Como sempre: Um texto que parece sério e criterioso,
este de Helena Garrido.
Lições e riscos das eleições europeias
Aumentou a probabilidade de o Orçamento do Estado de
25 ser aprovado, embora com interrogações sobre o seu conteúdo final.
HELENA GARRIDO Colunista
OBSERVADOR, 11
jun. 2024, 00:2028
A
diferença mínima que deu a vitória aos socialistas, a descida do BE e do PCP, a
subida da Iniciativa Liberal e a acentuada queda do Chega conjugam-se para
desincentivar uma antecipação das eleições legislativas a curto prazo. O maior número de votos do PS esconde que
perdeu um eurodeputado e que os partidos de direita vão agora em maior número
para Bruxelas e Estrasburgo – 11 em 21 agora quando eram 7 em 2019. Este equilíbrio de forças, embora não se
podendo replicar para legislativas, aponta para uma dinâmica à direita que não
se verificou à esquerda. Até porque pode ter existido um efeito Cotrim na
Iniciativa Liberal enquanto um eventual efeito Temido não foi suficiente para
afastar muito os socialistas da AD, com os votos da sua esquerda – que perdeu
sem se perceber ainda bem para onde foram os seus eleitores.
Contrariamente ao abalo que as europeias provocaram em França – com
eleições antecipadas para 30 de Junho – e até na Alemanha e em Espanha, os
resultados eleitorais em Portugal parecem ter elevado a probabilidade de o
Governo conseguir aprovar o Orçamento do Estado para 2025. A questão é
que Orçamento. Como Cecília Meireles referiu na SIC, na noite
eleitoral, o Orçamento pode ser
aprovado na generalidade e ser completamente desvirtuado em sede de
especialidade. Nada que não tenha acontecido até agora,
com a oposição a impor já facturas para 2025, como é o caso da eliminação das portagens nas ex-Scuts (180 milhões na
estimativa do Governo que o Banco de Portugal também considera).
O
consenso que existe na sociedade portuguesa, quanto à importância de
contas públicas equilibradas, pode chocar
com a ambição de conquista ou manutenção do poder, alimentada pela ilusão do
excedente de 2023 e pela descida da dívida. E neste ambiente de
instabilidade podemos correr o sério risco de perder o que conquistámos até
agora, não avaliando bem os problemas que temos pela frente e que os resultados
das eleições europeias em França e na Alemanha tão bem indiciam. O ambiente
bélico que se vive na Europa a par do crescimento dos nacionalismos é pouco
amigo da construção europeia, um projeto que damos como adquirido, e da
estabilidade económica e financeira.
Ainda bem que o Banco de
Portugal resolveu começar a avaliar as finanças públicas, uma tradição que se
perdeu no início da década de 90 do século XX, quando houve o conflito entre o
então ministro das Finanças Jorge Braga de Macedo e o governador Miguel Beleza
deu lugar a António de Sousa. Vítor Constâncio, enquanto governador, foi
chamado a contribuir para a avaliação das contas públicas – primeiro para José
Manuel Durão Barroso e depois para José Sócrates – mas os males estavam feitos.
Os alertas prévios são muito
mais úteis, porque permitem fazer uma análise informada sobre as medidas que
estão a ser aprovadas quer pelo Governo como pela oposição, criando uma
sociedade civil com capacidade critica e capaz de pressionar os responsáveis
políticos a não adoptarem medidas que nos podem sair caras.
É isso que o Banco de Portugal faz na sua análise, que vale a pena
ler (a partir da página 23), e nos avisos que o governador Mário Centeno foi
deixando na apresentação do Boletim Económico de Junho. A primeira
frase que se pode ler no texto é especialmente elucidativa: “Com a informação disponível, é expectável o retorno a uma situação de
défice, colocando em risco a trajetória desejável para a despesa pública no
âmbito nas novas regras orçamentais europeias”. E fica igualmente a recomendação de
Mário Centeno: “as políticas económicas devem manter a prudência e
espaço para serem contra cíclicas”.
A tentação é grande, de quem está no
poder, de criticar o banco central, e até de o tentar calar, sempre que alerta
para os problemas que as decisões de política levantam. Esperemos que desta vez
não venha a acontecer o mesmo do passado e que se respeite aquilo que está
enquadrado nas funções previstas na lei orgânica do Banco de Portugal: “aconselhar
o Governo nos domínios económico e financeiro, no âmbito das suas atribuições”. E
avaliar a política orçamental está no âmbito das suas atribuições ou não fosse
ela um factor de desestabilização económica e financeira, como aprendemos
duramente no reajustamento que tivemos de fazer no tempo da designada troika.
Quando precisámos de ajuda, como comunidade, o Estado não tinha dinheiro e foi
obrigado a colocar-nos nas mãos dos credores.
O resultado eleitoral das europeias aponta para a estabilidade
política a curto prazo, mas está longe de nos garantir responsabilidade
financeira, levando em conta aquilo a que temos assistido nos últimos pouco
mais de dois meses.
ELEIÇÕES EUROPEIAS ELEIÇÕES POLÍTICA GOVERNO ORÇAMENTO DO ESTADO ECONOMIA
COMENTÁRIOS (de 28)
bento guerra: Ainda é cedo, para saber se o PS quer voltar ao poder. Mas, a mim, parece-me
que Montenegro é um pacóvio, apenas teimoso e esperto e não tem capacidade
política para ser PM.O Bugalhinho foi mais uma esperteza que não resultou (excepto
para ele) Novo
Assinante: Meus amigos, tal como dizia Guterres é só fazer as contas: passámos de
1.169.836 votos em 10 de Março para 386.648 votos em 09 de Junho, ou seja, em
apenas três meses, perdemos:(1.169.836-386.648)/1.169.836*100=66,9% de todo o nosso eleitorado. Os restantes 33,1% vamos
perdê-los nas próximas legislativas. Carlos Chaves: Esta crónica enferma de duas
falsidades: 1)
O CHEGA não sofreu de uma acentuada queda, passou de 0 deputados para 2
deputados! 2) O sr. Mário Centeno esteve de bico
calado enquanto os seus comparsas do partido destruidor estiveram no governo e
agora lança avisos que a cronista elogia, sem cuidar de criticar quando
escondia os desvarios socialistas, como por exemplo uso de dinheiro da
segurança social para baixar o défice, despesas astronómicas sem orçamentação e
muitas outras “engenharias” financeiras! Isto não é sério Helena Garrido!
Maria
Tubucci: Diz a Sra HG, “O resultado eleitoral das europeias aponta para a
estabilidade política a curto prazo”. Espero bem que sim. Entendam-se, porra!
Deixem-se de politiquices. O pessoal já atingiu a saturação eleitoral, o circo
eleitoral já cansa, as eleições já enjoam, mais não please 🥺 …
Por último, desculpe que lhe diga, o Sem Tino,
cativador-mor do PS e profissional da hipocrisia, não tem qualquer
credibilidade nem é exemplo para ninguém… Nazare
Dias: Gostava de saber o que é que a HG propõe que o governo faça para resolver
todos os problemas que o anterior não resolveu, na Saúde, Educação, Forças
Armadas, Segurança, Oficiais de Justiça...eu sei lá que mais! Baixar o défice e
a dívida é óptimo, mas quando isso é feito com "Chico espertices" e á
custa de serviços essenciais, a coisa muda de figura. A última que se conhece é
o esperto do Medina, além de ter sacado tudo o que pôde às Águas De Portugal,
Casa da Moeda e não se sabe quem mais também ter exigido ao Infarmed oitenta
milhões dos cento e cinquenta que era o seu orçamento, apesar do mesmo ser
financiado pelos nossos seguros e entregue directamente pelas Cias. De seguros.
Por tudo isto se exige um pouco mais de hombridade ao sr. Governador que foi
um dos grandes coveiros dos serviços públicos com as suas cativaçoes. Ronin: O pântano vai manter-se. O SNS nunca se irá renovar foi
destruído. As contas certas dependem da despesa de pessoal que está a mais com
milhares de nomeações, no Poder Local e Central. Os subsídios na Segurança
Social vão retirando dinheiro ao sistema contributivo, até que cada vez mais
percebam a coisa. A segurança e a invasão de migrantes continua uma maravilha,
já não são só "os grupos de famílias" ou "os grupos de
jovens" que vão ter concorrência que não vai ser bonita. A política de
gestão de merceeiro vai continuar, quando for a hora outra vez de novas
eleições legislativas que interessam, segundo a perspectiva da maioria dos
eleitores, não terão 2/3 de não votantes, será invertida para !/3 e aí se verá
que o sapateiro e o voz de falsete, nada têm par oferecer ao país a não ser
mais degradação e miséria.
Reformas de fundo, limpeza do Estado de parasitas
nomeados e empresas, Associações, Fundações, IPSSs, ONGs, isso fará o que as
eleições de Março mostraram, mais desaparecimento da Extrema-esquerda e do
Centrão. O Chega manteve apesar de toda a campanha suja de "jornalistas"
tipo marçanos e dos comentadores vindos do Centrão e da Extrema esquerda, como
a 3 ª força a IL ficou muito atrás o que deixou essa gente muito aborrecida nos
resultados finais, mesmo levado ao colo pelos avençados comentadores da treta e
pelos marçanos dos Media, afinal os Liberais levaram porrada em toda a Europa,
o método de Hondt safou da extinção o PCP, o BE, o Livre tramou-se no voto útil
das hienas da extrema esquerda. Rui Pedro
Matos: D. Helena Garrido! Um texto muito ao seu jeito e que enferma, na minha
opinião, de alguns desvios ideológicos nomeadamente: A) abstenção = 63%; B) PS
perde um eurodeputado; C) Chega alcança dois eurodeputados; D) IL alcança dois
eurodeputados; E) PSD mantém o mesmo número de eurodeputados; F) BE e PCP
perdem, um eurodeputado, respectivamente; G) o CR7 das finanças, hoje na
administração do BdP, esteve sempre pronto a ajudar o Costa poucochinho.
Actualmente, comporta-se como um cauteloso conselheiro. Por que será?; H) o sr.
Santos do PS, enquanto ministro e figura principal dos governos de Costa
poucochinho sempre a puxar para trás nas exigências dos cidadãos portugueses
quanto às scut's aos professores ao SNS no IRS etc etc. Agora na oposição é um
mãos largas. Por que será?; I) por fim, Não Há Almoços Grátis! Lisboa continua
a ser a capital do império porque, depois das portagens de Alverca, é e será
sempre, a Província! GateKeeper: HG continua na senda da
mistificação "bajulanteira" e genúflexa do, agora e por fim, centrão
ps+ps2d de portas e janelas abertas pelo lmonty na fatídica noite em que
pronunciou a abertura oficial da sua despedida da "campanha
governizável", liderada pelo pedrito berloque do rato. Vai daí, desata a
"amandar" "bocas falsas" à "direita" ( de 0 para
2) e odes desafinadas às esquerdó-liberalecas ( de 9+7 para 8+7). Em o fazendo,
não cansada de elogiar cega e pateticamente o pateta alegre, desata numa
espécie de ópera bufa sob o libreto do famigerado "OdoE de 2025",
como se não soubesse muito bem o que "a casa do centrão" [ 2 moradas
a reter : largo dos ratos e a ru[el]a dos buenos aires poluídos) vai gastar -
ou seja o que NÓS e a UE vamos gastar. HG definiu um perfil para si própria.
Mais valia "mudar-se" para os seus "lares d'avença - o
publi-cuzinho & o expresso da - tanga.
Nenhum comentário:
Postar um comentário