São, para além dos próximos cravos vermelhos da profusão abrilina, para mais
quinquagenária, as do texto de Helena Matos e de muitos comentadores sabedores, que assim bem definem os traços morais de
tantos dos nossos heróis – não como esses combatentes ucranianos, está visto,
que defendem uma causa/pátria comuns, tantas vezes à custa da própria vida, mas
como nós mesmos, individualistas ferrenhos, em torno do bolo/bodo, desejáveis para
a vida de cada um.
Linhas vermelhas: um dos maiores embustes
da democracia
Os virtuosos garatujavam sem parar
linhas vermelhas em cenários políticos imaginários. Até que a 10 de Março
descobriram que as linhas vermelhas se fecharam num círculo à sua volta.
HELENA MATOS Colunista
do Observador
OBSERVADOR, 17 mar. 2024, 07:47104
A
29 de Julho de 1976 o comunista
José Rodrigues Vitoriano tornou-se vice-presidente da Assembleia da
República. O presidente era naturalmente um socialista, Vasco da Gama Fernandes, pois
fora o PS o vencedor das eleições legislativas de Abril de 76. O PCP
que ficou em quarto lugar e teve 14,39 por cento dos votos viu também ser
eleito para o lugar de secretário do parlamento o seu deputado José Manuel Maia.
Atente-se na data: Julho de 1976. O cerco à Assembleia Constituinte fora há
escassos oito meses. O 25 de Novembro idem. Nesses acontecimentos e em muito
daquilo que os precedeu ficara bem patente o papel do PCP no combate à
democracia, o seu envolvimento em actos para subverter o regime e o pouco
apreço do seu grupo parlamentar pelas regras da convivência pluralista.
Mas oito meses depois o PCP não só se
sentava na mesa da Assembleia da República sem que se questionasse o seu
direito a tal como conseguia um expressivo apoio das outras bancadas: José
Manuel Maia foi eleito secretário com 219 votos e José Rodrigues com 210.
Feitas as contas (não esquecer que o parlamento tinha então 263 deputados)
torna-se óbvio que deputados do PS e
do então PPD ou do CDS votaram nos nomes apresentados pelo PCP.
Por
mais estranho que tudo isto possa soar aos apologistas contemporâneos das
cercas, dos cordões sanitários e das estrambólicas linhas vermelhas, não é só
no parlamento que a institucionalização do PCP foi garantida: apesar do seu
evidente papel no clima de insurreição vivido no país, o PCP manteve-se no VI
Governo Provisório após o 25 de Novembro. Vai aliás ficar no executivo até 23
de Julho de 1976 quando foi nomeado o I Governo Constitucional liderado por
Mário Soares.
Recordar estes momentos fundacionais da primeira Assembleia da
República pós-Constituinte é fundamental para perceber o carácter anormal do
que aconteceu no parlamento português desde que André Ventura foi eleito
deputado único em Outubro de 2019, com particular relevo para o período de 2022
a 2023, quando os deputados chumbaram por quatro vezes os nomes apresentados
pelo Chega para o lugar de vice-presidente do parlamento. E note-se que não os
chumbaram duma maneira qualquer.
O
primeiro nome apresentado pelo Chega foi o de Pacheco de Amorim, que obteve apenas 35 votos a favor dos 116
necessários. Mithá Ribeiro conseguiu 37. Rui Paulo Sousa 64 e Jorge Valsassina
Galveias 58. João Cotrim de Figueiredo da Iniciativa Liberal também foi
chumbado mas conseguiu 108 votos a favor. O que aconteceu aos
nomes propostos pelo Chega foi mais que um chumbo: foi uma humilhação.
Para
esta manipulação do parlamento contribuiu decisivamente a figura de Augusto Santos Silva que, ironia das ironias, corre agora o risco de nem
ser eleito para o parlamento a que presidiu e cujo funcionamento condicionou
por razões de táctica política. Mas por mais tentador que seja fulanizar na
figura de Santos Silva a subversão da prática parlamentar, há que reconhecer
que não esteve só.
Deputados virtuosos, líderes
virtuosíssimos, jornalistas e comentadores impantes de virtude garatujavam sem
parar linhas vermelhas em cenários políticos imaginários, onde invariavelmente
se continha o Chega. As linhas vermelhas foram um dos maiores embustes da
democracia, como se percebeu a 10 de Março: as linhas vermelhas que iam conter
o Chega fecharam-se num círculo à volta dos outros partidos e o Chega corre do
lado de fora.
Agora fazem-se contas sobre quanto
tempo Montenegro aguentará, não percebendo que o maior risco não é Montenegro
não aguentar mas sim “costizar”, ou seja conseguir manter o poder à custa de
não governar.
COMENTÁRIOS (de 105):
Rui Lima: Li uma vez que a democracia
surgiu quando, devido ao facto de que todos são iguais em certo sentido,
acreditou-se que todos fossem absolutamente iguais entre si, afinal nem os
eleitos tem direitos iguais na nossa democracia. Nessa época dizia-se que
integrar o PCP no jogo democrático era a melhor forma de o esvaziar, afinal o
PCP tinha um projecto de partido único e de unicidade sindical sem o esconder. Se o Chega o tem ainda não o
disse, nem fez nada fora da lei, há partidos actuais que tiveram na sua origem
em grupos ligados às FP-25 e candidatos condenados pela justiça por terrorismo
. Porque razão o que era válido para o PCP já não é válido para o
Chega? Joao
A: Este texto
deveria ser "um não assunto". Não é o chega que os ladrões do partido
socialista, ou os inertes do PSD, ou os dissimulados da esquerda humilham e
ofendem. É mesmo os portugueses que votaram conscientemente no Chega. Eu
votaria de novo e com mais vontade ainda. E sim, os "Augustos Santos
silvas" ou os comentadeiros diários das tvs (pagos quiçá por mim) deveriam
ir de cana por ofensas sistemáticas, não aos deputados do chega, mas a mais de
um milhão de portugueses. Carlos Quartel: O embuste foi bem montado,
diga-se. E apanhou peixe graúdo, o maior dos quais foi o Montenegro. Está agora limitado na
governação, preso a uma promessa inconsequente e que não é genuína. Caiu na armadilha,
não ganhou votos, não tirou votos ao Chega e vai ser PM "por los
pelos". E tem que encarar a verdade, ou reconhece o erro, ou deve dar lugar a
outro. Fernando
Cascais: Parece que já manifestou vontade de costizar abraçando o último OE do
costismo. Percebe-se. Os tempos não são propícios a um OE rectificativo. A
linha vermelha vai obrigar Montenegro a uma grande ginástica legislativa para
mudar Portugal. A mudança de campo do governo corresponde obviamente a uma
vontade dos eleitores para uma mudança política e de políticas pelo novo
governo. Se Montenegro costizar e não mudar as políticas de Costa, nas próximas
eleições o PSD terá uma derrota histórica. Montenegro tudo fará para que
tal não aconteça, vamos ver se consegue. Não vai ser fácil mas pode ser que
consiga um milagre. Henrique
Nobre: A somar a tudo isto, assistimos a uma campanha, que não é inédita - em 1975
sucedeu o mesmo, no rescaldo das eleições para a Constituinte - onde se tocam
os sinos a rebate, em defesa da 'democracia', contra os 'fascistas' e quem os elegeu. Os jornais Público (do grupo
SONAE), Expresso (do grupo IMPRESA), e a SIC, publicam diariamente e põem no
ar, editoriais dramáticos e 'comentadores' a alertar para o carácter indigno
dos eleitos e eleitores do CHEGA. Em 1975, eram os eleitores do então PPD e do CDS, mas
também os do PS, que eram descritos como grunhos fascistas, analfabetos, ou
confusos (no caso do PS). É tramado ter memória. Lúcia Henriques: Todos os ditos democratas
contra o Chega que foi agitar as águas pantanosas do parlamento. O grande
democrata Brilhante Dias respondendo a uma pergunta de jornalistas, disse que
todas as propostas do Chega seriam chumbadas. E eis a democracia a funcionar. Mario Figueiredo: No entanto a Helena Matos era
uma das apologistas das linhas vermelhas. Mesmo quando as criticava, defendia a
tese que o PSD deveria distanciar-se do Chega, e declarar de forma clara que
não se coligaria com este, sob pena de lhe acontecer (ao PSD) o mesmo que
aconteceu ao PP em Espanha. A verdade é que grande parte do comentário de opinião de direita, onde a
Helena também se incluiu, defendia esta tese. E há uns largos meses atrás
exigia que Montenegro não alimentasse mais tabus e declarasse energicamente a
sua intenção de traçar uma linha vermelha ao CHEGA, tendo celebrado quando ele
finalmente o fez. Não me esqueço também da vossa reacção aos acontecimentos nos
Açores, onde a tal linha vermelha parecia ter produzido resultados. Era muito
pouco o comentariado de direita que expressava opinião contrária. Lembro-me de
apenas um punhado. A Helena também é defensora da ideia que o PS nunca fez uma
verdadeira reflexão sobre o que se passou no tempo de Sócrates. Lanço-lhe a si
e a muitos dos seus colegas do Observador o mesmo desafio : Façam uma reflexão
profunda sobre a forma como olharam, analisaram e comentaram os últimos 2 anos
da vida política portuguesa, desde que o Chega chegou aos 12 deputados na AR.
As vossas opiniões, análises e previsões falharam a toda a linha e deveriam
alimentar um momento de humildade, em vez de mais artigos de opinião vácuos e
que seguem apenas a direção dos ventos. Maria Tubucci: Muito bem observado Sra. HM.
Aliás, a única saída de LM será decretar que todos os votos valem o mesmo, como
tal, todas as linhas vermelhas foram extintas e que irá falar para todos os
portugueses. Assim, irá fazer um governo para servir os portugueses, irá
conversar com quem tiver de conversar, direita ou esquerda, para atingir este
objectivo, para tornar Portugal mais próspero, mais seguro, mais realista. Se
conseguir fazer esta quadratura do círculo e souber governar, a legislatura
será sua. Se “costizar” ou continuar do alto da arrogância a destratar os
outros partidos cairá no próximo orçamento. Carlos Chaves: Estas eleições provaram mais
uma vez que vivemos numa democracia formal muito defeituosa! O jornalixo e os
comentadeiros de esquerda, apesar de tudo o que aconteceu, insistem no nojento
caminho de desinformar e de imporem as suas opiniões, contrárias ao sentimento
maioritário da sociedade! Continuem, pois chegará o dia em que o partido
mais votado será aquele que por todos os meios tentam denegrir, e falsamente
classificar como de extrema-direita! Um país paulatinamente empobrecido pelo
socialismo/comunismo de esquerda, e que recusa uma ampla maioria de direita
democrática (com o CHEGA incluído) que já deu provas no passado de nos trazer
períodos de franco crescimento e de desenvolvimento, não é um país normal!
Quando descobrirmos e destruirmos a quem interessa esta situação, Portugal
prosperará! Maria Emília Santos Santos: Excelente artigo! As linhas vermelhas que os
esquerdistas traçaram ao Chega, creio bem que se estão a começar a virar contra
os seus autores antidemocráticos! Queiram eles ou não queiram, o povo português
já disse que quer o CHEGA, a governar o país, porque chega de bandalheira e
incompetentes na governação! E se partirem para novas eleições, o CHEGA
arrecadará, com certeza, muitos mais votos, e, depois, ficarão as dúvidas
esclarecidas! Tim
do A: ...e o Chega corre do lado de fora. Que grande frase Helena! É mesmo. E
Montenegro obedeceu a Costa. O PS manda. O PSD obedece. João Amorim: É este o grande problema do
PSD: não sendo o cancro em que se tornou o PS, também não deixa de ser uma
máquina parasitária que não tem também razões (desinteressadas), e,
sobretudo, coragem e determinação para levar a cabo as reformas profundas do
Estado que hoje são imperativas. Montenegro representa a máquina e os seus
interesses, não é um líder como Cavaco ou Passos Coelho, com a honestidade,
independência e a autoridade bastantes para pôr ordem na casa e encetar o
caminho das reformas. Então com um governo minoritário, nem se fala… Alexandre Barreira: Pois. Cara Helena, A partir do momento que a
"maioria silenciosa". Acordou do "marasmo". Já nada vai ser como dantes. Bem podem pintar a
"manta". O Chega criou raízes e veio pra ficar......!!! Vitor Dias: Fundamentar uma visão da
realidade com base em factos passados ou recentes é sempre uma mais valia. De
facto, é um pouco incompreensível a forma paternalista como os demais partidos
trataram o PCP, no fundo, era a democracia a funcionar. Nestes últimos anos,
deixamos de ter democracia. E foi também por isso que os portugueses disseram
Chega! A estabilidade é boa, faz tempo que não sabemos o que isso é. Medidas
estruturais, com consenso generalizado, devidamente planeadas e executadas com
supervisão, isso é uma miragem, um sonho. Resta-nos a democracia, pelo menos
isso. Já que se comemora os 50 anos de democracia, que seja em democracia. MCMCA > Glorioso SLB: Quanto a boçalidade temos falado. Basta ver o que foi
Augusto Santos Silva para ver que falta de educação não se resume ao Chega José B Dias > Rui Lima: Os "donos"do Regime vão definindo o que é ou
não é válido conforme melhor lhes sirva ... é uma "democracia" de
geometria variável! José Paulo C Castro: As linhas vermelhas dão liberdade ao Chega para correr
por fora. Isso acaba por o beneficiar. É
que as linhas vermelhas também permitem conter todo o regime no lado errado, do
ponto de vista do Chega e do seu eleitorado. Em parte,
justifica a razão por que o voto de protesto ficou no Chega e não beneficiou a
AD nem a IL, especialmente esta última que poderia e deveria ter beneficiado
mais se não tivesse feito uma colagem a 'valores' do regime. Rosa
Silvestre: A ostracização
do Chega continua, agora com um cariz paternalista. O PAN, por exemplo, quer
"resgatar" os votos, como se alguém os tivesse feito reféns. Se se
deixassem de demagogias e permitissem que cada um mostrasse ao que vem, a
escolha fazia-se naturalmente segundo os interesses de cada um. E isso é
democracia. Paulo
Almeida: Muito bem
escrito, a tratar os bois pelos nomes. Ora se muitos dos deputados do PSD em
76 e recentemente foram permeáveis ao comunismo e à intolerância perante os
vice propostos do Chega, torna-se inevitável perguntar: Que raio de partido democrático
é o PSD? E que agora não aceita o voto do povo? É um partido a pensar em si
próprio, é uma desilusão nos últimos anos. maria santos: O Chega, a direita conservadora, teve a virtude de
criticar alto e bom som que não existia nem bem-estar, nem paz, nem sossego O Chega, a direita conservadora, congregou em si
a saturação das pessoas com o tal "Habituem-se". Os habitués da política abrilista estão em negação com
o new kid in town Lino Oliveira > Fernando Cascais:
Concordo. "Agora fazem-se contas sobre quanto tempo
Montenegro aguentará, não percebendo que o maior risco não é Montenegro não
aguentar mas sim “costizar”, ou seja conseguir manter o poder à custa de não
governar." Resume bem a
questão bento
guerra: Só lhes resta, como dizia o Brecht a
brincar, eleger outro povo... Jose Carlos Dias: Belo artigo, votei AD se repetirem o que aqui foi
escrito. Na próxima acto eleitoral voto Chega julio Almeida: Na Europa, após eleições, tenta obter-se uma maioria
absoluta por coligação de 2 ou mais partidos. Em Portugal seria, por exemplo, para um governo com 13
ministros, 8 da AD e 5 do Chega (50 deputados do Chega para 80 da AD). Isto é
que me parece ser a vontade do povo com a rejeição da esquerda. Ora o Chega viabiliza um acordo de governo mesmo sem
ter ministros. Que mais quer
a AD? Só quer receber? O CHEGA é que é antidemocrático? Vitor Prata:
O psd sempre se comportou como uma mulher
de má vida que, como direita envergonhada, se deitou com a esquerda socialista
e comunista. Infelizmente, quase em todo o seu percurso foi uma marioneta nas
mãos de socialistas. E continua a sê-lo por falta de capacidade politica de quem
o tem liderado. Os seus próprios líderes ss assumem de centro esquerda a
pretender governar com os votos de eleitores da direita. Domingas Coutinho: Foi António Costa que inaugurou essa teoria das linhas
vermelhas em 2022 em relação a qualquer acordo com o PSD. Costa foi o pior PM e o causador desta situação em
que nos encontramos. Jorge
Tavares: Era mesmo o
que Portugal precisava, após 8 anos de não governação de António Costa! Mais um
período de não governação, desta vez de Luís Montenegro! Prefiro MIL VEZES uma
coligação governamental entre a AD e o Chega. Deve também ser reservado um lugar especial no Inferno
para aquele tumor designado por ADN, que ilegitimamente recebeu votos para a
AD e que por causa disso AD+IL deixou de ter mais deputados do que a esquerda. Manuel Joao Borges: Das melhores análises q já li, esta no fim de Montenegro
poder vir a costizar, está o máximo e pode mesmo vir a Maria
Paula Silva > Jose Carlos Dias: É o que vai acontecer a muita gente. Nem esta AD, nem este Montenegro, convencem
ninguém.
Joaquim Rodrigues: O Costa, depois de “derrubar muros vermelhos” para, com
a Gerinonça, salvar a sua carreira política, com as “políticas” que
desenvolveu, foi um dos grandes promotores do “populismo” em Portugal e, nessa
senda populista, autoproclamou-se o “traçador-mor”, de Linhas Vermelhas, do
reino. Apesar dos milhões que o Costa teve para distribuir e da cumplicidade
que o Costa teve, na Comunicação Social, foi no pântano das suas “políticas
públicas” que o Costa enterrou o País e se enterrou, até ao pescoço, após menos
de dois anos de maioria absoluta. Esgotada a política de reversões que, depois
de derrubado o “muro vermelho”, uniu a Geringonça, o Costa, que não tinha,
qualquer ideia, qualquer desígnio, qualquer estratégia para o desenvolvimento de
Portugal, passou a apresentar como "imagem de marca" das suas
“políticas públicas”, as “crenças pessoais”, o “achismo”, a “arbitrariedade”, o
“obscurantismo”, a “opacidade” e “informalidade” de processos, seja para o PRR,
seja para o lítio, seja para as Bombas de Hidrogénio, seja para a TAP, seja
para o Plano Ferroviário Nacional, seja para o Pacote da Habitação, seja para o
que for. O Sócrates, pelo menos, tinha a
preocupação de estudar e fundamentar com alguma racionalidade a aldrabice das
Políticas, Planos e Programas que nos apresentava, e que depois executava, de
forma um pouco fraudulenta, com proveitos próprios, segundo consta. Mas o que há de mais tenebroso na forma do Costa fazer
política é a opacidade dos métodos e processos de decisão, a opacidade e
obscuridade dos processos de Comunicação com os cidadãos, a opacidade e
obscuridade da execução das políticas e apresentação de resultados. Foi a maioria absoluta que veio pôr a nu o “vazio” que
é o Costa. Foi na
"irracionalidade" das políticas definidas com base na opacidade, no
secretismo, nos "achismos" e “crenças pessoais”, na informalidade e
perversão de processos e na dimensão ética das pessoas de que se rodeou para as
protagonizar, que o Costa se enterrou. Foi quando o Costa soube, que nós
ficamos a saber que era assim que ele Governava Portugal que, o Costa, teve de
se demitir. O parágrafo da nota da PGR de que o Costa se serviu para se demitir
foi a “deixa piedosa”, forjada ou não, usada pelo Costa, para tentar salvar a
face. Para além da degradação dos “serviços públicos” como os de “Educação” e
de “Saúde” e do maior empobrecimento do País, um outro legado que o Costa deixa
é o da perversão ética do exercício do poder e o da ingovernabilidade do País,
ao trazer a extrema esquerda e, por consequência, a extrema direita, para a
área do exercício do poder. A “Lei Malandreca” foi apenas um pequeno “efeito
colateral”, que se tornou visível, ao serviço de uma trama de interesses que
estava montada. Foi apenas a ponta “daquele” iceberg. Onde andarão os outros
“icebergs” como o do “lítio” e das “bombas de hidrogénio”? A grande “Linha
Vermelha” que há a traçar é à volta do Costa, das políticas do Costa e da forma
“habilidosa, manhosa e opaca” de o Costa fazer política.
Maria Fernanda Louro: Será que alguém me pode
esclarecer uma dúvida que tenho? Os “esquerdos” rejubilaram porque o sacrossanto
T. Constitucional chumbou várias medidas de Passos Coelho, qualquer partido que
se queira legalizar tem de ter aprovação do dito TC. O que aconteceu com o
Chega. Permitam-me que pergunte: os poderes deste país só são “sacrossantos”
quando convém aos esquerdos? João
Ramos: Como sempre bem Helena Matos, contar as verdades e reavivar a memória é
sempre salutar e é o que pode dar saúde a uma sociedade, a democracia praticada
no nosso parlamento não passa de um vergonhoso embuste praticado por aqueles
que teriam por obrigação de a respeitar!!! Joaquim Almeida > Henrique Nobre: Novos actores, velhas
personagens... Foi para isto que Balsemão e Belmiro entraram nos
média? Perguntem aos sucessores Azevedos e sua vergonhosa omissão.
Quanto a Balsemão deixem-no viver feliz, a limpar o traseiro no Expresso e no
Polígrafo... Pedra
Nussapato: A única maneira de combater o Chega é trazê-lo para a arena do jogo,
deixá-los explanar as suas ideias e quiçá até dar-lhe funções executivas.
Enquanto o Chega estiver isolado do lado do protesto, a cultivar os seu
estatuto de vítima de perseguição, e a atirar rebuçados que vão de encontro ao
palato de múltiplos espectros, desde a extrema-esquerda à extrema-direita, só
vai continuar a crescer. Américo
Silva: Crónica acertada. Tristão:
Nem parece um artigo da Helena.
Começa logo por comparar o incomparável, o actual ambiente político nada tem
a ver com o de pós 25 de abril. Nada. Embora se debruce sobre a eleição
de figuras do PCP para a assembleia da república é bom que se recorde que de
facto houve uma linha vermelha sobre o PCP e bem, acrescento eu. De facto só em
2015 essa linha foi quebrada por Costa por mera sobrevivência política. Até
aqui o PS quando não tinha maioria governava com acordos com o psd ou com o
cds, o chamado arco governamental. Resumindo, não, as linhas vermelhas não são novidade
nenhuma na nossa democracia como a Helena parece fazer crer. Alfaiate Tuga: Bom, agora que a AD aparentemente ganhou as eleições o
problema são as linhas vermelhas.
Quando
em 2022 o PS obteve uma maioria absoluta, vieram quase todos os comentadores
dizer que o problema tinha sido o Rui Rio não se ter demarcado claramente do
Chega, permitindo que o PS assustasse os portugueses com a possibilidade de o
PSD levar o Chega para o governo. Em 2024 o Montenegro utilizou uma
estratégia diferente, disse não é não para não haver equívocos, os portugueses
sabiam ao que iam, votaram como votaram, no final parece que o Montenegro
ganhou. Começo a ficar convencido que para muita gente de direita o problema
foi o Montenegro ter aparentemente ganho as eleições, estavam à espera que
perdesse, para dar lugar a outro dentro do PSD que se juntasse com o Chega,
pois parece que tiveram azar. Para mim uma das principais características
de um político é a manutenção da palavra, se o homem disse não é não, por que
raio é que os comentadeiros andam quase todos a dizer que agora deveria ser
sim. Não conheço o Montenegro de lada nenhum, não sou sequer militante do PSD,
mas caramba, deixem o homem formar governo e governar, depois cá estaremos para
avaliar os ministros, as políticas ,os negociações no parlamento onde se inclui
claro o Chega, etc, etc.
João Queiroz e Lima > José Carvalho: Concordo. O Chega não se combate, aceita-se no jogo
político. Montenegro, bem, só não o quer no governo. Não o imagino a não jogar
o jogo com o Chega. Aliás isso é impossível. GateKeeper: Directa, desta vez, para o top 5 cara Helena. Como sabe,
discordamos amiúde. Mas, desta vez, o seu teclado produziu VERDADES E FACTOS
indesmentíveis, mesmo pelos estalinistas-putinescos até às trostkistas tugas.
Ora bem, comentemos : LMonty, o míope congénito, NÃO VAI MUDAR, rigorosamente
NADA. Está já "em vil construção" um novo centrão ps+ps2d+il_woke(?),
desta vez parlamentar, no circo mediático de s. bento. A isso se deve a aparente e
cínica "paz podre" que o bête rouge esquedalho e frustrado berloque
coloca no "palco das e dos patetas alegres". LMonty foi, é e será
sempre um personagem patético, míope politico-social. Caiu num pantanal xuxú e
esquerdalho e, pelos vistos com muito gosto [ "não é não!"). Com
tanto gosto pedante que ignora uma maioria absoluta que estava nas suas mãos.
Em Novembro o okupa de belém terá que convocar novas Eleições Legislativas,
pois a vara xuxú esquerdalha, asdim que tiver oportunidade puxa-lhe o tapete
debaixo dos pezitos. Só quem for mesmo um idiota útil é que não vê factos debaixo
da narigueta. A "importância de Peter" que o obs tem dado a tudo o
que seja "malhar na direita" não lhe augura mesmo nada de bom. Mas,
nós, as e os que votámos útil no lado certo da mudança plena, "não temos
pena nenhuma do míope e temos tempo de sobra para a mudança". Porquê?!
Porque já Chega! E a Maioria Silenciosa ACORDOU!
paulo mariano: Há que ajudar Montenegro a deixar de estar vinculado
ao "não é não". É preciso o apoio do CHEGA para fazer as reformas
estruturais que 2/3 exigem. Desperdiçar esta oportunidade é um erro colossal.
GateKeeper > Fernando Cascais: LMonty, o míope congénito, NÃO
VAI MUDAR, rigorosamente NADA. Está já "em vil construção" um novo
centrão ps+ps2d+il_woke(?), desta vez parlamentar, no circo mediático de s.
bento. A isso se deve a aparente e cínica "paz podre" que o bête
rouge esquedalho e frustrado berloque coloca no "palco das e dos patetas
alegres". LMonty foi, é e será sempre um personagem patético, míope
politico-social. Caiu num pantanal xuxú e esquerdalho e, pelos vistos com muito
gosto [ "não é não!"). Com tanto gosto pedante que ignora uma maioria
absoluta que estava nas suas mãos. Em Novembro o okupa de belém terá que
convocar novas Eleições Legislativas, pois a vara xuxú esquerdalha, asdim que
tiver oportunidade puxa-lhe o tapete debaixo dos pézitos. Só quem for mesmo um
idiota útil é que não vê factos drbaixo da narigueta. A "importância de
Peter" que o obs tem dado a tudo o que seja "malhar na direita"
não lhe augura mesmo nada de bom. Mas, nós, as e os que votámos útil no lado
certo da mudança plena, "não temos pena nenhuma do míope e temos tempo de
sobra para a mudança". Porquê?! Porque já Chega! E a Maioria Silenciosa
ACORDOU! Fábio de
Matos > Glorioso SLB: Um país cheio de gente
anti-democratica, que não respeita a vontade do povo... E o CH é que é boçal?
Você começou a seguir política desde 2019 só pode... Carlos Medeiros: Costa é um génio. Inovou a política portuguesa com o
golpe de asa da geringonça e reduziu os comunistas à insignificância, tarefa
que Salazar nunca conseguiu. Deu ao país um partido de direita, o Chega, coisa
que Salazar também nunca concluiu, acabando por morrer humilhado pelos ultras.
Costa soprou tanto Ventura que o elevou ao estatuto de poder sentar meia
centena de deputados na assentada República. Com as linhas vermelhas, enredou um
nó corrediço na garganta dos laranjas, a morte por asfixia é certa. Costa está
agora de partida para a gaiola dourada de Bruxelas depois de ter passado
Marcelo à capa, com direito a olé. Costa é um génio.
Pedro de Freitas Leal: Grande artigo, como sempre! E totalmente de acordo. Não
tenho mais palavras, a Helena já disse tudo. "Costizar". Fernando
Prata: Excelente artigo. Portugal é um país sui
generis, onde o PCP conseguiu ir enganando o pagode e quase parecer um partido
democrático. Vivi o PREC e sei do que os comunistas são capazes. Num ano,
destruíram a economia deste país. Por isso, entendo que o PSD errou na sua
estratégia há já muito tempo. Se Costa se juntou aos comunistas e aos
comunistas disfarçados, porque não podia o PSD juntar-se ao Chega? Se vamos
falar de fascistas, alguns já mostraram o que são, com factos. Os outros, ainda
estamos para ver o que são. Pedro Matos CruzMaria Paula Silva: pois....mas sempre tiveram 1.810.871 votantes, até ao
momento.... Tal como não se podem desvalorizar o mais de 1 milhão de
votantes do CH, também não convêm fazer de conta que a AD não terá
eventualmente ganho.... Daqui há pouco estão como o Rui Tavares... As
eleições não devem ser como o campeonato de futebol. É do destino do País que
se trata. E ainda vai assistir o LM a ter de negociar com o AV em muitas
das matérias e isto é perfeitamente natural que aconteça. Manuel
Portela > Antonio Marques Mendes: Caro António em 1985 Cavaco Silva queria fazer uma
coligação com o PRD e estes não quiseram, e depois tiveram a votação quase
nula, hoje o Chega quer fazer uma coligação e o Montenegro é que não
quer, se a história se repetir quem apanha por tabela vai ser a AD.
Nenhum comentário:
Postar um comentário