segunda-feira, 5 de julho de 2021

Coisas que aqui acontecem


Traduzidas por Helena Matos e seus comentadores, nem sempre de acordo com ela. Na questão dos dois alunos que não frequentaram as aulas de cidadania e desenvolvimento, concordo com aqueles comentadores que entendem ser, da parte dos pais dos meninos, um desafio pedante às normas impostas superiormente, o pretender passar de ano sem frequentar as aulas de uma disciplina, só porque a família se acha com mais competência para a ministrar… Um exemplo que, a ser seguido, provocaria um caos pedagógico superior ao que já se vive, mesmo sem ser precisa tanta pesporrência paterna…

Como é diferente o socialismo em Portugal /premium

Quando criticados, gritam imoralidade. Quando erram não pedem desculpa, dizem-se tristes. Quando lhes pedem responsabilidades, declaram-se enganados. Adolescentes irresponsáveis? Não. É o PS.

HELENA MATOS, Colunista do Observador

OBSERVADOR, 04 jul 2021

Carlos César considera “imoral” tentar “retirar vantagens políticas” de acidente que envolveu carro do ministro da Administração Interna. Num primeiro momento a reacção a esta acusação seria lembrar a Carlos César que imoral é o comunicado do Ministério da Administração Interna após o acidente. Um comunicado que omite toda a informação que pode comprometer o ministro – a que velocidade seguia o carro? Porque ia na faixa da esquerda – e que se alonga nos detalhes reais ou ficcionados para não dizer mentirosos que responsabilizam o trabalhador ou a empresa para que trabalhava. Mas a imoralidade é outra. Ou melhor dizendo a mais perturbante imoralidade de tudo isto é outra.

Essa imoralidade é a forma como o PS tem exercido o poder nas últimas décadas: quando criticados, os socialistas reagem dizendo-se vítimas de ataques imorais. Quando erram não pedem desculpa, dizem-se tristes. Quando lhes pedimos responsabilidades, declaram-se enganados.

Foi graças a esta táctica que, depois de terem beneficiado das vitórias de Sócrates, os socialistas se desembaraçaram dele. Durante anos, os actos de José Sócrates não causaram o menor reparo nem geraram a mais leve dúvida entre os dirigentes do PS a começar por Carlos César, passando por António Costa ou pelo “cientista profissional” Augusto Santos Silva (digamos que a ciência no caso pode ser o caminho para uma muito profissional candidatura à Presidência da República). O Freeport, a tentativa de controlo da TVI, os acordos com Berardo no caso do CCB… nada os inquietava, a não ser claro a imoralidade que viam nas críticas ao líder que lhe dera a maioria absoluta. Mandava então a doutrina socialista que nada havia a discutir a não ser quando e se os tribunais se pronunciassem.

Ora quando as investigações policiais começaram a confirmar em muito pior as críticas, eles, os adeptos da imoralidade das críticas, começaram a ficar tristes. Carlos César foi até um dos mais tristes: “Evidentemente penalizamo-nos muito, ficamos entristecidos”

Mas Carlos César ficou triste e penalizado com o PS ter sido cúmplice de tais actos? Com o ter fechado os olhos e os ouvidos ao que era evidente? Com o ter usado a sua retórica e o seu poder para desmerecer as críticas? Não, nada disso. Carlos César falando pelos socialistas disse que ficaram “até enraivecidos, que pessoas que se aproveitam de partidos políticos e designadamente do PS tenham comportamentos desta natureza. Evidentemente que ficamos revoltados. A vergonha até é maior [no caso Sócrates] porque era primeiro-ministro”.

Em resumo, César passou da tristeza para o enraivecimento porque Sócrates se aproveitou do PS! De facto dá dó!

Hoje esta geração que “esteve sem estar” com Sócrates, que se aproveitou dele e agora faz de conta que ele foi um acidente no seu percurso, não se sente na obrigação de prestar contas sobre o que sabia dos acordos do poder socialista com Berardo ou com Ricardo Salgado. E note-se que se dirigentes como António Costa, Augusto Santos Silva ou Carlos César sabiam e calaram é grave, mas se não souberam grave continua a ser porque tal ignorância a ser verdadeira pressupõe que serão destituídos do discernimento mais básico.

Em “A Ceia dos Cardeais” perguntava-se se o amor era diferente em Portugal. Sem desmerecer no tema o melhor será deixarmos o amor para depois e passarmos ao socialismo, assunto muito mais simples é óbvio. Afinal o socialismo gera sempre o mesmo resultado onde quer que seja aplicado: menos riqueza e uma nomenclatura instalada num aparelho de Estado em que a avidez de recursos cresce a par com a ineficácia. Já quanto aos meios para chegar ao socialismo, aí sim existem particularismos locais: a nós, portugueses, coube-nos a irresponsabilidade como método. Ou táctica. O último dirigente socialista a debater-se com o peso das responsabilidades foi António Guterres. Não resistiu e, cansado, apresentou a demissão. Foi há vinte anos. (Desde então dedica-se a “salvar o planeta” coisa bem mais viável e reconfortante que salvar Portugal dos seus maus governantes.) Quem lhe sucedeu não voltou a ter tal dilema: o poder de um socialista, em Portugal, mede-se pela sua capacidade de se isentar de responsabilidades. É uma vergonha mas é o que temos.

PS.Não Transita”, apesar de ter “desenvolvido com excelência as aprendizagens essenciais a todas as disciplinas, excepto a Cidadania e Desenvolvimento por falta de assiduidade. Parabéns” Complicado? O aluno é excelente mas não transita? E os parabéns está aqui a que título?

Esta é avaliação de Tiago Mesquita Guimarães um dos filhos do casal que recusou, por objecção de consciência, que os seus filhos, Tiago e Rafael, participassem nas aulas da disciplina de “Cidadania e Desenvolvimento”. Argumenta o casal Mesquita Guimarães que os conteúdos desta disciplina “são da responsabilidade educativa das famílias”.

O caso arrasta-se há anos: em 2020, o Secretário de Estado da Educação, João Costa, sobrepôs-se ilegalmente à decisão do conselho de turma e reprovou por despacho os dois irmãos. A família Mesquita Guimarães colocou então uma providência cautelar contra o Ministério da Educação. Venceu. A decisão do ministério foi anulada e os dois alunos, excelentes alunos por sinal, não foram obrigados a recuar dois anos para irem frequentar as aulas de Cidadania e Desenvolvimento.

Agora em 2021, Rafael e Tiago Mesquita Guimarães correm novamente o risco de reprovar. As notas continuam a ser excelentes mas as faltas às aulas de de Cidadania e Desenvolvimento levam ao tal “Não Transita”. Por enquanto e à excepção do Notícias Viriato este assanhamento ideológico por parte do ministério da Educação pouco tem sido noticiado. Subestimar o que está em causa é um erro tremendo. Tal como aconteceu com o fim dos contratos de associação com os colégios, também neste caso optar pela indiferença terá um custo caro.

PS  POLÍTICA  MINISTÉRIO ADMINISTRAÇÃO INTERNA  GOVERNO

COMENTÁRIOS:

Graciete Madeira: Necessitamos de mais jornalistas independentees e corajosos como H. Matos para denunciarem estes casos escandalosos.             lidia Azevedo: Obrigada Helena Matos !            Maria Augusta: Portugal precisa de várias doses de várias vacinas para combater os "vírus" perigosos do comuno-socialismo que nos tem enterrado e condenado ao atraso atávico e empobrecimento do socialismo parasitário lusitano. Mas como é possível curarmo-nos desta "peste negra" do xuxo-comunismo num país pejado de comuno-xuxarecos fanáticos e alucinados? Não é possível, por isso vai demorar décadas infindáveis a "limpar" o penico em que Portugal está transformado desta maleita grave que é o comuno-socialismo e o PS, com isso os nossos filhos e netos vão sofrer até Portugal poder ser novamente um país com esperança num futuro de trabalho, esforço, riqueza e liberdade, orgulhoso do seu passado e certo do seu futuro.              Leão da Estrela Maria Augusta:Nada mais que a verdade! «Em poucas décadas estaremos reduzidos à indigência, ou seja, à caridade de outras nações,.. Para uma nação que estava a caminho de se tornar numa Suíça, o golpe de Estado foi o princípio do fim. Resta o Sol, o Turismo e o servilismo de bandeja, a pobreza crónica e a emigração em massa». A tal frase que foi, mas depois não foi proferida pelo Senhor Professor Marcello Caetano              Miguel Eanes: Se isto é o socialismo, nem quero imaginar o que é liberalismo nas mentes desta gente.            Ashley Albuquerque > Miguel Eanes:  Não é socialismo democrata escandinavo. É socialismo comunista venezuelano.           pedro dragone: Mais que imoralidade, revela uma oposição míope e desorientada que se atira a um cadáver político (Cabrita), deixando o respectivo chefe (Costa) em roda livre. Por isso é que Costa demite Cabrita: serve-lhe de pára-raios. Enquanto durar o "tiro ao Cabrita" Costa folga ... as costas.      Miguel Eanes: Que bom que é o socialismo alemão. Onde o Estado é dono de empresas, coisa proibida em Portugal. Joaquim Moreira: A diferença do socialismo em Portugal, tem muito a ver com esta irresponsabilidade geral. Comecemos pela Comunicação Social! Que duma maneira geral, defende este situacionismo, que mais não é do que o sistema criado pelo socialismo. Que tendo começado por combater o esquerdismo, acabou numa Geringonça para voltar a meter no poder este irresponsável socialismo. Mas para a sua irresponsabilidade ser mesmo total, fê-lo com o apoio incondicional da mais alta figura da representação nacional. E para se perceber o que estou a querer dizer, bastaria ver, o último Expresso da Meia Noite, para perceber. Para já não falar de um da noite anterior da TVI, em que uma jornalista, fez a defesa do PS melhor do que qualquer socialista. Como teve a oportunidade de dizer o representante do PSD que também estava nesse programa a responder! No fundo, o que quero dizer é que a Helena Matos está cheia de razão! Por isso, é que cada vez mais apoio o líder da oposição. O único que pode dar um grande contributo para mudar toda esta situação! Ou seja, este situacionista sistema socialista!               Harry Dean Stanton: Mas confesso que depois de uma passagem em zapping pelo último expresso da meia-noite onde vi a HM com um ar muito professoral muito preocupada com a situação da segurança social ainda cheguei a pensar que também seria assunto desta coluna. Pelos vistos enganei-me e não passou tudo de uma angústia de sexta-feira à noite. Com o mesmo misto de imbecilidade e fanatismo com que andaram uma legislatura inteira a negar o impacto da crise económica mundial na banca nacional e por conseguinte na vinda da troika. E agora com um caso de polícia ainda tentam ir mais longe e quiçá responsabilizar Portugal por esse crash neoliberal mundial que também levou à falência da banca nacional que se limitou a acompanhar os resultados do sector a nível mundial. Como é normal numa economia global. E tinha uma novidade para a HM. Nos EUA, onde os salários estão congelados há 40 anos, mais de 2/3 da população sabe há muito tempo que não pode sequer pensar no mesmo nível de vida dos pais. Nenhum caso de polícia altera os problemas estruturais da economia portuguesa. Nem o Alves dos Reis. Mas para perceber isso talvez fosse preciso prestar a mesma atenção ao mundo que aos 3 pastorinhos. Em suma, abrir os olhos para lá da pequena panorâmica. E talvez deixar de apoiar os verdadeiros responsáveis pela situação da economia mundial, que já é hoje unânime que é preciso reconfigurar completamente. Com claros impactos na economia portuguesa como é óbvio. Que ao nível da distribuição da riqueza, só para citar um indicador, já colocam o mundo praticamente de regresso ao Séc. XIX e muito rapidamente a caminho do Séc. XVII. Quando o sítio onde se nascia era ao mesmo tempo uma sentença de morte para 99% da população mundial. Realidade a que só o elevador social que surge depois da II Guerra através de uma série de institutos públicos como a escola, a saúde mas também a segurança social, veio pôr fim. E que o regresso do liberalismo económico do século XIX, mais uma vez através da desregulação total dos mercados, ameaça todos os dias. Muito mais que qualquer caso de polícia. E que a HM nem sabendo muito bem o que é apoia todos os dias.

Francisco Correia > Harry Dean Stanton: Oh Harry, deixa-te de narrativas capciosas. A crise financeira de 2008/2009 só pôs a nu quem andava a nadar sem calções. Basta ver que em quase 200 países que existem no Mundo, só uma mão cheia deles é que teve de pedir ajuda financeira. E quanto à falência da banca nacional, isso nada teve a ver com liberalismo ou capitalismo, teve a ver com algo muito mais prosaico e simples chamado ladroagem.             Harry Dean Stanton > Francisco Correia: Calculo que sim para economistas como o Francisco e a Maria. E o que não falta nos media portugueses é papagaios a dizer o mesmo. Mas mesmo que fosse assim havia que congratular a capacidade de influência do socas, dos xuxas e dos ladrões portugueses no mundo.          josé maria: A Helena Matos continua a andar em círculos, ao redor de si própria, mas ainda não conseguiu explicar aos seus aficionados por que razão a direita portuguesa continua na mó de baixo, desde 2015, e não há forma de melhorar... E é tão fácil de perceber isso, tão fácil...          Maria da Graça de Dias > josé maria @José maria - Se há alguém que não anda em "círculos " é a Helena Matos, e testemunho disso mesmo são os excelentes artigos de Opinião que todas as semanas nos traz, em que todos são pertinentes e sem quaisquer rodeios ou inibição, o que a avaliar pelo seu comentário, não se sentirá confortável com os mesmos. Ezequiel Miranda: Helena Matos, a senhora está equivocada. O Secretário de Estado não se sobrepôs ilegalmente ao Conselho de Turma, apenas repôs a legalidade. O Conselho de Turma deveria ter suspendido os alunos logo que estes ultrapassaram o limite de faltas e se recusaram a realizar as tarefas de recuperação de conteúdos. Não frequentavam mais as aulas e iriam para a biblioteca realizar tarefas prescritas pelos professores da turma. Ficavam imediatamente retidos. Só que os papás têm dinheiro e desejam protagonismo, mesmo hipotecando o futuro dos seus filhos, daí este braço de ferro com a legalidade. Só faltava os pais decidirem os conteúdos de cada disciplina: fazia-se um ensino à la carte, à vontade de cada um . Se assim fosse, todos os alunos iriam recorrer a esta estratégia. Se os pais não estão satisfeitos, optem por um ensino confessional. E paguem!              Voando sobre um ninho de cucos >Ezequiel Miranda: Certamente que conhece o estatuto do Aluno e ética escolar, Lei 51/2012. Extremamente longo e complexo para ser aqui abordado. Mas mesmo através de uma leitura rápida, consegue -se perceber a argumentação do encarregado de educação, quando se fala por exemplo na possibilidade de escolha do Projecto educativo que se pensa ser o mais adequado para o aluno. De facto, pela minha interpretação parece haver uma lacuna na lei: a liberdade de escolha aplica-se dentro do próprio estabelecimento de ensino? Poderá o Encarregado de Educação aprovar o PE apenas parcialmente? Eu própria tenho muitas dúvidas. Este caso é o primeiro que eu conheço. É perfeitamente natural que coloquemos muitas questões. Geralmente os EEducação  sabem muito pouco sobre o PE do Agrupamento. Mas se começarem  a aparecer mais encarregados de educação a olharem com atenção para os diplomas legais vão certamente achar lacunas. Portanto quando diz que a legalidade foi reposta, pode não ser tão simples assim.

Ezequiel Miranda >Voando sobre um ninho de cucos: Isto é uma discussão estéril. A disciplina é de carácter obrigatório PARA TODOS. Tudo o que se tem dito sobre as aulas de Cidadania é pura demagogia de gente que Nunca pôs os pés nessas aulas. Esta discussão é apenas ideológica e serve uma agenda política. Os miúdos servem apenas como arma de arremesso. Tornem a disciplina facultativa. Eu, no tempo que fiz a primária, nunca ninguém me perguntou se queria ter catequese. E Cidadania nada tem a ver com isto. Assistam às aulas, informem-me e deixem de participar no livro e na cartilha com que certas forças políticas vos tentam manipular.          Voando sobre um ninho de cucos > Ezequiel Miranda: Mas o Ezequiel acertou, tocou no ponto certo: tornem a disciplina facultativa e acaba-se este imbróglio. O problema tornou-se político e o Ezequiel sabe o porquê. Mas para além do carácter doutrinário ou não das aulas de Cidadania, coloca-se o problema legal do «trânsito» dos alunos. E o que eu referi é que a lei pode ser interpretada não sendo assim tão taxativa a decisão de : falta, não transita.               Ezequiel Miranda > Voando sobre um ninho de cucos: Pois é, tornamos a disciplina facultativa porque alguns pais (uma esmagadora minoria) não gostam de alguns conteúdos. Amanhã será a vez das Ciências, depois a História, e nunca mais pára. O Ensino não pode ser assim. Não sou a favor que os miúdos reprovarem por o pai ser um imbecil, mas tem de haver consequências. Ao abrir- se um precedente, isto nunca mais terá fim             leonor galhardas: gnorava que o caso "irmãos Mesquita Guimarães' não saiu da actualidade e parece que tem sido escondido de todos. As associações de pais, se ainda têm alguma influência, que digam de sua justiça.             Voando sobre um ninho de cucos > leonor galhardas: Depende de quem  integra as Associações de Pais. O PCP tem uma longa tradição de formação e controle de todo o tipo de associações. Não me admiraria nada que fosse o caso.            Ana Oliveira: Se a comunicação social fofinha da esquerda que domina o País fosse tão inquisidora com o PS como é com o Chega este País seria outro...mas alegadamente parece que a maioria dos Jornalistas tem medo até da sombra dos partidos de esquerda...isto sim devia ser o debate nacional           Censurado sem razão > Ana Oliveira: Medo? Eles são a frente de ataque dos partidos de esquerda. Quem tem que perder o medo somos todos aqueles que pagamos está choldra. Até aqui no observador a liberdade de expressão está condicionada. Se fôssemos um país à seria podíamos escrever o que nos apetecesse. Aqui, uma  só palavrinha que seja contra o poder instituído vai logo para moderação. Nos e que temos  que agir. Contra a ditadura e o verdadeiro fascismo (sempre da esquerda) marchar, marchar!               Antonio Mata Antunes: Excelente artigo ao que Helena Matos nos vem habituando. Este é de um realismo impressionante, na minha opinião em particular porque foca a fuga à responsabilidade dos políticos, o que é vergonhoso e totalmente indigno, e ainda mais grave a referência ao apoderamento do Estado pelo Governo. De realçar ainda o desconhecimento por parte de vários ministros da actuação de Sócrates como se isso fosse possível.          manuel soares Martins: A lição é sempre a mesma : quando há mortos não se fala nisso, porque é muito feio. O PSD tem engolido esta treta que o PS vende (e, como se sabe, aparentemente, muita gente compra) desde sempre. Morrem dezenas e dezenas de pessoas numa estrada? Não há nada de que falar, nem apurar responsabilidades políticas da hecatombe : isso é "fazer política com os mortos", uma vergonha! Morrem dezenas e dezenas de pessoas em lares durante a pandemia? Não há nada a apurar, são fatalidades. Um trabalhador é morto por um carro de um ministro? Evidentemente falar disso é baixa política. O Governo está sempre legitimado para directa ou indirectamente, por incúria, por negligência, por desprezo da vida dos cidadãos, os matar sem que depois se devam apurar responsabilidades políticas pelas mortes. Escusam de repetir: a maior parte do pessoal já sabe a lição e já está domesticado.           Joaquim Rodrigues: As mudanças de que o País necessita, nem estes nem outros "socialistas" quaisquer são capazes de as fazer. O grande problema de Portugal foi e continua a ser o Estado herdado do Salazar, assaltado, apadrinhado e "retocado" no PREC pelo Cunhal, de que hoje a “oligarquia” se serve, depois de ter capturado a Comunicação Social e a generalidade dos partidos portugueses. A “oligarquia” facilmente coloca lacaios seus na liderança dos partidos porque, também os Partidos, foram organizados à imagem do PCP e da União Nacional, fazendo uso do “centralismo”, sem democracia interna, onde imperam "as golpadas e os compadrios” e as "oligarquias partidárias". Tal como no fascismo ou no comunismo, os representantes Regionais, Distritais ou Concelhios dos partidos em Portugal, não representam a vontade e os interesses das populações da Região, do Distrito ou do Concelho, mas, ao contrário, representam a vontade do Chefe do partido na Região, Distrito ou Concelho. A “Oligarquia” servindo-se do “Estatismo e do Centralismo”, está agarrada à mama do Orçamento, às negociatas e às rendas outorgadas pelo Estado e, mais recentemente, ao “negócio dos bancos” através de “saques” que depois todos "cobrimos" com os impostos que pagamos. Eles adoram é Iniciativa Pública, Monopólios de Estado, Monopólios Protegidos ou Outorgados pelo Estado e “Elefantes Brancos” (a que pomposamente chamam projectos "estratégicos" ou "estruturantes") pagos pelos contribuintes, tipo SCUTs, que lhes garantem rendas chorudas para todo o sempre. A “Verdadeira mudança” de que Portugal necessita é a destruição do “Estatismo e do Centralismo” que tire a “Oligarquia” da mesa do Orçamento, reduza o peso do Estado e Liberalize a Economia e Liberte a Sociedade Civil. E essa mudança os “Socialistas”, estes ou outros quaisquer, nunca serão capazes de a fazer.

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