Este mundo de terror.
MUNDO/
CONFLITO ISRAELO PALESTINIANO
ONU aponta "motivos razoáveis"
para acreditar que Hamas cometeu violações
ONU refere
que há "motivos razoáveis para acreditar que violações e 'tortura
sexualizada' ainda podem estar em curso". Equipa que esteve nos
territórios encontrou "informações claras e convincentes".
OBSERVADOR, 04 mar. 2024, 20:15
▲A
equipa não conseguiu encontrar-se com nenhuma vítima de violência sexual,
"apesar dos esforços concertados para as encorajar a apresentarem-se.
Um relatório das Nações Unidas divulgado esta segunda-feira afirma
que há “motivos razoáveis” para acreditar que o movimento islamita Hamas
cometeu violações, “tortura sexualizada” e outros tratamentos cruéis e
desumanos contra mulheres nos ataques de 7 de outubro.
Há
também “motivos razoáveis para acreditar que essa violência ainda pode estar
em curso”, indicou a representante especial da ONU para a Violência Sexual
em Conflitos, Pramila
Patten, que visitou
Israel e a Cisjordânia de 29 de janeiro a 14 de fevereiro com uma equipa de
nove elementos.
No relatório, a equipa afirma ter
encontrado “informações claras e convincentes” de que reféns foram sujeitos às
mesmas formas de violência sexual relacionadas com o conflito, incluindo
violações e “tortura sexualizada”.
Com base em informações recolhidas “a
partir de múltiplas fontes independentes, há boas razões para acreditar que a
violência sexual relacionada com o conflito ocorreu durante o ataque de 7 de
outubro em vários locais nos arredores de Gaza, incluindo violações e
violações colectivas em pelo menos três locais“, nomeadamente o local do
festival Nova, afirma o relatório. O relatório de Patten refere que a
visita da equipa “não tinha a intenção nem o mandato de ser de natureza
investigativa”.
A equipa não conseguiu
encontrar-se com nenhuma vítima de violência sexual, “apesar dos esforços
concertados para as encorajar a apresentarem-se“. No
entanto, os membros da equipa realizaram 33 reuniões com instituições
israelitas e entrevistaram 34 pessoas, incluindo sobreviventes e testemunhas
dos ataques de 7 de outubro, reféns libertados, profissionais de saúde e
outros.
Guterres nega ter tentado silenciar
relatório
O
gabinete do secretário-geral da ONU recusou que António Guterres tenha tentado
silenciar o relatório conhecido esta segunda-feira. O trabalho da representante
especial da ONU para a violência sexual em conflitos, Pramila Patten, “foi
realizado de forma meticulosa e diligente”, disse o porta-voz de António
Guterres à AFP.
“Em nenhuma circunstância o
secretário-geral fez algo para ocultar este relatório”, afirmou à France-Presse
(AFP) Stéphane Dujarric, respondendo
às acusações do ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, que chamou o
embaixador israelita junto das Nações Unidas para consultas.
“Ordenei
ao nosso embaixador na ONU, Gilad Erdan, que regressasse a Israel para
consultas imediatas, na sequência da tentativa de silenciar o grave relatório
da ONU sobre as violações em massa cometidas pelo Hamas e pelos seus aliados em
7 de outubro”, anunciou o ministro israelita, Israel Katz, numa mensagem
publicada na rede social X.
O chefe da diplomacia israelita
criticou o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, por não
ter convocado o Conselho de Segurança, “face a estas conclusões”, com o
objetivo de declarar o movimento islamita palestiniano “uma organização
terrorista” e “impor sanções aos seus apoiantes”.
As autoridades israelitas têm
pedido repetidamente a demissão de Guterres, depois de este ter afirmado que
os ataques do Hamas “não aconteceram no vácuo”, salientando que o povo palestiniano “é sujeito a uma
ocupação sufocante há 56 anos”.
CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO MUNDO HAMAS ISRAEL MÉDIO ORIENTE VIOLAÇÃO COMPORTAMENTO SOCIEDADE CRIMES SEXUAIS CRIME
Nenhum comentário:
Postar um comentário