O Papa Francisco
devia sabê-lo e reconhecer que os nacionais respectivos a defendem, se forem
autênticos. O que diria ele aos seus compatriotas argentinos, caso o Putin e
camarilha – ou outros da mesma igualha tivessem invadido a sua Argentina? Aconselharia
a tal alva bandeira? E porque não faz o mesmo aos do Hamas e Cia e só investe
contra a Ucrânia? Estranha santidade.
Palavras do Papa Francisco sobre "bandeira
branca" na Ucrânia causam polémica. Afinal, o que disse o Papa?
O Papa Francisco elogiou a
"coragem" de quem levanta a "bandeira branca" e negoceia.
Palavras do Papa foram duramente criticadas pela Ucrânia. Mas, afinal, quais
foram mesmo as declarações de Francisco?
OBSERVADOR; 10
MAR. 2024, 18:15 6
▲O Papa Francisco respondeu a
perguntas de um jornalista da televisão suíça RSI FILIPE AMORIM/OBSERVADOR
O Papa Francisco foi este domingo
fortemente criticado pelas autoridades ucranianas depois de, um dia antes, ter sugerido numa entrevista
que a Ucrânia deveria ter a “coragem” de “levantar a bandeira branca” e
negociar um desfecho pacífico para a guerra com a Rússia, que se arrasta desde
fevereiro de 2022.
As palavras do Papa Francisco foram
ditas em entrevista à RSI, televisão pública da Suíça, e tiveram impacto
internacional. O chefe da Igreja Católica foi citado como
tendo apelado à “coragem de levantar a bandeira branca e negociar”.
A
reacção mais forte veio da embaixada da Ucrânia junto da Santa Sé, que emitiu
um comunicado pelas redes sociais a repudiar as palavras do Papa. “Ninguém
falou de negociações de paz com Hitler”, disse a representação diplomática,
sustentando que é necessário “aprender as lições da Segunda Guerra Mundial”,
designadamente a de que para “acabar com a guerra” é preciso “matar o Dragão”.
A controvérsia à volta das palavras do Papa Francisco obrigou mesmo
o Vaticano a tentar, de imediato, clarificar o sentido da declaração do líder
católico.
Citado pelo The New York Times, o porta-voz da Santa Sé,
Matteo Bruni, sublinhou que o Papa
Francisco pretendia defender apenas “um cessar-fogo e uma negociação”, e não
uma desistência por parte da Ucrânia.
O que disse, afinal, o Papa?
O Papa Francisco falou em entrevista ao
programa “Cliché”, um magazine cultural transmitido pela televisão suíça RSI. A
estação publicou na sua página a transcrição integral da entrevista ao Papa.
As
palavras polémicas surgem logo na primeira pergunta. E, na verdade, é o
entrevistador que usa pela primeira vez a expressão “bandeira branca”, na sua
pergunta.
O jornalista começa por
mencionar que existe, na Ucrânia, quem peça a coragem de levantar a bandeira
branca e também quem pense que isso vai legitimar o mais forte — e pergunta ao
Papa o que lhe parece.
Francisco
responde que essa é uma interpretação possível e sublinha que quem tem a
coragem de negociar é mais forte. Não deve, diz o Papa, haver vergonha de parar
de lutar e passar à negociação.
O Observador transcreve na íntegra as
duas perguntas que estão no centro da polémica:
Na
Ucrânia, há aqueles que pedem a coragem da rendição, da bandeira branca. Mas
outros dizem que isto vai legitimar o mais forte. O que é que pensa?
É
uma interpretação. Mas penso que é mais forte quem vê a situação, quem pensa no
povo, quem tem a coragem da bandeira branca, da negociação. E hoje pode
negociar-se com a ajuda das potências internacionais. A palavra ‘negociar’ é
uma palavra corajosa. Quando se vê que se está derrotado, que as coisas não vão
bem, é necessário ter a coragem de negociar. Há vergonha, mas com quantas
mortes é que isto vai acabar? Negociar a tempo, procurar algum país que atue
como mediador. Hoje, por exemplo, na guerra na Ucrânia, há muitos que querem
atuar como mediadores. A Turquia ofereceu-se para isso. E outros. Não tenham
vergonha de negociar antes que as coisas piorem.
O senhor também se ofereceu para
negociar?
Eu estou aqui, ponto. Enviei uma carta
aos judeus de Israel, para reflectir sobre esta situação. A negociação nunca é uma rendição. É a coragem de não levar o país ao
suicídio. Os ucranianos, com a história que têm, pobres, os ucranianos do tempo
de Estaline, o quanto sofreram…
O Papa já foi criticado por
ambiguidade sobre guerra
Não é a primeira vez que o Papa Francisco é criticado pelos seus
posicionamentos relativamente à guerra na Ucrânia.
Nas
primeiras semanas da guerra, ainda em 2022, o chefe da Igreja Católica optou
por manter um discurso ambíguo sobre o assunto. Só seis meses depois da invasão
do território ucraniano pela Rússia é que Francisco, pela primeira vez,
endureceu o discurso e classificou a Rússia como agressora no conflito.
Durante esses primeiros meses, o Papa Francisco foi duramente
criticado pela Ucrânia por recusar condenar directamente a Rússia, o que causou
alguns danos na popularidade do chefe da Igreja.
Especialistas em diplomacia
eclesiástica viram nesta atitude um esforço, da parte do Papa, de não cortar
vias de comunicação com Moscovo, para assegurar a possibilidade de o Vaticano actuar
como intermediário em eventuais negociações de paz.
Numa entrevista ao
Observador logo em março de 2022, o analista Victor Gaetan,
especialista na actividade diplomática do Vaticano, explicava que os passos
dados pela Santa Sé indicavam que haveria esforços de bastidores nesse sentido.
Um dos sinais mais fortes foi o facto
de, um dia depois de a Rússia ter invadido a Ucrânia, o Papa ter saído do Vaticano
e ido pessoalmente à embaixada da Rússia para “expressar a sua preocupação” ao
embaixador — algo inédito. No dia seguinte, pegou no telefone e ligou a
Volodymyr Zelensky.
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COMENTÁRIOS (6):
Pobre Portugal: Papa misto! Luís
Sande e Castro: Eu acho que
os Ucranianos deviam ceder um porto para os Russos guardarem a sua esquadra do
Mar Negro, na condição de não os utilizarem nesta guerra e com a promessa de
não os afundarem.
Carlos Canelas: quando se
mete na politica sai borrada e mesmo nos assuntos da IGREJA por vezes. Alexandre Barreira: Pois. Quer queiram....quer não. A idade não
perdoa. Não há milagres. Essa da bandeira branca. É a prova provada....!!! José
Costa: Não há
desculpa pelo que foi dito. A retirada da Rússia do pais soberano que invadiu,
é a única opção válida. Não se pode pedir ao país agredido que aceite a bárbara
agressão. Mas, afinal, que Igreja é esta? Jorge
Frederico Cardoso Vieira Barbosa: O
papa deveria explicar, o motivo pelo qual não imputa ao ÚNICO agressor, ao
criminoso Putin, igual alegada qualidade. Deixemo-nos de subtilezas para
escamotear a verdade: o papa está de alma e coração com o agressor, com o
Putin. Ter-se-á, pois, que esperar pela saída deste papa do Vaticano, para que
a Igreja volte à sua boa normalidade. Com este papa e o escabroso histórico dos
"abusos", só um cisma poderá salvar o catolicismo
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