vezes os fez à sua direita. O reflexo de um eleitorado que vota tendencialmente à esquerda. Das 16 legislativas realizadas, a direita apenas por 4 vezes obteve a maioria do voto popular… correspondendo duas delas ao período cavaquista; epifenómeno fácil de explicar. Quando o nosso sistema político começou a sofrer do fenómeno da polarização, e o consequente emagrecimento dos partidos do centro, o PS pode jogar uma nova cartada. Virar-se para a sua esquerda. Foi assim com o golpe de teatro palaciano de 2015, e Ferro Rodrigues foi o estafermo escolhido para mascote da geringonça. Com passagem pelos bancos da escola da “luta armada” e como pai do RMG/RSI tinha todas as qualidades necessárias para satisfazer o gosto estético da extrema-esquerda, e dos amigalhaços do estado xuxial. Mas com estafermos socialistas muito piores e suas políticas de esbulho fiscal temos levado e não passa nada. Se os portugueses quiserem continuar o entretenimento que continuem. A política do circo e da mão estendida é já uma tradição, mas quando as luzes se apagarem e se acabar o dinheiro dos outros não se queixem, e não digam que a culpa é da troika, ou do Passos.           Quinta SinfoniaPaulo Silva: Se não estou errado, a AD de Sá Carneiro, Freitas do Amaral e Gonçalo Ribeiro Telles alcançou a maioria absoluta em 1980, sem contar com a maioria absoluta em 1979 (eleições intercalares), as minhas contas dão 5 maioria ao centro/direita.            Elvis Wayne > Quinta Sinfonia: E eu só sei de uma no lado do PS, a do 44 em 2005.        Quinta Sinfonia > Elvis Wayne:Sim, mas se for contar maiorias só de um partido, no PSD conta duas, as do Cavaco. Maiorias de esquerda na assembleia, não as contei, mas seria interessante saber quantas foram, enfim, basta consultar… Paulo Silva > Quinta Sinfonia: Referia-me a maioria do voto popular, ou dos votos expressos nas urnas. Não a maiorias parlamentares de deputados. E de facto um partido de direita, o PSD com Cavaco Silva, foi o único com mais de 50% dos votos expressos em legislativas.... por duas vezes. Mas isso terá uma explicação.         Alberico Lopes > Paulo Silva Mas olhe que ainda tentam - 6 anos depois de ter tomado posse como 1º. ministro dum governo não sufragado nas urnas - ainda têm o descaramento de dizer que o que corre mal se deve ao Passos Coelho! Até já o culparam de ter sido ele a chamar a Troika!

 

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