Assim me pareceu a inauguração dos JOGOS
OLÍMPICOS 2020, no Japão, neste ano seguinte, por culpa do vírus que, esse sim,
abraça o mundo com eficácia sem tréguas. À conta disso, as bancadas foram
despovoadas de espectadores, mas já estamos a isso habituados, ultimamente,
quer nas “Questions pour un Champion”
quer nos “Snooker” da nossa
visibilidade, concedida gratuitamente, à bancada de sofá, pela televisão do
nosso comodismo.
Muito bonito e engenhoso, de efeitos
luminosos espectaculares acompanhando as evoluções dos corpos, nos seus jeitos
vários de dinamismo e beleza, cheios de arte e intenções simbólicas. Não me
pareceu que tivesse, contudo, o aprumo implacavelmente impecável dos JO realizados na
China, há 8 anos ou 9, se me não engano, de uma apresentação sem falhas, os
corpos de igual tamanho, medidos a regra e esquadro, em exercícios vários de
uma arte geométrica sem quebras, que a voz de uma pequena cantora tornaria
quase irreal.
E, na cansativa apresentação dos
desportistas dos vários países, uma vez mais o grupo português pretendeu
transgredir a regra da discrição e compostura, apresentando-se em andamento
dançarino brincalhão, de triste efeito em termos educativos. Afinal, que é isso
de igualdade como característica a defender na humanidade, quando somos os
primeiros a não respeitar a designação, acompanhando os demais parceiros
mundiais num desfile sem história e, naturalmente, sem brinquedo. Porque a
história virá depois, se a tivermos. Oxalá que sim.
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