sábado, 24 de julho de 2021

Bonito mas irreal


Assim me pareceu a inauguração dos JOGOS OLÍMPICOS 2020, no Japão, neste ano seguinte, por culpa do vírus que, esse sim, abraça o mundo com eficácia sem tréguas. À conta disso, as bancadas foram despovoadas de espectadores, mas já estamos a isso habituados, ultimamente, quer nas “Questions pour un Champion” quer nos “Snooker” da nossa visibilidade, concedida gratuitamente, à bancada de sofá, pela televisão do nosso comodismo.

Muito bonito e engenhoso, de efeitos luminosos espectaculares acompanhando as evoluções dos corpos, nos seus jeitos vários de dinamismo e beleza, cheios de arte e intenções simbólicas. Não me pareceu que tivesse, contudo, o aprumo implacavelmente impecável dos JO realizados na China, há 8 anos ou 9, se me não engano, de uma apresentação sem falhas, os corpos de igual tamanho, medidos a regra e esquadro, em exercícios vários de uma arte geométrica sem quebras, que a voz de uma pequena cantora tornaria quase irreal.

E, na cansativa apresentação dos desportistas dos vários países, uma vez mais o grupo português pretendeu transgredir a regra da discrição e compostura, apresentando-se em andamento dançarino brincalhão, de triste efeito em termos educativos. Afinal, que é isso de igualdade como característica a defender na humanidade, quando somos os primeiros a não respeitar a designação, acompanhando os demais parceiros mundiais num desfile sem história e, naturalmente, sem brinquedo. Porque a história virá depois, se a tivermos. Oxalá que sim.

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