De Luís
Montenegro, feito por um colunista do Observador, JOÃO MARQUES
DE ALMEIDA, que nos parece bem correcto, não só do ponto de vista psicológico a
respeito de um talvez futuro grande estadista – se o deixarem e não o
destruírem antes, os habitués da destruição – como do ponto de vista da análise
social, que nos espanta no seu arrojo confiante. Só desejamos que não seja
gorado o seu optimismo – provocatório, todavia, para uma maioria de “dissidentes”
de uma governação criteriosa. E honesta, naturalmente.
O crescimento de Luís Montenegro
Como quase todos os políticos que são
subvalorizados, Montenegro beneficia dessa avaliação errada. Como líder do PSD,
já conseguiu três vitórias eleitorais – vamos agora ver o que sucede nas
europeias
JOÃO MARQUES DE
ALMEIDA Colunista do Observador
OBSERVADPOR, 06 jun. 2024, 00:2063
Não esperem de Luís Montenegro grandes
combates ideológicos, nem uma estratégia para acabar com o socialismo em
Portugal. Nesse aspecto, vai desiludir muitos na direita. Montenegro
é acima de tudo um político pragmático, e um produto típico do PSD. Tem um lado social democrata que o impede
de ser anti-socialista, apesar de estar inteiramente disponível para lutar
contra o PS – são coisas diferentes. Mas é muito diferente ter como
PM Montenegro ou um líder do PS. Também de acordo com a tradição
do PSD, Montenegro acredita na iniciativa privada, no mercado e nas empresas. É
um político que emerge do país profundo, da sociedade, não foi formado no
Estado. É uma grande diferença. Colocando a questão em termos ideológicos, Montenegro é mais liberal do que qualquer
PM socialista, e certamente muito mais do que Pedro Nuno Santos. Também
é mais conservador do que os socialistas no sentido em que respeita mais as
tradições portuguesas, sem ser obviamente um conservador no sentido mais
ideológico do termo.
Montenegro é sobretudo um político pragmático, mais uma
característica típica do PSD, e um homem de poder. Soube conquistar o poder e tem uma
estratégia para continuar no poder o tempo que for possível nas actuais
circunstâncias políticas, nada fáceis. Infelizmente,
está preso nas suas linhas vermelhas, o que o impede de construir uma maioria
parlamentar do centro para a direita, com a IL e com o Chega. A
ausência dessa maioria retira-lhe a capacidade de seguir outra tradição do PSD: o governo e o poder servem para fazer
reformas, para mudar algumas coisas no país. A orientação reformista foi o que
marcou Sá Carneiro, Cavaco Silva, Durão Barroso e Passos Coelho. Para estes
antigos PMs, não fazia sentido estar no poder se não fosse para reformar
algumas coisas no país. Ora, com um governo minoritário, Montenegro terá muito
mais dificuldades para fazer reformas. Em Portugal, não se fazem reformas que
melhorem o país, ou seja, que o torne menos socialista, sem maiorias.
Mas
Montenegro está a subir na apreciação dos portugueses. É neste momento o
político mais popular em Portugal, à frente de Marcelo Rebelo de Sousa e muito
à frente de Pedro Nuno Santos e de André Ventura. Quem diria
há um mês no caso de um governo sobre o qual quase todos juraram que não teria
estado de graça. Mas Montenegro tem duas vantagens sobre todos os
outros. É o único que se porta como um estadista. Mantém sempre um sentido de Estado quando está em
público. Comporta-se como um PM, e não como um político que está em São Bento,
como fazia António Costa. Durante oito anos, Costa nunca deixou de ser Costa. Em dois meses Montenegro deixou de ser
Montenegro e passou a ser PM. Suponho que os portugueses já tinham saudades de
quem sabe desempenhar um alto cargo com a autoridade devida.
Depois,
Montenegro é um politico muito disciplinado, dono dos seus silêncios. Só fala
quando acha que deve falar, e não comenta tudo e mais alguma coisa. Quando fala,
tem alguma coisa para dizer ou para anunciar. Se for necessário, deixa
Pedro Nuno Santos e o líder da oposição, André Ventura, a falarem sozinhos. Marca
assim um enorme contraste em relação ao PR. Em Belém está um comentador,
incapaz de não falar. Em São Bento, está um PM que só fala quando deve.
Desconfio que muitos portugueses também apreciam isso.
Como
quase todos os políticos que são subvalorizados, Montenegro beneficia dessa
avaliação errada. Como líder do PSD, já conseguiu três
vitórias eleitorais (Açores, legislativas e Madeira). Vamos ver o que acontece
nas eleições europeias. Pode acabar por ficar em São Bento mais tempo do que
muitos previam. A legislatura ainda está no início e muita coisa poderá mudar,
sobretudo depois das eleições presidenciais. Por
vezes, Montenegro faz lembrar aquelas equipas de futebol que começam o
campeonato com vitórias muito difíceis, quase ninguém dá nada por elas, mas
acabam campeões.
COMENTÁRIOS (de 89):
Luis Miguel: De acordo. Quanto
aos nossos compatriotas do Chega, recordo que os vossos rivais são o PS. Ou já se esqueceram? Deixem
o homem trabalhar. Só assim vão ganhar o respeito dos outros. Agora querer que
seja quem ganhou as eleições a vergar-se não é razoável. Pedro Campos: Finalmente depois de 9 anos, Portugal tem um verdadeiro
PM a governar o país! Bom trabalho! João Queiroz e Lima: A cada semana que passa o não é não faz mais sentido. António Soares: O sucesso de Montenegro, será o sucesso do país. Não
será fácil. A generalidade dos nossos políticos, é medíocre. Não está empenhada
em ajudar o país, mas em servir-se dele para proveito próprio, do partido a que
pertence, da família e do melhor amigo. Foi sempre assim, com Guterres,
Sócrates e com o pior de todos, Kosta Kamov. Por aqui: Embora tenha sempre concordado com as linhas vermelha
ao Chega por motivos ideológico (assim como ao pcp e ao be), consigo ver, neste
momento, as vantagens destas linhas em termos pragmáticos. O chega vai ficar a
falar sozinho ou com o ps enquanto se percebe o embuste político que é Fernando CE: Muito bem. Temos PM. Fernando Prata: Apesar de todas as dificuldades, Montenegro continua a
tirar votos ao PS e principalmente, ao Chega, que se está a mostrar como o
maior flop da nossa política. Muita gente que votou no Chega deve estar a
pensar como foi possível fazer isso. Ventura tem-se mostrado uma criança mimada
e birrenta, com quem não se pode falar e que só está interessado no seu umbigo. hugo Carreira: Confesso que me tem surpreendido positivamente S N > Luis Miguel: O Governo existe para Governar. E o Parlamento para fiscalizar, não para se substituir
ao Governo, como nas revoluções. Não
se iluda quanto ao Chega, como eu me "iludi". Surgiu do PS e do PCP e
por isso vota invariavelmente junto com o PS, PC e Bloco ou abster-se para
viabilizar as suas propostas. Todos os dias. Quanto vale um "tacho"
de deputado Joao
Cadete: O problema do autor é que quer ver o PSD
aliado com patetas e a maioria dos apoiantes do PSD não querem ser vistos com
patetas.
JOHN MARTINS > F. Mendes: Caro F. Mendes, A cheringonça russa, no parlamento, vai
acabar por ser um grande trunfo de Montenegro, e Montenegro, a jogar na altura certa. Montenegro em pouco tempo, já ganhou
estatuto de credibilidade, o mais difícil de obter para qualquer político. Alfaiate
Tuga: O Montenegro para já está a distribuir dinheiro pelos do costume,
funcionários públicos e pensionistas, os professores já levaram a água ao
moinho deles, os funcionários dos tribunais também, os polícias já conseguiram
um aumento de 200€ por mês, mas parece que não chega…os médicos vão receber
mais para fazerem mais partos, embora continuem a exigir mais aumento de
salário em cima dos 15% que já tiveram no ano passado, etc,etc. A prometida
baixa de impostos para a classe média é uma miragem, Portugal vai continuar a
ser um país para funcionários públicos e pensionistas a curto prazo, pois quem
se reformar daqui por 15 anos vai para a reforma com 70 anos a receber metade
do último salário, mas hoje desconta pela totalidade do salário para andar a
pagar pensões aos que se reformaram com 55 anos e já andam a mamar há décadas.
Enfim, Estou à espera para ver onde é que o governo vai cortar para arranjar
dinheiro para tanto “ crescimento “ de dinheiro nos bolsos de alguns. Portugal
vai continuar a afugentar quem quer trabalhar e usufruir do proveito do seu
esforço, para já a única vantagem da AD é terem mudado as moscas. PS. Se
aprovarem o IRS jovem, os que tem mais de 35 anos que se cuidem, vão começar a
ser despedidos uns atrás dos outros, as empresas só vão querer os jovens, pois
como levam mais dinheiro para casa estarão mais motivados, vão por mim. os
qualificados com mais de 35 aninhos vão ter de emigrar… João Das Regras: Bom artigo, e concordo que o erro do Montenegro foi ter
caído na esparrela das linhas vermelhas que foram definidas pelo PS e não
formar uma maioria com a IL e Chega. João Floriano > Fernando Cascais: Boa tarde Fernando. Gostei
muito do seu comentário, como sempre e não podia estar mais de acordo com a
metáfora do interruptor. Francisco Louçã criou uma girls band não muito
diferente das Doce ou das Nonstop. Em vez de cançonetas, declamam slogans
políticos. Mas as pessoas foram-se cansando. Catarina Martins não parece mas já
é cinquentona e menopáusica, não há glamour no ar sofrido de Marisa Matias (aquele
burnout de que nos falou aqui no Observador deixou marcas) e mesmo as gémeas
mais novas são intragáveis e Mariana Mortágua já não arreganha a expressão
porque lhe devem ter dito que não sabe sorrir. Apesar de exemplos de feminismo,
usam a sua condição feminina para se imporem e com esta trapalhada das gémeas
tenho quase a certeza que Marta Temido até à meia-noite de amanhã ainda vai
provocar uma inundação debulhando-se em lágrimas de crocodilo no comício final
e obrigar PNS a arrregaçar os jeans. Mas não há grandes diferenças do lado masculino
porque também se usa a imagem para atingir um certo fim. Pensa o Fernando que
se o Sebastião pesasse 150 Kg, fosse desdentado e não tivesse aquele ar
adolescente ainda virgem inexperiente, Montenegro o teria escolhido? E quanto
ao maduro Cotrim de quem uma amiga minha diz que é o seu sonho de ginecologista
e não se importava nada de que ele lhe queimasse uma ferida no colo do útero
porque lhe inspira muita confiança? E Paupério com o seu arzinho de franguinho
de leite? No meio de toda esta captação da imagem para fins políticos, o senhor
embaixador fica mesmo a perder . Ainda voltando ao interruptor, tenho visto ao
fim da tarde »A fila anda» de Victor Moura Pinto e acho piada porque foca
aspectos que a reportagem normal, muito ocupada em beneficiar a imagem do
visado ( desde que não seja o embaixador) omite. E é ver precisamente como se
dá ao interruptor e todos fazem sorrisos de orelha a orelha quando há velhos,
velhas e peixeiras na área. Depois entregam a esferográfica, o panfleto, a
bandeirinha, muitos abracinhos, muitos beijinhos, muitos «Gosto muito de si»,
«É melhor ao vivo do que na televisão» e dá de novo ao interruptor fecha o
sorriso e vamos enganar o próximo. No caso do CHEGA quem recebe mais beijinhos
são o Ventura e a Rita Matias porque os e as cotas são velhos mas não são
parvos e ainda sabem o que é um bom material. Mas também disto se faz a
campanha! F. Mendes
> bento guerra: Por mim, voto em quem tem capacidade para governar,
ajudando a tirar-nos deste buraco. Votar como forma de protesto, e para chatear
os outros, de nada adianta neste momento. Enquanto mais pessoas não abandonarem
sentimentos de raiva e frustração (compreensíveis, mas que deveriam ser
insuficientes para impedir decisões racionais) não vamos a lado nenhum. bento guerra > Fernando Prata: Olhe que não. Eu
votei Chega e votarei, porque é o único partido que incomoda os partidos
instalados (e iguais) e a Comunicação Social subserviente. Ontem, nos
"Negócios da semana" uma pespineta achava que era irresponsabilidade
o Chega não apoiar a proposta da AD. Esta gente faz dos outros parvos.. Luis Miguel: De acordo. Quanto aos nossos compatriotas do Chega,
recordo que os vossos rivais são o PS. Ou já se esqueceram? Deixem o homem
trabalhar. Só assim vão ganhar o respeito dos outros. Agora querer que seja quem ganhou as
eleições a vergar-se não é razoável. Pedro
Campos: Finalmente depois de 9 anos, Portugal tem um verdadeiro PM a governar o
país! Bom trabalho! João Queiroz e Lima: A cada semana que passa o não é não faz mais sentido. António Soares: O sucesso de Montenegro, será o sucesso do país. Não será fácil. A
generalidade dos nossos políticos, é medíocre. Não está empenhada em ajudar o
país, mas em servir-se dele para proveito próprio, do partido a que pertence,
da família e do melhor amigo. Foi sempre assim, com Guterres, Sócrates e com o
pior de todos, Kosta Kamov. Fernando CE: Muito
bem. Temos PM. Por
aqui: Embora tenha
sempre concordado com as linhas vermelha ao chega por motivos ideológico (assim
como ao pcp e ao be), consigo ver, neste momento, as vantagens destas linhas em
termos pragmáticos. O chega vai ficar a falar sozinho ou com o ps enquanto se
percebe o embuste político que é
Fernando Prata: Apesar de todas as dificuldades, Montenegro continua a tirar votos ao PS e
principalmente, ao Chega, que se está a mostrar como o maior flop da nossa
política. Muita gente que votou no Chega deve estar a pensar como foi possível
fazer isso. Ventura tem-se mostrado uma criança mimada e birrenta, com quem não
se pode falar e que só está interessado no seu umbigo. hugo
Carreira: Confesso que me tem surpreendido positivamente. S N > Luis Miguel: O Governo existe para Governar. E o Parlamento para fiscalizar, não para se substituir ao Governo, como nas
revoluções. Não se iluda quanto ao Chega,
como eu me "iludi". Surgiu do PS e do PCP e por
isso vota invariavelmente junto com o PS, PC e Bloco ou abster-se para
viabilizar as suas propostas. Todos os dias. Quanto vale um "tacho"
de deputado Joao Cadete: O problema do autor é que quer
ver o PSD aliado com patetas e a maioria dos apoiantes do PSD não querem ser
vistos com patetas.
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