Digo, Pedro
Nuno dos Santos, um legado e peras, dos vidros partidos de Costa, sem
um pingo de vergonha na cara, que falta igualmente ao povo que o elege.
Há uma pessoa a quem o peso do legado
de Costa enquanto líder do PS versus a ausência de obra como primeiro-ministro
se tornou um embaraço nestas semanas. Essa pessoa é obviamente Pedro Nuno
Santos.
HELENA MATOS Colunista do Observador
OBSERVADOR, 03 mar. 2024, 00:5819
O legado. Não sei
quando esse egrégio termo entrou nas nossas vidas. Mas asseveravam e asseveram
os socialistas em particular e a esquerda em geral que António
Costa tem um legado. Mas
porquê senhores, um legado? Porquê esse amor por essa palavra de antanho? Porque
o legado é uma herança política e nessa matéria António Costa deixa um
legado. A própria avaliação que ao longo destes anos fizemos sobre
António Costa foi sobre o líder do PS, o homem que criou a geringonça, o homem
dos equilíbrios, o hábil negociador… Já sobre Costa primeiro-ministro
pouco se falou e menos ainda se avaliou. Enquanto primeiro-ministro António
Costa esteve sempre mais focado em usar o Governo para resolver o PS do que em
resolver o país.
Sim, o PS recebe um importante legado
de António Costa. Oito anos no poder, uma maioria absoluta e PS como
grande partido da esquerda.
Já os portugueses dificilmente
conseguirão identificar algo que possam dizer “Foi o Costa que fez”.
É essa substancial diferença entre
Costa enquanto líder do PS e Costa enquanto primeiro-ministro que leva a que
nos centremos no seu legado pela prosaica razão de que não
podemos falar da sua obra.
Há
uma pessoa a quem o peso do legado de Costa enquanto líder do PS versus a
ausência de obra como primeiro-ministro se tornou um embaraço nestas semanas.
Essa pessoa é obviamente Pedro
Nuno Santos.
Em Janeiro, uma adolescente morreu
depois de embater numa porta de vidro da escola de Seia. O vidro partiu-se em
pedaços com arestas cortantes e pontiagudas que perfuraram o tórax
da jovem de 17 anos. O ministro da tutela achou que era uma questão de “mau
gosto” relacionar a morte da jovem com o facto de a escola em causa não ter
sofrido obras e considerou que aquele acidente podia acontecer em qualquer local
onde existisse vidro.
Não era verdade. Como bem determinam os
vários regulamentos sobre construções escolares o vidro que devia estar naquela porta era vidro de segurança, aquele
que ao partir-se se desfaz em pedacinhos mínimos e sem bordos afiados, ou vidro
que quando quebra fica com os fragmentos retidos numa espécie de película
interna.
Mas não era isso que acontecia naquela
escola de Seia: o vidro era um vidro comum que se parte em lâminas
grandes e pontiagudas.
Surpreendentemente isso não acontecia e
volta a não acontecer. Segundo uma reportagem publicada na passada semana no Expresso “O vidro que se partiu foi substituído por um igual” Sim,
naquela porta voltou a ser colocado um vidro que se alguém embater nele
se fragmenta em pedaços susceptíveis de provocar cortes e perfurações como
aconteceu em Janeiro. Porquê? Porque, explicam as autoridades escolares, o
vidro seguro não encaixa no caixilho. E
mudar os caixilhos implica uma obra de fundo. E a obra de fundo, depois de
atrasos, candidaturas chumbadas e adiamentos, está agora pendente de um
projecto de requalificação financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência
(PRR)…
Resumindo: em Janeiro uma jovem morreu
porque a escola tinha um vidro cortante nas portas, mas em Fevereiro soube-se
que a escola substituiu o vidro por outro igualmente perigoso. Como foi
possível? Como se aceita tudo isto com beatitude? Foi possível porque aquilo que em Janeiro
era mau gosto, em Fevereiro passou a facto consumado. Ou seja, em Janeiro
era uma questão de “mau gosto” relacionar a morte da jovem com o facto de a
escola não ter sofrido obras, mas em Fevereiro trata-se o assunto como uma
“infelicidade” e protela-se a colocação de vidros seguros para o momento em que
a escola for objecto das tais obras que anteriormente era de mau gosto invocar.
E, como não podia deixar de ser, espera-se que o PRR financie a
requalificação da escola que deixaremos degradar até que daqui a 30 anos outro
qualquer PRR a requalifique. E assim sucessivamente enquanto existirem fundos.
ANTÓNIO
COSTA POLÍTICA PEDRO NUNO
SANTOS PS
COMENTÁRIOS (de 19)
Luis Miguel: Obrigado Helena por falar no assunto dessa menina mais
uma vez. O silêncio dos responsáveis e da CS em geral é revoltante. Eu não
imagino a frustração e dor desses Pais. Onde anda o nosso presidente sempre tão
disponível para aparecer noutras situações! É muito grave o que aconteceu e é
uma vergonha insuportável que não se discuta este assunto e se previna outras
tragédias. Não se cale, aquela família merece muito mais de todos nós. Paulo Silva: O Dr. muitochinho Costa foi o grande ilusionista das
cativações, assistido pelos seus partenaires no BE e
PCP, dava com uma mão enquanto tirava com a outra. Os portugueses levaram o
seu tempo a perceber o truque, e agora olham atónitos para o estado calamitoso
a que chegou o querido estado social... observador censurado: Numa altura em
que os contribuintes são obrigados a entregar ao governo do Partido Socialista
grande parte do seu dinheiro como nunca tinha acontecido e como as escolas
sobrevivem graças aos fundos europeus, um juiz sentenciará que a
responsabilidade das mortes nas escolas é dos suecos e dos holandeses e,
consequentemente, a condenação dos primeiros ministros da Suécia e da Holanda. Alfaiate Tuga: Pois….Mas em Seia 49,5% dos que foram às urnas em 2022
votaram PS, muito acima dos 45% do distrito da Guarda e dos 41,4% a nível
nacional. E o que é que isto interessa? Interessa muito. Bem sei que a miúda
não merecia o acidente e muito menos morrer, não é por aí, mas os 49,5% que
votaram PS merecem que o vidro seja substituído por outro igual ao anterior, é
que a cruzinha no boletim não é inócua, tem consequências, positivas ou
negativas. Espero que o eleitorado de Seia que votou PS em 2022, tenham percebido
que o governo que ajudou a eleger, se está nas tintas para a segurança dos seus
filhos ou netos, pois após um primeiro acidente, em vez de mitigar o risco
substituindo o tipo de vidro ou a porta se necessário, criou de novo condições
para que possa haver mais vítimas, mantendo a mesma armadilha que vitimou a
primeira jovem. A 10 de março veremos como vota o povo de Seia, estou
curioso. Marta
Santos: Só a convicção de que não se será responsabilizado é que permite que se actue
deste modo! Se alguém morrer na mesma porta, virão dizer: “nós sabíamos que ela
era perigosa mesmo assim conformámo-nos com o resultado, se morrer mais alguém,
olha, paciência. “ Alguém me explica porque é que eu pago o salário com os meus
impostos a alguém que não zela pelas interesses das crianças? Indignação total. Manuel Martins: Aposto que âs escolas não falta
dinheiro para pagar ás organizações das ideologias que lá vão doutrinar
as crianças... Lápis
Afiado: Esta miserável desgraça do vidro mostra ao que isto chegou....foi o estado
que matou a jovem com o seu desleixo....mas nem assim corrigiu...o pseudo
ministro da educação é um ser ignóbil Carlos Chaves: Malditos fundos Europeus que
alimentam estas "políticas" assassinas e estes políticos mentirosos!
Quem serão as próximas vítimas? O legado desta figura é monstruoso, é a
mentira, a manha, o desrespeito, a arrogância, a deselegância, a faca nas
costas, a legião de seguidores acríticos, a dependência e o controle do
Estado... Pôs-nos uns contra os outros... Desgraçou Portugal!
Rui Lima: A história julgará Costa como o
pior governante da história de Portugal , o que fez destruirá Portugal dentro
de uma geração quem cá estiver vai sentir em todo o corpo as consequências da
sua irresponsabilidade , a destruição do SEF é um crime grave , ter destruído
uma polícia fundamental que se reforça em toda a Europa é um gesto trágico para
o povo português . Paulo
Almeida: Este caso foi esquecido pela comunicação social. Enoja e tenho vergonha de
viver num pais que actua assim, típico de uma ditadura. Nem CS, nem partidos,
nem o PR têm uma posição nisto. As democracias plenas vêem-se nestes casos,
mais do que nos indicadores de corrupção.
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