A da inteligência e a da insensibilidade.
Quem vencerá? É muito assustador, sim.
I - O que é que está a causar as cheias
mortais no centro da Europa? Ministra alemã do ambiente culpa as alterações
climáticas /premium
Simplesmente
chuvas inesperadas ou consequência do aquecimento global? Já se apontam os
dedos a possíveis causas das cheias que mataram pelo menos 65 pessoas na
Bélgica e na Alemanha.
OBSERVADOR, 15 jul
2021
Bélgica, Alemanha, Luxemburgo e Suíça. Todos estes países da Europa central estão a
sofrer inundações nunca antes vistas. Até agora, contabilizam-se 65
mortos, a maioria na Alemanha (59), e inúmeras
pessoas estão desaparecidas. A causa: chuva, muita chuva num curto espaço de tempo. Ao Observador, Ricardo Tavares, meteorologista no
Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), explica que uma “região
depressionária na Europa central está a causar este tempo severo”. Porque foram
estes países apanhados de surpresa e o que pode explicar tantas vítimas? As causas apontadas têm sido várias, mas
ministra alemã do ambiente elege o principal culpado: “As alterações
climáticas chegaram”, escreveu Svenja
Schulze no Twitter.
Sobre
hipótese deste “tempo severo” ser ou não fruto do aquecimento global ou
tratar-se de um fenómeno atípico, o IPMA não se pronuncia. Principalmente na
Alemanha, o caso está a ser visto com perplexidade e promete colocar as
alterações climáticas na discussão política — principalmente num ano de
eleições no país. A Chanceler alemã, Angela Merkel, que está neste momento na
capital dos EUA, Washigton D.C, assume o choque e lamenta a perda de vidas
humanas “neste desastre”. A governante adiantou também: “Ainda não sabemos
o número [total de mortos], mas serão muitos”.
Várias
cidades na Europa central preocupam-se agora não com a causa das cheias, mas
sim em sobreviver à catástrofe. Como contou ao Observador Válter Patinha, um
português que vive no Luxemburgo, “há muitas cheias no país todo”. “Nas zonas mais planas os rios os caudais
transbordaram”, relata. Há “estradas cortadas” e “supermercados fechados”. Em
pleno verão, os habitantes preparam-se não só para resistir ao resto das
chuvas, como para superar os estragos que estas virão a deixar nas regiões afectadas.
À
Reuters, Edgar Gillessen, que vive em Schuld, refere: “Foi catastrófico”. “Todas
essas pessoas que vivem aqui (…) perderam tudo”. E continua: “Um amigo
tinha uma oficina ali, não há nada, a padaria, o talhou, acabou. É assustador.
Inimaginável.”
Num
ano normal, a Alemanha regista, nesta época do ano, cerca de 80 litros de chuva
por metro quadrado por mês. No
entanto, apenas nas últimas 48 horas, caíram 148 litros de chuva por metro
quadrado.
Aldeias
inteiras “foram reduzidas apenas a destroços”, conta a Euronews. Isto porque as “velhas casas de tijolo e madeira não
resistiram ao repentino fluxo de água, muitas vezes carregando árvores e
outros detritos enquanto jorrava água pelas ruas estreitas”, adianta o
mesmo órgão de comunicação social.
Ao
The Guardian, Bernd Mehlig, um funcionário ambiental de Renânia do
Norte-Vestfália — onde já morreram dois bombeiros que tentavam acudir a
cidadãos –, diz que só se viam fenómenos destes no inverno. “Algo assim,
com esta intensidade, é completamente incomum no verão”, refere. Nas
outras regiões afectadas, é também esta a perplexidade vivida. Na cidade belga
de Liège — um país que já soma seis mortos devido às cheias –, as
autoridades temem que o rio possa inundar grande parte da zona urbana e a população
já foi alertada para se proteger. Nos Países Baixos, as Forças Armadas
já estão no terreno para improvisar diques e bloquear a passagem da água.
Cidades
como Colónia e Hagen estão também a ser afectadas por estas cheias. Em Leverkusen,
400 pessoas tiveram que ser evacuadas de um hospital. Em Liège, a
presidente da câmara, Christine Defraigne, pediu à população: “Pedimos, a quem
pode, que saia da cidade, especialmente a quem vive às margens do rio Meuse”,
como noticiou a RTBF.
Outras
histórias vão surgindo à medida que o mau tempo vai afectando mais países. As
autoridades da cidade de Valkenburg, no sul da Holanda, perto das fronteiras
com a Alemanha e a Bélgica, evacuaram uma casa de repouso e um hospício durante
a noite a meio a uma enchente que transformou a rua principal da cidade
turística num autêntico rio, informou a imprensa holandesa. O governo
holandês enviou cerca
de 70 soldados para a província de Limburg, no sul do país, na noite de
quarta-feira, para ajudar as populações, incluindo no transporte de refugiados
e enchimento de sacos de areia para tentar criar barreiras de protecção,
enquanto os rios transbordam. Não houve relatos de feridos relacionados a
enchentes na Holanda.
Países como a Itália e a Áustria estão
a oferecer auxílio de resgate nestas inundações, disse a Comissão Europeia. Ao mesmo tempo, o sistema de satélite de emergência
Copernicus, União Europeia, tem fornecido mapas para se avaliar os estragos nas
áreas afectadas. Espera-se que as chuvas deixem de cair com tanta
intensidade até sexta-feira.
INUNDAÇÕES DESASTRES
NATURAIS NATUREZA AMBIENTE CIÊNCIA ALEMANHA EUROPA MUNDO BÉLGICA SUÍÇA LUXEMBURGO
COMENTÁRIO: Luis Maricato: Julho 1997: "As enchentes que há semanas atingem o Leste Europeu já provocaram a
morte de mais de cem pessoas -cerca de 60 na Polônia e mais de 40 na República
Tcheca.Na Alemanha, não foram registradas mortes."Foram as piores cheias
na região dos últimos 200 anos", disse o chanceler"
II- NASA. O ciclo da Lua e as alterações
climáticas vão provocar inundações sem precedentes a partir de meio de 2030
A Lua é responsável pelas marés e as alterações
climáticas pela subida do mar. A combinação de marés mais altas com o nível do
mar também mais alto vai provocar cheias históricas nas zonas costeiras.
Marés anormalmente altas que causam cheias podem vir a
repetir-se várias vezes num mesmo mês
John
Ewing/Portland Press Herald via Getty Images
A
subida do nível do mar, causado pelas alterações climáticas, aliado a marés
mais altas por efeito da gravidade da Lua vão provocar uma década de cheias
frequentes nas zonas costeiras dos Estados Unidos a partir de meados de 2030. Estas são as conclusões do primeiro estudo que inclui
todas as causas conhecidas para as cheias, liderado pela equipa de Ciência da
Mudança do Nível do Mar da NASA, da Universidade do Havai, e divulgado no dia 7 de julho pela agência espacial americana. O problema
não ficará restrito só à América do Norte, mas é difícil extrapolar os
resultados para outros locais, como Portugal, como
explicou ao Observador Filipe Duarte Santos, investigador na área das
alterações climáticas.
As cheias nas zonas costeiras do lado
este (do oceano Atlântico ao golfo do México) são comuns, mas a partir dos anos
2030 podem acontecer várias de seguida durante um mês ou mais, ultrapassando os
limites de inundação conhecidos, dependendo da posição em que se encontra a
Lua, a Terra e o Sol. Em meados da próxima década, a Lua estará na fase do
ciclo em que as marés são maiores (têm maior amplitude).
Sabe-se que os ciclos lunares, que
duram 18,6 anos, têm uma fase de marés de menores amplitudes (variação entre
maré alta e maré baixa) e uma fase de maiores amplitudes — como a que vivemos
neste momento. A
diferença é que, no próximo ciclo lunar (em meados de 2030), os efeitos das
alterações climáticas serão muito mais evidentes, logo o impacto das marés
também, defendem os autores do estudo.
Atracção gravitacional resultante [do
alinhamento Lua, Terra, Sol] e a
resposta correspondente do oceano podem fazer com que os moradores das cidades
enfrentem inundações a cada um ou dois dias”, lê-se no comunicado da NASA.
Bill
Nelson, administrador da agência, explica também que as localidades cuja
altitude é próxima do nível do mar já sofrem com as inundações. “E
isso só vai piorar”, diz. “A
combinação da atracção gravitacional da Lua, do aumento do nível do mar e das
alterações climáticas continuará a exacerbar as inundações costeiras no litoral
do nosso país e em todo o mundo.”
Por
outro lado, o problema não é cada inundação só por si, mas “o efeito cumulativo
ao longo do tempo”, afirma Phil
Thompson, professor assistente da Universidade do Havai e primeiro autor do
estudo. Há uma certa “tendência” para desvalorizar este tipo de problema,
diz, porque estas cheias envolvem menos quantidade de água do que acontece com
outros desastres naturais. Mas, se em vez de acontecer uma, forem “dez ou 15
vezes por mês”, pode haver consequências significativas, para as empresas e
para os habitantes.
As descobertas do estudo contribuem para
que as cidades possam ir tomando precauções para o acontecimento, de forma a
que haja o mínimo de danos possíveis.
Desde
o início do século passado, o nível médio global do mar já subiu 20 centímetros e, ao ritmo que tem continuado a aumentar, pode
chegar aos 80 ou 90
centímetros no final
desde século, diz Filipe Duarte Santos, professor e investigador na Faculdade
de Ciências da Universidade de Lisboa.
E continuará a subir depois disso,
garante: “Não temos fim à vista para a subida do nível médio do mar”. O problema, explica ao Observador, é que mesmo que
deixássemos de emitir gases com efeito de estufa de uma forma drástica e
imediata, levaria cerca de 80 anos para a temperatura média global começar a
descer. E só depois disso poderia haver uma mudança no padrão de subida do
nível do mar. “O mar tem uma resposta muito lenta”, acrescenta o investigador.
Filipe
Duarte Santos explica que a subida média global resulta do degelo
das calotes polares e dos glaciares, assim como da dilatação da água devido ao
aumento da temperatura, mas que os efeitos não serão iguais em todo o planeta.
A Flórida, Veneza ou o delta do rio Nilo, que estão a “afundar” (subsidência),
vão correr mais riscos de cheias a curto prazo do que a Escandinávia onde,
neste momento, a placa continental está a subir — e o nível do mar
aparenta estar a descer.
Portugal, diz o físico, “tem uma costa mais ou menos estável
e um valor próximo do valor global” — os tais 80 centímetros de aumento até
2100. Mas a perda de praias — até 2071, como previu Isabel Lindim, jornalista e
autora — tem outra causa além da subida do mar: a erosão costeira.
Há muita energia na costa portuguesa,
com ondas fortes, que arrastam os sedimentos, como a areia, de norte para sul.
Mas as barragens e as dragagens fizeram com que os rios deixassem de repor
esses sedimentos, que continuam a ser arrastados pelo mar, explica Filipe Duarte Santos. A costa vai
recuar em todo o país, mas as zonas de dunas, como a região de Aveiro,
estarão mais ameaçadas pelo avanço do mar do as zonas de falésia, como a Costa
Vicentina. Na costa algarvia os problemas não são menores: a este de Tavira, há
graves problemas de erosão e de recuo da costa; a oeste, a erosão é menor por
causa das falésias, mas estas são muito menos estáveis do que as do Alentejo.
O
investigador não consegue prever que impacto consegue ter a conjugação das
alterações climáticas com o aumento da amplitude das marés causado pelo ciclo
lunar, mas consegue antever que zonas como a ria de Aveiro, protegida por uma
língua de terra, ou o estuário do Tejo são zonas onde o impacto nas povoações
ribeirinhas será grande, porque não há dúvida que a água irá galgar as margens.
Actualizado às 19h40 com as
declarações de Filipe Duarte Santos
ALTERAÇÕES
CLIMÁTICAS CLIMA AMBIENTE CIÊNCIA INUNDAÇÕES DESASTRES
NATURAIS NATUREZA LUA ASTRONOMIA. ESPAÇO ESTADOS
UNIDOS DA AMÉRICA AMÉRICA MUNDO
COMENTÁRIOS:
Ricardo Grade: O jornalismo activismo ataca na
frente climática! Tudo são suposições e meras hipóteses, a confirmar no futuro, mas o
importante é passar a mensagem que nós somos os culpados das alterações
climáticas! Terão sido os nossos antepassados responsáveis pelo ciclo de
arrefecimento que a terra já teve ou pela morte dos dinossauros?! A presunção egocêntrica de que
o homem, face ao planeta terra, é responsável pela alteração de dinâmicas de
milhares de anos dá vontade de rir! Que historicamente a ocupação humana tenha propiciado
o aumento de conflitos/catástrofes com a natureza, por via de uma ocupação em
áreas sensíveis, é mais do que aceite, agora que as alterações climáticas sejam
culpa inteiramente nossa?! Por favor! Investiguem mais um pouco, por favor, verifiquem que
hoje, onde há cidades, há milhares de anos havia mar...logo, quem invadiu o
quê?
Miguel Antunes: Ainda estou à espera da subida
das aguas anunciada no início dos anos 80. Mas vou esperar sentado.
III -CIÊNCIA
/ ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS
Clima: Comissão Europeia vai propor taxa
querosene apesar das críticas das transportadoras
A Comissão
Europeia deve propor medidas para cortar as emissões do tráfego aéreo
intraeuropeu, com a aplicação de uma taxa inédita sobre querosene, algo que já
provocou críticas das transportadoras.
OBSERVADOR, 14 jul
2021
Comissão
Europeia considera que ausência de taxação sobre o querosene para o sector
"não é coerente com as políticas climáticas"
FREDRIK VON ERICHSEN/EPA
A Comissão Europeia deve propor na quarta-feira
medidas para cortar as emissões do
tráfego aéreo intraeuropeu, como uma taxa inédita sobre o querosene, que
já provocou críticas das transportadoras, que apontam uma “distorção da
concorrência”
O sector
alarma-se com as medidas que a Comissão vai apresentar na quarta-feira,
integradas no seu plano para reduzir em
55% as emissões de gases com efeito de estufa na União Europeia
(UE) a 2030, com referência a 1990.
No projecto de um dos 12 textos legislativos,
consultado pela AFP, o executivo europeu considera que a ausência de taxação sobre o querosene para o sector “não é coerente com as políticas climáticas“. O sector do transporte aéreo representa cerca de três
por cento das emissões europeias.
Bruxelas quer
taxar os voos dentro da UE, com base no desempenho energético e ambiental do
querosene, para encorajar as transportadoras e adoptar combustíveis “duráveis”
(uma mistura com biocombustíveis), que não seriam taxados.
Mas a aviação de negócios (aviões privados) e de carga
(aviões cargueiros) seria isenta de taxa querosene, por constrangimentos
jurídicos internacionais.
Em directiva distinta, a Comissão deve aumentar o objectivo
— ainda muito modesto – de uso dos “combustíveis duráveis”. As propostas
devem depois ser negociadas entre os eurodeputados e os Estados membros.
Áustria, Bélgica
e Luxemburgo já garantiram o seu apoio, em carta aberta, em que reclamam “uma
aplicação sem demoras” de uma taxa querosene na UE, apelando mesmo à promoção
desta medida à escala extra-UE.
Já o sector aéreo discorda da intenção. Em mensagem
enviada à Comissão, 11 transportadoras da UE e a Federação Europeia dos
Trabalhadores de Transportes alarmam-se de uma “distorção da concorrência”.
No texto, avisam que “cada medida pode aumentar de
forma considerável a vantagem concorrencial das empresas não europeias e dos
‘hubs’ (plataformas) aeroportuários fora da UE”, em benefício de companhias da
Turquia, do Golfo, inclusive da China e da Federação Russa.
Admitem até a
possibilidade de os aviões irem abastecer-se à Turquia ou ao Reino Unido para
contornar a taxa europeia.
Laurent Donceel, da Federação A4E (Airlines for
Europe), classificou estas medidas como “ecológica e
economicamente contraprodutivas”, e considerou que vão contribuir para
“deslocar as emissões de carbono para outras regiões”, que vão ver o seu
tráfego aumentar.
O eurodeputado liberal Dominique Riquet previu que, no
Parlamento Europeu, “se a competitividade não for preservada, vai haver
debate”, tal como sobre o encarecimento dos bilhetes de avião, “o que não vai
ser muito popular”.
Na sua carta,
as companhias estimam que este plano “enfraquece as suas capacidades
financeiras” para renovar as suas frotas com aparelhos mais económicos, ou
investir em tecnologias mais limpas.
As
organizações de defesa do ambiente, por seu lado, consideram estas medidas
insuficientes.
“Taxas de taxação demasiado baixas, aplicação
demasiado lenta, aviões privados e de carga isentos… tudo isto mina qualquer
verdadeiro impacto”, critica a Greenpeace, apelando a UE a abandonar as suas falsas soluções,
como os aviões ‘verdes’ que funcionam com combustíveis não-duráveis”.
Com efeito, “fora o
querosene, combustível ultra fóssil, não há outro meio para fazer voar os
aviões! Os biocombustíveis continuam extremamente marginais” e o seu modo de
produção, que se apodera de terras agrícolas e alimenta a desflorestação, “é
muito contestado”, apontou Dominique
Riquet.
O avião a
hidrogénio só é esperado dento de 15 anos e o avião eléctrico continua limitado
pelo desempenho das baterias atuais.
A Associação Internacional do Transporte Aéreo
(IATA, na sigla em Inglês)
declarou-se “fundamentalmente oposta” a uma taxa querosene intra-UE. O seu
vice-presidente para o ambiente, Sebastian Mikosz, reclamou na quinta-feira incentivos
nacionais à produção de combustíveis ‘verdes’ e defendeu o programa mundial de
compensação do carbono do sector, o CORSIA.
Este deveria, disse, reduzir em 77% o crescimento das
emissões do transporte aéreo em relação a 2019, com uma base voluntária, “bem
mais eficaz do que as taxas”.
Bem entendido que
os voos intraeuropeus já são submetidos ao mercado de carbono (ETS, na sigla em
Inglês), onde as empresas aéreas podem comprar e trocar os ‘direitos de
poluição’ requeridos para compensar as suas emissões. Mas, até agora, têm
beneficiado de quotas de emissões gratuitas, para as ajudar a concorrer com os
rivais estrangeiros. Bruxelas quer reduzir gradualmente este privilégio.
“Não é preciso
taxar duas vezes o CO2! Se uma companhia paga as suas emissões no ETS e via
CORSIA, então não deve pagar mais” (uma taxa sobe o querosene), considerou a
A4E, que avalia em nove mil milhões de euros, em 2030, o custo suplementar das
regulamentações anunciadas.
ALTERAÇÕES
CLIMÁTICAS CLIMA AMBIENTE CIÊNCIA UNIÃO
EUROPEIA EUROPA MUNDO COMISSÃO
EUROPEIA
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