Não, não me vou debruçar sobre estes
desabafos próprios de gente como nós, assustada com o que nos chega de
informação drástica, na impotência perante as políticas que nos vão
encurralando em vias de um futuro cada vez mais amordaçado. Prefiro citar Cesário
Verde,
prevendo um doce casamento, entre ela, a China – no lugar do delicado e amoroso Cesário – e Portugal, a débil de
corpo alegre e brando – e recatado - pronta a dar o humilde sim:
A DÉBIL
Eu que sou feio, sólido, leal,
A ti, que és bela, frágil, assustada,
Quero estimar-te, sempre, recatada
Numa existência honesta, de cristal.
Sentado à mesa de um café devasso,
Ao avistar-te, há pouco fraca e loura,
Nesta babel tão velha e corruptora,
Tive tenções de oferecer-te o braço.
E, quando socorrestes um miserável,
Eu, que bebia cálices de absinto,
Mandei ir a garrafa, porque sinto
Que me tornas prestante, bom, saudável.
«Ela aí vem!» disse eu para os demais;
E pus me a olhar, vexado e suspirando,
O teu corpo que pulsa, alegre e brando,
Na frescura dos linhos matinais.
Via-te pela porta envidraçada;
E invejava, - talvez que não o suspeites! -
Esse vestido simples, sem enfeites,
Nessa cintura tenra, imaculada.
Ia passando, a quatro, o patriarca.
Triste, eu saí. Doía-me a cabeça;
Uma turba ruidosa, negra, espessa,
Voltava das exéquias dum monarca.
Adorável! Tu, muito natural
Seguias a pensar no teu bordado;
Avultava, num largo arborizado,
Uma estátua de rei num pedestal.
Soberbo dia! Impunha-me respeito
A limpidez do teu semblante grego;
E uma família, um ninho de sossego,
Desejava beijar o teu peito.
Com elegância e sem ostentação,
Atravessavas branca, esbelta e fina,
Uma chusma de padres de batina,
E de altos funcionários da nação.
«Mas se a atropela o povo turbulento!
Se fosse, por acaso, ali pisada!»
De repente, paraste embaraçada
Ao pé de um numeroso ajuntamento,
E eu, que urdia estes frágeis esbocetos,
Julguei ver, com a vista de poeta,
Uma pombinha tímida e quieta
Num bando ameaçador de corvos pretos.
E foi, então que eu, homem varonil,
Quis dedicar-te a minha pobre vida,
A ti, que és ténue, dócil, recolhida,
Eu, que sou hábil, prático, viril.
A história interminável do controlo
chinês /premium
A China trata Portugal como um país do Terceiro Mundo.
Usa a mesma receita que usou para controlar países mais pobres: jorrando
dinheiro em infraestruturas e empresas imprescindíveis para o país.
DIANA
SOLLER, Colunista do Observador
OBSERVADOR,
02 jul 2021
Ainda
mal o Plano de Resolução e Resiliência tinha sido aprovado, já a China
se dirigia a Portugal, por interposta pessoa, para se declarar interessada em
investir em três áreas específicas: a tecnologia, a economia do mar e a saúde.
Numa
conferência intitulada “China-Portugal: Novas Oportunidades no Contexto da
Recuperação Europeia”, organizada esta segunda-feira pelo Banco da China, a Associação
de Sociedades Chinesas em Portugal e a Associação de Jovens Empresários
Portugal-China, Pequim veio prontamente declarar-se interessada em investir em
Lisboa nas áreas acima descritas.
E
qual é o problema? O investimento estrangeiro é bem-vindo. Aliás, países como
Portugal podem beneficiar muito deste tipo de investimento se as empresas
compradoras não estiverem nas mãos do Estado de origem e se a sua intenção for
apenas obter dividendos dos investimentos. Ora, não é o caso. Empresas
chinesas detêm assets fundamentais para o funcionamento da economia portuguesa
e preparam-se, se lhes for permitido, para deter mais alguns.
A China trata Portugal como um país do Terceiro Mundo. Usa exactamente a mesma receita que usou para
controlar os países mais pobres: jorrando dinheiro em infraestruturas sem
aparentes compensações num momento de profunda fragilidade das economias
nacionais. Agora as contrapartidas estão
prestes a chegar.
As clássicas podem até tardar um
pouco. Aquelas a que temos assistido na vizinhança asiática: quando Pequim se
aborrece com um problema geopolítico castiga economicamente, com boicotes, o
Estado que a aborreceu. Mas há outras que podem vir mais cedo.
Três
exemplos muito breves: Portugal, como, aliás, o resto da Europa, é
dependente tecnologicamente dos Estados Unidos e da China. Não há inovação, mas também já não há alternativa a
viver fora da crescente “digitalização”, anunciada, em si só, como um bem para
a humanidade. Mas é um bem que põe parte da humanidade entre a espada e a parede,
até porque as grandes potências em confronto têm vindo a desenvolver
tecnologias alternativas e incompatíveis entre si. Quando for preciso fazer
escolhas – e elas estão para breve –, estará Portugal em condições de escolher
em liberdade?
Outra questão: no périplo
de Biden pela
Europa, apesar das reticências, o G7 e a NATO declararam – e aprovaram planos e
documentos – para prosseguir numa trajectória de apoio aos Estados Unidos
contra a China. Será Portugal capaz de acompanhar parceiros da Aliança
Atlântica em situação de risco?
Finalmente: os Estados Unidos já perceberam que precisam de
transformar as regras da economia internacional para, por um lado, manter viva
a economia de mercado e, por outro, serem mais competitivos relativamente a
Estados que beneficiam de estatutos com regras menos pesadas (incluindo a
China), nomeadamente na Organização Mundial do Comércio. Os parceiros europeus
também aceitam que novas regras mais equitativas são importantes para o
rebalanceamento da economia internacional. Estará Portugal em condições para alinhar nesta
empreitada internacional tão importante?
Na
semana em que se celebram 100 anos de existência do Partido Comunista Chinês,
Xi Jinping já não esconde que a China tem ambições imperiais. O maior símbolo –
e projecto dessas ambições são as Rotas da Seda.
Segundo Yu Hui, analista sénior do Serviço de Informação Económica da
China Sobre Países Estrangeiros, presente na conferência de segunda-feira em
Lisboa, as Rotas
da Seda estenderam-se a outros sectores, como a Saúde, e há grandes
oportunidades de cooperação entre os dois países. Mas oportunidades para quem?
Para a submissão portuguesa ao controlo chinês?
INVESTIMENTO
ESTRANGEIRO INVESTIMENTO CHINA MUNDO ECONOMIA ESTADOS
UNIDOS DA AMÉRICA AMÉRICA
COMENTÁRIOS
Miguel Eanes: A Nova Rota da Seda, demonstra que a China investiu
milhares de milhões de euros nos países do Leste da Europa, comprando empresas
e criando centros de investigação, como o que está a ser construído na Hungria.
A China criou
uma ligação ferroviária até à Europa, tendo chegado a Portugal, no passado dia
4 de fevereiro, os primeiros produtos vindos da China por via férrea.
Portugal
virar-se contra a China é a mesma coisa que se virar contra a UE. jorge botelho Moniz: Pois bem, caríssima Diana
Soller. Um destes dias ainda acordamos com o individuo que é primeiro-ministro
a dizer que assinou um acordo com a RP da China para instalação imediata de uma
base destes nos Açores. E o chamado líder da oposição, um tal "Rio",
andará com a polícia à procura do burro que prendeu ao que ele designa
"casa amarela com portas e janelas" quando chegou a Lisboa. A polícia
a referir-lhe que era um eléctrico da Carris e ele a dizer que disso não
percebe nada: "era uma casa amarela e pronto Fernando
Fernandes: A China mudou muito nas últimas
décadas. A entrada para a OCM e a mudança de milhares de empresas ocidentais
para a China (onde procuravam milhões de consumidores e sobretudo, lucro fácil
pela utilização de mão-de-obra barata e baixos imposto) produziu uma China
forte, dominadora, arrogante, ameaçadora. Forte, pois durante algumas décadas,
inundou o mundo de produtos de baixa qualidade a preço reduzido. Dominadora,
pois foi aplicando as toneladas de USD's na compra de empresas estratégicas,
dívida de muitos países, açambarcando MP's em tudo o que era fornecedor com a
corda na garganta. Arrogante pois diz aos 4 ventos que quer ser a maior em 2050
e investe forte em armas, na ocupação de águas territoriais de outros países e
em permanente ameaça a vizinhos (Vietname, Taiwan, Filipinas, Austrália, Índia,
Nepal). Ameaçadora, sobretudo aos seus vizinhos que ameaça invadir. Mas a maior
ameaça ainda está para vir. Os acordos com a Rússia na área da defesa, espaço,
energia, tecnologia, junta duas ditaduras com interesses similares e ameaças cada
vez maiores à Europa e EUA. A pandemia alertou o Mundo, mas pouco ou nada
parecem estar preparados para fazer. Continuaremos a comprar lixo, a impedir o
nosso desenvolvimento tecnológico limitando-nos a comprar feito e, se eles
assim desejarem, a vender o estratégico que ainda não compraram. Juntar os mais
arrogantes do mundo com a maior população do planeta, vai dar problemas que,
nem neste artigo, nem nos demais, é abordado. Anarquista
Inconformado: Olhe Dona Diana, a China só chegou a esse ponto depois da Oligarquia
Corrupta e Cleptocrata ter tomado conta das empresas que eram propriedade do
Estado Português e mais engraçado ainda com o dinheiro do nosso estado.
Pergunte aos políticos que
tomaram isso possível, quanto receberam de comissões por baixo da mesa e porque
é que ainda não foram investigados e condenados. Ao pé deles Berardo é um
menino de coro. E já agora a sua estorieta do domínio chinês no nosso país, não tem nada a
ver com a realidade. Francisco
Correia > Anarquista Inconformado: Será que já estás esquecido que
Portugal se pôs a jeito, quando ficou sem dinheiro (graças à excelente
governação do PS) para pagar a FP´s e pensionistas? Eu também acho que mais
valia ter falhado nos pagamentos aos FP´s e pensionistas, do que ter vendido
algumas empresas aos chineses. É que era só lucro! Os portugueses teriam ficado
vacinados contra políticos bancarroteiros e a China agora não poderia cá meter
o bedelho. Xico
Nhoca > Anarquista Inconformado: Quem parece que anda a negar a
realidade é o anarquista inconformado quando não vê que, muito para além do
nosso país, a China se não domina ainda o mundo por via da economia, anda lá
muito perto. A própria pandemia mostrou isso: a cura da maleita que partiu da
China estava na China desde a máscara até ao ventilador. Arre, que é preciso
ser ceguinho. António
Sennfelt: Neste seu
pequeno artigo, Diana Soller condensa uma das questões mais prementes com que
se defronta o mundo ocidental. Infelizmente, as nossas alegadas
"elites" políticas, intelectuais e económicas parecem incapazes de
olhar para além do seu umbigo! Pontifex
Maximus: Será Portugal livre
para decidir entre a China e o Ocidente, pergunta a colunista. Respondo de uma
forma simples: pergunte ao Sr Passos Coelho, que inaugurou a entrega do país
aos chineses! Fernando
Francisco > Pontifex Maximus: Que visão pequenina Xico Nhoca > Pontifex Maximus: E eu a pensar que tinha sido o
Sócrates, com a bancarrota, a obrigar a que Portugal fosse vendido quando
aparece esta mente esclarecida a explicar que não... Ainda bem que há tipos
inteligentes que nos explicam as coisas Elvis Wayne: Até a China ( do outro lado do
Mundo) já percebeu o que a casa gasta. Só nós é que permanecemos em negação,
achando que não nos estamos a tornar numa Venezuela europeia. advoga diabo: Além de Portugal não ser
propriamente Angola, p.e., desde logo por se reger por leis da UE, o
"controle" chinês comparado com o ocidental ao longo de séculos e até
hoje por todo o lado, os EUA continuam a dominar boa parte da economia mundial,
continua a ser minoritário e, mais importante, nunca recorreu a processos
infames. Fritz Maier
> advoga diabo: bebeste? Paulo Dias > advoga diabo: Com todo o respeito pela sua
opinião, diria que é só uma questão de tempo. Há livros suficientes com
histórias do género, e mais do que a história, a forma como a China tem
mostrado esmagar quem se lhe opõe é sinal evidente que se trata de uma questão
de tempo. A este propósito, há aquela fábula da tartaruga e do escorpião, que,
querendo atravessar um rio, o escorpião, que não consegue nadar, perguntou à
tartaruga:– Posso atravessar este rio agitado às tuas costas?– Nem pensar –
respondeu a tartaruga – quando eu estiver a nadar tu picas-me e eu afogo-me.–
Querida tartaruga, – respondeu o escorpião – se eu te picar eu também vou ao
fundo. Que lógica tem isso? Depois de um momento de reflexão, a tartaruga,
convencida pelo escorpião, concordou em transportá-lo. – Sobe, disse ela. O
escorpião subiu para casco da tartaruga e iniciaram a travessia. Quando estavam
a chegar ao meio do rio, o escorpião deu uma impiedosa ferroada à tartaruga. O
veneno agiu quase de imediato paralisando-a que, não conseguindo nadar, começou
a ir a o fundo, levando consigo o seu passageiro. Indignada, a tartaruga
disse:– Disseste que não havia lógica em picar-me. Porque é que o fizeste? –
Não tem a ver com a lógica, – respondeu o escorpião – é simplesmente a minha
natureza. Elvis Wayne > advoga diabo: Estarei a ler o teu comentário bem? Estás e preterir
os EUA (racistas e colonialistas) à Grande Democracia Oriental de Partido Único
(comunista)? Não tomes a medicação não, depois vêm-me chorar no ombro a dizer
que o "Partido" te tirou a avença. advoga diabo > Paulo Dias: A História prova não ser essa a natureza da China.
Escorpiões encontra-os, há séculos, no Ocidente. Paulo Dias: Felizmente, somos todos criados com
"vontade própria" e como tal não podemos impedir os outros de
implementarem as estratégias que entenderem. Por um lado o investimento Chinês
utilizando a estratégia estado-empresa, por outro lado o investimento
"ocidental" utilizando a estratégia empresa-estado. Em qualquer
dos casos o objectivo final é sempre o mesmo, poder, domínio dos fracos pelos
fortes. Ou Portugal não andou já, durante algum tempo, a (tentar) jogar o
jogo dos fortes? A questão é portanto, não podendo impedir o que os outros
tentam fazer, e estando nesta altura no lugar dos fracos, por incúria, por má
gestão, etc., o que fazer? Escolher um dos lados? Jogar o jogo em diferentes
tabuleiros? Identificarmos e controlarmos o “core business” do país (Água, Rede
Eléctrica, Vias de Comunicação, ...) deixando o resto do jogo ser jogado por
empresas, independentemente das estratégias que estejam por trás? Entregamo-nos
às mãos dos fortes, eles que se desunhem, que nós cá estamos para viver à conta
o mais possível? Digamos que é muito fácil fazer o diagnóstico, mas é mais
difícil identificar a receita. São estes os temas que infelizmente não
vejo debater pelos nossos políticos e pela sociedade em geral. Todos nos
entretemos a falar de futebol, se o ministro, ou o carro do ministro está
licenciado ou não, etc.. Sem dúvida tudo temas muito interessantes, mas que me
lembram aquela metáfora de controlo, em que andamos à procura de formigas e os
elefantes passam-nos à frente dos olhos sem os conseguimos detectar. Muitas vezes nos queixamos que não há
desígnios nacionais e que as pessoas não participam na actividade política. Suspeito
que este é um dos temas de tal forma estruturante, que deve ser discutido pelo
maior número de pessoas possível, para clarificar dúvidas, separar águas e que
nos transformaria num país diferente, para melhor. Francisco
Tavares de Almeida: Finalmente um
artigo de Diana Soller com que concordo totalmente. A inimizade e, para já,
guerra fria entre os EUA e a China é um facto. É uma realidade com que,
agrade-nos ou não, iremos viver. Também parece inevitável a aliança entre a
China e a Rússia que desagradará à maioria mas que também não conseguiremos
evitar. Há uma muito pequena possibilidade de vir a existir um grupo de países
não alinhados, encabeçados pela Índia. E uma muito menor possibilidade da UE se
decidir e conseguir esse estatuto. Mas o expectável é que seja impossível não
escolher um dos lados. E sendo assim, a afinidade cultural, a compreensão da
língua e a situação geográfica, pelo menos da Europa atlântica, não permitem
outra escolha senão os EUA, ainda que não se goste deles. Se, como é possível
dada a dependência alemã da energia russa e da economia chinesa, a UE se venha
a fragmentar, Portugal continua sem alternativa aos EUA, tanto mais que é certo
que a Grã-Bretanha vai integrar esse lado. Neste cenário que é factual e não
ideológico, comentários como os de César Neves, apenas se explicam se aspira já
a um emprego como director de um campo de detenção ou semelhante. mamadorchulo
dostugas: Pode ser que os
chinocas ponham na ordem estes wokes João Guedes: Quando surgiram os telemóveis,
J.L. César das Neves chamou-lhes “coleiras electrónicas” porque com essas coleiras,
passávamos a estar contactáveis ao alcance de quem quer que fosse, onde quer
que estivéssemos, quando quer que fosse. Hoje, a população já vacinada anda feliz porque se
tiver um “passaporte digital” no telemóvel já lhe é permitido sair do concelho,
ir até ao Algarve, ir ao casamento da sobrinha ou mesmo visitar o filho
emigrante na Irlanda. A vida para quem não tiver o passaporte digital em breve
vai tornar-se num inferno (extremamente limitada). Mas o corona da China mais
as suas variantes vão continuar aí até que estejam todos vacinados (mesmo nas
faixas etárias para as quais o risco e os efeitos da doença são
estatisticamente irrelevantes). Nada de se investir no desenvolvimento de
uma cura para a doença. Só depois, quando todos tivermos “passaporte
digital”, poderemos regressar ao novo normal. Será fácil então aos governos
instituírem, quando a situação estiver madura, um sistema de pontos com prémios
e castigos, como já acontece na China, que alarga ou encurta a nossa trela
conforme sejamos “bons” ou “maus” cidadãos. Que maravilha! Se a China (leia-se
PC chinês) dominar os países, sendo dona das suas infraestruturas essenciais e
credora das suas dívidas (que muito aumentaram devido aos “lockdowns” impostos
por um combate desastroso ao corona da China), nada a impede, através de
governos nacionais manietados, dominar um por um cada um dos cidadãos. Parabéns ao PC chinês que está a dar tempo ao
tempo para conquistar o mundo sem precisar de dar um tiro. (Quanto mais tarde a Terra se tornar plana,
melhor.) Francisco Tavares de Almeida > João Guedes: Tem razão mas o que assusta é que, por este caminho,
esse programa que enuncia, pode estar já "habilidosamente" em
curso. Carlos
Guerreiro: Bom artigo.
Não dúvida nenhuma sobre a intenção chinesa. É domínio: territorial, económico,
financeiro e político. Vide todos os países que se submeteram às suas 'ajudas'.
Portugal vai pelo mesmo caminho se aceitar investimento chinês porque este,
como diz muito bem a Diana, não é económico. É político. Uma nota: não deixa de
ser irónico ver os chineses a ajudarem e a ganharem dinheiro com uma situação
criada por eles. De facto...o Ocidente está decadente. Censura Repugnante: OK. Mas a dura e triste
realidade é que Portugal É um país de terceiro mundo. Não é de quarto ou de
quinto mundo, mas é de terceiro. bento guerra: Saberá alguma coisa de
História? João
Guedes: Excelente
artigo. O povo de olhos fechados e os governantes submissos aos novos
colonizadores. César Neves: Olha que engraçado. A Inglaterra e os EU fizeram, e
fazem, pior: corrompem; e quando a corrupção não lhes permite o esmifranço, põe
os indígenas á trolha, para se tornarem senhores daquilo tudo e
"salvadores da pátria". Então a nós foi sempre um ver se te avias:
trataram-nos sempre pior do que um país do terceiro mundo, : além das badalhoquices
referidas, sempre nos desprezaram até ao tutano. E nós sempre o permitimos:
sempre houve colaboracionistas e corruptos, de cabeça baixa, chapéu na mão e
rabo a dar a dar, a fazer-lhes as vontadinhas todas. Percebeu? Estou certo que
sim. Não vai voltar a fazer um artigo como este, pois não? António de Mendonça > César Neves: César Neves, a sua cegueira é compatível com a sua
ignorância. Se viajar pelo mundo e nomeadamente por África, verificará que a
estratégia da China é injectar dinheiro em economias fracas, sabendo de antemão
que estas nunca poderão pagar os empréstimos e desta forma, paulatinamente
apoderar-se de importantes fontes de matérias primas, terras férteis e
infraestruturas, para poderem depois manipular os governos a seu favor, quer no
acesso ao território e águas, quer em votações na ONU etc...etc... Cá estão a
tentar fazer a mesma coisa. A diferença entre a China e esses países que refere
e despreza, é que o governo desses muda de vez em quando, assim como as suas
políticas e o da China não. Além disso, na China não lhe seriam permitidos os
comentários sobre o seu país que livremente faz nesta plataforma. Carlos
Quartel > António de Mendonça: Tem razão. O capital chinês funciona como extensão da
vontade imperialista, é parte integrante do objectivo de conquista. O capital de países livres rege-se pela esperança de
lucro, numa postura de negócios. Essa é a grande
diferença... César
Neves > Carlos Quartel Qual a diferença!? Diga-me qual a diferença por
favor? A China, Rússia, EU, Europa e afins, andam todos ao mesmo: e todos com
uma lógica imperialista de obter recursos ao preço da uva mijona e/ou mercados.
Todos não têm o menor pejo em corromper pessoas e instituições, e chacinar
crianças como quem come tremoços. A ganância é mandatária e comum a todos. Qual
a diferença!? Onde é que o senhor vê a diferença? César Neves > António de Mendonça: Porque insulta? É sinal de falta de inteligência e educação, e
sobretudo de falta de razão. O
que o senhor acusa com verdade a China, os EU e Ocidente faz pior: muito pior.
A corrupção pelo Ocidente das pessoas e
instituições em África e nos países pobres, é um ver se te avias. Que o digam o Eduardo e Isabel dos Santos. A chacina de crianças ainda é ainda um maior ver se te
avias. Que o digam as mais de 500000 crianças chacinadas no Afeganistão e Iraque;
os dois milhões de mortos e deslocados das "primaveras", as crianças
que estão na escola e levam com um míssil num bombardeamento dito cirúrgico e
por aí fora. Perante isto, diga-me por favor: onde é que o senhor vê a diferença? Fernando Pité > António de Mendonça: Respondeu justamente ao que estava a
pensar! Achei curioso o discurso do Xi-jinpeng(?), dizendo que
os Chineses ao contrário de outros povos, nunca foram imperialistas, quando a
História o nega. Sobretudo com a invasão da China pelos Mongóis, expandiu-se
o imperialismo chinês, que apenas foi contrariado pela tentativa falhada de
anexação do Japão, e pela guerra do ópio. Fora isso o Império Chinês foi
consolidado pela anexação de outros povos e pela tentativa de domínio da
Indochina e da "mongolização" da India. Actualmente a China investe
tecnologia e capital. e exporta mão de obra para o exterior, cria bases navais
no "corno de África", e têm razão quando referem que o seu sistema
político-administrativo carregado de corrupção, baseado numa ideologia
capitalista-marxista, supera o que o pós-capitalismo que subsiste que relega
para o passado. Sobretudo, a China joga politicamente a longo prazo, e
aproveita-se da fraqueza dos outros, Americanos inclusive, e daí que tende a
suplantá-los... Geraldo Sem Pavor > César Neves: Existem várias, das quais destaco: 1. os governos na EU e EUA são
eleitos pelos cidadãos e não pelo partido comunista chinês. 2. a maioria das empresas
multinacionais, na EU e nos EUA, são detidas por investidores privados e não
pelo estado (i.e. partido comunista chinês). 3. os empresários na EU e nos
EUA podem expressar as suas opiniões sem correrem o risco de "desaparecerem"
misteriosamente. podia continuar mas torna-se cansativo. César
Neves > Geraldo Sem Pavor: Imagine as crianças de África
que são impedidas de se desenvolver e instruir adequadamente; que passam fome;
que levam um míssil na cabeça: tudo em resultado da actuação corrupta e bárbara
dos países poderosos. Responda agora por favor: acha tem alguma importância para essas crianças se quem o fez
é um "democrata" americano ou um comunista chinês? Responda ainda: acha que países
que chacinam crianças como quem come tremoços são democracias? Acha que são muito diferentes
dum regime comunista? Bem me parecia que concorda comigo. César Neves > Fernando Pité: Mas que arrazoado tão grande para tentar explicar o
inexplicável. Claro que todos os países poderosos foram, e são, imperialistas: todos sem excepção.
E nenhum é flor que se cheire. Todos
têm um desprezo absoluto pela vida das crianças dos outros. Não há nenhum melhor do que o
outro. Todos são péssimos. De modo que devemos é lutar para acabar com esta
badalhocada toda, e não dar cobertura a nenhum, nem a ninguém, dizendo que uns
são melhores que outros.
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