Nem o sabiam esses das Confissões, entre
as quais Santo Agostinho e Rousseau, que neles se abrem ao sentimento pessoal,
o segundo chegando mesmo a condenar o excesso do racionalismo clássico,
impondo, sem constrangimento de maior, os dados pessoais, sobretudo os de
natureza sentimental, mais valiosos do que o rígido discurso da razão e do
rigor iluminista anterior. E hoje, a mais recente psicanálise permite até transformar
os livros romanescos de cariz pessoal ou inventivo, em enredos maquiavélicos,
de dados fisiológicos acompanhando perversamente o pormenor descritivo, sem que
ninguém proteste contra a exuberância.
O Dr. Salles deve estar de saco cheio
por conta de tanto ruído ocupando a nossa vida actual, de monocórdica
explanação infatigavelmente repetitiva, e daí a sua pretensão em aproveitar
regradamente a Fé e a Moral para a coisa
política, que exige pudor, esquecido de que a própria Igreja é um repositório
de orações para aplicação bem monocordicamente repetitiva, na desconfiança de
que Deus não ouça mesmo.
HENRIQUE SALLES DA FONSECA
A BEM DA NAÇÃO 19.03.24
Ou
SURDEZ E ALZHEIMER
Fé – sobrenatural dogmático. o
inexplicável em que se acredita sem necessidade de explicação;
Moral – conjunto de regras que, ao nível dos
princípios, distingue o bem do mal;
Ética – conjunto de regras que, ao nível dos
factos, distingue os bons dos maus procedimentos.
* * *
Moral e Ética constituem Códigos de
conduta social e, daí, deverem ser divulgados, mas a Fé constitui o cerne da intimidade pelo que exige pudor. Divulgar a fé passa pelo desbragamento da
intimidade e, quando isso se faz na pluralidade pública e repetidamente, parece
haver «teu dependência» e apetece chamar à atenção desses crédulos para o
facto de serem escusados tantos pedidos, pois Deus não é surdo nem sofre de
Alzheimer. Março de 2024 Henrique
Salles da Fonseca
COMENTÁRIOS:
Antonio Fonseca 20.03.202412:42: É raro ter a dita de ler reflexões tão
profundas expressas com tanta economia de palavras. Começa-se a ver agora em
Portugal (e pela Europa) a presença de um sector militante, sobretudo de
Islâmicos, que vociferam a sua presença em lugares públicos. Para estes,
"Chamar a atenção" não fará diferença. É necessário que, desde já, as
autoridades, tanto autárquicas como a nível nacional, estabeleçam normas do que
é permissível e do que é defeso. Estabeleçam e, sobretudo, apliquem-nas. O
"Politicamente Correto" é um Cavalo de Tróia. Obrigado Doutor
Henrique Salles da Fonseca.
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