quarta-feira, 14 de julho de 2021

TEXTO ESPANTOSO


De inteligência críticade Helena Matos.

Ler para crer: O Texto sobre o Terreno deste Terror de abandalhamento em que vivemos soterrados, numa Tragicomédia de Traição, sob a aparência de Ternura pieguenta e delambida, a merecer Tirocínio.

O social-sanitarismo /premium

Quando a SIDA apareceu nos anos 80 não se proibiu nada a ninguém.Em 2020, quando chegou o COVID proibiu-se quase tudo a toda a gente.Somos as cobaias de uma nova forma de governar:o social-sanitarismo

HELENA MATOS Colunista do Observador

OBSERVADOR, 11 jul 2021

Acabou. Não sei se se pode ou não circular, muito menos estou para aprender as horas a que o posso fazer e donde para onde se pode ir, se com ou sem testes. Acabou. O que for será. Não é revolta, é cansaço.

Cansaço de viver num país reduzido à condição de cobaia de um governo incompetente, numa época que trocou o ideal da liberdade pelo da protecção. Todos os dias estamos mais longe dos cidadãos livres que fomos para nos tornarmos cidadãos protegidos. Ou na versão socialista, assistidos: é a morte assistida; as redes sociais assistidas (ler, censuradas): a escola transformada num espaço de pensamento assistido…

No século XX, os sonhos da igualdade e da pureza racial levaram-nos ao inferno. No século XXI, o sonho de vivermos protegidos do vírus, do risco, da História, está a levar-nos para uma nova ordem: o social-sanitarismo. Uma concepção do mundo em que a divergência deixa de ser um direito para se tornar numa patologia.

Quando a SIDA apareceu nos anos 80 do século passado não se proibiu ninguém de amar, de viajar ou de estar com os seus. Em 2020, quando chegou o COVID fechámo-nos em casa, os velhos morreram sós nos lares, a economia privada aguentou uma nova onda de austeridade e Portugal assumiu o estatuto de país-RSI: os portugueses pedem apoios ao governo que por sua vez espera apoios dos fundos europeus. (Onde está o sonho de produzir riqueza?)

Em 2021, conseguiu-se uma vacina em prazos nunca antes alcançados, conceberam-se espantosos planos de vacinação para milhões de pessoas mas em vez de se celebrar o progresso mantém-se o discurso do medo. E da culpa: o vírus não se vai embora porque nos portamos mal. Uns dias portam-se mal os pais porque celebram a consoada, noutros os filhos porque vão a festas de Verão. Só o que depende do Governo, como acontece com os transportes públicos ou a final da Champions, nunca tem qualquer impacto na propagação do vírus.

Em 2021, os doentes continuam semi-prisioneiros nos hospitais, a polícia entra numa casa para retirar uma filha à sua mãe unicamente porque a criança não usou máscara na escola e nós todos vivemos a toque de regras absurdas e despóticas: o que se pretende ao fechar os supermercados às 15h 30m aos fins-de-semana? Que vamos todos fazer compras ao mesmo tempo?

Há ano e meio que vivemos em estado permanente de estupidificação: primeiro as máscaras davam uma falsa sensação de segurança, depois as máscaras tornaram-se obrigatórias. Levámos semanas a ouvir que tínhamos de confinar para salvar os idosos mas em seguida fomos informados que os mais idosos não iam ser vacinados em primeiro lugar.  Depois, sem explicações de maior, os mais idosos voltaram a ser prioritários.  Passámos sem perguntar porquê do “milagre português” para o desastre (obviamente sem pátria” e do “está tudo preparado para o Inverno de 2020-2021” para a “culpa foi do Natal”… Mas graças a Deus a condução errática da pandemia é um problema do Brasil de Bolsonaro!

O social-sanitarismo fez de cada um de nós um potencial paciente que vive centrado nos seus sintomas, aceita a falta de coerência nas políticas governamentais com o fatalismo quem vê a equipa médica que o assiste alterar-lhe os tratamentos e analisa o mundo como quem interpreta os valores do colesterol depois de um jantar de festa: tudo, do frio ao calor, da pobreza à doença, é o resultado das más acções. Mas não só. O social-sanitarismo reduziu-nos ao estatuto do paciente que vê na privação a sua salvação: Vamos deixar de andar de avião! Vamos ter zero emissões!O zero como reivindicação é um símbolo do social-sanitarismo: já não esperamos que o progresso resolva os problemas, desistimos de fazer o que gostamos e de viver como queremos. Pelo menos até que os vigilantes do nosso bem-estar determinem que afinal o que fazia mal já não faz tanto mal assim.

Nos anos 60 do século passado exigia-se mais liberdade aos governos. Nós esperamos que quem nos governa nos dê alta e no nosso caso um apoiozinho!

As espécies não regridem mas as sociedades certamente que sim: o social-sanitarismo é a prova disso.

Ps. A senhora secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade Rosa Monteiro já se pronunciou sobre as declarações de Mamadou Ba sobre o apresentador de televisão Manuel Luís Goucha? Acontece que a secretária de Estado Rosa Monteiro é responsável pelo Grupo de Trabalho para a Prevenção e o Combate ao Racismo e à Discriminação para o qual foi convidado Mamadou Ba, o mesmo que escreveu sobre Manuel Luís Goucha “Goucha, o gay que tentou reabilitar Mário Machado, um criminoso nazi homófobo assumido, sai agora definitivamente do armário racista e apoia a candidata racista do PSD na Amadora. Isto vai para lá do sinistro homonacionalismo”.

A não ser que Mamadou Ba tenha sido convidado para ilustrar ao vivo o que é um discurso de discriminação não se percebe o que está a fazer nesse grupo. E muito menos o silêncio da secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade Rosa Monteiro.

PANDEMIA  SAÚDE  CORONAVÍRUS  SAÚDE PÚBLICA

COMENTÁRIOS:

Jaime Almeida: "Queremos viver protegidos de tudo" e "o zero como reivindicação". Dois conceitos brilhantes que definem, em duas fases, a sociedade actual. Uma vida normal, trivial, do dia-a-dia, não pode pretender ser protegida de tudo e o zero como objectivo reduz a sociedade ao pensamento único totalitário. Muito bom.    João Morgado: Comparar a Sida com o Covid? A sério? Realmente... Demagogia PURA, para não dizer outra coisa!            Sergio Coelho: Todos ignoram e se calam e tudo consentem com os repugnantes asquerosos esquerdalhos     João Gabriel Sacôto Martins Fernandes: O tão vilipendiado ESTADO NOVO foi afinal uma “democracia" que tudo fez para defender Portugal de uma ditadura violenta e totalitária que através dos seus agentes clandestinos (comunistas ou distraídos) ameaçava as repúblicas mais frágeis que queria dominar, tornando-as repúblicas soviéticas. Esta evidência, ficou clara logo após o 25A, (quase levavam a melhor) assim como pela análise da história da URSS. Safámo-nos à justa, mas não totalmente (parece que estamos a cair numa nova ditadura que chega de pantufas).         Maria Soares: Excelente!          Maria Cecilia Bettencourt: Isto está mesmo a tornar se num caos perfeito, são só limitações atrás de limitações, mas será que estes socialistas da"tanga"ainda não perceberam que não vale a pena "remar contra a maré" com este vírus???!! Ele veio para ficar e não vai. "arredar pé" tão cedo...! Quem precisa de trabalhar e está proibido de o fazer desde o ano passado, refiro me à restauração e hotelaria, com estas restrições todas, vai perder clientes ao fim de semana! Ai disso podem ter a certezinha absoluta!         Paula Quintão: Excelente Helena Matos, tim-tim por tim-tim, a desgraça em que se está a transformar esta nossa sociedade, o aproveitamento a que estamos a assistir, a propósito desta pandemia. Quanto ao título da crónica, no worries, o meu pai costumava dizer,  os cães ladram e a caravana passa.             Carminda Damiao: Excelente como sempre.        A Mas: Crónica espectacular, como sempre.         josé maria: O social-sanitarismo da Helena Matos, na hora do desmascaramento: Não podemos tolerar mais líderes que nos entretêm com combates planetários quando nem sequer conseguem garantir que temos testes e máscaras para enfrentar uma pandemia       MCMCA > josé maria: Zequinha o que era algo totalmente desconhecido e, a avaliar pelas autoridades chinesas, altamente letal, revelou-se não ser assim tão mau e dai a mudança de atitude. Tão criticado foi Trump ao permitir a economia funcionar e agora o mundo imita-o.....          Hipátia Alexandrina: As vozes que ainda se ouvem, as vozes que não se limitam a debitar roboticamente o discurso acéfalo e sombrio de um unanimismo podre, são-nos preciosas. É assim a voz de Helena Matos entre poucas mais. Lembro-me, em Fahrenheit 451, das pessoas que decoravam cada uma um livro e partiam para uma clandestinidade onde podiam transmiti-lo aos outros e aos mais novos que não tivessem sido já tomados pelo vírus da denúncia. Eram bibliotecas de homens e mulheres, bibliotecas vivas, já que as outras eram impiedosamente destruídas e os livros queimados pelos esbirros de um poder totalitário. Se não nos opusermos com todo o vigor, lá chegaremos. SPARTA          josé maria: O vírus da SIDA também se transmitia pela respiração, Helena Matos ? Agora já entrou naquela fase caricata de confundir alhos com bugalhos ?  Quando se chega a essa fase pacóvia de debater problemas sérios, com base em analogias completamente inaplicáveis e risíveis, está tudo dito sobre o nível do seu auto-abandalhamento intelectual... FME > josé maria: Agora sabem como ele se transmite, pelo sangue. Mas na altura, quando apareceu, andaram à nora. Bastava teres uma simples ferida aberta na mão para poderes transmitir o vírus da SIDA com um aperto de mão. Se fosse hoje, possivelmente seria obrigatório o uso de luvas. Não está recordado da doutora Graça Freitas a abrir a garrafa de água com um lenço com medo de se infectar? Não está recordado do vírus se manter activo em algumas superfícies durante sete dias? Já não se recorda de pedirem para lavar as patas aos animais cada vez que iam à rua, e de recomendações para as pessoas se descalçarem e mudarem de roupa quando chegavam a casa? Já melhorámos um bocadinho, falta o resto. A Helena Matos tem toda a lógica em fazer a comparação.           Jose Castro > josé maria: Porque é que só faz sentido uma tirania sanitária no caso de vírus que se transmitem pela respiração?            Entropy Fan > FME: Verdade!! Bem observado. Entretanto até o uso de preservativo já foi desaconselhado        Graça Ribeiro: Bravo, Helena Matos! Magnífico artigo de opinião!         abc def: Mais uma excelente crónica, um alerta, um acordar para o estado de indrominação/submissão a que estamos a ser sujeitos. Os nossos antepassados conviveram com vírus, bactérias, fungos, ..., nós e as futuras gerações vão continuar a conviver com toda essa bicharada! Vão morrer pessoas, vão nascer bebés, ..., e o maior desafio que temos pela frente, é garantir pela seguinte ordem, oxigénio, água potável, comidinha, e pôr um travão a este tipo de totalitarismos-sanitários! Costas &Ca lmta, vão surgir como a Junça, a vender a ilusão do pai Deus todo poderoso, milagrosamente dotado de poderes especiais, para tomar conta de nós coitadinhos imbecilizados. E para a junça existe uma solução, arrancá-la bem pela raiz. Obs.: Deixou de existir sarampo, tuberculose, malária, dengue, zika, ..., as famosas bactérias multirresistentes que infestam os nossos hospitais, e com as quais deveríamos estar bem mais preocupados do que com o vírus Chinês? HM, julgo está na altura de reunir as suas crônicas em livro!         Andrade QB: Fica visível a linha condutora entre absurdos aparentemente isolados. A denúncia do apoio, político e económico, do governo a um racista e homofóbico como Mamadou Ba, é só mais uma frente nesse caminho repressivo da liberdade individual. Acabada essa, fica a ditadura da nomenclatura.         Jose Castro: Tanta gente a criticar a comparação com a SIDA... o facto de se transmitirem de modos diferentes é irrelevante. Porque é que restrições só podem ser impostas com um vírus tipo covid? Não conseguem imaginar restrições tirânicas para parar a SIDA? Se não têm essa criatividade estou certo que a DGS e os "especialistas" teriam. A comparação faz todo o sentido!           Pedra Nussapato > Jose Castro: O seu argumento é o mesmo que dizer que se o paracetamol trata as cores de cabeça então também deve dar para tratar o cancro. Volte lá para os seus combates contra as ideologias satânicas, isto claramente não é a sua praia.          Jose Castro > Pedra Nussapato: Portanto não consegue imaginar uma tirania sanitária contra a sida. Deixe lá, todos temos os nossos limites mentais.            Joaquim Moreira: Este social-sanitarismo, não é mais do que o retrato do Estado a que chegamos depois de tantos anos “a caminho do socialismo”! Que foi naturalmente muito acelerado, com uma Geringonça que em 2015 assaltou o Estado. Por isso, esta pandemia, veio mesmo a calhar, numa altura em que muita coisa teriam que vir explicar. Na verdade, esta pandemia agravou o estado de anestesia em que já se encontrava a sociedade. Que, se já aceitava quase tudo sem pestanejar, agora aceita até sem liberdade ficar. O que dificulta muito qualquer outra mensagem que se queira fazer passar. O que me leva a pensar que é fundamental, que o vírus continue a viajar por todo o Portugal. E assim, entreter o pessoal, nesta luta muito desigual. Em que até o vírus é pretexto para que o que é mesmo importante para Portugal, continue sem solução governamental! E vai servir de desculpa para mais uma desgraça da vida nacional. O caso apresentado no “Ps” final é só mais uma prova deste mal!              Elvis Wayne: Eu não tenho vergonha de admitir que me borrifei no cerco a Lisboa, entrei e saí quando me apeteceu. Não tenho vergonha de dizer que não respeitei as interdições de circulação de concelhos. Não tenho vergonha de anunciar que vou quebrar todas as imposições despóticas que conseguir. Como a cronista diz nesta brilhante crónica: "Já não é revolta, é cansaço".            joão reisElvis Wayne: Devia aplicar essa sua teoria também sobre outros assuntos como não ter de pagar para andar nos transportes, não pagar por almoçar fora, etc. Para que faça sentido o seu negacionismo lance uma campanha para que aqueles que pensam como você que se comprometam caso sejam contagiados pela pandemia a abdicar do/da apoio/assistência dos hospitais públicos e só aceitar a ida para os privados.            Elvis Waynejoão reis: Fala como se o pandemónio fosse um "serviço" do qual estivesse a usufruir e que "teria de pagar". Pagar o quê? A conta por ser um ser humano com dois dedos de testa e dois olhos na cara? Já agora, porque iria abdicar dos serviços de saúde? O dinheiro que me tiram todos os meses vale menos que o dinheiro que tiram aos restantes contribuintes? Ou é porque cometi "a ousadia" de beber uma bejeca na rua às 20:01? Não seja tolo.         Zé da Esquina: Crónicas como esta são uma lufada de ar fresco!              Joao Mar: e ficou assim cunhado um excelente termo: "social-sanitarismo". Nem mais. Excelente. Sandra Neto: Já chega mesmo, principalmente de leis estúpidas e sem efeitos nenhuns.           Alberto Pires: Helena Matos, já viu que nem sempre resulta escrever para pessoas minimamente inteligentes e cultas. Há os que ficam a debicar contra a parede à procura da "passagem do Noroeste". A SIDA podia ter-se controlado se tivesse havido três vezes menos testes e algumas restrições de bom senso que não houve. Possivelmente parte dos afectados escrevem em baixo a dizer que não perceberam o seu artigo. Quando se fizerem as contas a frio, lá mais para a frente, e se verificar o saldo desta "pandelermia", vai ficar na História um marco à estupidez humana. E um atentado óbvio aos mais idosos e mais fracos (um verdadeiro golpe de eugenia), para quem o vírus foi dirigido e precisamente quem não foi protegido.          voando sobre um ninho de cucos > Alberto Pires: Alberto, reli o seu comentário e fica-me uma dúvida: na terceira linha quer mesmo dizer SIDA ou COVID? Alberto Pires > voando sobre um ninho de cucos: Compreendo a sua observação. Poderá estar menos clara a intenção do que digo e por isso peço desculpa. Mas é mesmo SIDA. Digo eu que com 3X menos testes (em relação à Covid e que seriam obviamente de outro tipo) e com mais bom senso, ter-se-ia atalhado uma doença que atinge, em surdina, uma grande parte da África Subsaariana. Às vezes a limitação do espaço prega-nos partidas, mas desta feita a falta de clareza é minha. Obrigado.            Antiwoke Tuga: A Helena Matos tem toda a razão. Vivemos hoje numa ditadura. O estado tem demasiado poder. A mim quando me vierem buscar (já que como sabemos é uma questão de tempo até qualquer cidadão livre ser coagido por esta ditadura) irei resistir com tudo que tiver à mão inclusive a própria vida. Portugueses não se deixem coagir. Defendam o que é vosso defendam a vossa liberdade.        advoga diabo: Desiludam-se os que, como HM, se querem convencer que é por "meterem a cabeça na areia" que o problema vai desaparecer. É por causa deste tipo de gente, uma estirpe altamente letal que, apesar de pouco contagiosa, o bom senso sempre sai vencedor, a breve trecho vai obrigar cada um de nós, toda a Humanidade, a ter inscrito na seu Cartão de Cidadão um detalhado Plano de Vacinação para poder circular, seja ao fundo da rua ou fim do mundo. São a nossa cruz!         Américo Silva: O Macaco Nu de Desmond Morris é um marco na antropologia, embora com uma insuficiência que não desmerece o autor: o caçador paleolítico não sobrevive nos clubes de caçadores, nem na morte do leão Cecil. A presa dos antepassados do homem passou a ser o trabalho dos outros homens. O que dantes passava pela morte de muitos, nas invasões bárbaras, ou na colonização do Canadá, hoje passa pela posse dos outros homens, vivos e produtivos. Os estafadores da TAP, do BPN, do banco dos espíritos, ou os accionistas da Total, querem contribuintes vivos que os sustentem, e governos que os protejam. Vão sempre surgindo novos grupos organizados de predadores: mee too, BLM, SOS racismo, PS, amnistia internacional, beneficiados do Covid, e uma multidão que disputa o produto de quem trabalha.           voando sobre um ninho de cucosAmérico Silva: Concordo completamente com o seu comentário. Quando o li imaginei aquelas cenas do Alien 2 em que aqueles «insectos» todos vêm para atacar a S. Weaver e os seus Marines. Sinistro!!!!           Zapf Dingbats: Concordando com boa parte do texto, é evidente a falha de raciocínio em “quando a SIDA apareceu nos anos 80 não se proibiu nada a ninguém. Em 2020, quando chegou o COVID proibiu-se quase tudo a toda a gente.” Acontece que enquanto a SIDA se propaga através de contacto sexual, o COVID se pode propagar sobretudo pelas vias respiratórias. Tal como não faria sentido obrigar a malta dos anos 80 a andar de máscara, também ainda não ouvi ninguém dizer que coloca dois preservativos quando sai de casa para se defender da COVID. Um supermercado, ou um concerto, ou um estádio, pode ter uma dúzia de seropositivos que não é por aí que se vão contaminar os saudáveis. O facto de um portador de SIDA sair de Lisboa ao fim de semana não implica que vá manter relações sexuais com os avós, os pais, três tios e quatro cunhados. Numa turma escolar onde há um aluno com SIDA, a frequência às aulas não significa que haja orgias diárias. E por aí fora, acho que a ideia é simples de perceber. É que argumentos deste calibre enfraquecem o texto sem necessidade.      Francisco CorreiaZapf Dingbats: A questão da Helena não é a comparação entre a SIDA e a COVID. É a comparação entre as medidas que se tomaram nos anos 80 para tentar impedir a propagação da SIDA e as medidas que se tomam hoje para impedir que se propague a COVID. Hoje tomam-se medidas para impedir a propagação da COVID que mais parece que se está a tentar impedir o vento com as mãos. Onde é que nos anos 80, o governo de Portugal que é onde vivemos, tentou impedir a propagação da SIDA com medidas equivalentemente estapafúrdias como hoje vemos a serem tomadas, quase numa base diária, para "impedir" a propagação da COVID?

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