Pesem embora as razões para os seus
argumentos. Julgo que Alberto
Gonçalves assentou arraiais neste assunto de que tão cedo não sairá, pois tão
cedo dele não sairemos. Acompanhamo-lo na raiva contra esta manipulação
absurda, de aberturas ou encerramentos de espaços, e imposições de horários que,
afinal, só nos torna menos ágeis, mental e fisicamente, apesar de uma campanha
de vacinação que não parece séria, já que o próprio primeiro-ministro também
não lhe presta crédito, encerrando-se, teatralmente, por fútil motivo de breve «presença física” junto de um “contaminado”, apesar de ele próprio, ministerialmente,
se ter vacinado. Realmente, é caso para mais um eterno berro “Quousque tandem abutere…”
A estirpe portuguesa é a mais perigosa/premium
Perdi a paciência para com os doidos.
Afinal, é graças à cumplicidade deles que somos esmagados e enxovalhados e
assaltados e até atropelados por Costas, Marcelos, Ferros, Cabritas, Rios e o
que calha
ALBERTO GONÇALVES,
Colunista do Observador
OBSERVADOR, 03 jul
2021
Parece
que na passada quinta-feira entrou em vigor a Lei da Censura, perdão, a Carta
Portuguesa de Direitos Humanos na Era Digital, que diz combater a
“desinformação”. Não se nota. Ao que me contam, as televisões continuam
a receber governantes e “especialistas” empenhados em espalhar mentiras acerca
da Covid. Para cúmulo, as mentiras, que antes tentavam fingir-se alinhadas
com a ortodoxia internacional na matéria, são cada vez mais descaradas e
exóticas. Julgo que em nenhum outro lugar do mundo há
“autoridades” a garantir que a vacina não protege da infecção nem reduz a
possibilidade de contágio.
Aqui há. Aqui há de tudo. Aqui até há
tempo de antena, sem contraditório, para médicos que descrevem o “caos” nos
hospitais onde trabalham, embora alguns estejam às moscas no que toca a
internamentos motivados pelo vírus chinês. Aqui há
entidades oficiais que empreendem uma gigantesca campanha de vacinação sem
assumir, ao contrário do que acontece com as suas congéneres no resto do
planeta, uma única consequência positiva para as pessoas que aceitam a
injecção, ou são empurradas para ela. Aqui
há um primeiro-ministro que, para inspirar subjugação, simula estar em
“isolamento profilático” após alegadamente se ter vacinado, observado as
“regras” e testado negativo. Aqui há charlatães que puxam dos pergaminhos em
medicina, matemática ou pólo aquático a explicar que a atitude do dr. Costa faz
sentido. Os charlatães afirmam que temos de nos vacinar, testar, distanciar e
usar um farrapo nas trombas porque se não nos vacinarmos, testarmos,
distanciarmos e usarmos um farrapo nas trombas podemos adoecer e contaminar o
próximo, e que se nos vacinarmos, testarmos, distanciarmos e usarmos um farrapo
nas trombas podemos na mesma adoecer e contaminar o próximo. A lógica disto é
irrefutável: entrámos no manicómio. Naturalmente, os malucos, que aparentam ser
uma vasta parte da população, batem palmas.
O
engraçado, se não fôssemos vítimas, é que isto é perpetrado em nome da
“ciência”. Há quase 200 anos, o velho Proudhon lançou o conceito de “socialismo
científico”, e desde então andamos a descobrir o
que sucede quando essa contradição em termos vem ao de cima. Misturar
a cegueira com a busca do conhecimento não é apenas impossível: é desastroso. No desastre vigente, limitamo-nos a pagar o preço
por deixar um assunto de saúde pública nas mãos de fanáticos, oportunistas e
demagogos sem escrúpulos e com ambição. Claro que a culpa é partilhada pelos
“media” tradicionais, que têm na loucura “pandémica” o alívio provisório do seu
fatal anacronismo. E por uma oposição castrada. E por “peritos” que repetem
delírios para esticar a inesperada popularidade de que começaram a desfrutar.
Porém, em penúltima instância, a culpa é de quem manda. Em última, é de quem
percebe a prepotência e se resigna à prepotência.
Duas
ou três considerações. A Covid provocou em toda a parte reacções a princípio
desorientadas e, depressa se notou, exageradas. É talvez um sinal dos tempos,
tempos de maior conforto e menor discernimento: em 1958 e 1968, as gripes
Asiática e de Hong Kong, respectivamente, mataram quantidades similares à Covid
sem um milésimo da balbúrdia e dos danos “secundários”. De qualquer modo, em
2021 existe a vacina. A vacina, ao que se constata, funciona (e numa
percentagem significativa para todas as “variantes”, incluindo a Delta Plus, a
Delta Ultimate e a Delta Mega Force). Nas nações
democráticas, a eficácia da vacina é um argumento para o regresso ao normal,
descontados certos resíduos autoritários que conviria erradicar em breve. Em
Portugal, regressar ao normal não é hipótese.
Em Portugal, a Covid é um pretexto, e já não uma ameaça. Há um
partido, com um projecto muito adiantado de conquista do poder, que se foi
apercebendo das portas que a Covid lhe abria. Não
é difícil reinar arbitrariamente sobre uma sociedade primitiva, fechada à
realidade e aberta à crendice e à dependência. Se lhe acrescentarmos o medo,
leia-se um pavor irracional da morte alimentado por “noticiários” de fancaria,
a conquista fica consumada. Por isso o governo e os seus serviçais teimam na
estratégia do susto, à revelia da ciência de facto: uma sociedade embrutecida,
temerosa e decorrentemente doida facilita a empreitada.
Doidos
não faltam. Os doidos despejam babugem nas mãos de dez em dez minutos, ainda
que o risco de apanhar o vírus em superfícies seja comprovadamente ínfimo. Os
doidos usam máscara ao ar livre e nos próprios carros. Os doidos são incapazes
de ponderar riscos banais. Os doidos tomam a vacina e não acreditam que a vacina
os defenda. Os doidos, que apreciam salário seguro e Netflix, exigem
confinamentos para prevenir calamidades imaginárias e suscitar calamidades
certas. Os doidos levam a sério a propaganda alucinada (Ai, o R(t)! Ai, a
“incidência”! Ai, a estirpe Omega!) e desprezam a evidência de que a Covid, enquanto doença mortal e enquanto
vigorar a função das vacinas, praticamente sumiu. Os doidos, que em Janeiro comparavam as mortes “de” e
“com” Covid à queda diária de um avião, não fazem comparações com o acidente
diário de um Smart. Os doidos não entendem que a discrepância entre o aumento
de “casos” e o número de mortes é uma óptima notícia e não um truque para
violar a Constituição, decretar “obrigações” ilegais, arrasar o pouquíssimo que
sobra da economia e reforçar o domínio. Os doidos são a prova de que a Covid
produz estragos duradouros no cérebro, incluindo antes da infecção.
Algures
neste ano e meio, perdi a paciência para com os doidos. Afinal, é graças à
cumplicidade deles que somos esmagados e enxovalhados e assaltados e até
atropelados por Costas, Marcelos, Ferros, Cabritas, Martas, Gracinhas, Pedros
Nunos, Salgados, Vieiras da Silva, Mortáguas, Medinas, Césares, Louçãs, Rios e
o que calha. A doideira não é atenuante para o mal que causam. Os taradinhos da
Covid que se entretenham a cumprir “regras” e ler gráficos insultuosos, como os
antigos liam as entranhas das perdizes para decidir se
desposavam a vizinha ou cultivavam cevada. Embora tardiamente e aos poucos, a
generalidade dos países reduziu a Covid a um problema que importa ultrapassar.
Os portugueses que gostam de mandar e os portugueses que gostam de obedecer
vêem na Covid uma benesse permanente. É com eles.
Aos
demais, os raros portugueses que prezam a liberdade, cabe rir das restrições,
dos cercos, das multas, dos políticos, das polícias, dos “peritos” e dos
patetas – e viver a vida. Eu, pelo menos, só tenho uma. E, aqui ou em paragens
civilizadas, não tenciono desperdiçá-la na veneração de pânicos falsos e
bandidos verdadeiros. (E agora, enfim, chega o divertido momento em que o
chalupa da aldeia consulta os astros e o boletim da DGS, desce a máscara ao
queixo, aponta o dedinho a pingar álcool-gel e, transido, acusa-me: “Negacionista”. Mas se lhe atiramos alho ou um espirro ele foge).
POLÍTICA CORONAVÍRUS SAÚDE PÚBLICA SAÚDE
COMENTÁRIOS
Marxista Caviar: Será que ainda
vamos a tempo de salvar a democracia? Maria Augusta: Muito bem Alberto Gonçalves! Só num país pejado de xuxo-comunas podemos ter um
manicómio delirante como este. Um
resumo magistral do portugalinho vigente: "Não é difícil reinar
arbitrariamente sobre uma sociedade primitiva, fechada à realidade e aberta à
crendice e à dependência." De
facto a estirpe portuguesa de xuxo-comunas é a mais perigosa. Ela mata por
compadrio, de incompetência, de nepotismo e de cativações socialistas e como
recentemente descobrimos até mata por atropelamento. Disse tudo!
Madalena Maia: Completamente
de acordo! É impressionante olhar à volta e constatar que parece que enlouqueceu
toda a gente...ou quase toda! Parabéns pelo seu artigo. Cupid Stunt: BRAVÍSSIMO!! É mesmo ao que chegámos... FME: Muito bem! A
força do Covid corresponde à importância que lhe dermos. Se há não muito tempo
faltar à missa ao domingo correspondia abrir as portas do inferno, hoje, poucos
sabem o que quer dizer missa. Com o Covid passa-se a mesma coisa. O bom dia do
primeiro café da manhã o ano passado era saber quantos óbitos tinha havido no
dia anterior, o bom dia deste ano é saber o número de infetados.
Antes de ler o artigo do AG despertou-me
o anúncio Covid que dizia que as UCI em Lisboa tinham chegado a 86% da sua
capacidade. Lembrei-me de Janeiro deste ano, onde as UCI ultrapassaram as 800
camas, comparado com as cerca de 100 do pânico atual. O Covid chegou para
dominar as nossas miseráveis vidas de pobretanas da Europa. Os desgraçados como
nós que vivemos num país sem futuro à espera das esmolas da Europa, precisamos
de uma razão para a nossa desgraça. O vírus é a nossa salvação. O vírus é a causa
e justificação para tudo, o vírus não nos pode deixar! JN PF: Absolutamente de acordo e ainda bem que o exprime de
forma tão clara …. É uma tristeza, um país de gente tão ignorante e arrogante e
por isso tão manipulável …Parabéns Coronavirus corona: Algumas
pessoas (mais que o desejado) rejubilam com cada ataque à liberdade. Se o
Governo dissesse que amanhã tínhamos de nos enfiar em casa com uma rigidez
maior que em abril do ano passado, algumas pessoas tinham um orgasmo. Com
tamanha brutalidade intelectual não há grande esperança de melhoras nem que o
inverno seja mais normal. Vai andar este delírio. Há muita gente a beneficiar
com ele. E há muita gente que adora abusos de poder e privações de liberdade.
Não sei se esta patologia tem nome e se é estudada mas que é visível, isso é.
Não foi por acaso que foi nestas paragens (leia-se: sul da Europa - a Alemanha foi um caso
isolado que teve a ver com a primeira guerra e a miséria que se vivia) que
as ditaduras pegaram de estaca.
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